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LITERATURA Curso Preparatório Militar

Professor: Bruno Araujo Projeto ADCRM

CLASSICISMO / QUINHENTISMO

O CLASSICISMO
Classicismo ou Quinhentismo é um nome que se dá à literatura produzida durante a vigência do
Renascimento. Este foi um amplo movimento artístico, cultural e científico que ocorreu no século XVI,
inspirado, sobretudo, nas ideias e nos textos da cultura clássica greco-latina.

O contexto histórico
O Renascimento é a expressão artística e cultural de uma época marcada por fatores decisivos, que
acentuaram o declínio da Idade Média e deram origem à Era Moderna. Entre eles, destacam-se:
▪ as navegações e os descobrimentos, no final do século XV;
▪ a formação dos Estados modernos;
▪ a Reforma (1517);
▪ a Revolução Comercial, iniciada no século XV;
▪ o fortalecimento da burguesia comercial;
▪ a teoria heliocêntrica de Copérnico.

O interesse pela cultura clássica já vinha ocorrendo desde o final do século XIII, na Itália, onde escritores e
intelectuais chamados humanistas liam e traduziam autores latinos e gregos. Desse grupo, destacaram-se
Dante Alighieri, Petrarca e Boccaccio.

Dante Alighieri, autor de A Divina Comédia, criou a medida nova (verso decassílabo), abandonando as
redondilhas medievais, que passaram, então, a ser chamadas de medida velha.

Francesco Petrarca compôs seu Cancioneiro com 350 poemas, na maior parte sonetos. O soneto italiano é
uma forma fixa que encerra 14 versos e quatro estrofes, sendo dois quartetos e dois tercetos. Nesses sonetos,
Petrarca cantava o amor platônico espiritualizado por Laura.

Giovanni Boccaccio escreveu Decameron, obra de narrativas curtas e picantes que retratavam criticamente
a realidade quotidiana.

No século XVI, o Classicismo, em consonância com um contexto histórico de profundas transformações


sociais, econômicas, culturais e religiosas, substituiu a fé medieval pela razão, o cristianismo pela mitologia
greco-latina e, acima de tudo, pôs o homem como o centro de todas as coisas (antropocentrismo).

Diferentemente do homem medieval, que se voltava essencialmente para as coisas do espírito, o homem do
século XVI se volta para a realidade concreta e acredita em sua capacidade de dominar e transformar o
mundo.

LUÍS DE CAMÕES: O GRANDE SALTO


Entre os séculos XV e XVI, Portugal tornou-se um dos países mais
importantes da Europa, em virtude de seu papel de destaque no
processo de expansão marítima e comercial. O país amadurecia como
Estado, povo, língua e cultura; contudo, faltava aos portugueses uma
grande obra literária que fosse capaz de registrar e traduzir o
sentimento de euforia e nacionalidade que vinham experimentando.

Luís Vaz de Camões (1524-1580), com o poema Os lusíadas, além da


lírica, deu a resposta concreta a esse desejo, projetando a literatura
portuguesa entre as mais significativas do cenário europeu neste
momento histórico.
Luís de Camões retratado em Goa, na Índia.

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Estudioso da cultura clássica, Camões soube somar à sua formação as ricas experiências pessoais que viveu:
a guerra no norte da África, onde perdeu um olho; a prisão motivada por um duelo; e o exílio de dezessete
anos, período em que viveu na África e na Ásia (incluindo Índia e China). Todo o seu conhecimento literário
filosófico histórico político e geográfico foi aproveitado como matéria-prima para escrever seus poemas
líricos e, principalmente, sua obra épica Os lusíadas, a principal expressão do Renascimento português.

A poesia lírica
Na lírica, Camões cultivou tanto os poemas em medida velha (redondilhas), na tradição da poesia palaciana,
quanto os poemas em medida nova (decassílabos), influência direta dos humanistas italianos, especialmente
de Petrarca. Os tipos de composição empregados são o soneto, as éclogas, as odes, as oitavas e as elegias.
Os temas mais importantes são o neoplatonismo amoroso, a reflexão filosófica (sobre os desconcertos do
mundo) e a natureza (confidente amoroso do amante que sofre).

