Você está na página 1de 23

A Somália, cujo nome no dialeto local significa

“negro”, está localizada na porção mais


oriental do continente africano, conhecido
como “Chifre da África”. Seu território,
banhado pelo Oceano Índico, limita-se a oeste
com a Etiópia, a noroeste com Djibuti e ao sul
com o Quênia.
Nome Oficial:  República Democrática Somali

População : 9,8 milhões (ONU, 2012)

Capital : Mogadíscio

Área : km 637,657sq (246,201 milhas quadradas)

Cidades Principais: Mogadíscio, Hargeysa, Kismaayo, Berbera, Marka.

Principais idiomas : somali, árabe, italiano, inglês

Grande religião : o islamismo

A expectativa de vida : 50 anos (homens), 53 anos (mulheres)

Unidade monetária : 1 Shilling Somali = 100 centavos

Principais exportações : Gado, bananas, couros, peixes


Divisão administrativa: 18 regiões 

Clima: árido tropical

Composição da População: somalis (98,3%), árabes (1,2%), bantos (0,4%), outros (0,1%) 

Idioma: árabe e somali (oficiais), italiano e inglês

Religiões principais:  islamismo (cerca de 96%)

IDH: 0,285 (Pnud 2012) – baixo

PIB (Produto Interno Bruto): US$ 6,7 bilhões (2016 - estimativa)

PIB per Capita: US$ 620 (estimativa 2016)

Força de trabalho: 3,9 milhões de habitantes (estimativa 2016)

Moeda: xelim somaliano

RELAÇÕES INTERNACIONAIS:Organizações que participa: ONU (Organização das Nações Unidas),


FMI (Fundo Monetário Internacional), Banco Mundial, UA (União Africana).
Histórico somali: colonização italiana e o governo de Siad Barre
A Conferência de Berlim, ao repartir entre as potências europeias o
continente africano para ser colonizado, conferiu à Itália a costa sul da atual
Somália, onde se encontra a capital Mogadíscio, e à Inglaterra o norte, região
conhecida como Somalilândia (ALTMAN, 2011). Em 1936, a Itália, fascista,
unificou suas colônias da Etiópia, Somália e Eritreia na“Africa Orientale
Italiana”, acrescentando ao novo sub-governo da Somália a província de
Ogaden, que fazia parte da Etiópia, apesar de ser habitada por tribos nômades
somalis (MORENO, 2011).

https://pucminasconjuntura.wordpress.com/2012/10/11/um-lampejo-de-esperanca-na-somalia-a-busca-pela-paz-e-as-eleicoes-de-2012/
http://novaescola.org.br/conteudo/256/o-que-foi-a-conferencia-de-berlim
Fonte: WESSELING, H. L. Dividir
para dominar – A partilha da
África 1880-1914.
Rio de Janeiro, Editora UFRJ –
Editora Revan, 2008, p. 462-463.

http://www.qieducacao.com/2011/01/partilha-da-africa-partilha-africa.html
• Em 1941, a Grã-Bretanha expulsa a Itália do Chifre da África e
toma o controle da região, passando a incentivar a plantação de
milho e arroz que levava à sedentarização de grupos nômades
somalis (MENKHAUS, 1996 apud MORENO, 2011). Em 1950, a
Assembleia Geral da ONU aprovou um acordo de tutela[i] com a
Itália, que por sua vez aceitou ser a autoridade administradora do
território somali. Entre as responsabilidades, cabia a educação de
uma elite para assumir a futura administração do Estado soberano
independente (MORENO, 2011).

https://pucminasconjuntura.wordpress.com/2012/10/11/um-lampejo-de-esperanca-na-somalia-a-busca-pela-paz-e-as-eleicoes-de-2012/
• Em 26 de junho de 1960, a colônia britânica da Somalilândia se
torna independente, mas fica assim por poucos dias, já que em 1º
de julho de 1960 o novo país se fundiu com a colônia italiana que
acabara de se tornar independente também, formando então a
República da Somália (CIA, 2012). Moreno (2011) diz que, neste
contexto, em consonância com a narrativa modernizadora do pós-
Segunda Guerra, esperava-se que a Somália fosse capaz de se
autogovernar, graças ao trabalho da potência administradora.

https://pucminasconjuntura.wordpress.com/2012/10/11/um-lampejo-de-esperanca-na-somalia-a-busca-pela-
paz-e-as-eleicoes-de-2012/
• Após oito anos de parlamentarismo, um golpe militar aconteceu no
país em 1969, levando o general Mohamed Siad Barre ao poder.
Siad Barre governou o país por 22 anos, até sua deposição em 1991.
Ele, com um discurso de socialismo científico e islamismo como
força dinâmica e progressiva, é criticado pelos Estados Unidos por
perseguição, prisões e tortura de oponentes políticos (CIA, 2012).

http://adst.org/wp-content/uploads/2015/06/
siad-barre.jpg

https://pucminasconjuntura.wordpress.com/2012/10/11/um-lampejo-de-esperanca-na-somalia-a-busca-pela-paz-e-as-eleicoes-
de-2012/
Consequências

• Esta divisão, feita de acordo com os interesses coloniais, criou


conflitos na sociedade africana, problemas étnicos, econômicos e
políticos. Nenhum regime político funcionou no continente. O
socialismo não foi eficiente e os estados capitalistas tornaram-se
tristes exemplos do mau funcionamento da economia liberal. A
miséria que toma a população do continente tem origens na dívida
externa que cresce a cada ano.
O ANARQUISMO SOMALI

