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Atuação do enfermeiro no transplante de Órgãos

ENF.MSC. FERNANDA CUNHA


• A participação da Enfermagem no
processo de doação e transplante de
órgãos é regulamentada pela
Resolução 292/2004 do Conselho
Federal de Enfermagem – COFEN que
incumbe ao profissional enfermeiro
grande participação e
responsabilidades no processo de
doação e transplante de órgãos.
• Elas incluem avaliação e gestão do
doador falecido, do receptor de
transplante, do potencial doador ou
do doador vivo, ensino e
aconselhamento de receptores de
transplante e doador vivo
relacionado à gestão do
autocuidado, vida saudável e
preparo para morte pacífica na
iminência da mesma.
• Os enfermeiros que atuam no
cuidado de enfermagem no
transplante de órgão e tecidos
requerem abrangência de
conhecimento científico. As
competências clínicas necessárias
vão além daquelas obtidas durante
a graduação em enfermagem.
O processo de doação até a efetivação
do transplante passa por várias etapas:

• identificação do potencial
doador;
• notificação;
• avaliação;
• informação do doador
efetivo;
• seleção dos receptores;
• identificação das equipes
transplantadoras;
• retirada dos órgãos;
• liberação do corpo;

• Durante todo esse processo a


participação da equipe de
enfermagem é imprescindível, a
assistência adequada à manutenção
da integridade dos órgãos e dos
sinais vitais do potencial doador é
um dos fatores que poderá viabilizar
a doação.
• Os enfermeiros são responsáveis por notificar a
central de doação e transplante quando há
diagnóstico de morte encefálica de um paciente
da UTI e planejar os procedimentos a serem
executados pela equipe para o manejo
adequado do potencial doador, além de muitas
vezes abordar os familiares sobre o interesse de
doarem os órgãos do ente falecido.

• Doação e transplante de órgãos é um tema


instigante e gera várias indagações e
observações, bem como a assistência de
enfermagem prestada ao doador de órgãos que
tem por finalidade a viabilização dos órgãos
para transplantes e que influi diretamente na
decisão familiar, torna-se fundamental a
construção de mais estudos abordando a
temática a fim de colaborar com a discussão do
tema.
• O enfermeiro que atua em transplante presta cuidado
especializado na proteção, promoção e reabilitação da saúde de
candidatos, receptores e seus familiares, bem como, de
doadores vivos e seus familiares ao longo do ciclo vital.

• O cuidado inclui prevenção, detecção, tratamento e reabilitação


dos pacientes com problemas de saúde relacionados às doenças
prévias ao transplante de órgãos ou comorbidades associadas ao

Definição do tratamento pós-transplante.

papel do Elementos-chave para a atuação dos enfermeiros incluem:

enfermeiro no • a educação de pacientes;

transplante • a implementação de intervenções que mantenham ou


melhorem a saúde fisiológica, psicológica e social;
• o uso de intervenções que facilitem e promovam mudanças de
comportamento e adesão ao tratamento em relação às
complexas e prolongadas terapias;
• suporte aos pacientes e familiares no planejamento,
implementação e avaliação do cuidado; e promover sistemas de
apoio que visem os melhores resultados dos transplantes de
órgãos;
• Em 2004, o Conselho Federal de Enfermagem
normatizou a atuação do enfermeiro na captação e
transplante de órgãos e tecidos, definindo como
exigência a necessidade de aplicar a sistematização da
assistência de enfermagem (SAE). Além disso, deve
Aspectos cumprir as exigências estabelecidas pelo Sistema
Nacional de Transplantes (SNT) para garantir esta forma

Legais e de tratamento no âmbito do Sistema Único de Saúde.

Éticos • Nesse sentido, vale ressaltar a importância de se


promover padrões de cuidados de enfermagem para a
assistência nos transplantes de órgãos. O propósito
desta padronização é a melhoria dos resultados para os
pacientes. Os padrões de cuidado de enfermagem
podem ser estabelecidos pela prática usual, por
precedentes legais, guidelines/diretrizes clínicas ou
protocolos idealizados por instituições ou associações
profissionais.
• O planejamento, execução, coordenação,
O Conselho supervisão e avaliação dos procedimentos
de enfermagem prestados ao doador, bem
Federal de como, planejar e implementar ações que
Enfermagem visem a otimização de doação e captação
de órgãos e tecidos para fins de
preconiza ao transplantes.

enfermeiro • Ao enfermeiro responsável pelo cuidado a


responsável candidatos e receptores de transplantes
incumbe aplicar a sistematização da
pelo processo de assistência de enfermagem, em todas as
fases do processo de transplante de
doação de órgãos e tecidos ao receptor e família, que
inclui o acompanhamento pré e pós-
órgãos: transplante (ambulatorial) e transplante
(intra-hospitalar).
• O enfermeiro necessita de conhecimento em imunologia e
farmacologia direcionado para o transplante, em doenças
infecciosas e em implicações psicológicas do cuidado no que
se refere à morbidade e mortalidade enfrentados por esta
clientela.

• Os enfermeiros que atuam em transplante também


promovem suporte e educação para a doação de órgãos.

• Devem prestar o cuidado baseado em evidências durante


todas as fases do processo de transplante, visando otimizar
a saúde, a habilidade funcional e a qualidade de vida de
indivíduos de todas as idades.