Na lírica amorosa, o eu-lírico nega a realização física do amor por entender que o sexo estraga o verdadeiro
Amor (com maiúscula), isto é, o amor como ideia universal, como abstração pura e perfeita, acima de todas
as experiências individuais. Observe a expressão desse conceito no soneto abaixo.

Transforma-se o amador na cousa amada

Transforma-se o amador na cousa amada,


Por virtude do muito imaginar;
Não tenho logo mais que desejar,
Pois em mim tenho a parte desejada.

Se nela está minha alma transformada,


Que mais deseja o corpo de alcançar?
Em si somente pode descansar,
Pois consigo tal alma está liada.

Mas esta linda e pura semideia,


Que, como o acidente em seu sujeito,
Assim com a alma minha se conforma,

Está no pensamento como ideia;


[E] o vivo e puro amor de que sou feito,
Como matéria simples busca a forma.

Luís de Camões

De acordo com as duas primeiras estrofes, o eu lírico manifesta uma concepção segundo a qual a realização
amorosa se dá por meio da imaginação. Não é preciso ter a pessoa amada fisicamente, basta tê-la em
pensamento. E, tendo-a dentro de si, na imaginação, o eu lírico se transforma na pessoa amada, confunde-
se com ela e, dessa forma, já a tem. Contudo, nas duas últimas estrofes, o eu lírico abandona o neoplatonismo
e, com uma comparação, manifesta seu desejo físico pela mulher amada: do mesmo modo que toda matéria
busca uma forma, o seu amor puro, amor-ideia, busca o objeto desse amor, ou seja, a mulher real.

Na lírica filosófica, os poemas de Camões revelam um homem descontente com os rumos de seu tempo,
insatisfeito com a nova ordem de valores que se instala naquele momento histórico, de transição para o
mundo burguês.

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A poesia épica: Os lusíadas


A obra Os lusíadas foi publicada em 1572 e narra os feitos heroicos dos
portugueses que, em 1498, se lançaram ao mar, numa época em que
ainda se acreditava em monstros marinhos e abismos. Liderados por
Vasco da Gama, os lusos (os portugueses, daí o nome da obra) ultrapas-
saram os limites marítimos conhecidos – no caso, o cabo das Tormentas,
no sul da África – e chegaram até Calicute, na Índia. Tal façanha uniu o
Oriente e o Ocidente pelo mar, deslumbrou o mundo e foi alvo de
interesses políticos e econômicos de diversas nações europeias.

Ao mesmo tempo que se volta para os fatos históricos relativamente


recentes, as aventuras de viagem também são pretexto para narrar a
própria história de Portugal, nos momentos decisivos de sua formação,
respondendo assim ao anseio nacionalista da época. por outro lado, a
obra também revela as inquietações do próprio autor quanto ao sentido
da busca desenfreada dos portugueses por riquezas e poder e quanto
aos rumos da própria nação portuguesa.

Capa da edição de 1572 de Os lusíadas.

Como epopeia – gênero cultivado por escritores gregos e latinos, como Homero, autor da Odisseia e da Ilíada,
e Virgílio, autor de Eneida –, a obra Os lusíadas segue a estrutura própria do gênero, mas apresenta
diferenças significativas. Por exemplo, em vez da figura de um herói com forças sobre humanas, como ocorre
nas epopeias clássicas, a figura de Vasco da Gama, em Os lusíadas, é diluída para dar espaço aos portugueses
em geral, vistos como herói coletivo.