Em 1969, um golpe militar levou um general Siad


Barre ao poder na Somália;

Em janeiro de 1991, rebeldes derrubaram


a ditadura militar e o país se dividiu em várias
regiões, cada qual controlada por um clã ou um
grupo de clãs;

Mais de vinte clãs armados, em disputa territorial,


deflagraram uma guerra civil;
A guerra civil começou quando um grupo de políticos somalis,
respaldados por algumas autoridades regionais, formaram um
governo temporário liderado por Mahdhi que se transformou
no "senhor da guerra" quando sua administração foi desafiada
por outro líder tribal, Aideed. Mahdi, rejeita as afirmações que
foi ele quem suscitou a prolongada guerra civil na Somália.
"Fui eleito legalmente pelos delegados da primeira conferência
de reconciliação realizada em Djibuti. Aideed não esteve nessa
reunião, até seguia combatendo no sul do país, e quando se
inteirou que eu tinha sido designado (presidente) me declarou a
guerra", assinala. Segundo Mahdi, "se Aideed tivesse respeitado
meu mandato, ele teria sido meu sucessor (no poder) e Somália
não se encontraria no estado em que está".
https://noticias.terra.com.br/mundo/somalia-completa-20-anos-de-conflitos-e-
anarquia,8b382ed4f18da310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.html
A área que ficou mais conhecida pela mídia internacional constituía um
triângulo entre as cidades de Mogadíscio, Kismayu (mais ao sul) e Belet Weyn
(ao norte da capital). Nela se desenvolveram dois níveis distintos de violência:
clãs e subclãs organizados em milícias lutando uns contra os outros na tentativa de
controlar as áreas mais férteis e ricas em recursos naturais (como a região entre os
rios Juba e Shabele); e as práticas exclusivas de roubo, pilhagem e intimidação
exercidas por adolescentes e jovens armados, sem vínculos clânicos, conhecidos
como mooryaan.7

A falta de uma autoridade central que visse a situação somali de uma maneira
macro levou a uma espécie de isolamento regional de cada área do território, O
que realmente aconteceu foi que deu-se por falta de um grupo que realmente
controlasse a capital (ou os principais instrumentos institucionais e políticos) e
que se apresentasse apto a exercer o poder de governo na Somália.
A falta de leis no país abriu espaço para o
crescimento do extremismo religioso.

O islã é a religião oficial do Estado e não há


espaço para outras crenças. (SHARIA).

Sharia é um conjunto de leis islâmicas que são


baseadas no Alcorão, e responsáveis por ditar
as regras de comportamento dos muçulmanos.

O grupo extremista islâmico Al-Shabaab


declarou publicamente que “quer a Somália livre
de cristãos”.
• Aqueles que são suspeitos de serem cristãos
recém-convertidos do islamismo são
frequentemente mortos no local em que são
descobertos.

• O Al-Shabaab espiona as companhias de


telecomunicação móvel em busca de
informações;

UNOSSOM I –

Poucos soldados;

Cessar fogo não respeitado;

Milicias se reforçaram a fim de impedir a distribuição de alimentos;



UNITAF – unitad task force

UNOSSOM II -

INGSSOM

AMISSOM
A missão dos Estados Unidos na Somália começou no dia 3 de
outubro de 1993 e deveria durar apenas 60 minutos, mas acabou
se estendendo para quase um dia todo. A pedido da ONU, os
americanos buscavam aprisionar dois influentes tenentes
subordinados ao líder da região, Mohammed Farrah Aidid, como
forma de abrandar a guerra civil e a fome que assolavam o país.
O plano não só deu errado, como também resultou em 18
soldados americanos mortos, 73 feridos e dois helicópteros do
modelo Falcão Negro (Black Hawn) abatidos (daí vem o título).

http://guerrasafrica.blogspot.com.br/2007/10/somlia.html
Em maio de 1991, a região que anteriormente correspondia à Somália

Britânica declarou sua independência com o nome de República da

Somalilândia;

Em 1998 registaram-se mais duas cisões no país, e uma quarta

em 1999, todas elas de contornos pouco claros. 

Em outubro de 2004 elegeu-se Abdullahi Yusuf Ahmed como

presidente do Governo Nacional de Transição. A eleição aconteceu

em Nairóbi, capital do Quênia, já que Mogadíscio era controlada por

chefes tribais.
O INTERESSE DOS ESTADOS UNIDOS
O principal interessado, continua Mohamed, são os Estados Unidos,
especialmente pela localização geográfica estratégica (na região do
Golfo Pérsico, rota utilizada pelos países produtores de petróleo) e
pelo controle do próprio petróleo. Empresas norte-americanos têm
concessão para a exploração do recurso natural, mas chineses
ameaçam o domínio dos EUA.

O diretor da Rede de Paz e Direitos Humanos - Peace and Human


Rights Network (PHRN), Abdinasir Ahmed Osman, trata em
minúcias os interesses envolvidos no conflito bélico em curso na
Somália. “As companhias norte-americanas sabem mais sobre o
petróleo da Somália do que os próprios somalis”, discorre.

http://cartamaior.com.br/?/Editoria/Movimentos-Sociais/A-guerra-na-
Somalia-e-os-interesses-dos-Estados-Unidos/2/12368

Você também pode gostar