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Metodologia

da
Investigação
e Ciência
Jurídica

André Pereira Matos

Licenciatura em Direito 

IMP.GE.086.1
1. ESTRUTURA DO TRABALHO ACADÉMICO E ASPETOS FORMAIS

Elementos constitutivos do trabalho


• Capa
• Folha em branco
• Página de rosto
• Dedicatória (fac.)
• Agradecimentos (fac.)
• Epígrafe (fac.)
• Resumo e palavras-chave (máx. 5)
• Abstract and key-words (max. 5)
• Índice

IMP.GE.086.1
1. ESTRUTURA DO TRABALHO ACADÉMICO E ASPETOS FORMAIS

Elementos constitutivos do trabalho


• Índice de quadros e figuras (se aplicável)
• Lista de abreviaturas (se aplicável)
• Introdução
• Desenvolvimento (que não se chamará desenvolvimento!)
• Conclusão
• Bibliografia
• Anexos (opcionais)
• Glossário
• Cronograma (em software indicado)
• Fichas de leitura (em EndNote – print screen/exportação)
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1. ESTRUTURA DO TRABALHO ACADÉMICO E ASPETOS FORMAIS

Capa

• Deverá ser utilizado o template do IJP (a disponibilizar no Moodle)


• Não esquecer de incluir o nome completo, o número de aluno, o local de
realização, a data e os docentes da UC.

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1. ESTRUTURA DO TRABALHO ACADÉMICO E ASPETOS FORMAIS

Resumo e Abstract

• É um texto entre 150 e 200 palavras* (em Português e em Inglês) que


mostra ao leitor o que é aquele trabalho. Inclui no máximo 5 palavras-chave.
Deve ter o tamanho de letra menor do que o restante corpo do trabalho,
assim como espaçamento simples. Através da sua leitura, temos que
perceber o que vamos encontrar ao ler o documento.

* Muito variável. Perguntar sempre ao docente.

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1. ESTRUTURA DO TRABALHO ACADÉMICO E ASPETOS FORMAIS

Introdução

• Inclui a apresentação do desenho da investigação:


• Tema
• Interesse no tema e a sua justificação
• Enquadramento teórico utilizado
• Questão de partida/investigação
• Objetivos gerais e específicos
• Método(s) seguido
• Estrutura geral do trabalho.
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1. ESTRUTURA DO TRABALHO ACADÉMICO E ASPETOS FORMAIS

Conclusão

• Responde sempre aos itens levantados na introdução.


• Síntese das ideias fundamentais do trabalho.
• Não podem ser introduzidas novas informações.
• É uma reflexão final sobre os resultados e o estado da arte.
• Apresenta os pontos fracos, as limitações e os desafios futuros.
• Levanta pistas para outros trabalhos.

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1. ESTRUTURA DO TRABALHO ACADÉMICO E ASPETOS FORMAIS

Aspetos formais (variam com o docente)

 
Letra Arial (11), Times (12) ou Calibri (12).

Margens: 2,5 cm direita e inferior; 3 cm esquerda e superior.


O texto deve estar sempre justificado.


Espaçamento entre linhas deverá ser de 1,5.


O espaçamento após o parágrafo deverá ser de 6pto e não deverá existir


marca convencional de parágrafo nesses casos.

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1. ESTRUTURA DO TRABALHO ACADÉMICO E ASPETOS FORMAIS

Aspetos formais (variam com o docente)

 
Citações longas (mais de 3 linhas) deverão estar com espaçamento de 1 (ou

simples), com o tamanho da letra menor e com margens maiores do que as do


restante texto.

A paginação é feita no canto inferior direito, em numeração árabe. A contagem


é feita desde a página de rosto, mas o número da página só aparece na


primeira página da introdução.

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2. RESEARCH PLAN / DESIGN
 TEORIA
 Importância da teoria – para direcionar o trabalho

 Conjunto de proposições (hipóteses) sobre fenómenos que podem


ser testados.

