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Controle Biológico de Insetos –

Pragas na Soja

Discentes: RA:
Enrico Gustavo Correa Silva 055800
Gabriel Rheder 190209
Gustavo Franco 186386
João Victor Berto 182170
Luís Felipe Rosa 190502
Rafael Richter Pereira 180228
Rhamon Oliveira 185799
Thales Nogueira Postali 013596
Sumário

Introdução


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I� Entender o MIP


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Conheça a morfologia dos insetos......................................................
Definição do Controle Biológico...........................................................
Tipos de Controle Biológico .................................................................
� Reconhecer, monitorar e controlar as principais pragas da soja
Conheça as principais pragas que atacam a soja ...............................
Principais agentes de controle biológico na soja...................................
Parasitoides...............................................................................................................
Predadores...............................................................................................
Entomopatógenos .................................................... ..................
Seletividade de defensivos sobre inimigos naturais.......................
Controle Biológico x Químico ..................................................................
Considerações finais ...............................................................................
Referências .............................................................................................
I
Introdução
A premissa básica do controle biológico é controlar as
pragas agrícolas e os insetos transmissores de doenças a
partir do uso de seus inimigos naturais, que podem ser
outros insetos benéficos, predadores, parasitoides, e
microrganismos Entomopatógeno, como fungos, vírus e
bactérias.

MIP
O que é MIP?
O Manejo Integrado de Pragas (MIP) é a forma que
racionaliza o controle dos insetos-praga das culturas
através da utilização de processos naturais e do uso
racional de defensivos agrícolas para o controle de pragas.
No entanto, apesar do MIP ter como base diferentes
métodos de controle sendo usados de forma integrada, as
principais táticas que são utilizadas são os defensivos
químicos e os agentes de controle biológico
Entender o
MIP

O MIP é uma estratégia baseada no ecossistema


que se concentra na prevenção a longo prazo de
pragas ou seus danos através de uma
combinação de técnicas como controle biológico,
manipulação do ambiente, modificação de
práticas culturais e uso de variedades resistentes.

Quais são as 5 fases do MIP?

•Identificação e compreensão da espécie.

•Planejamento das ações de combate.

•Preparação do local e dos equipamentos.

•Implementação e avaliação das táticas de


controle.

•Avaliação e monitoramento do Manejo Integrado


de Pragas.
• Morfologia dos Insetos

• Insetos voadores

Cabeça
Asas

Olho

Ferrão
Antena

Pernas

CABEÇA TÓRAX ABDÔMEN

• Lagartas e corós

Segmentos
torácicos
Segmentos
Cápsula Abdominais
Cefálica
Ocelos

Armadura Anus
Bucal

Patas Orifícios Falsas Patas


Torácicas Respiratórios Abdominais
(estigmas) (pseudópodos)

Grãos: Manejo Integrado de Pragas (MIP) em soja.


Definição de Controle Biológico

É um processo que envolve Uma das definições é o


plantas, espécies fitófagas, uso de organismos
parasitoides, predadores e naturais ou
entomopatógenos. geneticamente
modificados, genes, ou
produtos genéticos,
para a redução dos
efeitos de organismos
indesejáveis (pragas,
doenças e plantas
daninhas),

Como suas interações, Favorecer organismos


promovendo o equilíbrio desejáveis, como
entre os organismos culturas agrícolas,
que compõe os árvores, animais e
ecossistemas. insetos e
microrganismos
benéficos
Tipos de Controle Biológico

De acordo com a estratégia de utilização, o


controle biológico é dividido em três tipos:

Que serão abordados de forma individual no


decorrer desta apresentação. Entretanto,
ressalta-se que o mesmo agente de controle
biológico pode estar envolvido em mais de
uma forma de controle biológico,
dependendo da forma de sua utilização.
Controle Biológico Natural

Controle biológico natural:


O controle biológico natural é um método utilizado na agricultura ecológica e
sustentável para reduzir o impacto negativo dos insetos e outras pragas nas
plantações, sem o uso de produtos químicos nocivos ao meio ambiente e à
saúde humana. Esse tipo de controle consiste em utilizar os próprios inimigos
naturais das pragas para mantê-las sob controle.

