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CONSULTORIA, AUDITORIA E TREINAMENTO

Qualidade e Meio Ambiente


METROLOGIA
Tolerâncias, Leitura de Paquímetros
e Micrômetros

SISTEMA DA QUALIDADE

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CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

• QUALIDADE POR DETECÇÃO x PREVENÇÃO


• TOLERÂNCIA DIMENSIONAL
• MEDIDAS – DEFINIÇÕES
• PAQUÍMETRO
(Partes, tipos e usos, resolução, princípio do nônio, leitura, erros
de leitura, formas de contato, conservação e exercícios).
• MICRÔMETRO
(Função, funcionamento, componentes, características, tipos,
resolução, leitura, calibração, conservação, micrômetro
interno e exercícios).

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QUALIDADE POR DETECÇÃO

É a ideia tradicional de qualidade. Após você produzir, você inspeciona


os produtos e separa os bons dos ruins.

A detecção atua no produto!

Os produtos ruins recuperáveis voltam para a linha e sofrem retrabalho.

Aqueles não recuperáveis são refugados!

Pense quais os prejuízos causados pelo trabalho e pelo refugo.

Imagine então quanto desperdício de trabalho, tempo, mão-de-obra,


máquinas, ferramentas e instalações, energia, etc.

Qual o custo desta “não qualidade”?


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QUALIDADE POR PREVENÇÃO

É a ideia de produzir monitorando o comportamento do processo, de forma


que qualquer mudança indesejável seja imediatamente percebida para
impedir a fabricação de produtos com defeito.

Nunca se sabe o que nos espera depois da próxima curva...

Ninguém deve dirigir muito depressa em uma estrada cheia de curvas...

Moral da história:

“PREVENIR É MELHOR QUE REMEDIAR”

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TOLERÂNCIA DIMENSIONAL

INTRODUÇÃO
É muito difícil produzir peças com as medidas rigorosamente exatas porque
todo processo de fabricação está sujeito a imprecisões.
Sempre acontecem variações ou desvios das cotas indicadas no desenho.
Entretanto, é necessário que peças semelhantes, tomadas ao acaso, sejam
intercambiáveis, isto é, possam ser substituídas entre si, sem que haja
necessidade de reparos e ajustes.
A prática tem demonstrado que as medidas das peças podem variar, dentro
de certos limites, para mais ou para menos, sem que isto prejudique a
qualidade.
Esses desvios aceitáveis nas medidas das peças caracterizam o que
chamamos de tolerância dimensional.

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TOLERÂNCIA DIMENSIONAL

As tolerâncias vêm indicadas, nos desenhos técnicos, por valores e


símbolos apropriados. Por isso, você deve identificar essa simbologia e
também ser capaz de interpretar os gráficos e as tabelas
correspondentes.
As peças, em geral, não funcionam isoladamente. Elas trabalham
associadas a outras peças, formando conjuntos mecânicos que
desempenham funções determinadas.

Veja um exemplo abaixo:

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TOLERÂNCIA DIMENSIONAL

No Brasil, o sistema de tolerâncias recomendado pela ABNT segue as


normas internacionais ISO (International Organization for
Standardization).

A observância dessas normas, tanto no planejamento do projeto como na


execução da peça, é essencial para aumentar a produtividade da
indústria nacional e para tornar o produto brasileiro competitivo em
comparação com seus similares estrangeiros.

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TOLERÂNCIA DIMENSIONAL

O QUE É TOLERÂNCIA DIMENSIONAL?


 
As cotas indicadas no desenho técnico são chamadas de dimensões
nominais.
É impossível produzir as peças com os valores exatos dessas dimensões
porque vários fatores interferem no processo de produção, tais como
imperfeições dos instrumentos de medição e das máquinas, deformações
do material e falhas do operador.
Então, procura-se determinar desvios, dentro dos quais a peça possa
funcionar corretamente. Esses desvios são chamados de afastamentos.

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TOLERÂNCIA DIMENSIONAL

AFASTAMENTOS
Os afastamentos são desvios aceitáveis das dimensões nominais, para mais ou
menos, que permitem a fabricação da peça sem prejuízo para seu
funcionamento e intercambiabilidade.
Eles podem ser indicados no desenho técnico como mostra a ilustração a seguir:

Neste exemplo, a dimensão nominal do diâmetro do pino é 20mm. Os


afastamentos são: + 0,28mm (vinte e oito centésimos de milímetro) e + 0,18mm
(dezoito centésimos de milímetro). O sinal + (mais) indica que os afastamentos
são positivos, isto é, que as variações da dimensão nominal são para valores
maiores.
 