 Criação livre do investigador; surge da observação empírica

 TÍTULO
 Deve ficar claro o problema a ser pesquisado
 O que será pesquisado?

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2. RESEARCH PLAN / DESIGN
 TEMA, CONTEXTO, JUSTIFICAÇÃO

 Importante uma delimitação geográfica e temporal


 Incluir uma justificação para os limites
 Qual perspectiva adotada? (ecoª, polª,...)
 Em que contexto se desenvolve o tema?
 Importância do tema – pq desenvolver esse tema?

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2. RESEARCH PLAN / DESIGN
 PROBLEMATIZAÇÃO

 Resulta de uma discussão que o investigador tem consigo pp


 Leva à formulação da questão de pesquisa/investigação/de partida
 Caraterísticas da questão:
 Viabilidade
 Clareza
 Objetividade

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2. RESEARCH PLAN / DESIGN
 OBJETIVOS
 Gerais: o que se pretende alcançar? Com que finalidade?

 Específicos: desdobramento dos primeiros

 Exemplos de verbos a usar:

 Refletir

 Analisar

 Elucidar

 Contribuir para

 Conhecer melhor

 Mostrar

 Provar

 Contrariar...

 Organizar dos mais gerais aos mais específicos

 Alinhados com a pergunta de partida

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2. RESEARCH PLAN / DESIGN
 HIPÓTESES
 Indicam o que o estudo pretende validar;
 Formuladas como proposições
 Desenvolvimento do trabalho = testar as hipóteses
 Testar = confirmar ou refutar a validade
 Comum cada hipótese combinar com 1 objetivo
 Indicam uma relação entre 2 variáveis (dep e indep)
 Devem ser claras, diretas, objetivas e sem ambiguidades
 Permitem alcançar resultados e conclusões

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2. RESEARCH PLAN / DESIGN
 VARIÁVEIS
 Conceitos são abstrações que representam um fenómeno empírico
 Variáveis são conceitos convertidos em algo mais empírico
 Podem adquirir 2 ou mais valores:
 Conceito “Expectativa” é variável pq tem 2 valores: alta e
baixa.
 INDICADORES
 Parâmetro ou valor calculado a partir dos parâmetros mais gerais
 Ferramenta de avaliação

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2. RESEARCH PLAN / DESIGN
 EXEMPLO
 Hipótese: “O crescimento do setor turístico contribui para o
desenvolvimento económico de Portugal”
 Variável independente: desenvolvimento económico de Portugal
 Variável dependente: o crescimento do setor turístico
 Exemplos de indicadores:
 Para a VD: número de dormidas por ano; número de dias que
turistas permanecem; investimento no turismo; etc.
 Para a VI: evolução do PIB/capita, evolução da exportação;
número de empregos criados; evolução do consumo; etc.

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2. RESEARCH PLAN / DESIGN
 REFERÊNCIAS E FONTES
 Fontes primárias vs fontes secundárias
 Leituras exploratórias vs leituras dirigidas
 Gula livresca
 Importância das fichas de leitura – aula posterior

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2. RESEARCH PLAN / DESIGN
 METODOLOGIA
 Conjunto de métodos e técnicas usados para alcançar os objetivos
propostos.
 Mais detalhe em aula posterior.

 CRONOGRAMA
 Indicativo, para acompanhar / monitorizar o trabalho
 Mais detalhe em aula posterior.

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3. O ESTADO DA ARTE / REVISÃO DA LITERATURA.
 O que é? >>>> Um ponto da situação do conhecimento sobre uma temática.

 Dois tipos de leituras: a exploratória e a orientada

 Objetivos:
 Compreender o assunto

 Desenvolver as nossas ideias sobre o assunto

 Demonstrar conhecimento

 Evitar trabalho duplicado

 Perceber que estudo está em falta

 O que é a “literatura”? >>> conjunto de publicações académicas sobre tema

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3. O ESTADO DA ARTE / REVISÃO DA LITERATURA.
 Onde podemos encontrar a “literatura”?

