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FORMAÇÃO ECONÔMICA

BRASILEIRA
 Economia colonial
 Expansão cafeeira
 Origens da indústria

Prof. Gabriel Passos de Figueiredo


Economia Colonial- Séculos XVI a XIX
Cap.1 - A empresa mercantil, colonial e escravocrata

 Séc. XVI: “Península Ibérica” agente dinâmico


- Capitalismo comercial
- Expansão marinha
- Brasil: Domínio português
Peça central: EMPRESA (1) MERCANTIL
(2) COLONIAL
(3) ESCRAVOCRATA
- Economia de “nobres”.
Economia Colonial- Séculos XVI a XIX
Cap.1 - A empresa mercantil, colonial e escravocrata

 Colonias geradoras de ACUMULAÇÃO PRIMITIVA


- Forma geral de acumulação capitalista da época.

Brasil: - Pólo exportador de riquezas para Europa


- Intermédio de sua Metrópole
Inserido na: Matriz da estrutura colonial
Determinou: Formação Econômica Brasileira
> Mesmo após sua emancipação política como Estado-Nação
no século XIX.
3 vias de constituição do Capitalismo
Caminhos (1) clássico, (2) prussiano e (3) colonial

 Envolvem nos planos (i) teórico e (ii) prático questões


pertinentes à Realidade de Cada Caso
- Mudanças possíveis dentro das “vias” possíveis
- Inserção da região no capitalismo mundial

 Países Líderes: Caminho (1) Clássico


- Realização da industrialização a partir dos
benefícios dos ganhos da era colonial.
 A partir do séc. XVIII: Transformações político-
econômicas das revoluções democrático-burguesas.
3 vias de constituição do Capitalismo
Caminho (2) prussiano

 Países de industrialização retardatária, séc. XIX.


 Marcas: (1) Ausência de processos democráticos de
emancipação
(2) Conquista da autonomia econômica
(3) sem “uma revolução burguesa”
 Exemplos: Prússia, Japão, Alemanha, Itália.
3 vias de constituição do Capitalismo
Caminho (3) Colonial
 Atraso (1) democrático + (2) econômico.
Similaridades com a via prussiana: Não-Clássica
 Ausência de revoluções democrático-burguesas
 Existência de grandes propriedades de terra
 Prussiana: Feudalismo para Capitalismo
 Colonial: Nasceu inserida no sistema já dominado
Logo: Questão Central Colonial:
- Propriedade fundiária
 Burguesia sem condições de autonomia política
(dependência colonial)
3 vias de constituição do Capitalismo
Caminho (3) colonial

 Subordinado aos polos dinâmicos (economias centrais)

Burguesia colonial: Não realizou (1) tarefas econômicas nem


(2) políticas
Burguesia prussiana: Não realizou apenas as (2) políticas
Acumulação Geral e Primitiva
Teoria da Acumulação de Capital

 Karl Marx

 Leis gerais da produção


 Compra da MdO, Capitalista se apropria do excedente da
produção: Mais-valia.
 Realização da M-V:
 Reprodução ampliada do sistema econômico
 Devido a: Reinvestimento da M-V na produção.
Acumulação Geral e Primitiva
Teoria da Acumulação de Capital

 É a Força de Trabalho (K Variável) que cria valor


 A acumulação decorre da exploração desta Força de Trab
 As máquinas, edifícios, insumos (k Constante) serão
utilizados para (i) absorver e (ii) multiplicar o valor de
produção.
 A partir de um salário mínimo (ou de mercado) compra-se
a Força de trabalho, o excedente é acumulado:
Acumulação Geral
Acumulação Geral e Primitiva
Acumulação Primitiva:

 Na passagem do feudalismo p capitalismo na Europa.


 Separação do trabalhador das condições objetivas do
trabalho (principalmente terras e ferramentas)
 Forma-se o capital comercial advindo das trocas.
 Reunião de riquezas pelos negociantes de mercadorias.
 Esta acumulação “original” deve-se ao:
 Renascimento comercial e urbano (séc. XI), tráfico de
escravos, apropriação de terras dos camponeses
 Fenômeno histórico chamado de Cercamentos.
Acumulação Geral e Primitiva
Inglaterra:

 Exemplo clássico de (i) desenvolvimento econômico


burguês
 (b) berço da Revolução Industrial,
 (c) resultado da acumulação primitiva.

 7 modos de produção: Primitivo, Asiático, Escravista,


Feudal, Capitalista, Socialista e Comunista.
 Não todos ocorrem com acumulação.
Objetivação da Lógica do Capital e sua expansão

 Importante: - Contexto históricos


- Relações brasileiras com o globo
- Análise da economia colonial brasileira:
- Teoria das Colonias de (i) povoamento e de
(ii) exploração.

Colônias de povoamento:
 Estabelecimento de­finitivo de europeus no Novo Mundo
 Povoamento pela busca de um novo lar
 Pessoas que procuravam se afastar de conflitos da Europa
Objetivação da Lógica do Capital e sua expansão

Colônias de povoamento:

No século XI:
 Continente europeu desenvolvendo comercialmente.
No século XV:
 Notável situação socioeconômica (Inglaterra).
 Lutas político-religiosas
 Tansformações econômicas e os cercamentos.
 Imigração de grandes contingentes populacio­nais
(na mesma zona temperada).
Objetivação da Lógica do Capital e sua expansão

Colônias de exploração:

 Concentrado na produção de gêneros para o mercado


internacional.
 Diversidade de condições naturais
 “Artigos de luxo” para Europa (das zonas tropicais)
 Açucar brasileiro: “ouro branco”
 Altas taxas de retorno
 Buscava-se enriquecer para usufruir na Metrópole de novas
condições
 Colonos eram “empreendedores”, não “trabalhadores”
Objetivação da Lógica do Capital e sua expansão

Por intermédio das colônias de exploração:


Capital comercial se objetivou no Brasil.
À princípio:
 As novas descobertas não contemplaram bem
comercializável,
 A idéia de povoar as terras não surgiu de imediato.
Com tempo:
 Ações dos donos das novas terras era o comércio: Lucro.
 Aventureiros de além-mar colocaram a necessidade da
ocupação efetiva do solo e a construção de laços
 Feitorias: Primeiras possessões portuguesas na Africa.
Objetivação da Lógica do Capital e sua expansão

Inicialmente:
 Determinar gêneros que aproveitaveis no novo território:
(1º) Produtos naturais:
- “Madeiras” p/ construção e pau-brasil.

