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TECNOLOGIA DA

CONSTRUÇÃO CIVIL
Prof. Adriano José Ferraz
UNIDADE 1 – O CLIENTE
SEÇÃO 1.2 - Anteprojeto, projeto e custos
DIVULGAÇÃO => CLIENTE =>
PROPOSTA

=> CONTRATO
VEREMOS: PROCEDIMENTOS ANTES
DO INÍCIO DE UMA OBRA

• Principais etapas de um projeto Arquitetônico;


• Procedimentos de aprovação junto à prefeitura local;
• Conceito de: Habite-se e projeto As built;
• Introdução à orçamentação de obras.
1º - PROGRAMA DE NECESSIDADES - BRIEFING
Resultado do diálogo entre profissional e cliente é
imprescindível para que se tenha acesso às expectativas e
desejos do contratante. Normalmente, nesse momento, é
comum que os clientes apresentem referências de outros
empreendimentos (fotos, sites, vídeos, etc) que viram,
porque algum elemento lhes chamou a atenção, como por
exemplo a fachada.
ABNT NBR 13.531/1995
https://www.abntcatalogo.com.br/
SEGUNDO A NBR 13151/1995 – ELABORAÇÃO DE PROJETOS DE
ARQUITETURA – EDIFICAÇÕES:

ITEM 4.4.3 - PROGRAMA DE NECESSIDADES DE ARQUITETURA


(PN-ARQ):

4.4.3.1 INFORMAÇÕES DE REFERÊNCIA A UTILIZAR;

4.4.3.2 INFORMAÇÕES TÉCNICAS A PRODUZIR;

4.4.3.3 DOCUMENTOS TÉCNICOS A APRESENTAR.


INFORMAÇÕES DE REFERÊNCIA:

a) levantamento de dados para a arquitetura (LV-


ARQ);

b) b) outras informações
INFORMAÇÕES TÉCNICAS A PRODUZIR:
a) as necessárias à concepção arquitetônica da edificação (ambiente construído ou
artificial) e aos serviços de obra, como nome, número e dimensões (gabaritos, áreas
úteis e construídas) dos ambientes, com distinção entre os ambientes a construir, a
ampliar, a reduzir e a recuperar, características, exigências, número, idade e
permanência dos usuários, em cada ambiente;

b) características funcionais ou das atividades em cada ambiente (ocupação,


capacidade, movimentos, fluxos e períodos);

c) características, dimensões e serviços dos equipamentos e mobiliário; exigências


ambientais, níveis de desempenho; instalações especiais (elétricas, mecânicas,
hidráulicas e sanitárias).
DOCUMENTOS TÉCNICOS A APRESENTAR:
a) desenhos: organograma funcional e esquemas básicos
(escalas convenientes);

b) texto: memorial (de recomendações gerais);

c) planilha: relação ambientes/usuários/atividades/


equipamentos/mobiliário, incluindo características,
exigências, dimensões e quantidades.
4.4.4 Estudo de viabilidade de arquitetura (EV-ARQ)

4.4.4.1 Informações de referência a utilizar: a) levantamento de dados para


arquitetura (LV-ARQ);

b) programa de necessidades para arquitetura (PN-ARQ);

c) levantamento de dados obtidos pelas demais atividades técnicas.


A OBRA É
VIÁVEL?
ESTUDO PRELIMINAR:
4.4.5.1 Informações de referência a utilizar:
a) programa de necessidade de arquitetura (PN-ARQ);

b) programas de necessidades obtidos pelas demais atividades técnicas


(se necessário);

c) levantamento topográfico e cadastral (LV-TOP);

d) levantamento de dados para arquitetura (LV-ARQ);

e) estudo de viabilidade de arquitetura (EV-ARQ);

f) outras informações.
ANTEPROJETO:

4.4.6.1 INFORMAÇÕES DE REFERÊNCIA A UTILIZAR:

A) ESTUDO PRELIMINAR DE ARQUITETURA (EP-ARQ);

B) ESTUDOS PRELIMINARES PRODUZIDOS POR OUTRAS ATIVIDADES TÉCNICAS (SE NECESSÁRIO);

C) LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO E CADASTRAL (LV-TOP);