 Artigos científicos
 Livros
 Atas de eventos científicos
 Dissertações de mestrado e teses de doutoramento

 Como procurar?

 Pesquisa no Google – é a mais incerta e menos refinada


 Google Scholar – mais específico: https://scholar.google.pt/
 Várias revistas científicas:

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3. O ESTADO DA ARTE / REVISÃO DA LITERATURA.
 Como fazer?

1. Ler as fontes recolhidas


2. Resumir
3. Retirar as informações + imptts cada uma – fichas de leitura
4. Comparar as informações recolhidas – tabelas comparativas
5. Organizar todos os apontamentos
6. Redigir o texto

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3. O ESTADO DA ARTE / REVISÃO DA LITERATURA.
 Exemplo prático - ver artigo:

Souza, Celina. (2006) “Políticas Públicas: uma revisão da literatura”


Sociologias, ano 8, nº 16, pp. 20-45.

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4. REFERENCIAÇÃO BIBLIOGRÁFICA E ENDNOTE

• Tolerância zero para qualquer tipo de tentativa de fraude académica. A


penalização será a anulação deste elemento de avaliação.
• Todas as referências a trabalhos de terceiros (obras, websites, artigos
científicos, monografias, etc.) têm que ser devidamente identificados
através de nota de rodapé – quer em citações diretas quer em citações
indiretas.
• Só autores referidos no corpo do trabalho podem ser mencionados na lista
da bibliografia final.
• Aplicar a ISO690 em todo o trabalho.

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4. REFERENCIAÇÃO BIBLIOGRÁFICA E ENDNOTE

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4. REFERENCIAÇÃO BIBLIOGRÁFICA E ENDNOTE

Autor 
Pessoa ou entidade responsável pelo conteúdo intelectual e/ou artístico de um
documento. O nome da pessoa é indicado de forma invertida (APELIDO,
Nomes) e o das entidades de forma direta.

Exemplos:

PINHO, M. N.
NATIONAL RESEARCH COUNCIL
Se a publicação tiver dois ou três autores, estes são indicados segundo a

ordem em que aparecem no documento. 

Exemplo:

LONSDALE, H. K. e BUNGAY, P. M.
Se a publicação tiver mais de três autores, apenas o primeiro autor é

mencionado seguido da abreviatura “et al.” ( et alii). 

Exemplo:
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GIBALDI, Joseph, et al.
4. REFERENCIAÇÃO BIBLIOGRÁFICA E ENDNOTE

Local de publicação
O dado referente ao local de publicação deve ser transcrito na língua do
documento. 

Dois ou três locais - Indique ambos separados por ponto e vírgula (;). 
Mais de três locais - Cite apenas o mais destacado seguido de (etc.).

Exemplos:
Lisboa; Madrid 
Santarém (etc.) 

Se o local de publicação é incerto, mencione o local provável dentro de parêntesis


reto com um ponto de interrogação.

Exemplo:
[Lisboa?] 

Se não consta nenhum local de publicação utilize a expressão “local de


publicação desconhecido” ou a abreviatura [S.l.], que significa Sine loco .

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4. REFERENCIAÇÃO BIBLIOGRÁFICA E ENDNOTE

Editor

O dado referente ao local de publicação deve ser transcrito na língua do


documento. 

Se num documento figurar mais de um editor, siga o mesmo critério aplicado
para o local de publicação.

Quando o editor é desconhecido, utilize a expressão “Editor desconhecido" ou


a abreviatura [s. n.], que significa sine nomine.

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4. REFERENCIAÇÃO BIBLIOGRÁFICA E ENDNOTE

Data de publicação
Quando não consta a data de publicação registe a data de depósito legal,
copyright ou impressão:

Exemplos:
DL 1998
cop. 1997
imp. 2003

Se não houver dados sobre a data, indique uma data aproximada. 

