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Redação para concurso:

Prefeitura de São João da Barra

Prof.ª Sarita Erthal


É possível escrever bem
Escrever está na moda. As novas tecnologias de
comunicação, quem diria, ressuscitaram o valor da
escrita. Já não se escrevem cartas como
antigamente, mas concisas mensagens eletrônicas.
Já não se admitem relatórios longos e complexos.
Tempo é dinheiro. Relatórios devem ser objetivos
e contundentes. E os vestibulares? Estudante não
entra na faculdade se falhar na redação. Nunca se
precisou tanto da escrita quanto agora.
A arte de pensar
Quem já passou horas diante de uma tela em
branco do computador em dúvida sobre por onde
começar sabe o que é angústia. Os mais velhos
devem se lembrar das páginas arrancadas das
máquinas de datilografia quando se instalava a
tortura. O papel jogado na lata de lixo tinha a
vantagem de materializar o peso do tormento na
vida dos candidatos a Machado de Assis, Elio
Gaspari ou Roberto Pompeu de Toledo. Com o
computador, não há sinais de sofrimento, mas ele
continua, firme e forte.
Tanta dor tem uma causa. O texto passa a
existir muito antes de tomar corpo na tela.
Nasce, primeiro, na cabeça do autor. A
habilidade de escrever é resultado da
habilidade de pensar – pensar de forma
ordenada, lógica e prática. Sem esse exercício,
não há como encher a tenebrosa tela branca.
Como começar?

• Gaste tempo pensando sobre o que você quer


escrever e, só depois, com um roteiro à mão,
sente-se à frente do computador

• Trace um plano de voo


• No caso de uma redação, é muito importante
que você planeje o que quer dizer, pois muitas
vezes ideias complexas tornam-se prolixas e
você não pode perder a sequência lógica do
que pretende escrever.
• Antes de começar a redigir seu texto, planeje-o,
escrevendo, em itens, os pontos que gostaria
de abordar.
Linguagem, língua e fala
O que é comunicação?
Elementos da comunicação
Linguagem

TEXTO DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVO
linguagem formal X linguagem informal

• Fala: expressões coloquiais, convenção


desnecessária, gírias, palavras ou termos
inadequados.
• Os deslizes cometidos na fala nem sempre são
percebidos.
• Esse tipo de linguagem nada tem de errado ou
ineficaz: tudo depende do público alvo.
ATENÇÃO!!!!

• O fato de ser informal não significa que


podemos cometer erros!

• Quanto melhor se fala, melhor se escreve!


Fala X Escrita
• Falamos:

Todo pai precisa ficar de olhos bem


abertos para qualquer mudança de
comportamento em seus filhos.
Fala X Escrita
• Mas escrevemos:

Todo pai deve atentar para qualquer


mudança de comportamento em seus filhos.
Fala X Escrita
• Falamos:

O gerente atropela todo mundo quando


quer algo.
Fala X Escrita
• Mas escrevemos:

O gerente não se importa muito com os


outros quando quer algo.
Escrever não é um dom e, sim, uma técnica. O dom faz parte do universo
dos poetas, letristas, entre outros.

COMO SER COERENTE


Coerência

• Redigir com objetividade, clareza,


argumentação e coerência. Essa é nossa meta.
Coerência

• Coerência é a capacidade de um texto manter


um mesmo fluxo de pensamento, com início,
meio e fim. Para tal, o encadeamento das
ideias e o uso de um bom vocabulário são
condições básicas para um texto claro, sem
“ruídos” na comunicação.
Escreva com clareza

• Escrever “bonito” pode até impressionar, mas


não quer dizer nada.
Basta escolher uma palavra de cada coluna para se chegar a uma
receita infalível. Por exemplo:
a empresa está com problemas de queda no faturamento?
A solução tanto pode ser 5-3-1 quanto 2-5-4, ou talvez 4-4-3, ou
outra combinação à sua escolha, porque qualquer uma delas
sempre dá a impressão de ser adequada.

1- implementar 1- balanceamento 1- diferencial

2- redimensionar 2- estruturação 2- exponencial

3- dinamizar 3- setorização 3- funcional

4- flexibilizar 4- operacionalidade 4- transicional

5- alavancar 5- estabilização 5- sistêmica


Prefeitura de São João da Barra

MANUAL DO CANDIDATO
8.2. A Prova Discursiva (PD), para os candidatos aos cargos de Professor II, será
composta de uma redação sobre casos de conhecimentos específicos.