Outra diferença importante é que, na tradição épica, o corre o “maravilhoso pagão”, isto é, a interferência
de deuses da mitologia nas ações humanas. Em Os lusíadas, também há a presença de deuses da mitologia
clássica, porém o paganismo convive com ideias do cristianismo (o “maravilhoso cristão”), já aqui essa era a
opção religiosa do autor e dos portugueses em geral. Além disso, havia na época a pressão da Inquisição, que
controlava as publicações e chegou a pôr em dúvida a edição de Os lusíadas, em virtude da presença de
paganismo.

Principais características do Classicismo

Quanto ao conteúdo:
▪ idealização amorosa, neoplatonismo;
▪ predomínio da razão;
▪ paganismo;
▪ influência da cultura greco-latina;
▪ antropocentrismo;
▪ universalismo;
▪ busca de clareza e equilíbrio das ideias;
▪ nacionalismo.

Quanto à forma:
▪ gosto por soneto; imitação às formas clássica;
▪ emprego de medida nova (poesia);
▪ busca do equilíbrio formal.

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O QUINHENTISMO NO BRASIL

“Nem crônicas, nem memórias, pois não resultavam de nenhuma intenção literária: os escritos dos cronistas
e viajantes eram uma tentativa de descrever e catalogar a terra e o povo recém-descobertos. Entretanto,
permeava-os a fantasia de seus autores, exploradores europeus que filtravam fatos e dados, acrescentando-
-lhes elementos mágicos e características muitas vezes fantásticas.”

Carlos Vogt e José Augusto G. Lemos.


In: Cronistas e viajantes. São Paulo: Abril Educação,
1982. 4ª capa. Literatura Comentada.

A produção literária no Brasil-Colônia


O Brasil foi colônia portuguesa durante mais de três séculos. Os principais eventos de cada um deles podem
ser assim sintetizados:

● Século XVI: a metrópole procurou garantir o domínio sobre a terra descoberta, organizando-a em
capitanias hereditárias e enviando negros da África para povoá-los e jesuítas da Europa para catequizar os
índios.

● Século XVII: a cidade de Salvador, na Bahia, povoada por aventureiros portugueses, índios, negros e
mulatos, tornou-se o centro das decisões políticas e do comércio de açúcar.

● Século XVIII: a região de Minas Gerais transformou-se no centro da exploração do ouro e das primeiras
revoltas políticas contra a colonização portuguesa, entre as quais se destacou o movimento da Inconfidência
Mineira (1789).

Embora a literatura brasileira tenha nascido no período colonial, é difícil precisar o momento em que passou
a se configurar como uma produção cultural independente dos vínculos lusitanos.

É preciso lembrar que, durante o período colonial, ainda não eram sólidas as condições essenciais para o
florescimento da literatura, tais como existência de um público leitor ativo e influente, grupos de escritores
atuantes, vida cultural rica e abundante, sentimento de nacionalidade, liberdade de expressão, imprensa e
gráficas. Os livros produzidos por escritores nascidos no Brasil eram então impressos em Portugal e depois
trazidos à Colônia.

Por essas razões, alguns historiadores da literatura preferem chamar a literatura aqui produzida até o final
do século XVII de manifestações literárias ou ecos da literatura no Brasil colonial. Segundo esse ponto de
vista, somente no século XVIII, com a fundação das cidades e o estabelecimento de centros comerciais ligados
à extração de ouro em Minas Gerais, é que se teriam criado algumas das condições necessárias para a
formação de uma literatura mais amadurecida, tais como grupo de escritores e público leitor. Isso não
impediu, entretanto, que, na Bahia do século XVII, surgisse uma das principais expressões de nossa literatura:
Gregório de Matos.

De qualquer modo, a produção literária do Brasil colonial criou condições para o amadurecimento do espírito
de nacionalidade e o nascimento de uma literatura voltada para o espaço, para o homem e para as línguas
nacionais, o que se deu plenamente somente a partir do século XIX, após a Independência do Brasil (1822).

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A LITERATURA DE INFORMAÇÃO
O primeiro texto escrito no Brasil foi a Carta, de Pero Vaz de Caminha, escrivão-mor da esquadra liderada
por Pedro Álvares Cabral quando do “descobrimento” oficial do Brasil, em 1500.