Exemplo: ca. 1962 

Nos documentos eletrónicos a apresentação da data de publicação, de


atualização/revisão e consulta pode efetuar-se de duas formas:

Exemplos:

[17 Maio 2001] 


[2001-05-17] 
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4. REFERENCIAÇÃO BIBLIOGRÁFICA E ENDNOTE

Disponibilidade e acesso a documentos eletrónicos

A fonte do documento citado deve ser referenciada. Essa informação é


identificada com as palavras “Available from” ou, em português, “Disponível
em”. Na localização de documentos eletrónicos deve referir o método de acesso
(ftp, www, etc.), bem como o endereço eletrónico.

Exemplos:

Available from World Wide Web: <http://www...> 


Available from Internet: <ftp://...> 
Available from NOME DA BASE DE DADOS   
Available from Internet: listserv@nome_da_lista 
 

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4. REFERENCIAÇÃO BIBLIOGRÁFICA E ENDNOTE

Livros (monografias)

APELIDO, Nomes. Título. Responsabilidade secundária. Edição. Local de


publicação : Editor, Ano de publicação. ISBN. 

Exemplo:

MINTZBERG, Henry. Estrutura e dinâmica das organizações. 3ª ed. Revisão


técnica de António Caetano. Lisboa : Dom Quixote. 2004. ISBN 972-20-1147-2. 

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4. REFERENCIAÇÃO BIBLIOGRÁFICA E ENDNOTE

Volumes e partes de livros (termos técnicos: volumes ou partes de


monografias)   

APELIDO, Nomes. Título da parte. Edição. Numeração. Responsabilidade


secundária. Local de publicação : Editor, Ano de publicação. Localização da
parte. 

Exemplo:

PARKER, TJ. and HASWELL, WD. A text-book of zoology. 5th ed.


Vol.1. Revised by WD. Lang. London : Macmillan, 1930. Section 12, Phylum
Molusca, p. 663-782. 

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4. REFERENCIAÇÃO BIBLIOGRÁFICA E ENDNOTE

Artigos, capítulos, etc. em livros (termo técnico: contribuições em


monografias)   

APELIDO, Nomes. Título da contribuição. In APELIDO, Nomes. Título da


monografia. Edição. Local de publicação : Editor, Ano de publicação,
Localização na monografia. 

Exemplo:

MORGAN, Eleonor J. A política da concorrência na União Europeia. In


HEALEY, Nigel. A doutrina económica da nova Europa. Lisboa : Instituto Piaget,
DL 1997, p. 279-297.

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4. REFERENCIAÇÃO BIBLIOGRÁFICA E ENDNOTE

Artigos de revistas, jornais, etc. (termo técnico: artigos de publicações em


série)   

APELIDO, Nomes. Título do artigo. Responsabilidade secundária. Título da


publicação em série. Edição. Ano de publicação, Numeração, Localização na
publicação. ISSN.

Exemplo:

KALNINS, Arthurs and MAYER, Kyle J. Relationships and hybrid contracts : na


analysis of contact choice in information technology. The journal of law,
economics & organization, April 2004, vol. 20, nº 1, p. 207-229. 

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4. REFERENCIAÇÃO BIBLIOGRÁFICA E ENDNOTE

Teses, dissertações e outras provas académicas

APELIDO, Nomes. Título. Nota suplementar, Instituição Académica, Ano.

Exemplo:

LIMA, Rui Manuel. Sistemas distribuídos de produção em ambiente de


produção simultâneo. Tese de Doutoramento, Universidade do Minho, Braga,
2003.

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Comunicações em congresso

APELIDO, Nomes. Título da comunicação. In Título das actas do congresso,


número, local, data. Local de publicação : Editor. Localização na publicação.
ISBN. 