Posteriormente: (2º) Extrativismo substituído pela


Agricul­tura.
 Exploração seria feita em grande escala
 Geração de unidades monocultoras intensivas em MdO
 Necessidade de MdO abundante
 Solução definitiva: escravidão africana
Objetivação da Lógica do Capital e sua expansão

 Tráfico negreiro: solução dentro das regras da


economia política do mercantilismo

 De encontro das necessidades da acumulação primitiva

 Empresa mercantil, colonial e escravocrata: um dos


agentes dos momentos da construção do modo de
produção capitalista.
Ascensão da Burguesia e o Pacto Colonial
Durante meio século (início sec. XV):
 Descobrimento das terras nati­vas em 2º plano.
 Espanhóis: Buscaram e Colheram imediatamente os frutos
“Bastava estender a mão e alcançá-los”
 Portugueses não tive­ram a mesma sorte.

 Objetivos da empreitada lusa foram comprometidos:


(1º) Não haviam encontrado a passagem p/ as ricas Índias.
(2º) Não desfrutavam as vantagens extrativas coloniais de
que gozavam os espanhóis.
Ascensão da Burguesia e o Pacto Colonial
A notícia da existência de riquezas metálicas no Novo
Mundo:
 Aumentava a cobiça sobre “o outro lado” do Atlântico.
 As colônias ibéricas tornavam-se alvos de possíveis
invasões européias.
 Ocupação efetiva: prioridade !!
 Necessário garantir posse do território colonial português
 P/ além dos interesses mercantis imediatos.

 Sendo assim: A gênese da nossa civilização ocorreu por


pressões políticas das lutas no continente europeu !!
Ascensão da Burguesia e o Pacto Colonial
Para os rivais europeus: “Os ibéricos poderiam
desfrutar somente dos
territórios realmente
ocupados.”
- Várias as invasões ocorridas
 Ocupação tinha de ser realizada com os recursos escassos

 Logo: Comércio mercantilista não é apenas a razão da


transição do feudalismo para o capitalismo.
 As trocas merecem papel de destaque, porém:
 Papel das navegações, descobrimentos, debates políticos
 Fatores internos e externos à economia européia
influenciaram os grandes empreen­dimentos capitalistas.
Ascensão da Burguesia e o Pacto Colonial
Fatores sobre os grandes empree­dimentos
capitalistas:

Externo: “Arabes”
- Novos hábitos, técnicas, conhecimentos.

Internos:
 Crescimento da produtividade agrícola
+ Avanços tecnológicos nas manufaturas
= Excedentes de alimentos e manufaturados
> Podiam ser exportados com lucro.
Ascensão da Burguesia e o Pacto Colonial
Fatores internos e externos e os grandes empree­
dimentos capitalistas:

 As feiras: “Primeiras” cidades modernas


 E Cruzadas.
 Contribuíção local e internacional para desenvolver
sistema econômico nascente.
 Estimulou o Comércio de longa distância.
 Novas produções agro em escala, “diferenciadas”.
 Impulso à manufatura.
 Condições p/ expansão u­ltramarina e da colonização.
Ascensão da Burguesia e o Pacto Colonial
Fatores internos e externos e os grandes empree­
dimentos capitalistas:

 Nova realidade: “Novos grupos sociais”


 Fortalecendo “Nova ascensão política”
Forças econômica e financeira das atividades mercantis

 Surgiam as Grandes Companhias de Comércio


- Monopólios, ligadas ao Estado

 Estado em transição: Disputado por antagônicos:


clero, nobreza e a burguesia nascente.
Ascensão da Burguesia e o Pacto Colonial
 Nobreza e a Igreja: Hegemonia política
 Dividiam com a burguesia: “Legislação”
 Das necessidades das novas atividades econômicas
 Comércio e a manufatura.
Burguesia: (VRS) Feudos !!
- “Hábil xadrez na conquista de espaços politicos”
 Classe oprimida na era medieval
 “Constituída nos marcos do capitalismo”
 Classe social em expansão em meio às políticas do
mercantilismo
 Por via de uma legislação reflexo dessa política:
o Estado absolutista
Ascensão da Burguesia e o Pacto Colonial
 Legislação reflexo do Estado absolutista
Mercantilista:

1- bulionismo ou metalismo
2 – BC e BP favoráveis
3 - Pacto colonial
4 + Criação de tarifas, selos e atos reguladores
5 = Fortaleciam a força econômica emergente !!

> Nesse momento histórico: Tarefas da acu­mulação


originária (primitiva).
MERCANTILISMO
 Conjunto de práticas econômico-comerciais
 Base à formação dos Estados da Era Moderna.

Para a burguesia nascente:


 Indispensável a união dos territórios
 Buscava-se: (i) homogeneização legal, (ii) lingüística,
(iii) monetária e de (iv) costumes

Política econômica: Projeto do capitalismo comercial.


 Busca de (1) superávit da BC e BP
(2) controle ·da oferta das mercadorias
 Nas Companhias de Comércio Monopolista:
> Criavam (i) leis, (ii) tarifas, (iii) selos p/ viabilizar negócios.
PACTO COLONIAL

“Um dos elementos básicos da política econômica


mercantilista”

 Exclusivismo comercial da Metrópole sobre colônias!!


 Por via de um conjunto de medidas econômicas e políticas.

 Representantes “locais” das nações “européias”:


(i) Controlavam comércio
(ii) Defendiam interesses da (i) Coroa e das (ii) Companhias de
Comércio, (iii) organismos de capital misto ou estatal.
Ascensão da Burguesia e o Pacto Colonial
 Após prevalecer a busca por metais preciosos
(Acumulação max de ouro e prata nas fronteiras nacionais)

 Desejo por superávits da BC


+ Incentivo às exportações de bens
+ Inibições às importações
+ Monopólios agiram com firmeza,
+ Estado a favor desta política econômica
= Alimentando o pacto colonial nas colônias.

 Lógica cheia de contradições: Medidas beneficiavam


alguns, prejudicando outros.
Ascensão da Burguesia e o Pacto Colonial
 Essa “Marca” da Con­corrência capitalista:
(já presente em sua origem)
 Determinaria (i) a política e as (ii) alianças do poder
 Visando maiores retornos !!

