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INTRODUÇÃO BÍBLICA

Prof. Roney Cozzer


(27) 99978-4158

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I. CONCEITUAÇÃO DA DISCIPLINA

Recebe também o nome de “Bibliologia”, “Isagoge


Bíblica” ou simplesmente “Introdução à Bíblia”. O
termo “isagoge” significa simplesmente
“introdução” no grego. “Bibliologia”, uma palavra
também originária do grego, significa literalmente
“estudo do livro”.

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II. SUA COLOCAÇÃO NA GRANDE
ÁREA DA TEOLOGIA
Como parte da Teologia Sistemática, a Introdução
Bíblica se ocupa do estudo das Sagradas Escrituras
como Palavra, e não como livro (obra literária).
Questões atreladas à Bíblia como uma mensagem de
Deus são desdobradas: inspiração da Bíblia,
canonicidade, sua aplicabilidade, etc.

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II. SUA COLOCAÇÃO NA GRANDE
ÁREA DA TEOLOGIA
A imagem abaixo nos ajuda a compreender os dois
principais eixos da Introdução Bíblica:

Introdução Bíblica

A Bíblia como
A Bíblia como Livro
Palavra de Deus

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III. SUA APLICABILIDADE
PARA A IGREJA
Tem uma finalidade prática e comunitária, visto que
auxilia a Igreja no uso da Bíblia, livro que rege sua
vida, liturgia e cosmovisão.
Traz observações pertinentes sobre o estudo da
Bíblia, sobre sua estrutura interna (i.e., a maneira
como ela está organizada), preservação e tradução da
Bíblia, línguas originais, cronologia dos tempos
bíblicos, etc.

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IV. A LEITURA TEOLÓGICA E
DEVOCIONAL DA BÍBLIA
A Bíblia precisa ser corretamente manejada pelo
cristão. O obreiro, especialmente, precisa se apresentar
apto e aprovado (2 Tm 2.15). Sendo a Bíblia o único
manual de conduta e de fé do cristão (Sl 119.9,11,105),
ela precisa ser constantemente lida e pesquisada.
Ela é alimento para a alma do homem (Jr 15.16), é o
instrumento que o Espírito Santo usa (Ef 6.17) e ela
enriquece espiritual e moralmente o homem (1 Pe
1.15,23; 2.2).

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IV. A LEITURA TEOLÓGICA E
DEVOCIONAL DA BÍBLIA
A Bíblia é fonte da verdade do evangelho que
transforma o homem (Jo 8.32; 17.17).
Ela nos previne contra toda sorte de falsos ensinos e
enganos que ameaçam a integridade da vida com
Deus.

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IV. A LEITURA TEOLÓGICA E
DEVOCIONAL DA BÍBLIA
Ler as Escrituras deve ser sinônimo de busca do
conhecimento sobre Deus. A Bíblia é a revelação
escrita de Deus aos homens. Daí que ela deve ser
lida não apenas como objeto de estudos acadêmicos,
mas com oração, vagarosamente, com meditação de
fato. Importante que ela seja lida integralmente e
nisto reside grande riqueza.

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V. DICAS E ORIENTAÇÕES PARA
O ESTUDO DA BÍBLIA
Começar entendendo o significado do termo “bíblia” é um
passo interessante para o presente estudo. Curiosamente, o
termo “Bíblia” só se encontra na capa da Bíblia, e não em
seu texto, pelo menos não em português.
O termo é oriundo do grego e significa basicamente
“coleção de livros pequenos”. Os gregos chamavam a
folha de papiro preparada para a escrita de biblos; um rolo
de papiro de tamanho pequeno era chamado de biblion e
vários rolos pequenos de papiro eram
chamados de bíblia.

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V. DICAS E ORIENTAÇÕES PARA
O ESTUDO DA BÍBLIA
Entender o sistema de referenciação bíblica.
Veja como funciona: Duas letras sem ponto
abreviativo para cada livro da Bíblia, como por
exemplo: para o livro de Gênesis usa-se as letras
“Gn”. Entre capítulo e versículo põe-se apenas um
ponto, como por exemplo, Gn 1.3 (Gênesis capítulo
1 e versículo 3). O hífen indica sempre continuidade.
Vale lembrar que o sistema católico de referenciação
é diferente do nosso.

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V. DICAS E ORIENTAÇÕES PARA
O ESTUDO DA BÍBLIA
Vamos testar seu aprendizado?
Is 55.4 Isaías, capítulo 55, versículo 44
1 Jo 2.4 Primeira de João, capítulo um, versículo quatro.
Rm 8.1-5 Romanos, capítulo oito, versículos um a
cinco
1 Co 4 Primeira Epístola aos Coríntios, capítulo
quatro
Fm v. 4 Filemon, versículo quatro
2 Re 5.1-6.8 Primeiro Reis, capítulo cinco, versículo um
até ao capítulo 6, versículo oito
Jó 1-4 Jó, capítulos um a quatro

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V. DICAS E ORIENTAÇÕES PARA
O ESTUDO DA BÍBLIA
Fazer anotações, tomar notas de sua leitura
Ser organizado no estudo da Bíblia é fundamental.
Jamais utilize papeizinhos, sempre caderno para
apontamentos individuais. Se for usar arquivos de
Word ou similares, busque ser o mais organizado
possível, nomeando corretamente todos os arquivos
e salvando em pastas, de modo que possa localizar
depois, quando necessitar.

