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Sociologia da Religão

Objetivos

 Explicitar os principais conceitos antropológicos que auxiliam na compreensão das religiões como um
fenômeno contemporâneo.
 Introduzir as/os/es alunas/os/es ao campo da antropologia e da sociologia das religiões, em especial do
cristianismo, buscando refletir sobre os modos de enunciação de uma gramática religiosa nas
experiências sociais.
 Contextualizar as noções de laicidade, esfera pública e ação política nas experiências religiosas
constituídas no sul global.
 Apresentar a religião como uma categoria interseccional cujos sentidos são estabelecidos na relação com
outros marcadores socais da diferença, tais como raça, classe, gênero, sexualidade e território.
 Pensar a associação entre mídia, vivências urbanas, imagens de violência e adesão religiosa na
constituição dos sujeitos sociais
Temáticas principais da disciplina

1. Religião e política no Brasil e na América Latina


2. Mito, rito e as epistemologias afro-brasileiras
3. Corpo, cura e ritual
4. Religião, secularismo e espaço público
5. Gênero, religião e colonialidades
6. Mídia e religião no Brasil
7. Violência urbana e experiência religiosa
Diálogos entre religião e neoliberalismo
AVALIAÇÃO

1. Etnografia em grupo: Produção de um Ensaio (grupos de até 5 pessoas)


2. Participação em aula/ presença

Os critérios das avaliações (escritas) serão: clareza dos argumentos e síntese escrita dos 
conteúdos ministrados.

Data de entrega: 21/07


Por que é preciso pensar sobre religião?
 

religião é bom pra pensar


 

“bon à manger" e "bon à penser”


Claude Levi-Strauss
Religião e política na América Latina

2018 - Annus horribilis

O annus horribilis de 2018 se inicia com eleições na Costa Rica, Paraguai,


Venezuela, Colômbia, México e culmina com a eleição de Jair Messias
Bolsonaro no Brasil, esse último acontecimento que condensa na América
Latina a ascensão mundial do autoritarismo por vias democráticas

em que medida o fator religioso contribui para esse processo?


O Latinobarómetro fez um mapeamento do perfil religioso das
populações adultas de dezessete países latino-americanos entre 1996 e
2015. Os dados permitem considerar que o panorama religioso atual da
região é altamente dinâmico e está se tornando cada vez mais plural na
maioria dos países. Essa pluralidade se deve ao crescimento de
evangélicos e ao aumento dos indivíduos sem religião. 
O país menos católico da América Latina é o Uruguai, que também tem a
maior proporção de habitantes que se declaram sem religião
A transição religiosa no Uruguai acontece entre católicos e os sem
religião

Os países com maiores percentuais de evangélicos


são Guatemala e Honduras. Em seguida, aparecem El
Salvador e Nicarágua. Estes quatro países são aqueles em que a mudança
de hegemonia entre católicos e evangélicos está mais adiantada.

Numa etapa intermediária da transição estão Chile, Brasil e Costa Rica,


sendo que a proporção de católicos no Chile é menor do que no Brasil, mas
tanto o Chile como a Costa Rica possuem maior proporção de pessoas que
se declaram sem religião, enquanto no Brasil os evangélicos ocupam o
segundo lugar.
Panamá, Bolívia, México, Argentina, Peru, Venezuela e Colômbia são
países que estão numa etapa inicial da transição religiosa, pois a
presença dos católicos, embora em queda relativa, ainda se encontra
na faixa de 70 a 80%.

Os dois países que apresentam as menores mudanças


são Equador e Paraguai, onde os católicos continuam com mais de
80% das filiações religiosas, como pode ser visto na figura abaixo.
No Brasil
No Brasil
No Brasil
No Brasil
Religião e Agencimamentos políticos
Cena: Votação pelo processo de impeachment de Dilma Rousseff na Câmara Legislativa
Federal

Cartografia discursiva:
família — 117 vezes (que veio associada aos termos “honra”, “respeito”, “consciência”)
nação — 28 vezes
referências a deus — 43 vezes
A expressão “pedaladas fiscais”, acusação formal do processo jurídico-político, foi citada apenas oito vezes entre os 367 deputados que
votaram a favor do impeachmen
Como podemos olhar para a cena do
Parlamento?
• 1. O primeiro é o modelo hierárquico-católico que pressupõe que todo o
Brasil é cristão, sendo o catolicismo a matriz cultural do país, e sua
visão societária se alicerça na noção de nação

• 2. O segundo é o representativo eleitoral pentecostal, se constitui no ideário


de minoritarização e cidadania, a participação no jogo das regras democráticas
e a profissionalização na participação eleitoral e desempenho político dos
candidatos eleitos
• 3. O terceiro modelo é o ecumênico interreligioso, sem organização
parlamentária, abrange atores religiosos, ONGs, ativistas, congregando-se para
incidir publicamente na formulação de políticas públicas e projetos de lei. 
Minoritização como estratégia para ação
política
 

Glocalização = Local/Global. (William Connolly)

Pensar as complexas relações entre o local e o global, que o conceito de glocalização visa a esclarecer, na
verdade impõe um sério questionamento de definições puramente espaciais

Problematizar a dimensão quantitativa das noções de minoria/maioria

a categoria identitária de minoritarização sugere uma tea-partidização de um segmento evangélico-


pentecostal brasileiro

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