 Na era industrial:
 Classe comerciante teria de romper com os laços que
garantiram sua ascensão

 A burguesia “em transição” posteriormente daria xeque-


mate:
 A partir de revoluções democrático-burguesas (i) via
clássica e (ii) "reformas pelo alto" da via prussiana.
A Marca da Colonização de Exploração
 Colonizador: Tarefa de organizar o pacto colonial
 De acordo com: Interesses europeus
 Como transformar as colonias em produtora de riquezas.

1º) Extrativismo
2º) Plantation de cana-de-açúcar,
3º) Mineração
4º) Renascimento agrícola e
5º) Cafeicultura
= “Economia colonial na era metropoli­tana”
A Marca da Colonização de Exploração
“As Terras de Vera Cruz viria se tornar uma inesgotável
fonte de recursos”
Junto com a “Economia do Velho Mundo”:
 Via promissora da construção do capitalismo (inglês).

 Solução para ocupar a colônia: Exploração agrícola

 Encontrar um produto :
 favorável às condições das terras virgens,
 sem contingente trabalhista
 Com altas taxas de retorno aos investidores.
A Marca da Colonização de Exploração
 Experiência dos portugueses: Plantation açucareira
nas ilhas do Atlântico.
 Conhecimento técnico e
 Indústria de infra-estrutura necessária
 Produção em escala
 Mercadorias portuguesas conseguiam concorrer com as
ita­lianas
 Preços + baixos: Difusão do consumo do açúcar.
 Fornecimento do açúcar brasileiro p Europa:
 Transformou essa espe­ciaria em um bem de consumo!!
 Costumes da época.
PLANTATION
Características:
 Sistema de grandes propriedades agrícolas
 Monocultura
 MdO escrava
 Era colonial.
 Produção para à exportação

 Introduzido pelos portugueses, inicialmente na ilha de São


Tomé, Brasil, nas Antilhas e no sul dos Estados Unidos.

 Sustentavam a empresa mercantil, colonial e


escravocrata!!
A Marca da Colonização de Exploração
 Capital holandês:
 Boa parte dos investimentos dos Países Baixos
 Os batavos integraram as várias etapas:
(i) Financiamento do comércio,
(ii) Refino
(iii) Importação de MdO Africana

 Vislumbravase a viabilidade da “nova empresa” !!


 Atração da atenção dos empreendedores.
A Marca da Colonização de Exploração
 Maior problema (desde o início): MdO
 Sem MdO pouco valeira a experiência lusa

 MdO nativa brasileira: não se demonstrou alternativa.

 MdO Europa: Sem o grande contingente populacional


 Somente um ótimo pagamento o colono europeu se
disporia a trabalhar nos trópicos
 A própria acumulação estaria comprometida se a MdO
exigisse remuneração elevada
A Marca da Colonização de Exploração
Elementos destacados:
1 - Técnicas de produção
2 – MdO
3 – Investimentos
4 - Mercado consumidor
+ 5 - Neces­sidade da ocupação definitive das terras
= Sucesso do empreendimento!!
+ Lógica do capital commercial:
“Marca da colonização, gerando vantagens
comparativas na ocupação do Brasil”
 Rompimenro da linha do Tratado de Tordesilhas.
A Questão da MÃO-DE-OBRA
 A acumulação capitalista:
(i) propriedade privada e (ii) trabalho

 A apropriação dos valores de uso do trabalho como


gerador de lucros e da sociedade.
 A economia política clássica: Teoria desta dinâmica
 De como os recursos combinados de forma eficiente
poderia gerar lucros.

 Na Europa (berço do capitalismo): Elementos Unidos


desde a manufatura até o sistema fabril.
A Questão da MÃO-DE-OBRA
 O mestre artesão:
 Era o proprietário da oficina, ferramentas e MP
+ “Jornaleiros”: Ajudavam na fabricação em troca de
aprendizado, moradia e alimentação.
= Vendiam para o mercado.
Desenvolvimento das indústrias têxteis.
Controle “autônomo” da produção.

 Crescimento da economia e o desenvolvimento urbano:


 Separação crescente do trabalhador dos meios de
produção.
A Questão da MÃO-DE-OBRA
 Ao Trabalhador (antigo mestre artesão):
 Resta vende de seu potencial de trabalho (subsistência).
 Cercamentos: elementos históricos + importantes no
processo de acumulação primitiva.
 Este sistema se estendeu a vários ramos produtivos

 História capitalismo: Não a única forma de trabalho!!


 Escravidão moderna: Crescimento das riquezas no
período mercantile:
- Pólo acumulativo no (i) tráfico negreiro, (ii) escambo,
(iii) lucros nas plantations.
A Questão da MÃO-DE-OBRA
 Mão-de-obra indígena:
1º) Extração do pau-brasil
2º) Timidamente: Cana-de-açúcar.
- Os esforços não compensavam: (i) busca de endígenas
(ii) escambo.

Jesuítas: Real aproveitamento na produção nas


missões

Colonizadores: Resolveu o “fator trabalho” com escravos


africanos.
A Questão da MÃO-DE-OBRA
Marco:
 Alvará de 29 de março de 1559:
 Cada senhor de engenho poderia resgatar até 120
escravos do Congo
 Pagando apenas um terço de direitos.

 No início: - Escassez de MdO escrava


 A partir do final do século XVII:
“Traficantes de escravos”!!
Questões de Revisão
1. Quais as diferenças entre as vias c olonial, clássica e
prussiana de constituição do capitalismo?
2. Como podemos caracterizar a forma de inserção da
economia brasileira no cenário colonial internacional?
3. Quais as diferenças mais marcantes entre colônias de
exploração e de povoamento?
4. Quais as principais características da empresa colonial?
5. Qual foi a influência exercida pelas idéias mercantilistas
sobre a política econôm ica colonial?
6. Que marcas a colonização de exploração deixou no Brasil?
7. Como foi equacionada a questão do suprimento de mão-de-
obra?
Economia Colonial- Séculos XVI a XIX
Cap.2 – Ciclos Econômicos
 Enorme as dificuldades para a implar (i) agricultura, (ii)
as atividades extrativas e a (iii) ocupação.
 Para atrair colonos:
“Dificuldades da zona tropical”
 Oferecer grandes propriedades de terra.
 Lotes: Capitanias hereditárias
 Onde iniciou a produção agrícola: plantation

Brasil: Florescimento econômico


- Irregular e não-linear: Ciclos econômicos.
Cap. 2 – Ciclos Econômicos
 Teoria econômica: Ciclos são flutuações nas ativi­dades
econômicas da era industrial
- Períodos de expansão e contração

