Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ASPECTOS FORMAIS
O título
A reforma agrária
A pobreza nas grandes cidades
A letra
A letra não precisa ser bonita (não é um teste de caligrafia), mas deve
ser legível. Você pode usar qualquer tipo de letra, mas não faça caracteres
diferentes do convencional com o argumento de que o meu "m" ou o meu "j"
sempre foram assim. Você não estará lá para dizer isso ao corretor.
As margens
Os limites
Os erros
Os parágrafos
A estrutura
TIPOS DE REDAÇÃO
A REDAÇÃO ARGUMENTATIVA
Primeira hipótese:
Segunda hipótese:
Como fazer?
Para elaborar adequadamente uma redação, antes de começar a
escrever, é preciso pensar, quer dizer, planejar o texto. Diante da pergunta
proposta, existem duas respostas bem simples: sim ou não. Este é o momento
de o candidato refletir sobre os argumentos que pode utilizar no caso de
resposta positiva ou negativa. Afinal, será preciso preencher trinta linhas. Bem,
então, vejamos: é mais fácil encontrar argumentos para sustentar que beleza é
fundamental ou que não é? Bem, a resposta parece óbvia: é mais fácil
sustentar que beleza não é fundamental. As maiores expectativas dos jovens,
em geral, são uma relação afetiva feliz e sucesso na profissão. Nem um nem
outro desses projetos dependem de beleza física. Então, já é possível fazer a
primeira escolha (que é a mais importante), a escolha da tese, do ponto de
vista que se vai defender. Essa opção deve ocorrer depois de refletir sobre
os argumentos que se poderão empregar. Aí, então, teremos a nossa
mensagem e os nossos argumentos. Podemos começar.
A introdução
O desenvolvimento
Conclusão
Os antigos já diziam que "beleza não põe mesa". Quem quiser realizar-
se em suas atividades profissionais precisa de talento ou, pelo menos, de
disciplina e dedicação; quem quiser ser feliz em suas relações afetivas trate de
substituir o egoísmo pela solidariedade. Beleza só é fundamental mesmo num
concurso de beleza.
Outro exemplo
Introdução
Desenvolvimento
Conclusão
Outro exemplo
"Não há mal que sempre dure nem bem que nunca se acabe". Os
ditados populares induzem ao otimismo e estimulam a esperança. No caso de
nosso país, porém, tudo nos diz que os males, se não durarem para sempre,
no mínimo ainda vão muito longe.
As estatísticas indicam que, nos últimos anos, nosso crescimento
econômico foi vigoroso. Mas de que vale isso se as riquezas se concentram
cada vez mais nas mãos de cada vez menos pessoas? Evoluímos, há pouco,
da ditadura para a democracia. O Congresso Nacional, fechado pelos
presidentes militares, hoje está novamente atuante, mas, em vez de servir ao
povo, serve aos interesses dos parlamentares, de seus parentes e de seus
amigos, palco de favorecimentos ilícitos, escândalos e corrupção. Voltamos a
viver num estado de direito, mas os criminosos, presos depois de longas
investigações policiais, são às vezes soltos por juízes que alegam a
precariedade e a superlotação dos presídios. Temos a maior extensão de
terras cultiváveis do planeta, mas não há um canto de terra cultivável para
milhões de trabalhadores rurais que perambulam em desespero pelas
estradas.
Segundo os últimos relatórios da ONU, somos o país da impunidade,
uma das cinco nações mais desiguais do mundo. Quando aparece um político
bem-intencionado, com propostas positivas, querendo diminuir as
desigualdades sociais, ou não consegue se eleger, ou não consegue governar
em virtude do corporativismo. Cidades maravilhosas, como o Rio de Janeiro,
tornaram-se reféns do tráfico. Multidões desempregadas esperam em filas
intermináveis uma improvável oportunidade de trabalho digno que lhe assegure
e à família o quase milagre da sobrevivência. Escolas estaduais, num passado
recente, eram modelo de ensino; hoje, estão sucateadas, e milhões de jovens
que aí estudam dependem do benefício das "cotas" para ter alguma chance de
ingresso em universidades públicas. Moradores de grandes e médias cidades,
num passado recente, à tardinha, sentavam-se na frente de suas casas para
confraternizar com os vizinhos; hoje, escondem-se atrás de grades, correntes e
cadeados. A classe trabalhadora, mais vulnerável, é a vítima predileta da
"bandidagem" crescente, estimulada pela impunidade.