• O cuidado deve ser baseado em evidências, visando a


integração da pesquisa com a prática clínica do enfermeiro
nos transplantes, com o intuito de aprofundar
conhecimentos para o aprimoramento da prática
profissional, contribuindo para a qualidade do cuidado
prestado.
• O papel do enfermeiro também engloba
estratégias para a melhoria dos sistemas em
que o cuidado em transplante é realizado.

• Para tanto, se faz necessário o controle de


qualidade do cuidado ministrado, colaboração
entre os profissionais envolvidos,
implementação de estratégias voltadas para a
educação em saúde, realização de pesquisas
oriundas de problemas vivenciados na prática
clínica, e a organização e registro relacionados
ao cuidado prestado.

• A enfermagem que atua nos transplantes de


órgãos deve orientar suas ações para a
educação em saúde, segurança do paciente e
eficácia dos cuidados.
• Em relação à atuação do enfermeiro, na prática profissional
brasileira, destacam-se o enfermeiro clínico e o
coordenador de transplante.
O
enfermeiro • O primeiro é responsável por promover os cuidados de
enfermagem a candidatos e receptores, aos doadores de
órgãos vivos e falecidos, e seus familiares ou cuidadores.
clínico e o
enfermeiro • O enfermeiro coordenador de transplante tem a função de
gerenciar o programa de transplante, coordenando as
diversas etapas que compõem o período perioperatório a
coordenador longo prazo, além de promover o cuidado a candidatos e
receptores quando necessário.

de • Ressalta-se que não há estudos brasileiros que abordem


transplante esta definição claramente, entretanto, baseia-se na
experiência profissional de enfermeiros atuantes em
programas de doação e transplante de órgãos e na
adaptação da literatura internacional para a realidade
nacional.
• O enfermeiro clínico, para atuar no
cuidado a esses pacientes, necessita obter
conhecimentos e habilidades específicos,
experiência clínica e estar em constante
processo de educação, a fim de
desenvolver pensamento crítico e
O enfermeiro habilidades para o processo de tomada de
decisão.
clínico e o
enfermeiro
coordenador de • Dentre as atividades desenvolvidas
destaca-se a avaliação, o diagnóstico, a
transplante identificação de resultados, o
planejamento do cuidado, a
implementação de intervenções e a
avaliação de resultados voltados para a
doação e o transplante de órgãos.
• O enfermeiro coordenador de transplante
é o elemento da equipe responsável por
facilitar o processo de transplante.

• Seu papel pode variar entre os diversos


programas de transplantes e áreas
O enfermeiro geográficas do país. Esse profissional
exerce papel de integração entre todos os
clínico e o membros da equipe de transplante,
atuando como elo entre o paciente e a
enfermeiro equipe.

coordenador de • A sua atuação tem como foco principal


transplante assegurar a qualidade do cuidado às
pessoas com profissionalismo, durante
todas as fases do processo. O enfermeiro
necessita de formação específica para
atuar nesta área, além de desenvolver
conhecimentos e experiência clínica para
assumir seu papel e assegurar a
continuidade do cuidado.
O enfermeiro coordenador de transplante deve desenvolver uma
abrangente base de conhecimento para gerenciar as complexas
questões que envolvem o cuidado. Dentre as habilidades que deve
desenvolver destacam-se:

• habilidades de avaliação (sinais e sintomas de rejeição e infecção,


complicações associadas aos transplantes, interações
farmacológicas),

O enfermeiro • comunicação (com pacientes e familiares, equipe de transplante,


provedores de saúde de outros setores hospitalares, com

clínico e o
departamentos do hospital, documentação),

• ensino-aprendizagem (teorias de aprendizagem, utilização de

enfermeiro
material audiovisual, uso da internet para o desenvolvimento de
materiais educativos, desenvolvimento de estratégias alternativas
para pacientes e familiares que apresentam barreiras para o ensino

coordenador de
e aprendizagem),

• organizacionais (manter registros organizados e acurados,


habilidade de realizar diversas tarefas ao mesmo tempo, manejo do

transplante •
tempo),

de triagem (avaliação dos problemas dos pacientes por telefone,


gestão de problemas dos pacientes simultaneamente),

• administrativas (gestão dos profissionais médicos e paramédicos da


equipe, previsão de orçamentos, manejo de base de dados)

• e de resolução de problemas (gestão de prioridades concorrentes,


propor e adaptar soluções em situações individuais).
• Salienta-se que no cenário internacional existe
diferenciação explícita dos papéis exercidos
pelos enfermeiros no transplante.

• Os enfermeiros coordenadores de transplante


O enfermeiro podem exercer funções relacionadas à procura
de órgãos (doadores vivo e falecido),
clínico e o administrando todos os aspectos do processo
de doação; e relacionadas ao transplante,

enfermeiro provendo cuidados aos pacientes que estão na


fila de espera (candidatos) e para os que já
realizaram o transplante (receptores).
coordenador de
transplante • Observa-se neste cenário diferenças na
formação do enfermeiro, que sem dúvidas,
refletem no papel desenvolvido por este
profissional nos transplantes. Como exemplo
cita-se a autonomia do enfermeiro em alterar a
dosagem dos medicamentos
imunossupressores, a partir dos níveis
sanguíneos dos medicamentos, sem necessitar
de autorização prévia da equipe médica.
O enfermeiro clínico e
o enfermeiro
coordenador de
transplante

• No cenário brasileiro, os enfermeiros coordenadores de


transplantes podem desenvolver ainda o cuidado com
pacientes hospitalizados e ambulatoriais, entretanto, via de
regra, apenas um profissional exerce as funções de
coordenação.