8.2.1. A pontuação máxima para esta prova será de 100 (cem) pontos.

8.2.1.1. O candidato só será aprovado na etapa de Prova Discursiva se obtiver


50 (cinquenta) % do total de pontos previstos para esta etapa. Caso fique
abaixo de 50 (cinquenta) %, o candidato será reprovado e consequentemente
eliminado do concurso público.
[...]
8.2.3. O candidato deve responder dentro do espaço correspondente na Folha
de Respostas. O caderno de Folhas de Respostas contém uma folha com 30
linhas para resposta, sendo disponibilizada uma folha de rascunho identificada
no centro da página.

8.2.4. O preenchimento das Folhas de Respostas será de inteira responsabilidade


do candidato, que deverá proceder em conformidade com as instruções
específicas contidas neste edital e na capa do Caderno de Questões (Prova).
Em hipótese alguma haverá substituição das Folhas de Respostas por erro do
candidato.
• Atribuição de nota zero:

*Fuga ao tema;
*Fuga à tipologia;
*Texto sob forma não articulada verbalmente;
*Menos de 25 linhas;
*Sinal que possibilite a identificação do
candidato;
*Uso de lápis.
DÚVIDAS COMUNS

• Linhas: respeite o número de linhas: 25 a 30.

• Margens: obedeça às margens direita e esquerda,


bem como a do parágrafo.

• Letra: faça letras de tamanho regular. Diferencie


maiúsculas de minúsculas. Não as misture.

• Retificações: (atráz) atrás


• Título:
Não existe propriamente uma regra a respeito da
posição do título em relação ao texto, mas é
importante centralizá-lo em relação às margens da
folha.

• Translineação:

Hífen ao lado da palavra: excepciona-


lidade.
• Abreviaturas
Evitar esse recurso de qualquer maneira.

• Registro de números
A rigor, não existe uma regra a esse respeito, mas é
possível adotar certa convenção gráfica:

Quando se tratar de um número que possa ser


escrito com uma única palavra, utilizam-se os
numerais. Ex.: duzentos, mil, quinto. (não os
algarismos: 200, 1000, 5º)
• Conversa com o leitor

No texto dissertativo-argumentativo, é um
tanto arriscado “conversar com o leitor”, que
nesse caso é o examinador.
• Ortografia e acentuação
Quantos pontos serão descontados por cada erro
de ortografia ou de acentuação?

Não existe uma quantidade pré-


-determinada de pontos descontados por erros.
O problema é muito mais psicológico: cada
pequena falha dá ao examinador a impressão
de que o texto está mal escrito. Por esse
motivo, devemos nos preocupar em NÃO
ERRAR!
O QUE É DISSERTAÇÃO?
Trata-se da discussão de problemas por meio de um texto
argumentativo, o qual deve apresentar introdução,
desenvolvimento e conclusão, adotando-se o padrão de quatro
parágrafos. Em cada parágrafo, deve haver um mínimo de dois
períodos com, aproximadamente, três linhas em cada um.
Tal texto deve ser objetivo, veiculando informações
consensuais. Sua finalidade não é literária. Visa a convencer. A
persuadir o leitor.
Evite definições e críticas virulentas às instituições
(Universidade, autoridades, ...), bem como manifestação de
preconceitos.
Dúvidas comuns
• Ponto de vista

O que se avalia não é a opinião defendida,


mas a capacidade de fundamentá-la
adequadamente. Por isso, o importante é
construir embasamentos adequados..
Uso da 1ª pessoa do plural (nós)
• Todo texto que utilize “nós” ou “devemos”, por
exemplo, deve ser caracterizado como pessoal.

• O texto dissertativo se caracteriza, basicamente, pelo


uso da linguagem impessoal. Essa impessoalidade é
necessária ao teor objetivo desse tipo de texto.

• NÃO se deve usar a linguagem pessoal em


dissertações.
ESTRUTURA
Introdução IMPORTANTE:
(+/- 5 linhas) Todos os parágrafos
Desenvolvimento 1 deverão conter, no
(+/- 10 linhas)
mínimo, dois períodos.

Desenvolvimento 2
Cuidado:
(+/- 10 linhas) O período termina no
Conclusão ponto final.
(+/- 5 linhas)
Dimensão do parágrafo
• O parágrafo é uma unidade de texto que
desenvolve um tópico ou ideia principal.
• Não existe um número pré-definido de
quantas linhas são necessárias para o
desenvolvimento de um tópico. Entretanto,
quando se trata de uma redação para
concurso, em que se existe um limite proposto
pela banca, é melhor usar o bom senso:
Dimensão do parágrafo
• Considerando-se o número de 25 a 30 linhas
ao todo e a necessidade de fazer quatro ou
cinco parágrafos no texto (introdução, três de
desenvolvimento e conclusão), a média é de
cinco a seis linhas por parágrafo.
Obs.: Obviamente, um candidato pode escrever uma redação
excelente “pervertendo” essa média ou fazendo um número
diferente de parágrafos. Convém ressaltar que se trata de
exceção à regra, algo que apenas os melhores redatores
conseguem dominar.
Aprofundamento
• “Escreva mais”, “Desenvolva melhor suas ideias”,
“Aprofunde”...