 Crises (tendem a ser) cíclicas: intervalos periódicos

 Na FEB: Ciclos econômicos para identificar os


movimentos de crescimento e declínio das atividades

(i) extrativas (ciclo do pau-brasil), (ii) da produção agrícola


(borracha, cana-de-açúcar, cacau, café) e (iii) mineradora
(ouro).
Cap. 2 – Ciclos Econômicos
A PRODUÇÃO AÇUCAREIRA
 Processo de mudança da mão-de-obra nativa para a negra
 Mais rápido no Nordeste (Bahia e Pernambuco)
 Núcleos da produção açucareira,

 2º Estágio: - Vizinhança do Rio de Janeiro e São Vicente


- Ao redor de Pernambuco
 Mudança da MdO estendeu-se nos eixos norte-sul e interior
 Até a fronteira com o RN.
 Pequenos núcleos de menor importância no Maranhão e
foz do Rio Amazonas
A PRODUÇÃO AÇUCAREIRA
 Implantação mais lenta no resto do país.
 Custos mais altos fora do eixo.
 Principalmente dos escravos: maus-tratos das viagens
reduzidos para metade, aumentando o
valor.

 Resolvido o fator trabalho: Monocultura


 Extensas unidades de terras
 Grande número de braços
 “Sob o olhar ameaçador de um feitor, homem de
confiança do proprietário.”

A PRODUÇÃO AÇUCAREIRA
O engenho: Produção de açúcar
- Centro das fazendas.
 Conceito se estendeu a todas as terras e culturas
 “Propriedade canavieira”

 Implantação: Século XVI


 Até quase o final do sé­c. XVIII
 Produção açucareira: Eixo da economia colonial.
 Produto nobre de exportação.
 Até o século XVII: Líder no mercado mundial
 Novos Produtores Concorrentes: América Central e
A PRODUÇÃO AÇUCAREIRA
Nos engenhos:
 Produtores locais: Investir em outros produtos.
 Tabaco baiano: - Boa receptividade na Europa
 Papel similar: aguardente no escambo na costa africana.
 Decadência: época da proibição do tráfico negreiro, no
século XIX.

 Defesa do monopólio açucareiro


+ Estímulo ao povoamento:
Alargamento das fronteiras e territorial brasileiro
Atingindo a região amazônica.
A PRODUÇÃO AÇUCAREIRA
Durante o ciclo açucareiro:
 Sec. XVII: Domí­nio castelhano sobre a Coroa lusa
 Península Ibérica sob um único governo,
 Holanda: Inimigos de Portugal
 Invasões holandesas na região Nordeste

 Manutenção dos interesses portugueses no Nordeste:

“Na ponta das baionetas”


O CICLO DO OURO
Ouro: “Grandes mudanças”
 Busca pelo ouro: Início da empreitada mer­cantil.
 O caso espanhol sempre alimentou a fantasia lusa

 Levariam ao esgotamento da 1ª fase do açúcar.


 MAS: Não superaria o montante de recursos que o
açúcar forneceu ao longo da história
 Grande alarde local e internacional !!
 Demais atividades declinaram diante da do metal.
 Contigente populacional: ilusão do enriquecimento
rápido.
O CICLO DO OURO
 Até a descoberta do Ouro:
 2 séculos de exploração, expedições e vidas!!

 Diversas formas de expedições, ex: bandeiras paulistas


 Objetivo: captura de índios.
 Encontraram o ouro mineiro
 Começou: Corrida ao ouro brasileiro
 Um século no centro nervoso da economia
 Profunda alteração populacional:
 Camada media com a atração de colonos “menores”.
O CICLO DO OURO
Furtado: "Não se conhecem dados precisos sobre o
volume emigratório, das ilhas do Atlântico e
português (…), século XVIII. (…) houve alarme em
Portugal, e que se chegou a tomar medidas
concretas para dificultar o fluxo migratório “

 A indústria da mineração na exploração das jazidas:


Lado (A) lavras: Escala e trabalho escravo
 Maior volume da extração
(B) faiscadores - homens livres, nomads
 Principalmente no final do ciclo
O CICLO DO OURO
 Não se registra a presença do índio.
 Novas moda­lidades de trabalho escravo:
- Contraste com o ciclo anterior:
 Escravos com posição diferenciada na economia
mineira.
- Podiam trabalhar por quotas, acumular e adquirir a
própria liberdade.
 Maior mobilidade social.

 Em Minas: Homens livres, menores emprendedores, novas


classes socias.
O CICLO DO OURO
 Exploração aurífera: Exigia maior controle
 Atos, regimentos, regulamentos e vigilância local
 Pelo superintendente da Intendência de Minas
 O Quinto : Tributo alto
 Desafio p/ para A Fazenda Real:
 Criatividade para burlar o fisco
 Casas de Fundição.
 Todo o ouro tinha que ser fundido e cunhado,
“selo régio” e tributado = “Quintado".
> Conseqüências severas: Até degredo para fora dos
domínios luso-africanus
O CICLO DO OURO
 Medida mais drástica: Derrame
 Para os envolvidos no atraente negócio:
 Quota minima (100 arrobas ou 1.500 kg)
 Abuso de Lisboa: Clima de revolta
“Inconfidência Mineira”
 Final do séc. XVIII: Decadência da mineração brasileira.
 Ouro de 0leitos/margens dos rios: diferente de rochas.
 Baixo nível tecno­lógico
 Administração colonial: caráter exploratório, sem
investir em educação ou racionalização de processos
 Reflexos na economia e decadência da mineração.
O CICLO DO OURO
Outra preciosidade explorada: Diamantes.
Brasil
tomou o lugar da Índia para, posteriormente,
perder para a África do Sul
A Corte assumiu totalmente o controle: Diamantina
áreas
A mineração: Destaque na história da colônia. MAS:
Foco das atenções, conflitos e diversificação econômica
(agricultura e pecuária)
 Quadro populacional interno na direção do Centro-Oeste
 Mudança do eixo econômico com atividades
complementares a mineração.
 Transferência da capital, em 1763, p/ RJ. (Porto Carioca)
PECUÁRIA – Celso Furtado
 No sul: Hábitat excepcionalmente favorável
 Apesar da baixíssima rentabilidade
 Subsistia graças à exportação do couro
 Evolução: com a economia mineira.
 O gado do Sul: Preços sempre extremamente baixo.
(Compradado a Região açucareira)
 Alta valorização !!
 Ocasiões: Preços extremamente altos. Tanto que:
 Gado do Nordeste:
 Definhou com a decadência açucareira
 Deslocou-se na direção da re­gião mineira.
 Deslocamento: Elevação dos preços e florecimento
 Fortes reações oficiais e tentativas de interdição"
O RENASCIMENTO AGRÍCOLA
 Mineiração: Agricultura num período de decadência.
 No século XVIII: Ascensão
 Novamente a maior fonte de recursos da colônia.
 Revol. In­dustrial e progressos do mundo recém-
industrializado: Vantagens e novas oportunidades.