• Já na realidade internacional, em programas de transplante


com grande volume de pacientes, se faz necessário o
trabalho de dois ou mais enfermeiros para coordenar
candidatos e receptores com qualidade e eficiência. Vale
ressaltar que independente do campo de prática do
enfermeiro, é importante que o coordenador de transplante
garanta a continuidade do cuidado nesta complexa
modalidade terapêutica.

• Além de todo conhecimento é preciso sensibilidade,


empatia e humanidade para compreender e lidar de forma
adequada com os conflitos e o sofrimento humano gerado
pelo processo doação-transplante. Quer seja a angústia da
perda de um ente querido em morte encefálica ou o
sofrimento do candidato ou receptor de transplante que
passa por complicações as quais determinam o final da vida.
O enfermeiro clínico e
o enfermeiro
coordenador de
transplante

• Outro fator importante se refere à necessidade de


certificações para qualificar a prática de
enfermagem. Para os transplantes de órgãos, a
certificação poderia garantir que os enfermeiros
apresentem competência, corpo de conhecimento e
habilidades que promovam cuidado de qualidade
para candidatos, receptores e doadores de órgãos
para transplantes.

• No Brasil não há certificação voltada para os


transplantes. Nos Estados Unidos da América, a
American Board for Transplant Certification
regulamenta a atuação de enfermeiros
coordenadores de transplante, enfermeiros clínicos
e coordenadores de procura de órgãos.

• Assim, acredita-se que a implementação de


certificação para os enfermeiros brasileiros implicará
na formação de profissionais qualificados para
atuarem no processo de doação e transplante, com
vistas ao aumento do número de doadores e ao
melhor cuidado a candidatos e receptores de
órgãos.
ATUAÇÃO DO
ENFERMEIRO

• Os enfermeiros devem estar cientes e sistematizar padrões


relacionados à proteção de informações de saúde de
doadores, candidatos e receptores de transplante.

• Neste sentido, seguir as exigências de documentações em


nível local, estadual e federal, e mesmo de organizações
profissionais (como por exemplo, Associação Brasileira de
Transplantes de Órgãos), é uma das questões legais que os
enfermeiros devem lidar no dia-a-dia de sua atuação
profissional.

• Registrar, documentar e arquivar todo cuidado ministrado


relacionado ao processo doação/transplante, melhora a
comunicação entre os profissionais da saúde, promove a
continuidade do cuidado, protege o paciente de danos,
reduz os riscos de litígio, promove a avaliação e melhorias
no cuidado.

• Além disso, o registro deve englobar todas as fases do


processo de transplante, desde a doação até a alta
hospitalar do receptor de transplante.
ATUAÇÃO DO
ENFERMEIRO

• Vale ressaltar que as portarias do Ministério da Saúde nº 1.262/2006 e 2.600/2009


se referem ao regulamento técnico para estabelecer as atribuições, deveres e
indicadores de eficiência e do potencial de doação de órgãos e tecidos relativos às
Comissões Intra-hospitalares de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante
(CIHDOTT). Refere-se também ao regulamento técnico do Sistema Nacional de
Transplantes e inclui o enfermeiro como membro das equipes especializadas que
atuam na doação e no transplante de órgãos do Brasil.

• A atuação do enfermeiro nos transplantes em todos os aspectos de sua prática,


pautada na ética e na legislação é fundamental para preservar a autonomia,
dignidade e os direitos de todos os atores envolvidos neste processo.

• Embora a doação represente uma conduta social moralmente boa, alguns aspectos
levam a acreditar que a doação ainda precisa ser incorporada à moral comum, de
acordo com estudo publicado por autores brasileiros, entre eles: o descrédito no
funcionamento e estrutura do sistema de saúde e da alocação de recursos, na
relação de confiança entre profissional da saúde e paciente, no acesso equânime e
justo, na confidencialidade doador/receptor, no consentimento livre e esclarecido,
no respeito à autonomia, na defesa da vida e no caráter inovador e recente desta
modalidade de tratamento, ainda em construção.

• Tais fatores repercutem de modo negativo no número de doadores de órgãos


disponíveis, quando se analisa a demanda de candidatos em filas de espera para
transplantes.
ATUAÇÃO DO
ENFERMEIRO

• Para atuar na complexa terapêutica dos transplantes


de órgãos, os enfermeiros devem incorporar e
tomar atitudes junto às equipes de transplante,
pautados nos princípios éticos da autonomia, não
maleficência, beneficência e justiça.

• No que se refere à doação de órgãos e tecidos para


transplante vale ressaltar que este processo está
diretamente relacionado aos valores morais, éticos e
religiosos das pessoas, pois faz com que os
indivíduos pensem na noção de finitude e na relação
com o corpo, após a morte.

• Diante dos dilemas éticos advindos dos transplantes


de órgãos, em muitas situações o enfermeiro pode
se beneficiar de uma consulta ética pública, a qual
pode envolver provedores do cuidado em saúde,
médicos e membros da família do paciente. O
intuito desta consulta seria no sentido de contribuir
para a tomada de decisões relacionadas ao
tratamento.
Educação em
transplantes

• A educação do enfermeiro nos transplantes envolve três vertentes distintas, a


educação de si mesmo, a educação de outros provedores do cuidado em saúde
e a educação do público em geral. Para ensinar outras pessoas, os enfermeiros
devem continuamente atualizar o seu conhecimento, habilidades e atitudes,
especialmente nesta área rica em constantes mudanças e desafios.