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TOLERÂNCIA DIMENSIONAL

O afastamento de maior valor (0,28 mm, no exemplo) é chamado de


afastamento superior; o de menor valor (0,18 mm) é chamado de
afastamento inferior. Tanto um quanto outro indicam os limites máximo e
mínimo da dimensão real da peça.

Somando o afastamento superior à dimensão nominal obtemos a dimensão


máxima, isto é, a maior medida aceitável da cota depois de executada a
peça. Então, no exemplo dado, a dimensão máxima do diâmetro
corresponde a: 20mm + 0,28mm = 20,28mm.

Somando o afastamento inferior à dimensão nominal obtemos a dimensão


mínima, isto é, a menor medida que a cota pode ter depois de fabricada.
No mesmo exemplo, a dimensão mínima é igual a 20mm + 0,18mm, ou
seja, 20,18mm.

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TOLERÂNCIA DIMENSIONAL

Assim, os valores: 20,28mm e 20,18mm correspondem aos limites máximo e


mínimo da dimensão do diâmetro da peça.

Depois de executado, o diâmetro da peça pode ter qualquer valor dentro desses
dois limites.

A dimensão encontrada, depois de executada a peça, é a dimensão efetiva ou


real; ela deve estar dentro dos limites da dimensão máxima e da dimensão
mínima.
 
Quando os dois afastamentos são positivos, a dimensão efetiva da peça é
sempre maior que a dimensão nominal. Entretanto, há casos em que a cota
apresenta dois afastamentos negativos, ou seja, as duas variações em relação
à dimensão nominal são para menor, como no próximo exemplo.

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TOLERÂNCIA DIMENSIONAL

Quando os dois afastamentos são positivos, a dimensão efetiva da peça é


sempre maior que a dimensão nominal. Entretanto, há casos em que a
cota apresenta dois afastamentos negativos, ou seja, as duas variações em
relação à dimensão nominal são para menor, como no próximo exemplo.

A cota Ø 16 apresenta dois afastamentos com sinal - (menos), o que indica


que os afastamentos são negativos: - 0,20 e - 0,41. Quando isso acontece,
o afastamento superior corresponde ao de menor valor numérico absoluto.
No exemplo, o valor 0,20 é menor que 0,41; logo, o afastamento - 0,20
corresponde ao afastamento superior e - 0,41 corresponde ao afastamento
inferior.

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TOLERÂNCIA DIMENSIONAL

Para saber qual a dimensão máxima que a cota pode ter basta subtrair o
afastamento superior da dimensão nominal.
No exemplo: 16,00 - 0,20 = 15,80.

Para obter a dimensão mínima você deve subtrair o afastamento inferior da


dimensão nominal.
Então: 16,00 - 0,41 = 15,59.

A dimensão efetiva deste diâmetro pode, portanto, variar dentro desses dois
limites, ou seja, entre 15,80 mm e 15,59 mm.

Neste caso, de dois afastamentos negativos, a dimensão efetiva da cota será


sempre menor que a dimensão nominal.

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TOLERÂNCIA DIMENSIONAL

Há casos em que os dois afastamentos têm sentidos diferentes, isto é, um é


positivo e o outro é negativo. Veja:

Quando isso acontece, o afastamento positivo sempre corresponde ao


afastamento superior e o afastamento negativo corresponde ao
afastamento inferior.
 

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TOLERÂNCIA DIMENSIONAL

O que determina qual é o afastamento superior é o sinal de (mais) e o que


determina o afastamento inferior é o sinal de - (menos).

Numa mesma peça, as cotas podem vir acompanhadas de diferentes


afastamentos, de acordo com as necessidades funcionais de cada parte.
Analise o desenho técnico do pino com rebaixo, ao lado. Depois, interprete
as cotas pedidas.