 Aliança portuguesa com o governo inglês:


 Portugal privilegiado no emaranhado das guerras
européias.
 Brasil: aproveitou as oportunidades emergentes
 Vantagens nas mercadorias tropicais e rotas comerciais
O RENASCIMENTO AGRÍCOLA
Brasil, Novo produto: O algodão
 Com a Rev. Industrial: Tecido que se tornou- a principal
matéria-prima da época.
 Aumento incessante da produção fabril:
 Oriente não deu conta da demanda.
 Busca de produção nas Américas
 Brasil: Destaque na nova corrida.
 Origem do algodão: América
 Nativos e indígenas brasileiros já o conheciam
(antes do descobrimento)
O RENASCIMENTO AGRÍCOLA
No Brasil:
 Até 1780: Algodão para fabricar vestimentas rudes e
pouco exportado
 Com o surto industrial:
 Passou a ser produzido em todo o país
(Pará ao Paraná, passando por Goiás até o RS)

 O açúcar acompanharia o algodão no renascimento


(Após um século de decadência)
 Antigas regiões produ­toras renasceram.
 SP participou dessa nova fase
O RENASCIMENTO AGRÍCOLA
Arroz:
 Secundário em relação ao açúcar
 Expressão nas exportações
 Principais lavouras: Maranhão, depois, no Pará e no RJ.

 Ainda no séc. XVIII: Cacau baiano e paraense.

 No Pará: Exportação de produtos florestais


- Baunilha, cravo e canela, juntamente com as
- Resinas aromáticas
 MdO indígena, apesar das dificuldades
O RENASCIMENTO AGRÍCOLA
Anil: Esperança frustrada.
 América (EUA) no século XVIII: Tornaram-se os maiores
produtores
 Superando a produ­ção indiana
 Produção e exportação no RJ.

 Ainda no Sec XVIII:


 Ingleses: Sem suas colônias americanas, voltaram a
investir na Ásia
 Liderança commercial: voltou a Índia
 Anil brasileiro: o declínio.
O RENASCIMENTO AGRÍCOLA
O café:
 Origem: Abissínia , passou pela Europa antes da América
 Chegou ao Brasil: 1ª metade do séc. XVIII
 Adaptação perfeita (plantado e consumido)
 Início: Economia Colonial
 Enorme expansão na economia brasileira depois da
Independência.
- Logo estudaremos seu ciclo !!

Surgiu (paradoxo): Surgio como gênero des-importante.


“Desprezado em favor do açúcar”
O RENASCIMENTO AGRÍCOLA
O café: Importante depois da independência !!
 Acabaria dominar a BC a partir do 2º Império

 Fator deveu-se, em parte: Posição dos EUA


 Menosprezando os grandes centros:
 Voltaram os olhos para a produção brasileira.

 Citação de Caio Prado Jr.: Outro Slide


O RENASCIMENTO AGRÍCOLA
Caio Prado Jr.:

"Os Estados Unidos, grandes consumidores de café, voltar-se-


ão (...) para os novos produtores (.. .). Em particular o
Brasil, favorecido além do mais, com relação a eles, pela
sua posição geográfica . A produ­ção cafeeira encontrará nos
Estados Unidos um dos seus principais mercados; em meados
do século, quando o café se torna o grande artigo de
expo1tação brasileira , aquele país absorverá mais de 50%
dela. E essa porcentagem ainda crescerá com o tempo“
O RENASCIMENTO AGRÍCOLA
 O renascimento agrícola colonial marcou a superação da
era da mineração
 Agro retomou sua importância e reconhecida como a base
da economia local
 Brasil voltou-se do interior para a costa, cumprindo
seu papel de colônia de exploração !!!

Novo surto: curta vida no Nordeste (e Norte)


2ª Metade do séc. XIX: Centro-Sul tomaria a liderança

 Brasil politicamente independente:


Ascensão do Sul e do Sudeste.
ENTRAVES À CONSOLIDAÇÃO
CAPITALISTA
 Importante p desenvolvimento capitalista:

Mercado interno
 Fase açucareira: Mercado externo.
 Enorme fluxo de receitas para colônia
 Gastos da colonia: Importações (retornou ao centro)
 Erriquecimento de seleto grupo de colonizadores e
comerciantes.
 Brasil: Entrou e saiu dos ciclos econômicos coloniais
com uma economia subordinada aos centros hegemónicos
 Escravos e pessoas livres em subsistência: Não se gera
consume relevantes gerando um mercado local !!
ENTRAVES À CONSOLIDAÇÃO
CAPITALISTA
A economia mineira: Mercado interno “restrito”
 Apesar da lucratividade inferior ao açucar

 Longe da costa: Compensava à atividade local


+ Menor concentração de renda
+ Mobilidade socialdo
+ Padrão de consumo mais elevado

 Mas: Produção manufatureira não vingou.


 Lembrando: Podia-se produzir, mas importação exclusiva
 Dificuldades na própria Metrópole, imagina colônia
ENTRAVES À CONSOLIDAÇÃO

CAPITALISTA
Tratado de Methuen e conseqüências para a
manufatura portuguesa:
"O pequeno desenvolvimento manufatureiro que tivera
Portugal a fins do século anterior resulta de uma política
ativa que compreendera a importação de mão-de-obra
especializada . O acordo de 1703 com a Inglaterra (Tratado
de Methuen) destruiu este começo de indústria e foi de
conseqüências profundas tanto para Portugal como para sua
colônia. Houvessem chegado ao Brasil imigrantes com
alguma expe­riência manufatureira, e o mais provável é que
as iniciativas surgissem no momento adequado,
desenvolvendo uma capacidade de organização técnica que
a colônia não chegou a conhecer“ (FURTADO, 1980)
ENTRAVES À CONSOLIDAÇÃO
CAPITALISTA
 Indústria nascente: Não deu um passo adiante.