• As oportunidades relacionadas ao ensino e aprendizagem para enfermeiros


incluem cursos formais, afiliações a organizações profissionais, participação em
conferências, revisão de artigos para revistas científicas e troca de informações
com outros profissionais da área relacionadas aos transplantes. A educação
continuada, associada com a prática clínica, permite que os enfermeiros
progridam de um profissional aprendiz para um profissional especialista,
envolvendo-se em processos complexos de tomada de decisão nos
transplantes.

• Os enfermeiros também têm a responsabilidade de educar outros provedores


do cuidado em saúde, particularmente novos enfermeiros, técnicos e auxiliares
de enfermagem recém-admitidos como membros da equipe de transplante,
bem como, estudantes de graduação em enfermagem, sobre o processo de
doação e transplante. Vale ressaltar que devido ao crescimento do número de
receptores de órgãos na população geral, somado ao aumento da longevidade,
esses profissionais devem educar também provedores da saúde que não
estejam envolvidos com os transplantes diretamente, mas que podem prover
cuidados a receptores em outras especialidades no cenário hospitalar, ou em
serviços de atendimento à saúde primários e secundários.

• Desenvolvimento de pesquisas na área;


Educação em
transplantes

• A importância da educação do público em geral é uma importante atribuição dos


enfermeiros. A recusa familiar para a doação de órgãos ainda é fator que contribui para a
não efetivação do potencial doador, apesar do crescimento na taxa de doação de órgãos
em todo o país.

• Desse modo, os enfermeiros podem facilitar a doação de órgãos por meio da educação do
público relacionada aos benefícios e procedimentos necessários para o processo de
doação de órgãos, da importância de incentivar os indivíduos a verbalizarem para seus
familiares o desejo de doar ou não órgãos para transplantes, e principalmente,
desmistificar o conceito de morte encefálica para a população leiga.

• No hospital, o enfermeiro direciona estratégias de ensino-aprendizagem para candidatos e


receptores com vistas ao aumento de habilidades para promover o autocuidado no
domicílio, além de preparar os pacientes durante os períodos pré, intra e pós-operatório do
transplante.

• O ensino neste contexto pode ocorrer em meio as diferentes dificuldades, uma vez que
muitos pacientes se apresentam debilitados para participarem de programas educativos.
Nestes casos, os familiares se beneficiam das ações educativas propostas pelos
enfermeiros. Vale ressaltar que o conteúdo do ensino depende do órgão a ser
transplantado, das habilidades do paciente e das políticas de cada programa de
transplante.
Cuidados de Enfermagem
• Os enfermeiros que atuam no cuidado de
enfermagem no transplante de órgão e tecidos
requerem abrangência de conhecimento
científico. As competências clínicas necessárias
vão além daquelas obtidas durante a graduação
em enfermagem. Elas incluem avaliação e
gestão do doador falecido, do receptor de
transplante, do potencial doador ou do doador
vivo, ensino e aconselhamento de receptores de
transplante e doador vivo relacionado à gestão
do autocuidado, vida saudável e preparo para
morte pacífica na iminência da mesma.

• O desenvolvimento de competências para


atender às necessidades de pacientes, familiares
e comunidades no âmbito fisiológico,
patofisiológico e psicossocial é essencial, e
incluem habilidades de auxiliar no
envelhecimento e no fim da vida. O preparo na
aquisição de competências é fundamental,
dentre essas, destaca-se a avaliação que
consiste o alicerce da prática do enfermeiro que
atua em transplante, como por exemplo, a
capacidade deste profissional avaliar rejeição ou
infecção em receptores de transplantes. Além
do preparo para a tomada de decisão
direcionada para o cuidado de enfermagem, o
enfermeiro deve ter atuação multiprofissional e
multidisciplinar.
• O enfermeiro desempenha papel
crucial no estabelecimento de um
programa de transplante de sucesso.
É membro vital da equipe que tem
objetivo precípuo de prestar cuidado
de qualidade a pacientes e
familiares, por meio da utilização de
recursos tecnológicos, logísticos e
humanos, para o desenvolvimento
das atividades de coordenação,
assistência, educação e pesquisa na
doação e nos transplantes de órgão
e tecidos. Dessa forma, o enfermeiro
deve ter conhecimento dos
princípios de boas práticas éticas e
ter recursos disponíveis para avaliar
o mérito, riscos e questões sociais
relacionadas aos transplantes.
Espera-se que o estudo ora
apresentado fomente o
desenvolvimento de futuras
investigações relacionadas ao papel
e as responsabilidades do
enfermeiro.
ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO

Após constatar a morte encefálica


Inicialmente, o enfermeiro faz a
estando à frente na condução dos
Segue abaixo os passos que o(a) busca ativa nas Unidades Críticas Organiza toda a logística de
testes clínicos e complementares,
enfermeiro(a) segue ao entrar no dos hospitais pela Comissão Intra- informação para Central de
acompanha os exames e
processo de doação e Hospitalar de Doação de Órgãos e Transplante e Centro
manutenção do potencial doador
transplante. Tecidos para Transplante Transplantadores;
para garantia da viabilidade dos
(CIHDOTT);
órgãos;

