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Classicismo

O Classicismo, terceiro grande movimento


literário da língua portuguesa, marca o início da chamada Era
Clássica da Literatura.

ERA CLÁSSICA
• Classicismo (século XVI)
• Barroco (século XVII)
• Arcadismo ou Neoclassicismo (século XVIII)
O marco inicial do Classicismo é o retorno de Sá de
Miranda a Portugal, em 1527, depois de passar alguns
anos na Itália em contato com a nova literatura
renascentista, conhecida como “o doce estilo novo”.

Contexto histórico: expansão ultramarina.


• Medida Nova – no Humanismo a medida velha –
utilização de versos redondilhos – formados por cinco ou
sete sílabas poéticas.

A Nova Medida Clássica correspondia ao uso dos versos


decassílabos e das formas fixas:

MEDIDA NOVA
* Versos decassílabos
* Formas fixas
Exemplo
A / mor / é um / fo / go / que ar / de / sem / se / ver,
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

É / fe / ri / da / que / dói / e / não / se / sen // te;


1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

É / um / com / tem / ta / men / to / des / con / ten // te;


1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

É / dor / que / de / sa / ti / na / sem / do / er


1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
1 - Amor é um fogo que arde sem se ver, A
2 – é ferida que dói e não se sente; B
3 – é um contentamento descontente, B
4 – é dor que desatina sem doer. A

5 - É um não querer mais que bem querer; A


6 – é um andar solitário entre a gente; B
7 – é um contentar-se de contente; B
8 – é cuidar que ganha em se perder. A

9 – é querer estar preso por vontade; C


10 – é servir a quem vence o, o vencedor; D
11 – é ter com quem nos mata lealdade. C

12 - Mas como causar pode ser ao seu favor D


13 – nos corações humanos amizade, C
14 – se tão contrario a si é o meu Amor? D
Características
• Racionalismo – de acordo com essa concepção, a razão
era quem governava as emoções e os sentimentos,
buscando uma harmonia, um equilíbrio entre forma e
conteúdo.
Nessa concepção mais racional o indivíduo e seu lugar
deixavam de ser particularizados, assumindo um caráter
mais universal. A arte clássica estava preocupada com o
Mundo e com o Homem.

• Retomada da mitologia pagã – Os autores greco-latinos


eram imitados como modelos de perfeição - ideais de
beleza - e seus deuses eram retomados, aparecendo em
grande escala nas produções do período como figuras
literárias ou como tema da pintura renascentista.
• Verossimilhança – Os clássicos acreditavam que a beleza
era o racional, aquilo que era verdadeiro. O verdadeiro,
por sua vez, era o natural, daí resultou a valorização da
natureza e sua imitação constante.

• Fusionismo – Correspondia à fusão, à união da mitologia


pagã - com seus vários deuses e ninfas - com a tradição
cristã. Esse fusionismo será uma das principais marcas da
grande obra épica da língua portuguesa.
Camões
Camões teve uma vida atribulada,
marcada por muitos relacionamentos
amorosos e por muitas aventuras.
Contam os estudiosos que seus vários
casos amorosos, geralmente com
mulheres da corte, e seu jeito de
valentão, foram responsáveis por muitas
brigas em Portugal. Mas foi como
soldado, que numa batalha no norte da
África, perdeu o seu olho direito.
A obra camoniana se divide em:

* Poesias líricas
* Peças teatrais
* Obra épica – Os Lusíadas
Os Lusíadas
Publicado em 1572, o texto é considerado o
maior poema épico da língua portuguesa,
não só por sua extensão, mas por seu
imenso valor literário e histórico.

A obra é composta por dez cantos


organizados. Perfaz um total de oito mil
oitocentos e dezesseis (8.816) versos
decassílabos.
O que é um poema épico ou uma epopeia?

A epopeia, uma das formas clássicas, é a narrativa de


cunho histórico que registra poeticamente os grandes
feitos, as aventuras de um herói ou de um povo. Para
facilitar nossa compreensão, podemos falar que a
epopeia é um longo poema narrativo.

A linguagem empregada na epopeia é sempre nobre,


formal e muito solene, diferentemente da linguagem
que usamos no dia-a-dia.
Todo poema épico apresenta uma estrutura rígida,
herdada da Antiguidade Clássica. As partes de uma
epopeia são as seguintes:
1ª – Proposição: assunto apresentado.
2ª – Invocação: auxílio aos deuses ou às musas (figuras
femininas, musas inspiradoras dos poetas) para a realização da
sua árdua tarefa, ou seja, escrever o próprio poema.
3ª – Dedicatória: oferece a sua obra a uma figura ilustre.
(Dom Sebastião)
4ª – Narração: parte em que ocorre a história propriamente
dita.
5ª – Epílogo: é o final da história, é o desfecho da narrativa.
Características de Os Lusíadas

• Antropocentrismo = corresponde à valorização do


homem.
• Nacionalismo = corresponde à exaltação dos heróis e das
virtudes do homem português. Herói Vasco da Gama e o
povo.
• Linguagem rebuscada = inversões na ordem direta das
frases, que dificultam a compreensão, ou seja, sujeito
nem sempre aparece antes do predicado.
• Fusionismo = Ao mesmo tempo em que fala da missão
do homem português de expandir o cristianismo, de
dilatar a Fé em “terras viciosas” apresenta a intervenção
de divindades pagãs, com deuses e musas.

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