Tesourinhas Percevejos Orius Aranhas


(Dermaptera) (Hemiptera) (Arachnida)

Ninfa (a), adulto


Ninfa (a) e adulto Aranha
Função como agente de controle Função como agente de controle
Ninfas e adultos são predadores de Ninfas e adultos são predadores. Função como agente de controle
ovos, pulgões, S u g a m o conteúdo S ã o predadoras de diversos insetos.
moscas-brancas, lagartas líquido de suas presas: pulgões, tripes,
pequenas e pupas em geral. lagartas.....
Controle Biológico Clássico

Controle biológico clássico:


É um método de controle de pragas que consiste na introdução de um agente de
controle biológico exótico (ou seja, não nativo da região) para reduzir a
população de uma praga que esteja causando prejuízos econômicos, ecológicos
ou de saúde pública. O objetivo é estabelecer um equilíbrio biológico entre a
praga e seu inimigo natural, reduzindo a necessidade de uso de pesticidas.
.

Um exemplo do sucesso do controle


No Brasil, um exemplo de controle biológico
biológico clássico foi a introdução da
clássico que podemos citar é a introdução do
joaninha australiana Rodolia cardinalis na
parasitoide Cleruchoides noackae, inimigo natural do
Califórnia, EUA, em 1888
percevejo bronzeado (Thaumastocoris
para controlar o pulgão do citros (Icerya
peregrinus), inseto nativo da Austrália.
purchasi)
Controle Biológico Aplicado

Controle biológico aplicado:


É definido pela liberação de grande número de inimigos naturais em determinada
cultura, após criação maçal em laboratório, visando rápida redução da população
de pragas. Podemos encontrar casos de sucesso, em escala comercial, de
controle biológico aplicado, entre eles, o uso do Baculovirus anticarsia na
cultura da soja para combater a lagarta-da-soja, a liberação de Cotesia flavipes
para o controle da broca da cana, que é considerado o maior exemplo da
eficiência do Controle Biológico a nível de campo.

Lagarta morta por baculovírus. Cotesia flavipes no controle da Trichogramma


broca da cana pretiosum parasitando ovos.

Além disso, o controle biológico aplicado apresenta um grande potencial na


cultura da soja com o uso de parasitoides, como Trichogramma pretiosum, um
importante agente de controle biológico capaz de parasitar ovos de diversas
espécies de lepidópteros, como Anticarsia gemmatalis, Heliothis virescens,
Chrysodeixis includens (BUENO et al., 2012) e da espécie Helicoverpa
armígera
Reconhecer, monitorar
e controlar as principais
pragas da soja

1. Conheça as principais pragas que atacam


a soja

As principais pragas que atacam a soja são lagartas, percevejos e


bro- cas das vagens.

Lagarta-da-soja (Anticarsia gemmatalis) e adulto

Falsa-medideira (Chrysodeixis includens) e adulto


Lagarta-das-vagens (Helicoverpa spp.) e adulto

Percevejo-marrom (Euschistus heros) adulto

Atenção:

Embora o percevejo-marrom predomine nas áreas cultivadas


com a soja, em algumas regiões podem ocorrer outras espécies,
como o percevejo-verde (Nezara viridula) e o percevejo-
pequeno (Piezodorus guildinii).
Principais Agentes de Controle Biológico na Soja

A lavoura é um sistema formado por diferentes espécies, organizado de forma a


maximizar o desempenho das plantas cultivadas, pelo valor econômico que elas
têm para o ser humano. O problema é que, além de úteis ao ser humano, essas
plantas são fontes de alimento para um grande número de pragas. Felizmente,
existem também na lavoura diversas espécies que se alimentam ou se
desenvolvem sobre os insetos-praga, controlando sua população, como os
parasitoi des, predadores e entomopatógenos ou patógenos.