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V. DICAS E ORIENTAÇÕES PARA
O ESTUDO DA BÍBLIA
Outras dicas importantes:
 Leia a Bíblia conhecendo seu Autor;
 Ler a Bíblia diariamente;
 Ler a Bíblia com a melhor atitude mental e
espiritual;
 Leia a Bíblia com oração, devagar e meditando;
 Leia a Bíblia toda (GILBERTO, 2007: 13-16).

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V. DICAS E ORIENTAÇÕES PARA
O ESTUDO DA BÍBLIA
Considere o mesmo versículo a seguir
em três versões diferentes:
Use “ferramentas” auxiliares no estudo das Escrituras:
Jó 41.22:
 Versões variadas da Bíblia;
 Comentários Bíblicos; “No seu pescoço reside a força; e diante
dele anda saltando o terror” (ARA).
 Dicionários Bíblicos;
“Tanta força reside em seu pescoço que
 Dicionário vernacular; o terror vai adiante dele” (NVI).

 Léxicos; “No seu pescoço reside a força; diante


dele até a tristeza salta de prazer” (ACF).
 Atlas Bíblico.

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VI. PRINCÍPIOS ELEMENTARES DE
INTERPRETAÇÃO BÍBLICA
Os princípios de interpretação das Escrituras podem ser
considerados como "guias" para a compreensão do texto
bíblico. Sua finalidade não é levar o leitor/intérprete a
caminhar numa espécie de eisegese, antes, auxiliá-lo no
esforço de entender corretamente o sentido pretendido pelo
autor do texto. Estes princípios, conquanto estejam
presentes mais no âmbito da Hermenêutica, são
fundamentais também à Exegese, enquanto uma ciência
bíblica Palavra de origem grega que significa, basicamente,
"conduzir/dirigir para dentro“ (COZZER, 2018: 30).

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VI. PRINCÍPIOS ELEMENTARES DE
INTERPRETAÇÃO BÍBLICA
Consideremos a seguir alguns desses princípios:
 Considerar o contexto da passagem que se está
estudando;
 Considerar a raiz etimológica das palavras;
 Usus loquendi;
 Identifique o gênero literário da passagem em
estudo;
 Identifique o assunto/doutrina/ensino presente na
passagem em tela;

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VI. PRINCÍPIOS ELEMENTARES DE
INTERPRETAÇÃO BÍBLICA
Consideremos a seguir alguns desses princípios:
 Identifique o pano de fundo cultural à que alude
àquela determinada passagem bíblica e como ele
incide na passagem;
 Considere a unidade da Bíblia (por exemplo: note a
maneira como um autor cita outro correlacionando
seus ensino com outras passagens da Escritura).

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VII. PANORAMA HISTÓRICO DA
INTERPRETAÇÃO DA BÍBLIA
A preocupação com a interpretação dos textos
bíblicos não é algo novo, mas remonta aos
primórdios da Igreja. Vejamos a seguir a
interpretação em momentos específicos da história
eclesiástica.

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VII. PANORAMA HISTÓRICO DA
INTERPRETAÇÃO DA BÍBLIA
Entre os Pais da Igreja
Os primeiros teólogos da Igreja, comumente
chamados de “Pais da Igreja”, foram homens de
grande importância na formulação doutrinária da
Igreja em seus primeiros séculos. Este período é
geralmente classificado em pré-niceno, niceno e pós-
niceno.

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VII. PANORAMA HISTÓRICO DA
INTERPRETAÇÃO DA BÍBLIA
Entre os Pais da Igreja
Marcião, que ensinou em Roma entre 140 e 160 d.C.,
não aceitou a interligação entre os dois testamentos.
Ele considerou o AT inferior aos escritos apostólicos,
especialmente aos de Paulo. O Deus do AT não era o
mesmo do NT e defendeu que o AT não deveria ser
lido nas igrejas. Sua interpretação era literalista.

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VII. PANORAMA HISTÓRICO DA
INTERPRETAÇÃO DA BÍBLIA
Entre os Pais da Igreja
Pais da Igreja como Justino Mártir (c. 100-165 d.C.) e Ireneu
(c. 130-200 d.C.) reagiram aos postulados de Marcião
defendendo a relação entre os testamentos. Ireneu usou
princípios interpretativos admitidos até hoje pelo exegetas
contemporâneos como: 1) a exegese deve prestar atenção
cuidadosa ao contexto; 2) textos pouco claros ou obscuros
devem ser interpretados pelos mais claros e, 3) pode haver
respaldo para a interpretação não literal de algumas passagens
bíblicas” (GRUDEM. COLLINS. SCHREINER, 2013:
20,21).