D) SOLDAGENS DE SIMPLES RECONHECIMENTO DO SOLO (LV-SDG);

E) OUTRAS INFORMAÇÕES
NBR 15.575/2013 – Edificações Habitacionais – Desempenho –

Estabelece os requisitos e critérios a serem cumpridos a fim de


atender as expectativas dos usuários, garantindo segurança,
conforto e qualidade.

https://www.caubr.gov.br/wp-content/
uploads/2015/09/2_guia_normas_final.pdf
PROJETO LEGAL:

4.4.7.1 INFORMAÇÕES DE REFERÊNCIA A UTILIZAR:

A) ANTEPROJETO DE ARQUITETURA (AP-ARQ);

B) ANTEPROJETOS PRODUZIDOS POR OUTRAS ATIVIDADES TÉCNICAS (SE NECESSÁRIO);

C) LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO E CADASTRAL (LV-TOP);

D) LEGISLAÇÃO MUNICIPAL, ESTADUAL E FEDERAL PERTINENTES (LEIS, DECRETOS, PORTARIAS E NORMAS);

E) NORMAS TÉCNICAS (INMETRO E ABNT)


SOBRE PREFEITURAS:
Cada município possui regras próprias para aprovação de projetos,
de acordo com o Código de obras local, mas, de modo geral, os
procedimentos envolvem:

1) Solicitação das informações básicas do imóvel.


2) Elaboração do projeto arquitetônico.
3) Avaliação do projeto junto à prefeitura para conferência se o
mesmo está de acordo com as normas locais, se atende ao Código de
Obras, se foi respeitado o zoneamento etc.
4) Realização das correções, quando solicitadas.
5) Aprovação final.
6) Solicitação da Licença para Construção.
PROJETO EXECUTIVO DE ARQUITETURA
Documentos técnicos a apresentar:

a) desenhos: - planta geral de implantação; - planta de terraplenagem; - cortes de terraplenagem; - plantas das
coberturas; - cortes (longitudinais e transversais); - elevações (frontais, posteriores e laterais);

- plantas, cortes e elevações de ambientes especiais (banheiros, cozinhas, lavatórios, oficinas e lavanderias); -
detalhes (plantas, cortes, elevações e perspectivas) de elementos da edificação e de seus componentes
construtivos (portas, janelas, bancadas, grades, forros, beirais, parapeitos, pisos, revestimentos e seus encontros,
impermeabilizações e proteções);

b) textos: - memorial descritivo da edificação; - memorial descritivo dos elementos da edificação, das
instalações prediais (aspectos arquitetônicos), dos componentes construtivos e dos materiais de construção; -
memorial quantitativo dos componentes construtivos e dos materiais de construção;
c) perspectivas (opcionais) (interiores ou exteriores, parciais ou gerais);

d) maquetes (opcionais) (interior e exterior);

e) fotografias, diapositivos, microfilmes e montagens (opcionais);

f) recursos audiovisuais (opcionais) (filmes, fitas de vídeo e disquetes).


PROJETOS COMPLEMENTARES

a)estruturas;
b)instalações prediais;
c)iluminação;
d)comunicação visual;
e)paisagismo;
f) impermeabilização;
g)outros.
Habite-se é um documento emitido pela prefeitura a partir da visita ao
empreendimento concluído para conferência se a construção foi feita
seguindo-se o projeto aprovado. Um dos pré-requisitos para solicitação
do documento é o Laudo de Vistoria do Corpo de Bombeiros que atesta
a segurança da edificação, dentro dos parâmetros estabelecidos no
Projeto de Incêndio.