 O ouro: Maior respon­sável


 “Entorpeceu” a Metrópole
 Desestimulo a avanços fabril
 Consumido por produtos ingleses com o Tratado de Methuen
(favorecia produção de vinho
portugues)
 Brasil: Desde o início na periferia do sistema capitalista
 Não pôde converter as imensas riquezas de 3 séculos
em desenvolvimento econômico e social.
 Passagem de colônia para estado-nação: Marcada pelo
ENTRAVES À CONSOLIDAÇÃO
CAPITALISTA
1ª metade do século XIX: (Após era colonial)
 Renascimento agrícola
 Ainda: Estrutura brasileira arcaica.
 Um vasto império colonial (modus vivendi)
 Europa: Dividida em lutas internas
 Pior motivação para Portugal mudar sua política colonial

 Portugal “Espanhol” quando ainda gozava do açúcar


(com holandeses).
 60 anos de sangrias financeiras para os castelhanos
ENTRAVES À CONSOLIDAÇÃO
 Cenário:
CAPITALISTA
Nações + fortalecidas que o reino luso
 Aliança dos ingleses
 Nova sangria de riquezas
 Vinda da família real ao Brasil

 Brasil: Dominação inglesa intermediada pelos portugueses


 Afastando a dinâmica capitalista

 Capitalismo de via colonial: Sem (i) política econômica


autônoma e (ii) um capitalismo sustentado.

 Riquezas do Brasil migrou para a Europa


ENTRAVES À CONSOLIDAÇÃO

CAPITALISTA
Evolução do capitalismo não foi acompanhada de um
período de idéias iluministas, humanistas, utópicos, o
cidadão consciente e comunidade democrática.

 Agitações superficiais

 Burguesia se ligou às antigas classes dominantes,

 Transformações políticas 'pelo alto’ e concessões mútuas,


sem participação do povo

 Ao contrário: intensificação do isolamento


 Principalmente: Econômico
ENTRAVES À CONSOLIDAÇÃO
 3
CAPITALISTA
séculos de colonização, o Brasil não orga­nizou, de
forma autônoma, uma produção agrícola.
 Sem chances reais de ascensão social p a maioria

 A esperança de muitos economistas:


 Leis da economia de mercado,
 Escola estruturalista: Teoria das Vantagens
Comparativas
 Não passou pelo teste da histó­ria colonial,
 Necessidade: Buscar novas perspectivas analíticas
(criticas Cepalinas)
ENTRAVES À CONSOLIDAÇÃO
CAPITALISTA
 Inserção brasileira na divisão internacional do trabalho:
Definida desde a colonização da América,

 No século XIX: Mesmo a independência política


 Laços de subordi­nação estrutural aos pólos hegemônicos

 Problemática da emancipação , até os dias atuais

 3 grandes correntes de pensamento:


1º) Solução: Incorporação ao mercado internacional
de forma passiva, com sistema financeiro
dos países hegemônicos
ENTRAVES À CONSOLIDAÇÃO

CAPITALISTA
3 grandes correntes de pensamento:

1º) Solução: Incorporação ao mercado internacional


de forma passiva, com sistema financeiro
dos países hegemônicos
 Aceitar as regras do jogo
 Abertura para o capital externo em nome da integração
mundial e livre concorrência
ENTRAVES À CONSOLIDAÇÃO

CAPITALISTA
3 grandes correntes de pensamento:

2º) Solução: País criar centro autônomo dentro do


capitalismo, alcançando eman­cipação econômica lógica
propria do capital.
 Certas políticas econômicas
 Soberania,
 Pro­tecionismo e participação agressiva do Estado na
economia
 Desenvolver o processo de industrialização
 Produtor direto de serviços públicos e bens interme­
diários (aço, petróleo e produtos químicos)
ENTRAVES À CONSOLIDAÇÃO

CAPITALISTA
3 grandes correntes de pensamento:

3º) Solução:
 Rompimento com o modo de produção capitalista.
Não existiria possibilidade de emancipação econômica
Menos ainda: política,
Nas “hostes do capital”, além de sua tutela.
Cap. 3 – A economia Cafeeira
 Início do café: Sem crise de escassez de mão-de-obra.
 Questão da MdO: > Inicialmente escrava e livres
- Resolvida a partir dos anos 1870
> Abun­dante imigração européia

 Terra: não seria obstáculo à expansão do café.


 Regiões do Estado de São Paulo: Desocupadas
 Rede ferroviária expandia na medida da necessidade
 Métodos produtivos rudimentares já eram adequados ,
 Sem necessidade de K “adicional”

 Infra-estrutura para expansão do Café !!


Cap. 3 – A economia Cafeeira
 Maior Lucro: Comerciantes
 Lavoura (e sua formação) exigia: Financiamento
 Inexistência de vínculos entre o fazendeiro e os bancos
 Comerciante ocuparam a brecha

 Até 1880: Economia cafeeira escravista


 Até virada do século:
 Financiamento da pro­dução vinculado a sua
comercialização
 Os Comissários (comerciantes) negociavam café nas
praças de Santos e RJ
 Fazendeiros dependiam dos Comissários
Cap. 3 – A economia Cafeeira
Fazendeiros dependiam dos Comissários para:
a) realizar lucros, com a venda
b) obter recursos financeiros

O comerciante de café: financiador da lavoura

 Comum ao Sistema capitalista: autofinanciamento.


(Com lucros do proprio setor)
> Não ocorreu na Lavoura
 Até pelo menos a crise de superproducão:
> Final do sec XIX e início do XX
Cap. 3 – A economia Cafeeira
Importancia dos recursos financeiros para o café:
1º) Cultura permanente com período longo pra formação.
 Variedades de café da época: 4 ano após o plantio
 Lavoura em plena produção: 5 ou 6 ano

2º) Elevadas manutenção do trato do cafezal.