Essa carta e muitos outros textos em forma de cartas de viagem, diários de navegação e tratados descritivos
formam a chamada literatura de informação ou de expansão, cultivada em Portugal à época das grandes
navegações. A finalidade desses textos, escritos em prosa, era narrar e descrever as viagens e os primeiros
contatos com a terra brasileira e seus nativos, informando tudo o que pudesse interessar aos governantes
portugueses.

Embora guardem pouco valor literário, esses escritos tem importância hoje principalmente pelo seu
significado como documentação histórica, seja como testemunho do espírito aventureiro da expansão
marítima e comercial dos séculos XV e XVI, seja como registro do choque cultural entre colonizadores e
colonizados.

Os escritores que produziram a literatura de informação não revelam nenhum sentimento de apego à terra
conquistada, concebida como uma espécie de extensão da metrópole, um “Portugal nos trópicos”. Apesar
disso, essa literatura quinhentista deixou como herança um conjunto inesgotável de sugestões temáticas (os
índios, as belezas naturais da terra, nossas origens históricas) exploradas mais tarde por artistas brasileiros
de diferentes linguagens.

Oswald de Andrade, por ex., escritor brasileiro do século XX, criou o movimento intitulado Poesia Pau-Brasil,
em boa parte inspirado nesse Brasil cabralino descrito pelos cronistas e viajantes do século XVI.

As principais produções da literatura informativa no Brasil-Colônia dos séculos XVI e XVII são:

▪ a Carta, de Pero Vaz de Caminha (1500);


▪ o Diário de navegação, de Pero Lopes de Sousa (1530);
▪ o Tratado da Terra do Brasil e a História da Província de Santa Cruz, de Pero de Magalhães Gândavo (1576);
▪ o Tratado descritivo do Brasil, de Gabriel Soares de Sousa (1587);
▪ os Diálogos das grandezas do Brasil, de Ambrósio Fernandes Brandão (1618);
▪ as cartas dos missionários jesuítas escritas nos dois primeiros séculos de catequese;
▪ a História do Brasil, de Frei Vicente do Salvador (1627);
▪ as Duas viagens ao Brasil, de Hans Staden (1557);
▪ a Viagem à terra do Brasil, de Jean de Léry (1578).

(Santiago. Tinta fresca. Porto Alegre: L & PM, 2004. p. 8.)


Cartum de Santiago no qual é retomado o tema do Brasil cabralino.

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A LITERATURA DE CATEQUESE: JOSÉ DE ANCHIETA


Os jesuítas vindos ao Brasil com a missão de catequizar os índios deixaram inúmeras cartas, tratados
descritivos, crônicas históricas e poemas. Naturalmente, toda essa produção está diretamente relacionada à
intenção catequética de seus autores, entre os quais se destacam Manuel da Nóbrega, Fernão Cardim e,
principalmente pelas qualidades literárias, José de Anchieta.

José de Anchieta (1534-1597) nasceu nas Ilhas Canárias, Espanha, e faleceu em Reritiba, atual Anchieta, no
estado do Espírito Santo. Veio ao Brasil para trabalhar com o padre Manuel da Nóbrega e participou da
fundação das cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro.

Sua obra representa parte da melhor produção do Quinhentismo brasileiro. Escreveu poesia religiosa, poesia
épica (em louvor às ações do terceiro governador-geral, Mem de Sá), além de crônica histórica e uma
gramática do tupi, a Arte de gramática da língua mais usada na costa do Brasil. Foi também autor de peças
teatrais, escritas com a finalidade de ajudar na educação espiritual dos colonos e catequese dos índios, nas
quais revela a influência dos modelos formais da poesia palaciana e do teatro de Gil Vicente. O auto Na festa
de São Lourenço foi encenado pela primeira vez no Brasil em 1583.