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VII. PANORAMA HISTÓRICO DA
INTERPRETAÇÃO DA BÍBLIA
Na Idade Média
A alegoria foi usada extensamente como método
hermenêutico na era medieval. Isso se deu, em parte, para
legitimar dogmas eclesiásticos que não tinham
fundamentação bíblica (GRUDEM. COLLINS.
SCHREINER, 213: 22,23).
Quatro formas de interpretar a Bíblia foram desenvolvidas na
Idade Média: 1) literal; 2) alegórica; 3) moral e, 4) mística ou
anagógica.

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VII. PANORAMA HISTÓRICO DA
INTERPRETAÇÃO DA BÍBLIA
Na Idade Média
“Os medievalistas desenvolveram quatro formas de
interpretar a Bíblia: a literal, que mostra o que Deus realizou;
a alegórica, que mostra o que Deus ocultou do nível
superficial; a moral, que revela o que os fieis devem fazer; a
mística ou anagógica, que mostra a vida celestial, o fim de
todas as coisas para os cristãos” (GRUDEM. COLLINS.
SCHREINER, 213: 23).

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VII. PANORAMA HISTÓRICO DA
INTERPRETAÇÃO DA BÍBLIA
Na Idade Média
Tomás de Aquino (1225-1274) ousou romper com essa forma
de interpretar o texto bíblico. Ele valorizou o sentido literal
entendendo que a multiplicação dos níveis de significado
levava à confusão. Para ele, as palavras podem ser usadas em
sentido literal (GRUDEM. COLLINS. SCHREINER, 213:
23). Nesta mesma esteira, irão seguir os reformadores em sua
forma de interpretar as Escrituras.

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VII. PANORAMA HISTÓRICO DA
INTERPRETAÇÃO DA BÍBLIA
Na Reforma Protestante
“O reformador alemão Martinho Lutero (1483-1546) rompeu com
a abordagem alegórica, não literal, predominante em sua formação,
e retornou à ênfase patrística da centralidade de Cristo nas
Escrituras. Ele era totalmente avesso à interpretação da Bíblia por
meio de alegorias fantasiosas ou apenas para apoiar dogmas
estabelecidos, e defendia que ela fosse interpretada por meio da
língua comum e da exegese literal, histórica e gramatical”
(GRUDEM. COLLINS. SCHREINER, 2013: 23,24).

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VII. PANORAMA HISTÓRICO DA
INTERPRETAÇÃO DA BÍBLIA
Na Modernidade
Neste período, ocorre o Iluminismo, no século 18, um
movimento intelectual de repercussões mundiais, que incidirá
inclusive sobre a maneira como a Bíblia era interpretada até
então. Autores como Friedrich Schleiermacher (1768-1834)
esforçaram-se para adaptar o evangelho à sua época, numa
espécie de diálogo com o pensamento oriundo do
Iluminismo.

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VII. PANORAMA HISTÓRICO DA
INTERPRETAÇÃO DA BÍBLIA
Na Pós-modernidade
As hermenêuticas pós-modernas tem como pano de fundo
comum o relativismo. Esta é uma marca delas. O relativismo
é, num certo sentido, a “privatização” do sentido ou do
significado. Assim, convivemos com diversas leituras da
Bíblia, em grupos diversos e correntes diversas. Pensadores
como Jacques Derrida (1930-2004), que propôs o
desconstrutivismo, pode ser considerado um intérprete pós-
moderno. Em linhas gerais, esse tipo de “hermenêutica” tira
do autor e do contexto o sentido da passagem e o “exporta”
para o leitor/intérprete contemporâneo.

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VIII. MATERIAIS E FORMATOS
PRIMITIVOS DA BÍBLIA
O pergaminho

“Material folheado, feito de peles de animais, sobre


o qual se escrevia. Começou a ser usado em torno de
200 a.C. em Pérgamo e por isso tem esse nome. Os
livros de pergaminho, como os de papiro, tinham a
forma de rolo (Is 34.4, RA; 2Tm 4.13)” (KASHEL,
ZIMMER, 1999.

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VIII. MATERIAIS E FORMATOS
PRIMITIVOS DA BÍBLIA
O pergaminho

Folha de pergaminho
do Códice Aleppo, no
livro de Deuteronômio.

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VIII. MATERIAIS E FORMATOS
PRIMITIVOS DA BÍBLIA
O papiro

“O papiro foi usado na antiga Gebal (Biblos) e no


Egito por volta de 2100 a.C. Eram folhas de uma
planta, que se prensavam e colavam para formar um
rolo. Foi o material que o apóstolo João usou para
escrever o Apocalipse (5.1) e suas cartas (2Jo 12)”
(GEISLER, NIX, 1997).