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TOLERÂNCIA DIMENSIONAL

TOLERÂNCIA
Tolerância é a variação entre a dimensão máxima e a dimensão mínima.
Para obtê-la, calculamos a diferença entre uma e outra dimensão.
Acompanhe o cálculo da tolerância, no próximo exemplo:

Dimensão máxima Dimensão mínima


20,00 20,00
+ 0,28 + 0,15
20,28 20,15
Cálculo da tolerância: 20,28 – 20,15 = 0,13
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TOLERÂNCIA DIMENSIONAL

Calcule a tolerância das cotas indicadas no desenho.

Cota de 12 mm – Tolerância: ______mm


Cota de 16 mm – Tolerância: ______mm
Cota de 20 mm – Tolerância: ______mm
Cota de 40 mm – Tolerância: ______mm

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MEDIDAS - DEFINIÇÕES

DEFINIÇÃO DO METRO

• Do metro (m) ao milímetro (mm):

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MEDIDAS - DEFINIÇÕES

DEFINIÇÃO DO METRO

• Do milímetro (mm) ao micrômetro (µm):

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MEDIDAS - DEFINIÇÕES

DEFINIÇÃO DO METRO:

• Do ao micrômetro (µm) ao nanômetro (nm):

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PAQUÍMETRO

DEFINIÇÃO:

Um paquímetro é um instrumento utilizado para medir a distância entre dois


lados simetricamente opostos em um objeto.

Um paquímetro pode ser tão simples como um compasso.

O paquímetro é ajustado entre dois pontos, retirado do local e a medição é


lida em sua régua.

Vernier é a escala de medição contida no cursor móvel do paquímetro, que


permite uma precisão decimal de leitura através do alinhamento desta escala
com uma medida da régua.

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PARTES DO PAQUÍMETRO

1 orelha fixa 8 encosto fixo


2 orelha móvel 9 encosto móvel
3 nônio ou vernier (polegadas) 10 bico móvel
4 fixador 11nônio ou vernier (milímetros)
5 cursor 12 impulsor
6 escala de polegadas 13 escala de milímetros
7 bico fixo 14 haste de profundidade

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PAQUÍMETRO
FUNCIONAMENTO:
O cursor ajusta-se à régua e permite sua livre movimentação, com um
mínimo de folga. Ele é dotado de uma escala auxiliar, chamada nônio ou
vernier. Essa escala permite a leitura de frações da menor divisão da escala
fixa.
O paquímetro é usado quando a quantidade de peças que se quer medir é
pequena.

Os instrumentos mais utilizados apresentam resolução de:


0,05 mm, 0,02 mm, 1/128” ou 0,001”

As superfícies do paquímetro são planas e polidas, e o instrumento


geralmente é feito de aço inoxidável. Suas graduações são calibradas a
20ºC.
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PAQUÍMETRO

TIPOS E USOS
Paquímetro universal: é utilizado em medições externas, internas e de
profundidade. É o tipo mais usado.

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PAQUÍMETRO

TIPOS E USOS
Paquímetro universal com relógio indicador: utilizado quando se
necessita executar um grande número de medidas.

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PAQUÍMETRO

TIPOS E USOS
Paquímetro com bico móvel (basculante): usado para medir peças
cônicas ou peças com rebaixos de diâmetros diferentes.

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PAQUÍMETRO

TIPOS E USOS
Paquímetro de profundidade: serve para medir profundidade de furos não
vazados, rasgos, rebaixos, etc.
 
Esse tipo de paquímetro pode apresentar-se:
 com haste simples;
 com haste com talão.
 
A seguir, duas situações de uso do paquímetro de profundidade com haste
simples.

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PAQUÍMETRO

Haste simples Haste com gancho

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PAQUÍMETRO

TIPOS E USOS
Paquímetro duplo: serve para medir dentes de engrenagens.

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PAQUÍMETRO

TIPOS E USOS
Paquímetro digital: Utilizado para leitura rápida, livre de erro de paralaxe, e
ideal para controle estatístico.

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PAQUÍMETRO

EXEMPLO DE LEITURA:

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PAQUÍMETRO

PRINCÍPIO DO NÔNIO

A escalado cursor é chamada nônio ou vernier, em homenagem a Pedro


Nunes e Pierre Vernier, considerados seus inventores.
 
O nônio possui uma divisão a mais que a unidade usada na escala fixa.