• Diante de observações como essas, o aluno precisa


observar que há necessidade de maior
aprofundamento das ideias no parágrafo.
• Palavras a mais, frases com comentários supérfluos e
explicações repetitivas podem ser subtraídas do texto,
aumentando o espaço disponível para investigar as
causas mais profundas de cada ideia.
Adequação do vocabulário
• Muitas vezes, os problemas com as redações não
dizem respeito à gramática pura e simples, mas de
questões relativas à escolha de vocabulário.
• Algumas palavras não se combinam com outras por
uma questão de uso. Dizer, por exemplo, pode
constituir um equívoco, uma vez que não se trata
propriamente de um “fato”, mas de um
“fenômeno” ou “processo”.
• Para melhorar a seleção lexical: PRÁTICA ATIVA DE
LEITURA E REDAÇÃO.
Conectivos
• COESÃO – responsável pelo estabelecimento de
relações entre as partes do texto.

• Com ou sem conectivos, um texto deve ser coeso.


Os termos de conexão constituem apenas uma
forma de atingir esse objetivo, não sendo
fundamental a sua presença em todos os momentos
do texto. Sua presença excessiva, ao contrário, pode
tornar o texto um tanto quanto infantil.
Interpretação de temas afirmativos
• Temas sob forma de perguntas = geralmente,
maior facilidade de interpretação.

• Temas sob forma de frases afirmativas = ??


Não é necessário concordar com a frase,
desde que se defenda o ponto de vista oposto.
• (Essa pode ser uma estratégia inteligente,
desde que não haja fuga do tema)
Estrangeirismos
• A prova de redação faz parte da avaliação de língua
portuguesa, por isso, recomenda-se o uso da norma
culta vigente, o que exclui o uso de termos de origem
estrangeira, sobretudo quando existe uma palavra
equivalente em português.
• Exceções: Se, por exemplo, o tema cobrado for o uso
desses estrangeirismos no Brasil, o aluno pode citar
alguns exemplos para defender sua posição.
Entretanto, ele deve colocá-lo entre aspas,
caracterizando o caráter de citação.
Reticências e pontos de exclamação
• Uma vez que ambos reproduzem, na escrita, aspectos
emotivos da fala, seu uso em dissertação
caracterizaria certa subjetividade, o que é
inadequado.
• Reticências: transmite ideia de suspiro ou de
imprecisão.
• Pontos de exclamação: Passa a ideia de surpresa ou
impacto.
Obs.: Ou essas emoções devem ser evitadas ou
realizadas por meio da seleção vocabular.
Uso de exemplos
• Se realmente for necessário comprovar um
argumento com um exemplo, faz sentido usá-lo.
• Não usar exemplos para aumentar o texto
(“encher lingüiça”).

• IMPORTANTE: Os exemplos precisam ter caráter


sintético. Do contrário, o texto perde seu caráter
argumentativo, tornando-se mera exposição de
fatos.
Uso de citações
• Muitas vezes, as citações servem ao simples
propósito de mostrar erudição ou cultura. O
problema é que os examinadores tendem a
ser pessoas culturalmente preparadas, que
não se deixam levar por demonstrações desse
tipo, sobretudo vazias.
Uso de citações
• Em muitos casos, o uso de citações acaba
igualando o candidato a muitos outros. Isso
decorre do fato de que algumas dessas frases de
amplo conhecimento público acabam sendo
lembradas por muitas pessoas ao mesmo tempo.
• Em todo caso, usar trechos de outros autores não
é algo, em si, negativo. Se o aluno souber
contextualizar bem o fragmento, ou recriá-lo, se
ele optar por frases menos óbvias, se ele fizer uma
associação criativa, não há qualquer problema. Ao
contrário, a citação pode até enriquecer o texto.
Utilização de parênteses
• ( ) Constituem um sinal de separação de um
comentário dentro do texto.