Participa de todo processo de Realiza consultas ao telefone e


Entrevista a família para Reserva centro cirúrgico e marca doação ativamente como participa ativamente na escolha
autorização da doação; horário da captação; perfusionista na captação e do receptor após a utilização de
armazenamento dos órgãos; protocolos rigorosos e testes;

Recebe o paciente na Unidade de Faz acompanhamento


Atua como assistencial na sala de
Transplante ou UTI no pós- ambulatorial no seguimento do
cirurgia no processo de implante;
operatório imediato; transplante.
• A formação do enfermeiro influencia na sua competência ao
lidar com o processo de doação e transplante porque, muito
cedo e em várias disciplinas em contextos diferentes, todo
esse processo é abordado com o(a) enfermeiro(a)”.
Responsabilidad
e e formação • No intuito de garantir uma formação de excelência àqueles
que almejam ingressar na área, visto que a pandemia do
profissional novo coronavírus trouxe uma demanda ainda maior no
setor de Enfermagem por profissionais qualificados, o
COREN-CE firmou parceria com a Universidade de Fortaleza.

• O convênio em questão oferece bolsas de 20% para


membros do Conselho na graduação de Enfermagem,
proporcionando uma rica oportunidade para os técnicos
que queiram crescer na profissão por meio de
aprofundamento prático e teórico. As bolsas são oferecidas
até a conclusão do curso escolhido, devendo ser renovadas
semestralmente, de acordo com o número de vagas e
demais cláusulas do acordo.
Cuidados de Enfermagem

• Os cuidados de enfermagem para preservar a capacidade de doação são:

• Balanço hídrico rigoroso;


• Hidratar os olhos com colírio hidratante a cada 6h ou
NaCl0,9%;
• Realizar higiene ocular a cada 12h;
• Manter olhos fechados;
• Hidratar pele;
• Controle térmico (mantendo a normotermia);
• Controle rigoroso de PA, tendo como ponto de corte PAM
de 60mmHg;
• Manter SpO2 > 95%, caso necessário, é melhor aumentar
a FiO2 em detrimento de PEEPs mais altas;
• Realizar reanimação cardiopulmonar caso confirmada a
doação de órgãos;
• Manter glicemia entre 80 e 150 mg/dL;
• Manter cabeceira elevada;
• Mudança de decúbito 2/2h;
• Além das intervenções necessárias para prevenir danos
ao doador.
• O cuidado de enfermagem ao doador é fundamental para
que a maior quantidade de órgãos e tecidos possível seja
aproveitada.

• Além disso, é importante destacar que o respeito e


empatia com o momento que a família do doador que se
despede do seu ente querido são fundamentais para
fortalecer a política de doação de órgãos e garantir que
não aja desistência ao longo do processo.
O Papel da • Não é função do enfermeiro atestar um
paciente em morte encefálica. Porém, é ímpar e
Assistência de de fundamental importância a atuação do
enfermeiro.
Enfermagem no
Processo de • Ele tem condições em diagnosticar a morte
Doação de Órgãos encefálica e implementar os cuidados a
manutenção dos órgãos, viabilizando o
e Transplantes encaminhamento para doação. Por se fazer
presente e atuante, por estar atento a todas as
necessidades e sempre próximo ao paciente e à
família, ajudando, amparando e enfrentando
obstáculos para um cuidado ideal, o enfermeiro
tem papel importante na prestação de uma
assistência adequada junto à equipe
multiprofissional, incentivando, ensinando e
atualizando os profissionais que lidam com o
paciente em morte encefálica, que deve ser
visto como um potencial doador.
O Papel da No que tange à manutenção do potencial doador, o

Assistência de enfermeiro deve ter conhecimento das alterações


fisiológicas decorrentes da morte encefálica, para
que, acompanhado de equipe médica possam
Enfermagem planejar e conduzir o manuseio.

no Da mesma forma, deve conhecer as formalidades


Processo de legais do processo, a prevenção, detecção precoce e
controle imediato das principais complicações
Doação de naturais ao corpo após a morte encefálica para que
os órgãos possam ser retirados e transplantados nas
Órgãos e melhores condições possíveis.

Transplantes A instituição de medidas terapêuticas adequadas e


supervisionadas pelo enfermeiro poderá levar o
potencial doador a ser doador efetivo e ao melhor
aproveitamento de todos os órgãos possíveis de
serem Transplantados.
O Papel da • Porém, autores demonstram através de um
estudo que a equipe de enfermagem muitas
Assistência de vezes não assimila o cliente em morte encefálica
como potencial doador e por consequência

Enfermagem desse pensamento, presta uma assistência


inadequada, fator que possivelmente dificulta
ou inviabiliza as condições favoráveis de um
no potencial doador.

Processo de • O enfermeiro, junto com sua equipe deve


Doação de otimizar cuidados diferenciados, que visem
melhoria na doação de órgãos.

Órgãos e
Transplantes • É fundamental compreender que o corpo nessa
etapa é incapaz de realizar funções básicas na
manutenção destes órgãos devido à morte do
Sistema Nervoso Central.
O Papel da • Assume, assim, o enfermeiro e sua equipe a
responsabilidade de manter, mesmo que
Assistência de ainda não confirmada a autorização da
doação de órgãos, condições favoráveis e
Enfermagem no procedimentos adequados e planejados,
Processo de contribuindo para a integridade do potencial
doador, estando consciente de que é um
Doação de Órgãos processo que pode salvar vidas e não
esquecendo de fornecer apoio emocional
e Transplantes adequado aos familiares.