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PAQUÍMETRO
CÁLCULO DE RESOLUÇÃO:

As diferenças entre a escala fixa e a escala móvel de um paquímetro podem


ser calculadas pela sua resolução.

A resolução é a menor medida que o instrumento oferece.

Ela é calculada utilizando-se a seguinte fórmula:

UEF UEF = unidade da escala fixa


Resolução 
NDN NDN = número de divisões do nônio

Nônio com 10 divisões: Nônio com 20 divisões: Nônio com 50 divisões:


1mm 1mm 1mm
Resolução   0,1mm Resolução   0,05mm Resolução   0,02mm
10 divisões 20 divisões 50 divisões
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PAQUÍMETRO
ERROS DE LEITURA:

Além da falta de habilidade do usuário, outros fatores podem provocar erros de


leitura no paquímetro, como, por exemplo, a paralaxe e a pressão de medição.

PARALAXE:
Dependendo do ângulo de visão do usuário, pode ocorrer o erro por paralaxe, pois
devido a esse ângulo, aparentemente há coincidência entre um traço da escala fixa
com outro da móvel.
O cursor onde é gravado o nônio, por razões técnicas de construção, normalmente
tem uma espessura mínima (a), e é posicionado sobre a escala principal. Assim, os
traços do nônio (TN) são mais elevados que os traços da escala fixa (TM).
Colocando o instrumento em posição não perpendicular à visão e estando
sobrepostos os traços TN e TM, cada um dos olhos projeta o traço TN em posição
oposta, o que ocasiona um erro de leitura.

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PAQUÍMETRO

Para não cometer o erro de paralaxe, é aconselhável que se faça a leitura


situando o paquímetro em uma posição perpendicular aos olhos.

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PAQUÍMETRO

PRESSÃO DE MEDIÇÃO

Já o erro de pressão de medição origina-se no jogo do cursor, controlado


por uma mola. Pode ocorrer uma inclinação do cursor em relação à
régua, o que altera a medida.

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PAQUÍMETRO

Para se deslocar com facilidade sobre a régua, o cursor deve estar bem regulado:
nem muito preso, nem muito solto.
O operador deve, portanto, regular a mola, adaptando o instrumento à sua mão.
Caso exista uma folga anormal, os parafusos de regulagem da mola devem ser
ajustados, girando-os até encostar no fundo e, em seguida, retornando 1/8 de
volta aproximadamente.
Após esse ajuste, o movimento do cursor deve ser suave, porém sem folga.

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FORMAS DE CONTATO

MEDIDAS EXTERNAS

Nas medidas externas, a peça a ser medida deve ser colocada o mais
profundamente possível entre os bicos de medição para evitar qualquer desgaste
na ponta dos bicos.

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FORMAS DE CONTATO

MEDIDAS EXTERNAS

Para maior segurança nas medições, as superfícies de medição dos bicos e da peça
devem estar bem apoiadas.

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FORMAS DE CONTATO

MEDIDAS INTERNAS

Nas medidas internas, as orelhas precisam ser colocadas o mais profundamente


possível. O paquímetro deve estar sempre paralelo à peça que está sendo
medida.

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FORMAS DE CONTATO

MEDIDAS INTERNAS

Para maior segurança nas medições de diâmetros internos, as superfícies de


medição das orelhas devem coincidir com a linha de centro do furo.
Toma-se, então, a máxima leitura para diâmetros internos e a mínima leitura para
faces planas internas.

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FORMAS DE CONTATO

MEDIDAS DE PROFUNDIDADE

No caso de medidas de profundidade deve apoiar-se o paquímetro corretamente


sobre a peça, evitando que ele fique inclinado.

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FORMAS DE CONTATO

MEDIDAS DE RESSALTOS

Nas medidas de ressaltos, coloca-se a parte do paquímetro apropriada para ressaltos


perpendicularmente à superfície de referência da peça.

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EXEMPLOS DE LEITURA DE PAQUÍMETRO

Escala em milímetro e nônio com 10 divisões.


UEF 1mm
Resolução    0,1mm
NDN 10 div

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EXERCÍCIO DE LEITURA DE PAQUÍMETRO

Escala em milímetro e nônio com 10 divisões.

UEF 1mm
Resolução    0,1mm
NDN 10 div

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EXEMPLO DE LEITURA DE PAQUÍMETRO

Escala em milímetro e nônio com 20 divisões.