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VIII. MATERIAIS E FORMATOS
PRIMITIVOS DA BÍBLIA

O papiro

A planta denominada
papiro, donde se
fabrica a folha de
papiro.

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VIII. MATERIAIS E FORMATOS
PRIMITIVOS DA BÍBLIA

O papiro

O processo
para se fazer
a folha de
papiro na
Antiguidade.

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IX. PRINCIPAIS MANUSCRITOS
DAS ESCRITURAS
Consideremos a seguir alguns dos principais
manuscritos bíblicos:
 Do Antigo Testamento:
- Texto Massorético;
- Manuscritos do Mar Morto;
- O Códice de Leningrado.
 Do Novo Testamento:
- P52;
- Códice Sinaítico (4º século);
- Códice Vaticanus (4º século)

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IX. PRINCIPAIS MANUSCRITOS
DAS ESCRITURAS
Do Antigo Testamento

O Texto Massorético

“[...] Esse texto da Bíblia hebraica é mais completo que existe.


Forma a base para nossas modernas Bíblias hebraicas e é o
protótipo pelo qual todas as comparações são feitas no estudo
textual do Antigo Testamento. É chamado massorético porque, em
sua presente forma, foi baseado na Massora, a tradição textual dos
eruditos judeus conhecidos como massoretas de Tiberíades (local
dessa comunidade, no mar da Galiléia)” (NORTON in: 183-84).

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IX. PRINCIPAIS MANUSCRITOS
DAS ESCRITURAS
Do Antigo Testamento
Manuscritos do Mar Morto

Cavernas de Qumran
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IX. PRINCIPAIS MANUSCRITOS
DAS ESCRITURAS

Do Antigo Testamento
O Códice de Leningrado

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IX. PRINCIPAIS MANUSCRITOS
DAS ESCRITURAS
Do Novo Testamento

P52 (2º século)

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IX. PRINCIPAIS MANUSCRITOS
DAS ESCRITURAS
Do Novo Testamento

O Códice Sinaítico (4º


século)

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IX. PRINCIPAIS MANUSCRITOS
DAS ESCRITURAS
Do Novo Testamento
O Códice Vaticanus (4º
século)

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X. PRINCÍPIOS DE TRADUÇÃO
DAS ESCRITURAS
Versão ou Tradução?

A palavra “versão” vem do latim versione. Indica a


tradução da mensagem contida na língua original
para outra língua. Geralmente o termo “versão” é
usado, simultaneamente, com o vocábulo “tradução”.

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X. PRINCÍPIOS DE TRADUÇÃO
DAS ESCRITURAS
Versão ou Tradução?

Há uma diferença muito sutil entre “versão” e


“tradução”, conforme indicam Geisler e Nix:
“Tecnicamente falando, versão é uma tradução da
língua original (ou com consulta direta a ela) para outra
língua, ainda que comumente se negligencie essa
distinção. O segredo para a compreensão é que a
versão envolve a língua original de determinado
manuscrito” (GEISLER. NIX, 1997, p. 184).

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X. PRINCÍPIOS DE TRADUÇÃO
DAS ESCRITURAS
Novas traduções são mesmo necessárias?

O trabalho de tradução da Bíblia precisa, de fato,


continuar. E há várias razões para isso, conforme
indicam autoridades na área, como o Pr. Luiz Sayão.
Vejamos alguns exemplos interessantíssimos:

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X. PRINCÍPIOS DE TRADUÇÃO
DAS ESCRITURAS
Novas traduções são mesmo necessárias?

Atualização linguística:

A língua é muito dinâmica e passa por sensíveis


mudanças. Basta uma “passada” rápida pelas antigas
versões ARC e ACF para perceber o quanto a língua
portuguesa, por exemplo, mudou consideravelmente.

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X. PRINCÍPIOS DE TRADUÇÃO
DAS ESCRITURAS
Novas traduções são mesmo necessárias?

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X. PRINCÍPIOS DE TRADUÇÃO
DAS ESCRITURAS
Questões práticas de tradução

Evitar impossibilidades

Veja Levítico 13.29 comparado em duas versões:

“E, quando homem ou mulher tiverem chaga na cabeça ou na


barba” (ARC).

“Quando um homem ou uma mulher tiver uma doença da pele


na cabeça ou no queixo” (NTLH).

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X. PRINCÍPIOS DE TRADUÇÃO
DAS ESCRITURAS
Questões práticas de tradução

Evitar impossibilidades

Veja 2 Reis 4.21 comparado em duas versões:

“E subiu ela e o deitou sobre a cama do homem de Deus;


e fechou sobre ele a porta e saiu” (ARC).