 Cortes constantes , limpeza p produtividade
 MdO: Remuneração monetária e “um toque”
 Portanto: Necessario K Fixo e De Giro
 Quanto maior necessidade de K: maior a dependência
do fazendeiro com comerciante !!
Cap. 3 – A economia Cafeeira
3ª Explicação para a Dependência:

 Comércio do café: extremamente especializado


Pois: “Envolvia”
 preparo de mistura de diversos tipos de café
 atenção a bebida - procedências
 Exigências das demandas externas,

 Por isso: Comércio concentrado em Santos e RJ


 Ao fazendeiro restava: entrega das responsabilidades ao
comerciante de confiança
 Criação de laços (1º) comerciais >> (2º) Financiamento
O Comerciante de Café e o Crédito

"As relações entre o comerciante e o produtor assentavam


principal­ mente na necessidade de fornecer o primeiro a
massa de recursos indispensáveis para o desenvolvimento
das operações de cultura a cargo do segundo durante o
período da formação dos cafezais e posteriormente na
rotação anual das colheitas, com a obrigação taxativa da
consignação do produto para a amortização dos adian­
tamentos e dos ônus que lhes são correlatos.“

(JORDÃO; RAMOS,
1923)
O Comerciante de Café e o Crédito
Padrão no financiamento do café

“Relacionamento entre o comerciante e o fazendeiro:


 Complexa e reciprocidade: + q comercial, de confiança,
acesso ao crédito e atualizações.
 Por 3% do valor da venda
 Fazendeiro num "cativeiro" não tão difícil de suportar

 Comissário: Repasse do crédito bancário ao fazendeiro


 Não lucrava: taxa ao fazendeiro era a mesma cobrada
pelo banco à casa comissária.
 Juros de 9 a 12% a.a.
O Comerciante de Café e o Crédito
Padrão no financiamento do café

 Empréstimo bancário pouco formalizado


 Bancos emprestavam sob crédito pessoal do comissário
(firma social ou indivi­dual) "a descoberto ",
 Simples existência de conta corrente.
 Mais tarde: Exigiam Letras da terra
 Depois: Letras com endosso
 Raramente necessárias outras garantias.

> Sistema de crédito informal dos 2 lados:


banco ao comissário ao fazendeiro.
O Comerciante de Café e o Crédito
Padrão no financiamento do café

Durante todo o século XIX: Comissário


Papel de comerciante-banqueiro
 Transportado o café ao porto: Consignação por uma
comissão da venda
 Transferencia para um exportador
> Difusão pros mercados consu­midores

Até após a crise de 1929:


> Conservação do Comissário
> Ausência de um sistema bancário ligado à produção !!
O Comerciante de Café e o Crédito
Padrão no financiamento do café

"Era, embora em estado rudimentar, o mesmo comerciante


que hoje designamos por comissário, e que, com pequenas
variações naturais da evolução dos tempos, perdura até
nossos dias, como principal agente de negócios de café, no
que toca ao produtor, em nosso porto de exportação“

(TELLES, 1934)
O Comerciante de Café e o Crédito
Ao citar Paulo Porto Alegre, de 1878, Taunay afirmava:

"pelos anos em que ele escreveu, não havia ainda casas


exportadoras e só comissárias. Eram os comissários, os
banqueiros dos lavradores. Concentravam, em seus
armazéns, as colheitas que as tropas faziam descer do
planalto ao litoral".

Em seguida, observava que:


"não havendo crédito agrícola no Brasil, via-se o comissário
forçado a servir como banqueiro da lavoura". O comissário
ocupa, pois, um espaço deixado pela inexistência do
crédito agrícola no país.
O Comerciante de Café e o Crédito
Continua Taunay:
"Os bancos emprestavam sob o crédito do comissário, de
sua firma ou pessoal, sob letras endossadas por outros
comerciantes, pois recusavam-se, sistematicamente, a
aceitar endossas de lavradores, de modo que se criavam
interdependências comerciais perigosas e por vezes
ruinosas "

 Função ·de intermediário financeiro do comissário, como


um tipo de especialização do sistema bancário.
O Comerciante de Café e o Crédito
 Por que aos fazendeiros era negado o mesmo crédito?
 O crédito, no século XIX até 1930: Empréstimos
pessoais
 Relações pessoais: relevância na concessão do
financiamento.
 Comissário em posição privilegiada junto aos bancos

 Casas comissárias no Estado de SP: Praça de Santos


- Centro do comércio e exportação de café
• Mantinham relacionamento constante com os bancos

 Fazendeiros: “Distantes”
O Comerciante de Café e o Crédito
 Abertura de agências dos bancos nacio­nais e BB no
interior de São Paulo: Efeitos em 1920
 Aproximação dos bancos e fazendeiros

"(...) em 1918, os bancos nacionais, em São Paulo,


dispunham de 11 agências no interior do estado. Em 1924
esse número subiu a 53, para atingir 88 agências em 1927.
O Banco do Brasil em 1918 contava 28 agências, das quais
quatro ficavam no Estado de São Paulo. Em 1927 o principal
estabelecimento bancário brasileiro dispõe de 70 agências,
das quais 16 em nosso estado“
O Comerciante de Café e o Crédito
 Razão principal para o acesso dos comissários ao crédito
(e inexistência do vín­culo bancos e fazendeiros)
 Própria natureza da empresa do café.
1) K da época (nacionais ou estrangeiros):
 Nos grandes negócios (café) e valores
 Na esfera da comercialização
 Acumulo de fortunas e fortalecimento de em­presas

 Lucros ao fazendeiro menores que da comercialização


 Lucros modestos na comercialização doméstica
 Comercialização mais lucrativa: Exportação
Vídeos:
 Vida brasilleira no século XIX:
https://www.youtube.com/watch?v=QZe-PU1DtWU

A Proclamação da República Brasileira:


https://www.youtube.com/watch?v=mSTRVBhdi78&t=523s
Esgotamento do Sistema de
Financiamento do Café
 Informal: Sistema creditício adequado ao fazendeiro

 Ocasiões faziam postegar os pagamentos:

(i) Colheita menor ou (ii) cotação menor no internacional

 Vantagens tbm ao comissário “Juros razoável”

 Ponto fraco do Sistema: Próprio caráter pessoal do crédito

 Por outro lado, com a expansão da lavoura e negócios:

 Garantias mais sólidas.


Esgotamento do Sistema de
Financiamento do Café
 Já no início da expansão (meados de 1880)

“Solução p ar a a f r a qu e z a ”

 Número de casas comissárias: diluição dos riscos

 Cerca de 2 mil firmas co­missárias no RJ

 Até 1910: 3 classes no comércio de café do Rio

 O comissário, o ensacador e o exportador.


Esgotamento do Sistema de
Financiamento do Café
 O exportador:

 Que hoje faz a classificação: Não fazia

 Compra já manipulado do ensacador para a exportação.