Ao lado dessa produção, há aquelas de interesse puramente pessoal, que satisfaziam o espírito devoto de
Anchieta, como sermões e poemas em latim. O poema a seguir ilustra as preocupações religiosas desse
jesuíta e demonstra a influência do modelo literário medieval em sua produção. O emprego da medida velha
(a redondilha) comprova a total indiferença do religioso para com o Renascimento, que naquele momento
se desenvolvia na Europa.

Em Deus, meu criador

Não há cousa segura.


Tudo quanto se vê Do pé do sacro monte
se vai passando. meus olhos levantando
A vida não tem dura. ao alto cume
O bem se vai gastando. vi estar aberta a fonte
Toda criatura do verdadeiro lume,
passa voando. que as trevas do meu peito
todas consume.
Em Deus, meu criador,
está todo meu bem Correm doces licores
e esperança das grandes aberturas
meu gosto e meu amor do penedo.
e bem-aventurança.
Quem serve a tal Senhor Levantam-se os errores,
não faz mudança. levanta-se o degredo
e tira-se a amargura
Contente assim, minha alma, do fruto azedo!
do doce amor de Deus
toda ferida,
o mundo deixa em calma,
buscando a outra vida,
na qual deseja se
toda absorvida.

In: Eduardo Portela, org. José de Anchieta – Poesia.


Rio de Janeiro: Agir, 2005. p. 34-5.

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Foi, porém, com o teatro que Anchieta cumpriu plenamente sua missão catequética. Para as comemorações
de datas religiosas, escrevia e levava ao público autos que, diferentemente da prática discursiva e cansativa
dos sermões, veiculavam de forma amena e agradável a fé e os mandamentos religiosos.

Pelo fato de seu público ser constituído por indígenas, soldados, colonos, marujos e comerciantes, Anchieta
escreveu autos polilíngues, o que lhes conferia maior alcance. O alvo central do religioso era, porém, o índio.
Tendo observado o gosto do silvícola por festas, danças, músicas e representações, Anchieta soube unir a
essa tendência natural a moral e os dogmas católicos, fazendo uso de pequenos jogos dramáticos. Assim, ao
mesmo tempo que divertia a plateia, alcançava os seus objetivos.

José de Anchieta teve grande liderança espiritual em seu tempo e é chamado de “Apóstolo do Brasil”. Em 22
de junho de 1980, o Papa João Paulo II beatificou o padre José de Anchieta em um processo que teria
começado em 1597, após relatos de milagres em São Paulo. 24 anos mais tarde, o beato foi canonizado e
declarado santo pelo Papa Francisco, em 03 de abril de 2014.

EXERCÍCIOS

Questão 1
A literatura jesuítica foi uma das manifestações literárias que surgiu com a chegada dos portugueses no
Brasil, no século XVI. Sobre essa manifestação é incorreto afirmar:

A) Possuía um teor religioso e reunia textos escritos pelos colonizadores.


B) Os principais assuntos explorados eram cotidianos e religiosos.
C) Os textos eram descritivos e informativos e possuíam uma linguagem simples.
D) Foi escrita pelos jesuítas, tendo José de Anchieta como maior representante.
E) Também era chamada de literatura de catequese, tendo em conta seu caráter religioso.

Questão 2
Das opções abaixo, a que não faz parte das características do Quinhentismo é a alternativa:

A) textos descritivos, informativos e religiosos.


B) linguagem simples e uso de adjetivos.
C) temas relacionados com a conquista material e espiritual.
D) resgate dos valores clássicos greco-romanos.
E) relatos e crônicas de viagem.