• É importante para a atuação nesse processo


princípios éticos e humanos além da
formação teórica e prática, enfocando
conhecimentos farmacológicos, sobre a
legislação vigente, procedimentos de
enfermagem, senso crítico e sensibilidade
para atuar nessa área.
• A família do potencial doador é o ponto chave para
o processo doação/captação de órgãos e efetivação
A do transplante, e continua sendo um dos fatores
determinantes dos baixos números de doações e,

contribuição por conseguinte, de transplantes. Tem poder


supremo de decisão a respeito, podendo desistir em
qualquer etapa do processo.
da assistência
de • A maneira como abordar a família deve ser bem
planejada e estruturada a fim de contribuir para o
cenário de transplantes efetivado. É essencial que
enfermagem receba assistência antes e depois da evolução da
morte encefálica do cliente.

na decisão
familiar
• A recusa familiar é um dos elementos responsáveis
pelo atendimento insuficiente da demanda da lista
de espera de receptores que continua crescendo. É
um dos motivos responsáveis pela escassez de
órgãos e tecidos para transplantes.
A contribuição da assistência
de enfermagem na decisão
familiar

• Quando se trata de morte encefálica a família passa por dois


momentos: o de aceitação e aflição. Aceitar que o quadro é
irreversível e a realidade da perda leva à dor da aflição em saber
que não haverá mais a convivência com aquele ente.

• A experiência familiar em autorizar a doação dos órgãos passa por


quatro fases: a busca do entendimento da real condição do ente
querido; a incerteza do diagnóstico de morte encefálica e
elaboração de estratégias a fim de diminuir dúvidas e aceitar a
possibilidade de morte; a terceira fase enfoca o problema de doar
ou não; e por último, reconstrói a história de morte do ente
querido. Compreendendo esse ciclo, a assistência de enfermagem à
família deve enfocar o detalhamento da legislação vigente e oferta
de oportunidade em transformar a trágica situação de perda em
uma ação nobre de doação, amenizando a dor e confortando os
familiares.

• É um momento delicado em que a família muitas vezes ao observar


a aparência e os sinais vitais mantidos, não assimila que seu ente
foi a óbito. A abordagem familiar exige do profissional enfermeiro
preparo psicológico e emocional para abordar o tema de uma
maneira que não cause frustração e trauma nos familiares.
A contribuição
• Os motivos de recusa evidenciados pelos familiares
relacionam-se com a crença, valores, a não compreensão
do que seria a morte encefálica e diagnóstico, a
da assistência de inadequação no processo de captação e transplantes, ou
seja, conhecimento limitado sobre o tema.

enfermagem na
decisão familiar • Isso traz angustias para a tomada e vivência da decisão.
Convém refletir sobre a falta de esclarecimento e
informações, crenças e sentimentos envolvidos, peças que
reforçam, na maioria dos casos, a sensação de incerteza e
desonestidade do processo, assim como a esperança de
reversão do quadro de morte encefálica.

• Um estudo evidencia que a efetivação de um transplante


envolve uma boa abordagem dos familiares pelos
profissionais de saúde que fazem parte do processo, e ao
mesmo tempo, a priorização de melhorias na comunicação
entre os profissionais e a família do doador
A contribuição da assistência de enfermagem na decisão familiar

Mesmo se houver manifestação contrária à doação dos órgãos, deve-se


respeitar o momento de dor e conflito de sentimentos que a família passa,
levar em consideração as questões culturais, afetivas e valores, manter a
postura ética e continuar apoiando e esclarecendo dúvidas que surgirem.

A comunicação e atenção da equipe à família, independente da decisão, é


relevante para garantir uma boa impressão e tornar esse processo menos
desgastante àqueles que já estão passando por situação difícil de enfrentar.

Capacitação e educação continuada aos profissionais que atuam na assistência


de enfermagem ao potencial doador de órgãos
Assistência de
enfermagem
• Capacitação e educação continuada aos
profissionais envolvidos nesse processo tem por
finalidade a redução de procedimentos
inadequados na manutenção dos órgãos para a
captação, buscando diminuir a perda de
doadores potenciais e assim elevar as taxas de
doações.

• Um cliente em morte encefálica necessita de


uma rigorosa manutenção para garantir que
seus órgãos sejam preservados em bom estado
para a doação e não apenas cuidados gerais
praticados em unidade de terapia intensiva.

• Por ter que planejar, supervisionar e executar


cuidados tão específicos, o enfermeiro, junto
com sua equipe devem ser capacitados para
perceber e controlar as alterações
fisiopatológicas.
Assistência de
enfermagem
• O enfermeiro deve atentar-se as influências
fisiopatológicas decorrentes da morte encefálica, da
monitorização hemodinâmica e as interferências
hemodinâmicas, advindas da reposição volêmica e
administração de drogas vasoativas e ainda por
identificar sinais que são apenas perceptíveis por um
exame físico minucioso.