“Aí ela o carregou para o quarto de Eliseu e o pôs na cama.


Depois ela saiu e fechou a porta” (NTLH).

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X. PRINCÍPIOS DE TRADUÇÃO
DAS ESCRITURAS
Questões práticas de tradução

Evitar termos em desuso

Concupiscência em 1 João 2.16 (ACF).


Coscorões em Levítico 7.12.
Enxúndia em Jó 15.27
Propínquo em Salmo 38.11
Assaz em Deuteronômio 1.6

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X. PRINCÍPIOS DE TRADUÇÃO
DAS ESCRITURAS
Questões práticas de tradução

Atualizar termos que mudaram de sentido

Jornaleiro (diarista)
Vagabundo (peregrino)
Fazenda (bens)
Buzina (trombeta)
Oxalá (“quem dera!”)

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X. PRINCÍPIOS DE TRADUÇÃO
DAS ESCRITURAS
Questões práticas de tradução

Corrigir ambiguidades

“Honra as viúvas que verdadeiramente são viúvas” (1 Tm 5.3 -


ACF).

Viúvas que são viúvas? Como assim?

“Trate adequadamente as viúvas que são realmente necessitadas”


(NVI).

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X. PRINCÍPIOS DE TRADUÇÃO
DAS ESCRITURAS
Questões práticas de tradução

Facilitar o entendimento de passagens

“Porque por seus próprios pés é lançado na rede e


andará nos fios enredados” (Jó 18.8 - ARC).

“Por seus próprios pés você se prende na rede, e se


perde na sua malha” (NVI)

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X. PRINCÍPIOS DE TRADUÇÃO
DAS ESCRITURAS
Questões práticas de tradução

Facilitar o entendimento de passagens

“Depois, morreu Eliseu, e o sepultaram. Ora, as tropas dos moabitas


invadiam a terra, à entrada do ano. E sucedeu que, enterrando eles um
homem, eis que viram um bando e lançaram o homem na sepultura de
Eliseu; e, caindo nela o homem e tocando os ossos de Eliseu, reviveu
e se levantou sobre os seus pés” (2 Re 13.20,21 - ARC).

Perguntas: Quem sepultou Eliseu? Quem enterrava o homem? Quem


viu o bando? Qual bando: moabitas ou israelitas?

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X. PRINCÍPIOS DE TRADUÇÃO
DAS ESCRITURAS
Questões práticas de tradução

Facilitar o entendimento de passagens

israelitas sepultavam um homem, viram de repente


uma dessas tropas; então jogaram o corpo do homem
no túmulo de Eliseu e fugiram. Assim que o cadáver
encostou nos ossos de Eliseu, o homem voltou à vida
e se levantou” (NVI).

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X. PRINCÍPIOS DE TRADUÇÃO
DAS ESCRITURAS
Questões práticas de tradução

Corrigir erros de tradução

“No seu pescoço reside a força; diante dele até a


tristeza salta de prazer” (Jó 41.22 – ACRF)

“Tanta força reside em seu pescoço que o terror vai


diante dele” (NVI).

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X. PRINCÍPIOS DE TRADUÇÃO
DAS ESCRITURAS
Dois tipos de tradução

Tradução de Equivalência Formal

“[...] é também chamada tradução literal, pois procura


seguir a forma da língua original que está traduzindo (daí o
nome “formal”, de “forma”)”
(COZZER, 2016).

Exemplos: ARC (Almeida Revista e Corrigida) e


ARA (Almeida Revista e Atualizada)

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X. PRINCÍPIOS DE TRADUÇÃO
DAS ESCRITURAS
Dois tipos de tradução

Tradução de Equivalência Dinâmica

“ [Uma] tradução de equivalência dinâmica procura


manter uma ordem mais natural das palavras do idioma
para o qual ela está traduzindo o texto original” (COZZER,
2016).

Exemplos: NVI (Nova Versão Internacional) e


NTLH (Nova Tradução na Linguagem de Hoje).

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X. PRINCÍPIOS DE TRADUÇÃO
DAS ESCRITURAS
Paráfrase, o que é isso?

Trata-se de uma tradução livre. Existem várias como A


Mensagem, feita por Eugene Peterson e a Bíblia Viva. Geisler e
Nix (2003) comentam que “a paráfrase é mais uma interpretação
que uma tradução literal do texto. Na história da tradução da
Bíblia, esse tipo de texto tem sido muito popular. Na antiguidade,
ao redor do século VII, por exemplo, Cedmão fez paráfrases da
Criação. Entre as mais recentes paráfrases temos a obra de J. B.
Phillips, New Testament in modem English [Novo Testamento em
inglês moderno] A Bíblia na linguagem de hoje (BLH), da
Sociedade Bíblica do Brasil e a Bíblia Viva de Kenneth Taylor”.