Questão 3
Sobre a literatura informativa quinhentista é incorreto afirmar:

A) Com uma linguagem rebuscada, os cronistas descreveram aspectos das novas terras encontradas além-
mar.
B) Repletos de adjetivos, os textos do Quinhentismo abordaram as características materiais e espirituais
relacionadas com as novas terras.
C) Ao lado de Pero Vaz de Caminha e de outros cronistas, Pero de Magalhães Gândavo foi um dos
representantes da literatura informativa.
D) A carta de Pero Vaz de Caminha representa um dos maiores exemplos da literatura informativa do
Quinhentismo.
E) De caráter documental, a literatura informativa foi essencial para fundar a literatura brasileira.

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Questão 4
O Quinhentismo é uma manifestação literária que teve início no século XVI no Brasil e reuniu diversos textos
de caráter:

A) amoroso, religioso e pedagógico.


B) pedagógico, religioso e informativo.
C) informativo, religioso e amoroso.
D) nacionalista, religioso e místico.
E) místico, nacionalista e amoroso.

Questão 5
Enquanto surgia a literatura brasileira no Brasil, na Europa outro movimento baseado no humanismo,
racionalismo e cientificismo se consolidava. Esse movimento foi o:

A) Barroco.
B) Arcadismo.
C) Realismo.
D) Romantismo.
E) Classicismo.

Questão 6
(UFPA) Quanto às manifestações literárias brasileiras aparecidas durante o período colonial:

A) refletiam a grandeza da Literatura Portuguesa da época.


B) não havia obras escritas, existia, pois, como manifestação oral.
C) eram ainda incipientes, apesar de escritas, pois a metrópole não incentivava este tipo de produção.
D) o expressivo número de escritores que apareceram obreiam-se com os maiores vultos da literatura
universal.
E) representa o esplendor das tendências literárias do medievalismo português.

Questão 7
(UFSM) O Quinhentismo, enquanto manifestação literária, pode ser definido como uma época em que:

I – não se pode falar, ainda, na existência de uma literatura brasileira, pois a cultura portuguesa estabelecia
as formas de pensamento e expressão para os escritores na colônia;
II – se pode falar na existência de uma literatura brasileira porque, ao descreverem o Brasil, os textos
mostram um forte instinto de nacionalidade, na medida em que todos os escritores eram nativos da terra;
III – a produção escrita se prende à descrição da terra e do índio ou a textos escritos pelos jesuítas, ou seja,
uma produção informativa e doutrinária.

Está(ão) correta(s):

A) Apenas I.
B) Apenas II.
C) Apenas I e III.
D) Apenas II e III.
E) Apenas III.

Questão 8
(UFSE) Nas manifestações literárias dos dois primeiros séculos de nossa história podem estar presentes as
seguintes características:

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I – intenção catequética e informação sobre a terra;


II – relato de viagem e pregação religiosa;
III – sentimento nacionalista e participação em campanha republicana.

Estão corretas somente as características indicadas em:

A) I.
B) II.
C) III.
D) I e II.
E) II e III.

Questão 9
(FUVEST) Entende-se por literatura informativa no Brasil:

A) o conjunto de relatos de viajantes e missionários europeus, sobre a natureza e o homem brasileiros.


B) a história dos jesuítas que aqui estiveram no século XVI.
C) as obras escritas com a finalidade de catequese do indígena.
D) os poemas do Padre José de Anchieta.
E) os sonetos de Gregório de Matos

Questão 10
(Udesc) O movimento literário que retrata as manifestações literárias produzidas no Brasil à época de seu
descobrimento, e durante o século XVI, é conhecido como Quinhentismo ou Literatura de Informação.
Analise as proposições em relação a este período.

I. A produção literária no Brasil, no século XVI, era restrita às literaturas de viagens e jesuíticas de caráter
religioso.

II. A obra literária jesuítica, relacionada às atividades catequéticas e pedagógicas, raramente assume um
caráter apenas artístico. O nome mais destacado é o do padre José de Anchieta.

III. O nome Quinhentismo está ligado a um referencial cronológico — as manifestações literárias no Brasil
tiveram início em 1500, época da colonização portuguesa — e não a um referencial estético.