Conheça e preserve os parasitoides

Os parasitoides são insetos que vivem à custa de outros insetos, ou seja, as


fêmeas colocam os ovos no interior ou sobre o corpo das pragas. O inseto-
praga permanece vivo durante o período de desen- volvimento do parasitoide
que, ao final, causa a sua morte. Alguns parasitoides são muito pequenos,
enquanto outros são do tamanho de uma vespa ou mosca varejeira.

Mosca Tachinidae parasitoide de lagartas


Vespinha parasitando ovos
Ectoparasita de larvas

Crie condições propícias para os parasitoides atuarem

Como os parasitoides são insetos, alguns inseticidas utilizados na lavoura


podem reduzir a sua população. Portanto, uma medida para preservá-los
é utilizar os inseticidas somente quando o monitoramento indicar a
necessidade de uma intervenção, dando preferência àqueles mais
seletivos. Além disso, ao encontrar lagartas atacadas por parasitoides,
deixe-as na lavoura para que, após a sua morte, eles ataquem novas
lagartas.

Outra medida para aumentar a população de parasitoides é a diver-


sificação da vegetação na área cultivada, pois algumas plantas fornecem-
lhes alimentos como o pólen e o néctar.

A manutenção de áreas de vegetação nativa também favorece o au-


mento da sua população, pois são refúgios naturais.
Conheça os predadores mais comuns nas lavouras

Diversos grupos de animais são predadores de insetos, como outros insetos (ex.
louva-a-deus), os aracnídeos (ex. aranhas), os anfíbios (ex.
sapos e rãs), os mamíferos (ex. tamanduás e tatus), entre outros. Eles matam suas
presas e delas se alimentam. Os predadores mais comuns nas lavouras são os
percevejos, o bicho-lixeiro, a tesourinha e a joaninha.

Adulto do percevejo predador Podisius sp. alimentando-se da lagarta-do-cartucho

Ovo, larva e adulto do bicho-lixeiro (Chrysoperla sp.)


Larva de joaninha Adulto de joaninha

Adulto de tesourinha Adulto de louva-a-deus 25

Condições propícias para os predadores atuarem

Como os percevejos, as joaninhas, a tesourinha e o bicho-lixeiro são


insetos, o uso de inseticidas pode diminuir sua população. Portanto,
uma medida para preservá-los é fazer o controle químico somente
quando o monitoramento indicar a necessidade de uma intervenção,
dando preferência àqueles seletivos. Outra medida para aumentar a
população de predadores é a diversificação da vegetação na área
cultivada, pois algumas plantas fornecem-lhes alimentos como o pó- len
e o néctar. A manutenção de áreas de vegetação nativa como, por
exemplo, as áreas de reserva, também favorece a população de
predadores, por serem refúgios naturais.
Microrganismos Entomopatogênicos

Os entomopatógenos ou patógenos são microrganismos (fungos, bactérias, vírus,


nematoides) que causam doenças nos seres vivos, podendo levá-los à morte. Os
insetos, como qualquer outro ser vivo, podem ser atacados por microrganismos,
específicos para cada praga, que são de grande importância para o controle
biológico.

As lagartas, quando atacadas por entomopatógenos, não se alimentam e se


movimentam mais lentamente. Podem ter aparência emborrachada, oca ou se
desintegram totalmente.

Atenção:

Lagartas infectadas e mortas


por entomopatógenos
Baculovirus anticarsia
O modo de ação do baculovírus é a partir da ingestão de partículas
infectivas. A partir disso, elas são capazes de se multiplicar nas células
do inseto hospedeiro e serem transmitidas para outros insetos. Não há
ação sobre as fases de ovo, pupa ou adulto, somente nas fases de
lagarta.

Lagarta morta por Baculovirus


anticarsia.

O Baculovírus só mata a lagarta A. gemmatalis, não sendo eficaz


em outras lagartas na cultura da soja.
Bacillus thuringiensis

A bactéria Bacillus thuringiensis, conhecida como Bt, é uma


bactéria que vive no solo, e desde a década de 40 foi introduzida
no mercado mundial para o controle de pragas agrícolas,
principalmente para o controle de insetos da ordem Lepidoptera.