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X. PRINCÍPIOS DE TRADUÇÃO
DAS ESCRITURAS
Paráfrase, o que é isso?

Exemplificando: Isaías 53.7-14 na Bíblia Viva

“Ele foi maltratado e humilhado, mas não disse uma única palavra! Foi levado
para a morte como um cordeiro vai para o matadouro; como a ovelha fica muda
diante de quem corta a sua lã, Ele não disse nada aos seus juízes e acusadores!
Foi condenado num julgamento injusto e mentiroso; entre o seu povo ninguém
foi capaz de imaginar por que Ele foi morto - o castigo dos pecados deles!
Morreu como um criminoso, mas foi enterrado junto com os ricos; pois nunca
cometeu injustiça ou falou mal de outra pessoa. Apesar disso, o plano perfeito do
Senhor exigia sua morte e seu sofrimento. Mas depois de dar a sua vida como
oferta pelo pecado, Ele vai ressuscitar, verá os muitos filhos que ganhou através
da fé, Ele cumprirá com sucesso a vontade do Senhor”.

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XIII. A MANEIRA COMO OS LIVROS BÍBLICOS ESTÃO
ORGANIZADOS (ESTRUTURA INTERNA DA BÍBLIA)

ANTIGO TESTAMENTO

LEI HISTÓRIA POESIA PROFECI


A
Esta seção é Esta seção se ocupa da Recebem este nome Esta seção está
geralmente chamada de História de Israel nos devido ao estilo de subdivida em 2
Pentateuco seus vários períodos: linguagem que partes:
Trata do início de todas teocracia, monarquia, utilizam. São 1) Profetas Maiores;
as coisas, da Lei e do divisão do reino, também chamados 2) Profetas Menores.
estabelecimento da cativeiro e pós- devocionais.
nação israelita. cativeiro.

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XIII. A MANEIRA COMO OS LIVROS BÍBLICOS ESTÃO
ORGANIZADOS (ESTRUTURA INTERNA DA BÍBLIA)

ANTIGO TESTAMENTO

LEI HISTÓRIA POESIA PROFECI


A
Esta seção é Esta seção se ocupa da Recebem este nome Esta seção está
geralmente chamada de História de Israel nos devido ao estilo de subdivida em 2
Pentateuco seus vários períodos: linguagem que partes:
Trata do início de todas teocracia, monarquia, utilizam. São 1) Profetas Maiores;
as coisas, da Lei e do divisão do reino, também chamados 2) Profetas Menores.
estabelecimento da cativeiro e pós- devocionais.
nação israelita. cativeiro.

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XIII. A MANEIRA COMO OS LIVROS BÍBLICOS ESTÃO
ORGANIZADOS (ESTRUTURA INTERNA DA BÍBLIA)

NOVO TESTAMENTO
BIOGRAFIA HISTÓRIA EPÍSTOLAS PROFECIA
São os 4 Esta seção se Este grupo é também Esta seção
Evangelhos. constitui de apenas chamado de Doutrina, também se
Descrevem o um livro – Atos dos porque tratam da constitui de
ministério de Apóstolos. Registra a doutrina da Igreja. Esta apenas um livro
Jesus. Os três história da Igreja seção se divide em 1) – Apocalipse.
primeiros são primitiva, seu viver e Epístolas Paulinas;
chamados de a propagação do 2) Epístola aos
sinópticos Evangelho – tudo Hebreus;
pelo poder do 3) Epístolas Gerais.
Espírito Santo.

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XIII. A MANEIRA COMO OS LIVROS BÍBLICOS ESTÃO
ORGANIZADOS (ESTRUTURA INTERNA DA BÍBLIA)

NOVO TESTAMENTO

BIOGRAFIA
MATEUS

MARCOS SINÓPTICO
S
LUCAS

JOÃO

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XIII. A MANEIRA COMO OS LIVROS BÍBLICOS ESTÃO
ORGANIZADOS (ESTRUTURA INTERNA DA BÍBLIA)

NOVO TESTAMENTO
Epístolas Paulinas
PRIMEIRAS GRANDES EPÍSTOLAS DA EPÍSTOLAS
EPÍSTOLAS EPÍSTOLAS PRISÃO PASTORAIS

1 Tessalonicenses Romanos Efésios 1 Timóteo

2 tessalonicenses 1 Coríntios Filipenses 2 Timóteo

2 Coríntios Colossenses Tito

Gálatas Filemom
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XIII. A MANEIRA COMO OS LIVROS BÍBLICOS ESTÃO
ORGANIZADOS (ESTRUTURA INTERNA DA BÍBLIA)

NOVO TESTAMENTO
As 21 epístolas do NT podem ser assim classificadas:

Primeiras epístolas: 1 e 2 Ts
 Epístolas Paulinas
Grandes epístolas: Rm, 1 e 2 Co e Gl

