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ESCOLA DE EDUCAÇÃO PERMANENTE DO HOSPITAL DAS

CLÍNCAS DA FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE


SÃO PAULO-EEPHCFMUSP

CURSO TÉCNICO EM RADIOLOGIA MÉDICA DISCIPLINADE INFORMÁTICA


APLICADA À RADIOLOGIA

ESTUDO DE CASO – ENVENENAMENTO


POR POLÔNIO - 210

SIMONE MARIA FERNANDES DE CAMARGO – RAIOX 22/24


ALEXANDER VALLEROVICH LITVINENCO – EX -
OFFICIAL RUSSO DA KGB
POLÔNIO- 210
• A exposição ao Polônio – 210, a qual o Sr Litvinenco foi exposto, se
confundiu com a infecção ou exposição a toxinas químicas, como o
Tálio.
• O diagnóstico pode ser retardado e até perdido, sem um alto grau de
suspeição
CRONOLOGIA DA MORTE
• Homem, 43 anos, deu entrada no hospital, com dor abdominal aguda,
diarréia e vômitos. Diagnosticado com Gastroenterite.(tabela 1)
• Paciente levanta a hipótese de envenenamento,revelando assim sua
verdadeira identidade e origem
• Em seis dias, desenvolveu trombocitopenia e neutropenia, em duas
semanas, insuficiência da medula óssea, alopecia e mucosite.
Suspeitou-se de envenenamento por Tálio.
• Em três semanas, desenvolveu falência de múltiplos órgãos .
• No vigésimo terceiro dia após adoecer, sofreu parada
cardiorrespiratória. Não pode ser reanimado.(Fig 1)
DESCOBERTAS
• Busca por uma radiotoxina foi realizada em várias linhas.(Fig 2)
• Exposição do esfregaço de sangue em uma lâmina de vidro a um filme
de radiografia, mostrou que o filme de radiografia exposto a partes do
esfregaço de sangue não cobertos pela lâmina de vidro, desenvolveu
opacidade, o que era consistente com a presença de uma substância
radioativa no sangue. (Fig.3)
.

• Após morte do paciente, resultados da análise, confirmariam a


presença de Polônio-210, em torno de 825 Bq, por ml de urina.(Tab 2)
RESULTADOS POST-MORTEM
• Estimou-se que o paciente havia ingerido cerca de 100 GBq de
Polônio-210, provavelmente como um sal solúvel (por exemplo –
cloreto), que forneceu doses de radiação muito altas.
• Exame post-mortem foi realizado por patologista forense, no dia 3º de
novembro, na presença de um oficial de proteção radiológica.(Fig. 4)
• Precauções para evitar a exposição a radiação incluíram o uso de
trajes de proteção.
• Usado espectrometria de raios gama, para estimar as concentrações
totais de Polõnio-210 nos órgãos.
• Estimou-se que doses cumulativas de radiação nos órgãos de um homem adulto,
70 kg, durante 22 dias após a ingestão de 4,4 GBq de Polônio-210, são letais.
DISCUSSÃO
• Polõnio-210 é um elemento radioativo natural. Decai para chumbo-206 estável,
emitindo uma partícula alfa, com excitação ocasional no núcleo e emissão de raios
gama de 803 KeV. Tem meia vida de 138 dias.
• Os primeiros sintomas de envenenamento são indistinguíveis daqueles de uma
ampla gama de toxinas químicas, portanto o diagnóstico pode ser perdido ou
retardado.
• O Polônio-210 pode ser transportado com facilidade e segurança, sem detecção.
• O contador Geiger, neste caso, não foi capaz de detectar a radiação. A
espectroscopia de partículas alfa é a melhor maneira de testar radiotoxinas como o
Polônio-210.
• Esse caso faz com que aumentemos a consciência sobre a possibilidade de que
materiais radioativos possam ser usados como venenos , com efeitos castatróficos.
INVESTIGAÇÃO
• Litvinenko adoeceu após encontro com dois ex- oficiais da KGB.
Suspeitou-se que o veneno tenha sido colocado na xícara de chá.
• Entre os locais investigados, os que apresentaram resultados positivos
para a contaminação por Polõnio-210, estavam o hotel onde Kovtun
se hospedou, na casa da ex-sogra e na casa da ex-mulher, além de
uma trilha que envolveu centenas de pessoas e dezenas de locais.
• Antes de morres, Litvinenko confessou que liderou uma ação de
contrabando de material nuclear na Russia. Transportou material
radioativo para Zurique , na Suiça , em 2000.
Andrei Lugovoi Dimitri Kovtun
Dados Bibliográficos

Envenenamento por polônio-210: um relato em primeira mãoAmit C Nathwani, James F


Down, John Goldstone, James Yassin, Paul I Dargan, Andres Virchis, Nick Gent, David
Lloyd, John D Harrison

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