IV. As produções literárias neste período prendem-se à literatura portuguesa, integrando o conjunto das
chamadas literaturas de viagens ultramarinas, e aos valores da cultura greco-latina.

V. As produções literárias deste período constituem um painel da vida dos anos iniciais do Brasil colônia,
retratando os primeiros contatos entre os europeus e a realidade da nova terra.
Assinale a alternativa correta.

A) Somente as afirmativas I, IV e V são verdadeiras.


B) Somente a afirmativa II é verdadeira.
C) Somente as afirmativas I, II, III e V são verdadeiras.
D) Somente as afirmativas III e IV são verdadeiras.
E) Todas as afirmativas são verdadeiras.

Questão 11
(Mackenzie) “Quando morre algum dos seus põem-lhe sobre a sepultura pratos, cheios de viandas, e uma
rede (...) mui bem lavada. Isto, porque crêem, segundo dizem, que depois que morrem tornam a comer e
descansar sobre a sepultura. Deitam-nos em covas redondas, e, se são principais, fazem-lhes uma choça de
palma. Não têm conhecimento de glória nem inferno, somente dizem que depois de morrer vão descansar a
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um bom lugar. (...) Qualquer cristão, que entre em suas casas, dão-lhe a comer do que têm, e uma rede
lavada em que durma. São castas as mulheres a seus maridos.” (Padre Manuel da Nóbrega)

O texto, escrito no Brasil colonial,

A) pertence a um conjunto de documentos da tradição histórico literária brasileira, cujo objetivo principal
era apresentar à metrópole as características da colônia recém-descoberta.
B) já antecipa, pelo tom grandiloquente de sua linguagem, a concepção idealizadora que os românticos
brasileiros tiveram do indígena.
C) é exemplo de produção tipicamente literária, em que o imaginário renascentista transfigura os dados de
uma realidade objetiva.
D) é exemplo característico do estilo árcade, na medida em que valoriza poeticamente o “bom selvagem”,
motivo recorrente na literatura brasileira do século XVIII.
E) insere-se num gênero literário específico, introduzido nas terras americanas por padres jesuítas com o
objetivo de catequizar os indígenas brasileiros.

Questão 12
(Fuvest) Assinale V (verdadeiro) ou F (falso), após analisar as afirmações que se seguem sobre o
Quinhentismo:

( ) A literatura de informação ressalta a importância do trabalho com o estilo, com a forma.


( ) A atitude de Caminha em frente à terra recém-descoberta é de decepção e de repulsa pelo índio.
( ) A produção informativa do Quinhentismo frente à terra tem maior valor histórico-documental que
literário.
( ) A exaltação ufanista das virtudes da terra prestava-se, também, ao incentivo à imigração e aos
investimentos da Europa na Colônia.
( ) Autores românticos e modernistas valeram-se de sugestões temáticas e formais das crônicas de viagem.
( ) A literatura dos viajantes é ocorrência exclusiva brasileira, não tendo nenhum similar em nenhuma
outra parte do mundo.
( ) A poesia de Anchieta está presa aos modelos renascentistas e reflete, em seus sonetos, uma
transparente influência de Camões.

A sequência é:

A) F, F, V, V, V, F, F
B) F, F, F, V, V, V, F
C) F, F, F, F, F, V, V
D) V, V, V, V, V, V, V
E) V, V, V, V, V, F, F

Questão 13
(Santa Casa) Assinale a incorreta:

A) A literatura de viagens constitui valioso documento do Brasil-Colônia.


B) Na literatura de viagens encontramos informações sobre a natureza e o homem brasileiro.
C) Os primeiros escritos sobre o Brasil pertencem à categoria de literatura, uma vez que notamos neles
preocupações estéticas.
D) O mito ufanista é representado pelo louvor à terra fértil e a natureza como algo exuberante.
E) nenhuma das anteriores.

Referência: CEREJA, W. R.; MAGALHÃES, T. C. Português: linguagens – volume único. 4. ed. São Paulo: Atual, 2013.

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