1mm
Resolução   0,05mm
20 div

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EXERCÍCIO DE LEITURA DE PAQUÍMETRO

Escala em milímetro e nônio com 20 divisões.

1mm
Resolução   0,05mm
20 div

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EXEMPLO DE LEITURA DE PAQUÍMETRO

Escala em milímetro e nônio com 50 divisões.

1mm
Resolução   0,02mm
50 div

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EXERCÍCIO DE LEITURA DE PAQUÍMETRO

Escala em milímetro e nônio com 50 divisões.


1mm
Resolução   0,02mm
50 div

50
EXERCÍCIO: FAÇA A LEITURA E ESCREVA
AS MEDIDAS
Não esqueça de calcular a resolução do paquímetro.

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EXERCÍCIO: FAÇA A LEITURA E ESCREVA
AS MEDIDAS

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EXERCÍCIO: FAÇA A LEITURA E ESCREVA
AS MEDIDAS

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EXERCÍCIO: FAÇA A LEITURA E ESCREVA
AS MEDIDAS

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EXERCÍCIO: FAÇA A LEITURA E
ESCREVA AS MEDIDAS

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EXERCÍCIO: FAÇA A LEITURA E
ESCREVA AS MEDIDAS

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CONSERVAÇÃO DO PAQUÍMETRO

PRINCIPAIS CUIDADOS:

• Manejar o paquímetro sempre com todo cuidado, evitando choques.

• Não deixar o paquímetro em contato com outras ferramentas, o que pode lhe
causar danos.

• Evitar arranhaduras ou entalhes, pois isso prejudica a graduação.

• Ao realizar a medição, não pressionar o cursor além do necessário.

• Limpar e guardar o paquímetro em local apropriado, após sua utilização.

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MICRÔMETRO

MICRÔMETRO

O micrômetro é um instrumento que permite medição com grande exatidão, e que


possui uma variedade de modelos cujas principais características serão
apresentadas a seguir.

ORIGEM E FUNÇÃO DO MICRÔMETRO

Jean Louis Palmer apresentou, pela primeira vez, um micrômetro para requerer sua
patente.
O instrumento permitia a leitura de centésimos de milímetro, de maneira simples.
Com o decorrer do tempo, o micrômetro foi aperfeiçoado e possibilitou medições mais
rigorosas e exatas do que o paquímetro.

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MICRÔMETRO

De modo geral, o instrumento é conhecido como micrômetro.

Na França, entretanto, em homenagem ao seu inventor, o micrômetro é denominado


palmer.

Micrômetro de Palmer (1848)

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MICRÔMETRO

PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO

O princípio de funcionamento do micrômetro assemelha-se ao do sistema parafuso e


porca.

Assim, há uma porca fixa e um parafuso móvel que, se der uma volta completa,
provocará um descolamento igual ao seu passo.

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MICRÔMETRO

PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO

Desse modo, dividindo-se a “cabeça” do parafuso, pode-se avaliar frações menores


que uma volta e, com isso, medir comprimentos menores do que o passo do
parafuso.

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MICRÔMETRO

NOMENCLATURA
A figura seguinte mostra os componentes de um micrômetro.

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MICRÔMETRO

COMPONENTES DE UM MICRÔMETRO:

• Arco é constituído de aço especial ou fundido, tratado termicamente para eliminar


as tensões internas.

• Isolante térmico, fixado ao arco, evita sua dilatação porque isola a transmissão
de calor das mãos para o instrumento.

• Fuso micrométrico é construído de aço especial temperado e retificado para


garantir exatidão do passo da rosca.

• As faces de medição tocam a peça a ser medida e, para isso, apresentam-se


rigorosamente planos e paralelos. Em alguns instrumentos, os contatos são de
metal duro, de alta resistência ao desgaste.

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MICRÔMETRO

COMPONENTES DE UM MICRÔMETRO:

• A porca de ajuste permite o ajuste da folga do fuso micrométrico, quando isso é


necessário.

• Tambor é onde se localiza a escala centesimal. Ele gira ligado ao fuso


micrométrico. Portanto, a cada volta, seu deslocamento é igual ao passo do fuso
micrométrico.

• A catraca ou fricção assegura uma pressão de medição constante.

• A trava permite imobilizar o fuso numa medida predeterminada.