• Normalmente, esse recurso é utilizado para a


inserção de um adendo que não se encaixa
perfeitamente na fluência verbal e que tem
valor acessório.
Utilização de parênteses
• Em uma redação de concurso, porém, a
colocação de um comentário à parte no meio
do texto pode caracterizar um problema: ou o
candidato foi incapaz de adaptar o comentário
ao todo, ou esse comentário é irrelevante,
podendo ser retirado. Isso ocorre porque o
número de linhas é muito limitado para que se
perca espaço com algo pouco importante.
INTRODUÇÃO
• Deve ser breve. Equivale a um trailer do trabalho.
• Só deve ser feita após estar concluído o “banco de
ideias”.

• Partes:
Assunto (geral);
Tema (específico);
Posicionamento (delimitação por meio de opinião);
Encaminhamento de solução (caso o tema proponha um
problema).
TIPOS DE INTRODUÇÃO
Proposta:
O planeta (ASSUNTO) vem sendo,
sistematicamente, vítima da destruição
(TEMA) provocada pelo homem. O ar, a água e
a terra apresentam alto grau de poluição
oriunda das mais diversas fontes (D1).
Providências imediatas, de nível pessoal e
social (D2), devem ser tomadas a fim de
reverter esse processo.
DECLARATÓRIA
A natureza está sendo submetida a um alto
nível de degradação. Tanto os indivíduos
quanto as indústrias destroem o ecossistema.
Tal atitude precisa ser repensada, para que
todos possam viver em harmonia com o meio.
LEVANTAMENTO DE HIPÓTESE
Proposta: A violência contra o menor (TEMA) no
Brasil (ASSUNTO).
O Brasil, a despeito de ter alcançado o posto de
sexta economia mundial, permanece apresentando
problemas que não se coadunam com tal status. A
violência cometida contra o menor tem origem na
miséria – a principal responsável pela desagregação
familiar. Assim sendo, faz-se necessário o esforço
conjunto de sociedade e poder constituído, a fim de
reverter esse quadro.
PERGUNTAS
Proposta: A violência contra o menor (TEMA)
no Brasil (ASSUNTO).

É possível imaginar o Brasil como um país


desenvolvido e justo socialmente enquanto
existir tanta violência contra o menor? Onde
serão encontradas soluções factíveis para tal
problema?
HISTÓRICA
Proposta: A violência contra o menor (TEMA)
no Brasil (ASSUNTO).

No Brasil, às crianças nunca foi dada a


importância devida. Em Canudos e em
Palmares, não foram poupadas. Na Candelária
ou na praça da Sé, continuam não sendo.
COMPARAÇÃO SOCIAL, GEOGRÁFICA OU DE
QUALQUER OUTRA NATUREZA

Pixote ou Zé Pequeno, personagens,


respectivamente, dos filmes “Pixote” e “Cidade
de Deus”, exemplificam, de forma magistral, a
triste realidade a que são submetidas muitas
crianças brasileiras. Vítimas da violência, fruto
da miséria e do abandono, constroem,
diariamente, um país envergonhado – ou que,
pelo menos, deveria sê-lo.
COMPARAÇÃO POR OPOSIÇÃO
Em um mesmo território – que mais
parecem dois mundos distintos –, o Brasil,
veem-se as crianças que frequentam boas
escolas e as que habitam o asfalto das grandes
cidades. Enquanto aquelas constroem um
futuro, estas, vítimas da violência, edificam a
ausência de um amanhã. Contudo, seja na
Vieira Souto, seja na Rocinha, a necessidade
de todas elas é a mesma: cuidados.
CITAÇÃO OU ARGUMENTO DE AUTORIDADE

Segundo Goethe, “só é possível ensinar


uma criança a amar, amando-a”. Não é essa a
realidade de um enorme contingente de
crianças brasileiras: vítimas da violência diária,
aprendem, muito cedo, a odiar e a descrer. Em
verdade, no Brasil, um grande número de
menores nunca teve ou terá a chance de
vivenciar a infância.
DESENVOLVIMENTO
• Parte mais importante e mais extensa.
• D1 – análise e desdobramento do tema;
• D2 – argumentos que deem suporte à(s)
análise(s) depreendida(s) no D1.