 Epístola aos Hebreus Epístolas da prisão: Ef, Fp, Cl e Fl


Epístolas pastorais (ou “à indivíduos”:
1 e 2 Tm e Tt.
 Epístolas Católicas

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XIII. A MANEIRA COMO OS LIVROS BÍBLICOS ESTÃO
ORGANIZADOS (ESTRUTURA INTERNA DA BÍBLIA)

NOVO TESTAMENTO
Epístolas paulinas, as viagens missionárias e o encarceramento de Paulo:
1 Ts – em Corinto, 51 d.C.
50-52 Segunda Viagem Missionária (At 15.40-18.23) 2 Ts – em Corinto, 51,2 d.C.
Gl – 48/9 (?), 51,52 ou 53.
1 Co – em Éfeso, 55 d.C.
53-57 Terceira Viagem Missionária (At 18.23-21.17) 2 Co – na Macedônia, 55 d.C.
Rm – em Cencréia ou Corinto.

Primeiro encarceramento em Roma (At 28.16- Ef – em Roma, 60 d.C.


60,61 Cl e Fp – em Roma, 60 d.C.
31)
Fl – em Roma, 60 d.C.
1 Tm e Tt – na Macedonia,
62-66 Quarta viagem missionária (Tt 1.5)
63-65 d.C.

68 Julgamento e execução de Paulo 2 Tm, na prisão, em Roma,


67/68 d.C.
Adaptado de: HALLEY, 2002: 571,2.
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XIV. A QUESTÃO DA INSPIRAÇÃO
DIVINA DA BÍBLIA
SIGNIFICADO ETIMOLÓGICO
Etimologicamente, a palavra grega theopneustos significa
“inspirada por Deus” (formado de theos, “Deus”, e pneõ,
“respirar, soprar, inspirar”), é usado em 2 Tm 3.16, acerca das
Escrituras em distinção dos escritos não inspirados.
Traduzido pela ARC por “divinamente inspirada”.

VINE. UNGER. WHITE, 2002, p. 715.

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XIV. A QUESTÃO DA INSPIRAÇÃO
DIVINA DA BÍBLIA
SIGNIFICADO TEOLÓGICO

Teologicamente, a palavra indica a ação sobrenatural do


Espírito Santo sobre os escritores bíblicos, impulsionando-os
a produzir as Sagradas Escrituras conforme Deus desejava
que fosse.

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XIV. A QUESTÃO DA INSPIRAÇÃO
DIVINA DA BÍBLIA
DIVERSAS TEORIAS

São várias as teorias da inspiração da Bíblia; vejamos


algumas:

 Teoria do Ditado Verbal.


 Teoria dos Conceitos Inspirados.
 Teoria da Iluminação.
 Teoria da Intuição.
 Teoria da Inspiração Plenária e Verbal.

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XIV. A QUESTÃO DA INSPIRAÇÃO
DIVINA DA BÍBLIA
INSPIRAÇÃO E REVELAÇÃO

Inspiração “pode ser definida como a supervisão do Espírito


Santo sobre os escritores, de modo que, enquanto escreviam
de acordo com seus próprios estilos e personalidades, o
resultado foi a Palavra de Deus escrita – autêntica, confiável
e livre de erros nos manuscritos originais”.

ENNS in: WILLMINGTON, 2015, p. 380.

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XIV. A QUESTÃO DA INSPIRAÇÃO
DIVINA DA BÍBLIA
INSPIRAÇÃO E REVELAÇÃO

Revelação “é a ação de Deus pela qual Ele dá a conhecer ao


escritor coisas desconhecidas, o que o homem, por si só, não
podia saber. Exemplos: Daniel 12.8; 1 Pedro 1.10,11”.

GILBERTO, 1986, p. 21.

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XIV. A QUESTÃO DA INSPIRAÇÃO
DIVINA DA BÍBLIA
EVIDÊNCIAS DA ORIGEM DIVINA DA BÍBLIA

O pastor e teólogo Antonio Gilberto alista várias evidências;


mencionamos algumas aqui:

 A inspiração divina da Bíblia.


 A perfeita harmonia e unidade da Bíblia.
 A aprovação da Bíblia por Jesus.
 O testemunho do Espírito Santo no interior do crente quanto
à Bíblia.

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XIV. A QUESTÃO DA INSPIRAÇÃO
DIVINA DA BÍBLIA
EVIDÊNCIAS DA ORIGEM DIVINA DA BÍBLIA

 A Bíblia é sempre nova e inesgotável.


 A Bíblia é familiar a cada povo ou indivíduo em qualquer
lugar.
 A imparcialidade da Bíblia.

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XIV. A QUESTÃO DA INSPIRAÇÃO
DIVINA DA BÍBLIA
A QUESTÃO DA INERRÂNCIA

É fundamental destacar que a inerrância está estreita e


estritamente ligada à inspiração. Há uma dependência mútua
entre inspiração e inerrância, pois esta depende daquela.