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CARACTERÍSTICAS DE UM MICRÔMETRO

Os micrômetros caracterizam-se pela:

 capacidade;
 resolução;
 aplicação.

A capacidade de medição dos micrômetros normalmente é de 25 mm (ou 1"),


variando o tamanho do arco de 25 em 25 mm (ou 1 em 1"). Podem chegar a 2000
mm (ou 80").

A resolução nos micrômetros pode ser de 0,01 mm; 0,001 mm; .001" ou .0001".

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CARACTERÍSTICAS DE UM MICRÔMETRO

No micrômetro de 0 a 25 mm ou de 0 a 1", quando as faces dos contatos estão


juntas, a borda do tambor coincide com o traço zero (0) da bainha.
A linha longitudinal, gravada na bainha, coincide com o zero (0) da escala do tambor.

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TIPOS DE MICRÔMETROS

DE PROFUNDIDADE

Conforme a profundidade a ser medida, utilizam-se hastes de extensão, que são


fornecidas juntamente com o micrômetro.

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TIPOS DE MICRÔMETROS

COM ARCO PROFUNDO

Serve para medições de espessuras de bordas ou de partes salientes das peças.

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TIPOS DE MICRÔMETROS

COM DISCOS NAS HASTES:

O disco aumenta a área de contato possibilitando a medição de papel, cartolina,


couro, borracha, pano etc. Também é empregado para medir dentes de
engrenagens.

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TIPOS DE MICRÔMETROS

PARA MEDIÇÃO DE ROSCAS:

Especialmente construído para medir roscas triangulares, este micrômetro possui as


hastes furadas para que se possa encaixar as pontas intercambiáveis, conforme o
passo para o tipo da rosca a medir.

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TIPOS DE MICRÔMETROS

COM CONTATO EM FORMA DE V

É especialmente construído para medição de ferramentas de corte que possuem


número ímpar de cortes (fresas de topo, macho, alargadores etc.). Os ângulos em
V dos micrômetros para medição de ferramentas de 3 cortes é de 60º; 5 cortes,
108º e 7 cortes, 128º34’17”.

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TIPOS DE MICRÔMETROS

PARA MEDIR PAREDE DE TUBOS:

Este micrômetro é dotado de arco especial e possui o contato a 90º com a haste
móvel, o que permite a introdução do contato fixo no furo do tubo.

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TIPOS DE MICRÔMETROS

CONTADOR MECÂNICO:

É para uso comum, porém sua leitura pode ser efetuada no tambor ou no contador
mecânico. Facilita a leitura independentemente da posição de observação (erro de
paralaxe).

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TIPOS DE MICRÔMETROS

DIGITAL ELETRÔNICO:

Ideal para leitura rápida, livre de erros de paralaxe, próprio para uso em controle
estatístico de processos, juntamente com microprocessadores.

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MICRÔMETRO: SISTEMA MÉTRICO

MICRÔMETRO COM RESOLUÇÃO DE 0,01 MM

Vejamos como se faz o cálculo de leitura em um micrômetro.

A cada volta do tambor, o fuso micrométrico avança uma distância chamada passo.
 
A resolução de uma medida tomada em um micrômetro corresponde ao menor
deslocamento do seu fuso. Para obter a medida, divide-se o passo pelo número
de divisões do tambor.
 

passo da rosca do fuso micrométri co


Resolução = número de divis~oes do tambor

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MICRÔMETRO: SISTEMA MÉTRICO

Se o passo da rosca é de 0,5mm e o tambor tem 50 divisões, a resolução será:

0,5 mm
= 0,01mm
50
 
Assim, girando o tambor, cada divisão provocará um deslocamento de 0,01mm no
fuso.

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LEITURA DE MICRÔMETRO SEM NÔNIO
(mm)
Rosca com passo de 0,5mm e tambor com 50 divisões:

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LEITURA DE MICRÔMETRO COM
NÔNIO (mm)
Rosca com passo de 0,5mm, tambor com 50 divisões e nônio com 10 divisões:

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LEITURA DO MICRÔMETRO COM
RESOLUÇÃO DE 0,01mm
1º passo - leitura dos milímetros inteiros na escala da bainha;
2º passo - leitura dos meios milímetros, também na escala da bainha;
3º passo - leitura dos centésimos de milímetro na escala do tambor.