• Proposta: É necessário sofrer para nos


tornarmos pessoas melhores?
TIPOS DE DESENVOLVIMENTO
HIPÓTESE
A dor pode levar ao aprendizado moral e servir
como valorosa lição de vida. Contudo, essa máxima
proferida por alguns não é inquestionável. O
sofrimento desmedido, daquele que furtou comida
em um supermercado e acabou enjaulado em
ambientes superlotados, ao lado de outros presos
não raro, mais perigosos, dificilmente edificará ou
trará qualquer benefício ao detento, senão o ódio e
a frieza, ingredientes que poderão torná-lo um
perigoso bandido, de fato.
PARALELISMO
A evolução humana ocorreu no sentido de
proporcionar o bem-estar e diminuir o sofrimento alheio.
Por meio da medicina, das inovações tecnológicas ou das
novas formas de relacionamentos interpessoais, tudo se
desenvolve para amenizar a dor. Caso esse sentimento
fosse capaz de tornar alguém melhor, as crianças pobres,
desnutridas e aidéticas da África seriam as mais
excelentes do mundo e não estariam expostas ao
descaso e à hipocrisia das nações ricas as quais
relativizam o problema em função de interesses
próprios.
CAUSA/CONSEQUÊNCIA
Na Idade Média, os clérigos incutiam, na mentalidade do
povo simples, que a dor era agradável aos olhos do Pai. Isso
acontecia numa sociedade feudal e estamental para que os
servos não se revoltassem contra a ordem vigente, exigindo
mudanças.
[...]
Não precisamos voltar tanto no tempo: hoje, fazemos
promessas para conseguir realizar desejos e prometemos
sofrimento em troca, o que se tornou um costume enraizado em
nossa cultura. Não é fácil modificar a concepção de que, para
sermos felizes, dignos, precisamos passar por experiências
dolorosas.
EXEMPLIFICAÇÃO
A ideia de se corrigir uma pessoa é relativa. Não
obstante, tratando-se de nossa sociedade, é
importante salientar que ninguém precisa utilizar-se
de atitudes masoquistas para melhorar no que quer
que seja. Em certos casos, a autoagressão cria feridas
físicas e psicológicas profundas, de difícil tratamento.
Um exemplo a ser citado é a instituição católica Opus
Dei, que, em seus ensinamentos, promove a tortura
corporal e a abstenção de qualquer atividade – e até
mesmo pensamento – que induza à sexualidade.
TIPOS DE ARGUMENTOS
Argumento, do latim, argumentatio, ónis, que significa
‘raciocínio lógico, demonstração’.

Identificada a TESE (sua opinião), faz-se a pergunta ‘por


quê?’
A resposta é o ARGUMENTO.

1. de autoridade: Aristóteles dizia que a melhor das vidas era


“aquela sem nenhuma sabedoria”, já pensando no excesso
de códigos e convenções que permeiam até hoje nossa vida.
Sartre provou-nos: “o homem está condenado a ser livre”.
2. baseado no consenso: Ora, transgredir é inerente ao
Homo Sapiens. Todo o processo histórico deriva de
pessoas ou de grupos que ousaram contestar as normas
vigentes de seu tempo. É natural discordar.

3. baseado em provas concretas: Chico Buarque, por


exemplo, é fundamental representante da indignação da
população brasileira durante o regime militar, visto que
mostrou sua inconformidade por meio de lindas canções.

4. de competência linguística: É essa sistemática


conservadora do pensamento, por fim, que ao mesmo
tempo nos impede de destruir e nos força a trespassar o
escudo dogmático.
CONCLUSÃO
• Parte menos extensa.
• Replay= TEMA + TESE + SOLUÇÃO;
• Fato novo = ideia ou argumento;
• Uso de conjunções e expressões conclusivas na abertura

NÃO USE FÓRMULAS PRONTAS PARA INICIAR A


CONCLUSÃO!
(ex.: Conclui-se, Concluímos, De acordo com os
argumentos citados anteriormente, Com base na
problemática acima enfocada, etc.)
QUALIDADES BÁSICAS DA REDAÇÃO
• UNIDADE: consiste em fixar-se em uma ideia central no
decorrer do texto; numa sequência lógica, os
argumentos enriquecem o tema, sem pormenores
desnecessários ou redundâncias.

• COERÊNCIA: reside na associação e correlação das


ideias entre os períodos e entre os parágrafos.

• ÊNFASE: consiste no fato de a ideia-núcleo estar em


destaque e ser reforçada subsequentemente.
O TEXTO DE APOIO

• Apreender o essencial.

• Não fazer paráfrases.

• Não repetir o óbvio.

• Não utilizar os mesmos exemplos.


AVALIAÇÃO DO CONTEÚDO
• Domínio da tipologia.
• Organização do texto.
• Desenvolvimento do tema e do ponto de vista
(intencionalidade)
• Qualidade do conteúdo (ausência de ‘achismos’ e
de senso comum).
• Coesão textual.
• Investimento autoral (breves excertos descritivos
ou narrativos)
(propostas)

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