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XIV. A QUESTÃO DA INSPIRAÇÃO
DIVINA DA BÍBLIA
A QUESTÃO DA INERRÂNCIA

“Aprendi a [...] respeitar e honrar somente... aos livros


canônicos das Escrituras: somente a respeito destes creio
firmemente que seus autores foram completamente livres de
erros. E, se nesses escritos fico perplexo por qualquer coisa
que me pareça oposta à verdade, não hesito em supor que o
problema está no manuscrito, que o tradutor não captou o
significado do que foi dito, ou que eu mesmo falhei em
compreendê-lo...

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XIV. A QUESTÃO DA INSPIRAÇÃO
DIVINA DA BÍBLIA
A QUESTÃO DA INERRÂNCIA

“Aprendi a considerar como inerrante somente as Escrituras.


Não sigam meus escritos como se pertencessem às Escrituras
Sagradas. Quando você encontrar na Bíblia algo em que você
não cria antes, creia nisso sem dúvida; mas em meus escritos,
não confie que esteja tudo certo”.

Agostinho in: WILLMINGTON, 2015, p. 381.

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XIV. A QUESTÃO DA INSPIRAÇÃO
DIVINA DA BÍBLIA
ORTODOXIA
 A Bíblia é a Palavra de Deus (ela não se torna a Palavra de
Deus mediante a leitura ou encontro com Cristo);
 Ela é inspirada verbal e plenariamente;
 Seu Autor é Deus, ainda que tenha falado por meio de
autores humanos;
 Sendo inspirada, ela também é inerrante.

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XIV. A QUESTÃO DA INSPIRAÇÃO
DIVINA DA BÍBLIA
BARTH
Karl Barth (1886-1968) fez uma separação entre “inspiração
verbal” e “inspiração literal”. Entendia que a Palavra e ações
de Deus nunca podem ser de fato identificados com palavras
humanas ou eventos históricos registrados nas Escrituras. A
Bíblia tem autoridade porque Deus a toma e fala através dela,
mas ela não tem essa autoridade em si mesma. A realidade do
Criador, conforme Barth, difere de qualquer outra realidade
(FERREIRA, 2003:47ss).

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BIBLIOGRAFIA
BARNWELL, Katharine. Tradução bíblica: um curso introdutório aos
princípios básicos de tradução. 3ª ed. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil;
Anápolis, GO: Associação Internacional de Linguística, 2011.

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Hagnos, 2011.

COMFORT, Philip Wesley (ed.). A Origem da Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, 1998.

COZZER, Roney Ricardo. Contribuições da Leitura Popular da Bíblia para a formação integral
do indivíduo: uma proposta de ensino a partir da educação cristã. Dissertação (Mestrado).
Faculdades Batista do Paraná: Curitiba, 2018.

CULLMANN, Oscar. A formação do Novo Testamento. Trad.: Bertoldo Weber. 7ª


ed. rev. São Leopoldo: Sinodal, 2001.

GEISLER, Norman L. TUREK, Frank. Não tenho fé suficiente para ser ateu.
Trad.: Emirson Justino. São Paulo: Editora Vida, 2006.
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BIBLIOGRAFIA
GEISLER, Norman. Willian Nix. Introdução bíblica: como a Bíblia chegou a
nós. São Paulo: Editora Vida, 1997.

GILBERTO, Antonio. A Bíblia Através dos Séculos: uma introdução. 19ª ed. Rio de Janeiro:
CPAD, 2007.

GIRALDI, Luiz Antonio. História da Bíblia no Brasil. São Paulo: Sociedade


Bíblica do Brasil, 2008.

GRUDEM, Wayne. COLLINS, C. John. SCHREINER, Thomas R. (org.s.). Origem,


confiabilidade e significado da Bíblia. Trad.: Marcia Barrios Medeiros e Rogério
Portella. São Paulo: Vida Nova, 2013.

KASCHEL, Werner. ZIMMER, Rudi. Dicionário da Bíblia de Almeida. 2ª ed. São Paulo:
Sociedade Bíblica do Brasil, 2005.

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BIBLIOGRAFIA
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TREBOLLE BARRERA, Julio. A Bíblia judaica e a Bíblia cristã: introdução à


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FERREIRA, Franklin. Karl Barth: uma introdução à sua carreira e aos principais temas de
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http://www.mackenzie.br/fileadmin/Mantenedora/CPAJ/revista/VOLUME_VIII__2003__
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VINE, W. E. UNGER, Merril F. WHITE JR, William. Dicionário Vine: o significado


exegético e expositivo das palavras do Antigo e do Novo Testamento. Trad.: Luís Aron de
Macedo. Rio de Janeiro: CPAD, 2002.

WILLMINGTON, Harold L. Guia de Willmington para a Bíblia: método teológico. Rio


de Janeiro: Editora Central Gospel, 2015.

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