79
LEITURA DO MICRÔMETRO COM
RESOLUÇÃO DE 0,01mm
1º passo - leitura dos milímetros inteiros na escala da bainha;
2º passo - leitura dos meios milímetros, também na escala da bainha;
3º passo - leitura dos centésimos de milímetro na escala do tambor.

80
LEITURA DO MICRÔMETRO COM
RESOLUÇÃO DE 0,01mm
Faça a leitura e escreva a medida na linha.

81
LEITURA DO MICRÔMETRO COM
RESOLUÇÃO DE 0,01mm
Faça a leitura e escreva a medida na linha.

82
LEITURA DO MICRÔMETRO COM
RESOLUÇÃO DE 0,001mm
1º passo - leitura dos milímetros inteiros na escala da bainha;
2º passo - leitura dos meios milímetros na mesma escala;
3º passo - leitura dos centésimos na escala do tambor;
4º passo - leitura dos milésimos com o auxílio do nônio da bainha, verificando qual
dos traços do nônio coincide com o traço do tambor.

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LEITURA DO MICRÔMETRO COM
RESOLUÇÃO DE 0,001mm
1º passo - leitura dos milímetros inteiros na escala da bainha;
2º passo - leitura dos meios milímetros na mesma escala;
3º passo - leitura dos centésimos na escala do tambor;
4º passo - leitura dos milésimos com o auxílio do nônio da bainha, verificando qual
dos traços do nônio coincide com o traço do tambor.

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LEITURA DO MICRÔMETRO COM
RESOLUÇÃO DE 0,001mm
Faça a leitura e escreva a medida na linha.

85
LEITURA DO MICRÔMETRO COM
RESOLUÇÃO DE 0,001mm
Faça a leitura e escreva a medida na linha.

86
EXERCÍCIO: FAÇA A LEITURA E
ESCREVA A MEDIDA

87
EXERCÍCIO: FAÇA A LEITURA E
ESCREVA A MEDIDA

88
EXERCÍCIO: FAÇA A LEITURA E
ESCREVA A MEDIDA

89
EXERCÍCIO: FAÇA A LEITURA E
ESCREVA A MEDIDA

90
EXERCÍCIO: FAÇA A LEITURA E
ESCREVA A MEDIDA

91
EXERCÍCIO: FAÇA A LEITURA E
ESCREVA A MEDIDA

92
EXERCÍCIO: FAÇA A LEITURA E
ESCREVA A MEDIDA

93
EXERCÍCIO: FAÇA A LEITURA E
ESCREVA A MEDIDA

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CALIBRAÇÃO (REGULAGEM DA BAINHA)
Antes de iniciar a medição de uma peça, devemos calibrar o instrumento de acordo
com a sua capacidade.
Para os micrômetros cuja capacidade é de 0 a 25 mm, precisamos tomar os seguintes
cuidados:
• Limpe cuidadosamente as partes móveis eliminando poeiras e sujeiras, com pano
macio e limpo;
• Antes do uso, limpe as faces de medição; use somente uma folha de papel macio;
• Encoste suavemente as faces de medição usando apenas a catraca; em seguida,
verifique a coincidência das linhas de referência da bainha com o zero do tambor;
se estas coincidirem, faça o ajuste movimentado a bainha com a chave de
micrômetro, que normalmente acompanha o instrumento.

Para calibrar micrômetros de maior capacidade, ou seja, de 25 a 50 mm, de 50 a 75


mm etc., deve-se ter o mesmo cuidado e utilizar os mesmos procedimentos para
micrômetros citados anteriormente, porém com a utilização de barra-padrão para
calibração.

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CONSERVAÇÃO DO MICRÔMETRO

PRINCIPAIS CUIDADOS:

• Limpar o micrômetro, secando-o com um pano limpo e macio (flanela).

• Untar o micrômetro com vaselina líquida, utilizando um pincel.

• Guardar o micrômetro em armário ou estojo apropriado, para não deixá-lo exposto


à sujeira e à umidade.

• Evitar contatos e quedas que possam riscar ou danificar o micrômetro e sua


escala.