 Ensacador e comissário: brasileiros ou portugueses.

 Exportador: principalmente ingleses.

 Sem armazém ou depósitos, apenas escritórios.

 Pós era 1930: Sem distinção de ensacador e exportador


Esgotamento do Sistema de Financiamento
 O ensacador: “classe intermediária”
 Vantajosa ao comissário

 Ajudava a resistir à des­valorização do produto

 Ambos interessados na alta - Exportador: Na baixa


(tbm ao fazendeiro)

 Quando café tendia para baixa:

 Comissários e ensacadores buscavam crédito para a


compra, e manutenção dos (i) Preços
(ii) cobertura dos custos
Esgotamento do Sistema de Financiamento
 Papel do ensacador: “classe intermediária”

 Anterior à República, na praça do RJ, sec. XIX.

 P raça de Santos, início sec. XX.

Controle do comércio exportador: “Casas exportadoras”

 Do total de sacas exportadas por Santos entre 1895 a 1907:

 10 exportadores: mais de 70% das exportações.

 “Uma” empresa brasileira Prado & Chaves: 4% das X

 Renda cafeeira apropriada pelo K estrangeiro


Esgotamento do Sistema de Financiamento
Crescimento das casas exportadoras sobre as comissárias:
1º) Maior a capacidade baixista
2º) Maior a importância da renda apropriada pelo exterior.
3º) Inicialmente: Queda dos P do varejo não
acompanhava o internacional

Entre 1894-1904: Ensacadores absorviam a diferença


Logo, os Exportadores: Comportamento oligopsônio
Enquanto as casas comissárias: concorrencia
= Confronto Desigual, pior nas superproduções (final XIX- XX)
Esgotamento do Sistema de Financiamento
Divergência entre Fazendeiros e Comissários:
 Café de qualidade era misturado com outros (inferior):
Preços + baixos
 Comissário: Interessante => colocação para produtos
que não teriam mercado.
 Quanto maior o Preço melhor, ok, MAS:
 O café “em consignação” poderia acarretar perdas
 Mesmo que seja o “café fino” de Santos.
 Também havia o Risco Moral: Demonstrando inadequado o
modelo de financiamento/comércio baseado no Comissário
Esgotamento do Sistema de Financiamento
Divergência entre Fazendeiros e Comissários:
 Desde o Império: Tentativas de formação de um sistema
de crédito agrícola
 Necessidade sentida antes do Império
 Demanda de grandes fazendeiros,
 Capital cafeeiro na metade do séc. XIX: M-dO

 Introdução do trabalho Livre em SP:


 Mecanismo expansionista sem precedentes
 Financiamento do comissário: Insuficiênte
 Eliminou o adiantamento de k na aquisição de escravos.
A QUESTÃO DA MÃO-DE-OBRA
A utilização em massa MdO assalariada:
 1ª Fase: Desenvimento do capitalismo no Brasil.
 Mercado de trabalho intenso pos escravidão
 Sudeste: Até 1930: MdO imigrantes

 Estudos de 1882:
 5 milhões entre 13 a 45 anos nas 6 maiores províncias
(RJ, MG, SP, Bahia, Pernambuco e Ceará)
 Escravos: 651 mil, ou 13%
 Livres trabalhando: 1,4 milhão, ou 29%
 Indivíduos sem ocupação certa: 2,9 milhões , ou 58%
A QUESTÃO DA MÃO-DE-OBRA
 A abolição da escravatura (1888):
 Cataclismas sociais e econômicos
 Com a seca catastrófica no Nordeste 1877-1879
 Decadência dos cafezais do Rio de Janeiro
- Sua transformação em pastagens
 Maior população sem rendimentos para subsistência
- Pessoas sem domicílio - Favelas

Então: O que explicaria a importação de imigrantes, apesar


de tantos nativos desocupados?
A QUESTÃO DA MÃO-DE-OBRA
 De 1880 a 1930 (50 anos): 5 mi de imigrantes
- Maior parte em SP
“Espécie de epicentro do desenvolvimento capitalista do país”
 Final do sec. XIX: Metade dos adulto de SP, 10% do país

MDO Nacional: Exército de trabalho potencial e não real.


 Distribuidos pelo Brasil
 Dominados pelos vestígios da opressão do antigo
Sistema explorador (inclusive os pobres livres)
 S ofreram moral, psicológica e fisicamente
 Hábitos de trabalho: Primitivos > Tradições
A QUESTÃO DA MÃO-DE-OBRA
Tratamento diferente imigração por Celso Furtado:
MdO: “Das grandes lavouras cafeeiras” à “zona urbana”

1º) Escravos insuficientes em face a expansão café


 regiões decadentes (Ex: algodoeira do Maranhão)
 tráfico interno para plantações de café do sul
 Esgotamento
 Utilização mais intensa: Maior desgate da MdO

Os fazendeiros SP, e os industriais do RJ e SP: Preferiam


 Operários-imigrantes: cursado escola de trabalho assalaria
 Salários + elevados
A QUESTÃO DA MÃO-DE-OBRA
MdO: “Das grandes lavouras cafeeiras” à “zona urbana”

 Governo federal e as administrações locais do Sudeste:


 Enormes recursos p subsidiar a imigra­ção,
 Superpovoamento agrário.

 Primeiras restrições à imigração (tímidas) 1921


-proibição de pessoas doentes e idosas

 Depois de 1930 (agravamento do problema do emprego):


 Novas restrições.
A QUESTÃO DA MÃO-DE-OBRA
Roberto Simonsen:
 Em 1938 (50 anos depois da escravidão):
“Salário de um trabalhador do Norte e Nordeste inferior aos
gastos com a manutenção de um escravo nos últimos anos do
Império”
 Insuficiente para se alimentar !!
 Escravo não se transformou em operários assalariados,
 Apenas filhos e netos
 “Severa escola da adaptação ao novo modo capitalista de
produção “
A QUESTÃO DA MÃO-DE-OBRA
Outros desafios da MdO no Sistema capitalista:
1 - O baixo nível de desenvolvimento das forças produtivas
2- Concentração das terras mais férteis
> Melhor situadas em latifúndios (monopólio da terra)
= obstáculo à as pessoas livres serem proprietários de terra
> Arrendatários

 Na periferia e zonas de produção agrícola:


 Terras que não pertenciam a ninguém (ou abandonados)
 Meios de subsistência. Sociedade “camponesa”

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