• A educação continuada também pode agir


positivamente em sensibilizar os profissionais da
equipe sobre a importância de manter órgãos viáveis
à doação devido a inúmeras pessoas que esperam por
um transplante, visto que um contingente de
profissionais se preocupam mais com clientes que tem
um prognóstico de recuperação.
• Embora exista a necessidade, ainda não existe uma
formação específica para enfermeiros nesse
segmento, apenas algumas associações que se
preocupam em capacitar recursos humanos nesta
área. Os profissionais que atuam nessa assistência
devem manter o conhecimento a respeito atualizado
procurando participar de cursos, afiliar-se a alguma
organização profissional ou associação, participar de
conferências, ler artigos que abordem o tema e trocar
informações e experiências com os profissionais da
área. É necessário, igualmente, a preocupação em
examinar continuamente a sua atuação e buscar
alternativas para melhorar a assistência prestada.
Assistência de enfermagem

• A provisão de cuidado colaborativo como membro de equipe multidisciplinar


de especialistas é um dos papéis dos enfermeiros nos programas de
transplantes. Assim, esses profissionais são constantemente desafiados a
prover cuidado de qualidade aos pacientes submetidos a transplantes, porém
a realidade dos serviços mostra limitação nos recursos humanos, materiais e
mesmo financeiros.

• O enfermeiro que atua em transplante presta cuidado especializado na


proteção, promoção e reabilitação da saúde de candidatos, receptores e seus
familiares, bem como, de doadores vivos e seus familiares ao longo do ciclo
vital.

• Tal cuidado inclui prevenção, detecção, tratamento e reabilitação dos


pacientes com problemas de saúde relacionados às doenças prévias ao
transplante de órgãos ou comorbidades associadas ao tratamento pós-
transplante.
Assistência de
enfermagem
• O Conselho Federal de Enfermagem preconiza ao enfermeiro
responsável pelo processo de doação de órgãos o
planejamento, execução, coordenação, supervisão e avaliação
dos procedimentos de enfermagem prestados ao doador, bem
como, planejar e implementar ações que visem a otimização
de doação e captação de órgãos e tecidos para fins de
transplantes.

• Ao enfermeiro responsável pelo cuidado a candidatos e


receptores de transplantes incumbe aplicar a sistematização
da assistência de enfermagem, em todas as fases do processo
de transplante de órgãos e tecidos ao receptor e família, que
inclui o acompanhamento pré e pós-transplante
(ambulatorial) e transplante (intra-hospitalar).
Assistência de
enfermagem
• No cenário brasileiro, os enfermeiros coordenadores de transplantes
podem desenvolver ainda o cuidado com pacientes hospitalizados e
ambulatoriais, entretanto, via de regra, apenas um profissional exerce
as funções de coordenação.

• Já na realidade internacional, em programas de transplante com grande


volume de pacientes, se faz necessário o trabalho de dois ou mais
enfermeiros para coordenar candidatos e receptores com qualidade e
eficiência. Vale ressaltar que independente do campo de prática do
enfermeiro, é importante que o coordenador de transplante garanta a
continuidade do cuidado nesta complexa modalidade terapêutica.

• Além de todo conhecimento já mencionado anteriormente no que se


refere à atuação do enfermeiro clínico ou coordenador, dada à
complexidade que envolve todo o processo, as dimensões ética,
cultural, religiosa, familiar, jurídica, dentre outras relacionadas às
atitudes deste profissional são de extrema importância e valor.
Assistência de
enfermagem
• É preciso sensibilidade, empatia e humanidade
para compreender e lidar de forma adequada
com os conflitos e o sofrimento humano
gerado pelo processo doação-transplante.
Quer seja a angústia da perda de um ente
querido em morte encefálica ou o sofrimento
do candidato ou receptor de transplante que
passa por complicações as quais determinam o
final da vida.

• A atuação do enfermeiro nos transplantes em


todos os aspectos de sua prática, pautada na
ética e na legislação é fundamental para
preservar a autonomia, dignidade e os direitos
de todos os atores envolvidos neste processo.
• Embora a doação represente uma conduta
social moralmente boa, alguns aspectos levam
a acreditar que a doação ainda precisa ser
incorporada à moral comum, de acordo com
estudo publicado por autores brasileiros, entre
eles: o descrédito no funcionamento e
estrutura do sistema de saúde e da alocação
de recursos, na relação de confiança entre
profissional da saúde e paciente, no acesso
equânime e justo, na confidencialidade
doador/ receptor, no consentimento livre e
esclarecido, no respeito à autonomia, na
defesa da vida e no caráter inovador e recente
desta modalidade de tratamento, ainda em
construção. Tais fatores repercutem de modo
negativo no número de doadores de órgãos
disponíveis, quando se analisa a demanda de
candidatos em filas de espera para
transplantes.
Assistência de
enfermagem
• Para atuar na complexa terapêutica dos transplantes
de órgãos, os enfermeiros devem incorporar e tomar
atitudes junto às equipes de transplante, pautados
nos princípios éticos da autonomia, não maleficência,
beneficência e justiça.

• No que se refere à doação de órgãos e tecidos para


transplante vale ressaltar que este processo está
diretamente relacionado aos valores morais, éticos e
religiosos das pessoas, pois faz com que os indivíduos
pensem na noção de finitude e na relação com o
corpo, após a morte.