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MICRÔMETRO INTERNO

Micrômetro interno

É um micrômetro de alta exatidão, destinado exclusivamente para medições de


diâmetros internos. Apresenta grande robustez, sendo fabricado de aço inoxidável
 
Tipos de micrômetro interno

Para medição de partes internas empregam-se dois tipos de micrômetros:

• micrômetro interno de três contatos;


• micrômetro interno de dois contatos (tubular e tipo paquímetro).

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MICRÔMETRO INTERNO

MICRÔMETRO INTERNO DE TRÊS CONTATOS


Este tipo de micrômetro é usado exclusivamente para realizar medidas em superfícies
cilíndricas internas, permitindo leitura rápida e direta. Sua característica principal é
a de ser auto-centrante, devido à forma e à disposição de suas pontas de contato,
que formam, entre si, um ângulo de 120º.

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MICRÔMETRO INTERNO

MICRÔMETRO INTERNO DE TRÊS CONTATOS COM PONTAS


INTERCAMBIÁVEIS
Esse micrômetro é apropriado para medir furos roscados, canais e furos sem saída,
pois suas pontas de contato podem ser trocadas de acordo com a peça que será
medida.

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MICRÔMETRO INTERNO

RESOLUÇÃO

Para obter a resolução, basta dividir o passo do fuso micrométrico pelo número de
divisões do tambor.
 

passo do fuso micromé trico 0.5


Resolução= ~ = = 0,005 mm
número de divisoes do tambor 100

Precaução: devem-se respeitar, rigorosamente, os limites mínimo e máximo da


capacidade de medição, para evitar danos irreparáveis ao instrumento.

100
MICRÔMETRO INTERNO

LEITURA
Sua leitura é feita no sentido contrário à do micrômetro externo.

A leitura em micrômetros internos de três contatos é realizada da seguinte maneira:


• o tambor encobre a divisão da bainha correspondente a 36,5mm;
• a esse valor deve-se somar aquele fornecido pelo tambor: 0,240mm;
• o valor total da medida será, portanto: 36,740 mm.

101
EXERCÍCIO: FAÇA A LEITURA E ESCREVA
AS MEDIDAS

102
EXERCÍCIO: FAÇA A LEITURA E ESCREVA
AS MEDIDAS

103
FINAL DO CURSO

PERGUNTAS E/OU SUGESTÕES

OBRIGADO

104
AGRADECEMOS A SUA PARTICIPAÇÃO E
CONTAMOS COM A SUA PRESENÇA EM
NOSSOS PRÓXIMOS EVENTOS

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WF EMPRESARIAL
TREINAMENTOS DISPONÍVEIS:
• 5S’s Housekeeping (Conceitos / Implantação)

• 5S’s Housekeeping (Conceitos / Implantação / Auditoria)


• Análise e Interpretação da Norma ABNT NBR ISO 9001:2015 – Sistemas de gestão da
qualidade – Requisitos
• Análise e Interpretação da Norma ABNT NBR ISO 14001:2015 - Sistemas de gestão ambiental
– Requisitos com orientações para uso
• Análise e Interpretação da Norma NBR ISO/IEC 17025:2005 – Requisitos gerais para a
competência de laboratórios de ensaio e calibração
• Análise e Intepretação dos Requisitos do PBQP-H – Programa Brasileiro da Qualidade e
Produtividade do Habitat.

• CEP - Controle Estatístico de Processo (nível avançado)


• CEP - Controle Estatístico de Processo (nível operacional)
• Ferramentas da Qualidade

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TREINAMENTOS DISPONÍVEIS:
• FMEA - Análise do Modo e Efeito das Falhas
• Formação de Auditores Internos – ABNT NBR ISO 9001:2015 / ABNT NBR ISO 19011:2012 -
Diretrizes para auditoria de sistemas de gestão
• Formação de Auditores Internos – ABNT NBR ISO 14001:2015 / ABNT NBR ISO 19011:2012 -
Diretrizes para auditoria de sistemas de gestão.
• Leitura de Equipamentos de Medição (Paquímetros, Micrômetros, entre outros)
• Gestão da Qualidade
• MASP - Metodologia de Análise e Solução de Problemas (PDCA/8D)
• MSA – Análise dos Sistemas de Medição
• Poka Yoke – Sistema Anti Erros
• PPAP – Processo de Aprovação de Peças de Produção
• Tratamento de Não conformidades e Ações Corretivas

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CURSOS “IN COMPANY”


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