As-built é um projeto elaborado ao final da obra contemplando as


soluções adotadas que alteraram os projetos iniciais bem como as
diferenças em dimensões nos cômodos.
ORÇAMENTAÇÃO DE OBRAS

O investidor da construção do edifício, cujo projeto você elaborou, deseja


conhecer o custo da obra. Você lhe informa que é possível ter uma noção
dos gastos com o anteprojeto, baseando-se em dados históricos e planilhas
orçamentárias disponíveis, tais como TCPO® (Tabelas de Composições de
Preços para Orçamentos), revisada anualmente. Porém, como ele deseja um
orçamento detalhado, serão necessários os demais projetos.
TIPOS DE ORÇAMENTO

1) ORÇAMENTO PARAMÉTRICO;

2) ORÇAMENTO COMPLETO OU
DETALHADO.
ORÇAMENTO PARAMÉTRICO

Orçamento simplificado onde são levadas em


consideração somente características quanto ao tipo,
área construída e custos unitários básicos (CUB).
CUB (CUSTO UNITÁRIO BÁSICO)
CUB = é um indicador monetário que mostra o custo básico para a
construção civil. Seu objetivo básico é disciplinar o mercado de 
incorporação imobiliária, servindo como parâmetro na determinação
dos custos do setor da construção civil.
No dia 16 de dezembro de 1964, com a publicação da lei nº 4.591
(art.54), o sindicato da Indústria da Construção Civil de cada estado
Brasileiro(SINDUSCON) passou a calcular e publicar, até o dia 5 de
cada mês, as diversas especificações do Custo Unitário Básico por
metro quadrado de construção .
EXEMPLO:
Construção de um galpão industrial, de 2000 m²,
não incluída portaria de 10m², com custos
adicionais de fundação, pontes rolantes, asfalto
externo e paisagismo calculados em R$200.000,00.
O BDI calculado é de 32%. Qual o custo Unitário
final?
ORÇAMENTO COMPLETO

Um orçamento mais detalhado é elaborado a partir da


visita técnica ao terreno, levantamento dos serviços,
custos diretos, indiretos, cálculo do BDI e preço de venda
do empreendimento. Outros produtos do orçamento são
os cronogramas físicos e financeiros, que são ferramentas
do planejamento e gestão da obra.
FERRAMENTAS

 Planilhas eletrônicas;
 -Tabela de composição de Preços e Orçamentos, banco
de dados oficiais;
 Programas Orçamentários;
 Programas de Gerenciamento de Projetos (MS Project,
open project, etc.
CUSTO
DIRETO
CUSTO INDIRETO E BONIFICAÇÕES (BDI)
COMPOSIÇÃO DE PREÇOS
PREÇO DE VENDA (PV)
TEOREMA DE PARETO

A lei de Pareto, também conhecida como princípio 80-20 afirma


que para muitos fenômenos, 80% das consequências advém de
20% das causas. A lei foi sugerida por Joseph M. Juran, que deu
o nome em honra ao economista italiano Vilfredo Pareto.
CURVA ABC

 De maneira geral, a Curva ABC nada mais é do que uma ferramenta gerencial.
Ela classifica as informações ao separar os itens de maior importância ou
impacto. Dessa maneira, a Curva ABC auxilia na administração de custos.

 Conhecida também como 80-20, a Curva ABC é baseada em um teorema do


economista Vilfredo Pareto. Esse pesquisador, em um estudo do século XIX
sobre renda e riqueza, observou que 20% da população detinha 80% da riqueza.
EXEMPLO CURVA ABC – INSTALAÇÃO DE PISO
CERÂMICO E PIA DE COZINHA
EXERCÍCIO:
Suponha que você é proprietário de uma
empreiteira. Você foi contratado para a execução,
única e exclusiva, de uma parede de alvenaria em Considere:
BDI = 34%
blocos de concreto, dimensões 19x19x39cm, Encargos socials = 128%
assentados com argamassa de cimento, cal Bloco de conc 19x19x39cm = R$/un
hidratada e areia média, traço 1:0,5:8, espessuras /unidade
Areia = R$ / m³
das juntas = 10mm. Cal hidratada = R$ / kg
Cimento = R$ / kg
Toda infraestrutura será fornecida pelo Andaimes = quantidades (amortização e/ou
contratante (banheiros, guarda-ferramentas, água, locação)
energia, etc). Pedreiro = H/h
Servente= H/h
QUESTÃO: Considerando um BDI de 34%,
CALCULE O PREÇO DE VENDA DESTE
SERVIÇO e o CUSTO UNITÁRIO FINAL.
“Se quiser derrubar uma árvore na metade do
tempo, passe o dobro do tempo amolando o
machado.”

Provérbio chinês

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