• Diante dos dilemas éticos advindos dos transplantes


de órgãos, em muitas situações o enfermeiro pode se
beneficiar de uma consulta ética pública, a qual pode
envolver provedores do cuidado em saúde, médicos e
membros da família do paciente. O intuito desta
consulta seria no sentido de contribuir para a tomada
de decisões relacionadas ao tratamento.
CUIDADOS DE ENFERMAGEM NO
PRÉ TRANSPLANTE

• O enfermeiro realiza acompanhamento do paciente na fase


pré, trans e pós operatório do transplante visando garantir a
continuidade da assistência e tratamento;
• Recebemos pacientes com indicação de transplante através
de encaminhamento médico, hospitais, mídia e por indicação
dos próprios pacientes do programa.
• A primeira consulta é agendada por telefone e com realização
de rodízio para atendimento médico.
• O paciente será avaliado por consulta(s) médica (s), exames
laboratoriais e de imagem
• Se indicado para transplante, o enfermeiro providencia a
documentação para a inscrição na Secretária Estadual de
Saúde (SES)
• Se não indicado para transplante, o paciente retornará ao
serviço de origem
Paciente indicado para transplante

• O enfermeiro recebe solicitação médica por


escrito (anexo 1)

• O enfermeiro preenche formulário próprio da


SES (anexo 2 SES (anexo 2 – ficha de inscrição)

• Confirma compreensão do paciente /


familiares sobre a orientação médica
fornecida

• Checa assinatura do termo de consentimento


para transplante

• Entrega do manual da SES (funcionamento do


sistema de transplantes e situação na lista de
receptores)

• Participa das reuniões clínicas pré agendadas


para discussão de casos e inscrição on line do
receptor
GRUPOS DE ORIENTAÇÃO PRÉ
TRANSPLANTE

Agendamento de 10 a 15 pacientes
inscritos em lista de espera
seguindo critério de gravidade –
MELD

Orientações sobre o chamado para


o transplante: MELD, internação,
preparo, procedimento
anestésico/cirúrgico, UTI,
enfermaria, dieta, med medicações
e outros

Entrega do Manual
Chamado para o transplante
• O enfermeiro convoca o receptor e encaminha ao setor de
internação.
• Reforça as orientações quanto ao jejum, exames de imagem,
documento de identidade e acompanhante
• INÍCIO DO PREPARO PARA CIRURGIA
• Anammese médica (cirúrgica,
anestésica)
• Retirada de proteses, esmaltes, etc
• Coleta de exames laboratoriais e
realiazação de ECG
• Banho de aspersão com solução
degermante (clorexidina)
• Orientações aos familiares
• Reserva de leito na UTI
• Reserva de hemoderivados
• Antibioticoterapia
• Encaminhamento ao Cc
PREPARO DE
ENFERMAGEM
NO CENTRO
CIRÚRGICO

• Montagem da sala

• Solicitação do Kit receptor + material cirúrgico completo;

• Tricotomia

• Posicionamento na mesa cirúrgica

• PROCEDIMENTO ANESTÉSICO

• Monitorização do paciente

• Punção de veia periférica com início da anestesia

• Punção de veia jugular/acesso central

• Ventilação adequada;

• Máscara de oxigênio

• Intubação orotraqueal

• PROCEDIMENTO CIRÚRGICO

• Tempo de cirurgia Tempo de cirurgia – 6 a 8 horas 6 a 8 horas

• Suporte aos familiares


CUIDADOS DE
ENFERMAGEM

UTI
• Coleta de exames laboratoriais
laboratoriais de 24 em 24 horas ou à
critério critério médico
• RX tórax: diário
• Fisioterapia desde a chegada na UTI
• Dieta líquida / leve após 48h
• Controle de SSVV
• Avaliação nível de consciência
• (encefalopatia + corticoides)
• Controle de peso diário (edema)
• Balanço hídrico rigoroso
CUIDADOS DE
ENFERMAGEM

• Troca de curativo somente após 24


h da chegada do CC
• Ordenha do dreno de Jackson
Pratt
• Cuidados dreno de Kher Cuidados
dreno de Kher – manter 10 cm
manter 10 cm abaixo da linha
axilar média
• Retirada de SNG após 24h
• Retirada de SVD em 48/7
• Nível sérico do imunossupressor
• Tempo e motivo de permanência
• Curativos
CUIDADOS DE
ENFERMAGEM

• Tabela dos sinais vitais:


• data
• horário
• PA
• temperatura
• freq. cardíaca
• peso
• Tabela dos medicamentos:
• horários
• medicamentos
• dosagens
Atividades e exercícios:

ORIENTAÇÕ Bebidas alcoólicas:


desaconselhável aos
transplantados por
Não carregar pesos até 8
semanas após a
cirurgia. Retornar
ES DE cirrose por álcool quando se sentir
confortável

ENFERMAG
EM Educação ao paciente e
Processo de
imunossupressão junto
familiares para
à Secretaria Estadual de
imunossupressão
Saúde

Orientação do paciente
quanto a:  medicações
Preparo para alta  curativos  cuidados
hospitalar e orientação com dreno biliar  dieta
família  sinais vitais 
retornos ambulatoriais
retornos ambulatoriais –

NÃO TOMAR
IMUNOSSUPRESSOR
ANTES DA COLETA DOS
EXAMES LABORATORIAIS
RETORNOS
AMBULATORIAIS

após 1 ano após 1 1º mês - 3 vezes


ano - cada 6 a 8 por semana 3
semanas vezes por semana

ORIENTAÇÕ
ES DE
ENFERMAG
EM 7º mês a 1 ano 7º
mês a 1 ano -
cada 4 a 6
2º - 3º mês - 2
vezes por semana
2 vezes por
semanas cada 4 a
semana
6 semanas

4º - 6º mês - cada
2 a 4 semanas
cada 2 a 4
semanas

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