Lagarta morta por Bacillus thuringiensis


Bacillus thuringiensis

No manejo da bactéria, é preciso garantir uma boa


cobertura das folhas com o produto, assim estes
inseticidas biológicos poderão agir sobre as lagartas
que tentarem se alimentar.
Cepa: Bacillus thuringiensis var. kurstaki cepa S1450 (Depositado
na Coleção de Cultura da Embrapa Recursos Genéticos e
Biotecnologia)

Grupo: Inseticida microbiológico

Alvos: Alabama argillacea (Curuquerê; Curuquerê-do-


algodoeiro), Spodoptera frugiperda (Lagarta-militar;lagarta-do-

cartucho), Anticarsia gemmtalis (Lagarta-da-soja) e Chrysodeixis


includens (Lagarta-falsa-medideira).
Nomuraea rileyi

Nomuraea rileyi é um dosa fungos entomopatogênicos mais conhecidos no


mundo por atacar lagartas. Ocorre com maior frequência em períodos de 
umidade relativa elevada (acima de 70%), e auxilia na regulação natural das
espécies.

As lagartas mortas pelo ataque de N. rileyi, ficam com aparência branca,
devido a esporulação externa do fungo. Os esporos na superfície da lagarta
servem como fonte e inóculo e podem contaminar outras lagartas na área
de cultivo. Na literatura, o fungo também é relatado em outras espécies,
como Anticarsia gemmatalis, Helicoverpa armigera, Trichoplusia
ni, Spodoptera cosmioides, entre outras.
Nomuraea rileyi no ciclo da infecção

Ciclo de infecção por fungos entomopatogênicos.


Condições propícias para os entomopatógenos

Alguns tipos de entomopatógenos são afetados pelo uso de fungicidas.


Portanto, o controle de doenças na lavoura pode ter um impacto sobre esses
organismos favoráveis. Utilize fungicidas seletivos e conforme a prescrição no
receituário agronômico.

Ao encontrar pragas com sintomas de ataques por entomopatógenos , deixe-


as na lavoura para que, após sua morte, os microrganismos possam atacar
novos indivíduos.

Espécies de Insetos infectados por fungos entomopatógenos.


Seletividade de Defensivos
Sobre Inimigos Naturais

A seletividade de defensivos químicos é extremamente importante para a


preservação dos inimigos naturais na agricultura.
Por isso, é essencial que os defensivos agrícolas sejam seletivos e específicos
para as pragas-alvo, minimizando a sua ação sobre os inimigos naturais. O uso
de defensivos seletivos também ajuda a preservar a diversidade biológica dos
ecossistemas agrícolas, garantindo que os inimigos naturais permaneçam ativos
e eficientes no controle de pragas e doenças
.
Assim, a seletividade de defensivos é fundamental para a manutenção da saúde
e da sustentabilidade dos sistemas agrícolas, permitindo que sejam produzidos
alimentos de qualidade sem comprometer o meio ambiente.
Ambas as abordagens têm vantagens e desvantagens,
e muitas vezes é necessário combinar diferentes
métodos de controle para obter o melhor resultado. Em
geral, o controle biológico é preferível sempre que
possível, mas o controle químico pode ser necessário
em situações de emergência ou quando o controle
biológico não é viável
Considerações finais

O produtor precisa reconhecer as espécies nocivas e benéficas ao


agroecossistema e valorizar as práticas que contribuem para o
controle biológico natural, obtendo, assim, os melhores resultados,
maior sustentabilidade para sua atividade e menor custo de produção.

Lembramos que todas as decisões de controle químico ou biológico


devem ser tomadas por profissional devidamente habilitado e que, caso
escolha utilizar agrotóxicos, deverão ser seguidas as orientações para seu
uso correto e seguro.

Nesta cartilha, foram consideradas apenas as pragas mais importantes


das culturas de soja.
.

Referências

https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/102097/1/cap.-8.pdf

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Obrigado a todos!

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