O exame desapaixonado de nossa condição social não deixa entrever
qualquer perspectiva de soluções a curto e médio prazo. Parecem tristemente
sábias as anedotas populares que apontam como "saídas" mais viáveis para os
brasileiros, pelo menos durante um bom tempo, o porto, o aeroporto e (para
quem acredita) a próxima encarnação. Oremos!
Os temas abstratos
Bertold Brecht
Nada mais razoável, diante de uma proposta como essa, do que dividir o
desenvolvimento em dois parágrafos, um para tratar de cada pergunta.
Teríamos, então, dois parágrafos unitários quanto ao conteúdo. Não haveria
bom-senso em começar a responder à primeira pergunta num parágrafo e
continuar a responder a ela no começo do parágrafo seguinte e, a seguir,
responder à segunda pergunta. Teríamos, então, uma estrutura defeituosa do
ponto de vista semântico.
A competição é positiva?
Adequação ao tema
Unidade
Densidade argumentativa
É muito comum que o conteúdo das redações em concursos seja
considerado superficial. Isso ocorre porque o candidato não teve inspiração
para encontrar bons argumentos e limitou-se a repetir frases dos textos
motivadores, a afirmar sua tese em vez de demonstrá-la de forma
convincente. Isso ocorre por vários motivos: a ansiedade, a escassez do
tempo, mas também, e talvez até principalmente, porque as pessoas não
usam seus conhecimentos na hora de escrever. Consideremos a proposta
de redação da Fundação Carlos Chagas, que citamos como exemplo, há
pouco, no capítulo anterior. Depois de alguns textos motivadores, vinha o tema:
Fundamental para a vida, a paz torna-se um bem cada vez mais distante
de todos.
A paz é fundamental para a vida porque na guerra não temos vida, mas
morte e destruição. No campo da arte, da ciência, do trabalho, enfim, em todas
as áreas de atividade, as realizações que dignificam o ser humano foram
construídas em tempo de paz. É uma pena que essa condição, tão essencial
para que possamos progredir moralmente, esteja se tornando cada vez mais
distante.
Se pudéssemos voltar no tempo até um pouco antes da Revolução
Industrial, veríamos que nosso mundo estava em paz: os mares não eram
contaminados por toneladas de petróleo, nem os rios, pelo mercúrio dos
garimpos. As florestas, ainda não devastadas, guardavam intactos todos os
tesouros da flora e da fauna. A camada de ozônio, que nos protegia das
irradiações solares, ainda não fora destruída pelos aerossóis. A vida
prosperava. Espécies animais, já extintas ou à beira da extinção, vagavam
saudáveis pelas florestas ou pelas pradarias. Hoje, o desequilíbrio atual de
todos os ecossistemas estampa uma terrível realidade: não são mais
indivíduos em luta natural e saudável para sobreviver aos predadores ou para
reproduzir-se: espécies inteiras, como os ursos do Ártico e os tigres de
Bengala, se reduzem perigosamente com a destruição de seus "habitats". O
planeta está em guerra com a ambição, que o devasta, e a poluição, que o
corrói. Perdemos a paz e não há indícios de que possamos recuperá-la a curto
prazo.
E os seres humanos? Num passado recente, grande parte da população
vivia no campo. E vivia em paz. Era uma sociedade saudável, as pessoas
exercitavam a solidariedade e ampliavam seus laços afetivos à medida que se
ajudavam umas às outros, conviviam e partilhavam suas experiências. A
urbanização trouxe o individualismo, a impessoalidade, a competição. Hoje não
há mais amigos: apenas conhecidos, ou pior, estranhos que concorrem
conosco por um emprego, um lugar na fila, uma vaga na universidade, um
espaço no estacionamento do supermercado. Não estamos mais em paz. A
violência saiu das periferias para assaltar, sequestrar e vender drogas.
Olhamos as pessoas com desconfiança e má vontade. Os "outros" se tornaram
presenças indesejáveis, obstáculos ou perigos em potencial.
Involuímos para um estágio, pré-histórico talvez, de desamor e
beligerância, que parece agravar-se à medida que os espaços vitais se tornam
mais escassos em virtude da explosão demográfica. Nada indica que as
próximas gerações possam recuperar a tranquilidade com que as pessoas
sentavam-se à frente de suas casas, à tardinha, para conversar com os
vizinhos. Daqueles tempos de paz ficou apenas a lembrança. E a saudade.
A linguagem
Começou a complicação. Até aqui, tudo estava fácil, porque é muito fácil
ensinar alguém a fazer uma