Exemplo:

RODRIGUES, Eloy, et al. RepositóriUM : criação e desenvolvimento do


Repositório Institucional da Universidade do Minho. In Nas encruzilhadas da
informação e da cultura : (re)inventar a profissão: actas do Congresso Nacional
de Bibliotecários, Arquivistas e Documentalistas, 8, Estoril, 2004. Lisboa :
Associação Portuguesa de Bibliotecários, Arquivistas e Documentalistas, 2004.

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E-books, bases de dados e programas informáticos (termo técnico:


documentos eletrónicos: monografias, bases de dados e programas)

APELIDO, Nomes. Título. [Tipo de suporte]. Responsabilidade secundária.


Edição. Local de publicação : Editor, Ano de publicação. Data de
atualização/revisão. [Data de consulta]. Disponibilidade e acesso.  ISBN.

Exemplo:

GERWICK, Ben C. Construction of marine and offshore structures [Em linha].


2nd ed. Boca Raton; London: CRC Press, 2000 [consultado 19 Agosto 2004].
Disponível na World Wide Web: <http… >
Exemplo em inglês:

GERWICK, Ben C. Construction of marine and offshore structures [Online]. 2nd


ed. Boca Raton; London : CRC Press, 2000 [cited 19 August 2004 ]. Available
from World Wide Web: <http…> 

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4. REFERENCIAÇÃO BIBLIOGRÁFICA E ENDNOTE

 Artigos e capítulos, etc. em e-books (termo técnico: documentos


eletrónicos: contribuições em monografias)

APELIDO, Nomes. Título da contribuição. In Título da monografia [Tipo de


suporte]. Responsabilidade Secundária. Edição. Local de publicação : Editor,
Ano de publicação. Data de atualização/revisão [Data de consulta]. Localização
na monografia. Disponibilidade e acesso.

Exemplo em português:

AMYES, Tina L., TOTEVA, Maria M., and RICHARD, John P. Crossing the
Borderline between SN1 and SN2 Nucleophilic Substitution at Aliphatic Carbon.
In Reactive Intermediate Chemistry [Em linha]. Hoboken : Wiley-Interscience,
cop. 2004 [consultado 11 Dezembro 2008]. pp. 41-68. Disponível em WILEY
INTERSCIENCE. ISBN 978-0-471-72149-9.

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4. REFERENCIAÇÃO BIBLIOGRÁFICA E ENDNOTE

Artigos em documentos eletrónicos: revistas, jornais, etc. (termo técnico:


artigos e outras contribuições em documentos eletrónicos: publicações
em série)

APELIDO, Nomes. Título do artigo. Título da publicação [Tipo de suporte].


Edição. Numeração. Data de atualização/revisão [Data de consulta],
Localização na publicação. Disponibilidade e acesso. ISSN.

Exemplo em português:

MASTROFSKI, Stephen D. Controlling Street-Level Police Discretion. The


Annals Of The American Academy Of Political And Social Science [Em linha].
Abril 2004, vol. 593, nº 1 [consultado em 2004-09-19], pp. 100-118. Disponível
na World Wide Web: <http…>

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4. REFERENCIAÇÃO BIBLIOGRÁFICA E ENDNOTE

Documentos legislativos e judiciais


(NP-405)

Ex. 1 II PLANO de fomento (1959-1964):; proposta de lei e projecto do II


Plano. Lisboa: Imprensa Nacional, 1959, vol. 1

Ex. 2 “ESTATUTO do Provedor de Justiça: lei nº 81/77, de 22 de Novembro”.


Coimbra: Atlântica, 1977

Ex. 3 ACORDO entre a Comunidade Económica Europeia e a República


Portuguesa. Lisboa: Fundo de Fomento da Exportação, 1972, p. 20-22.

Ex. 4 REIS, José Alberto dos, anot. – Código do processo civil anotado. 3ª
ed. reimp. Coimbra; Coimbra Editora, 1980.

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4. REFERENCIAÇÃO BIBLIOGRÁFICA E ENDNOTE

Documentos legislativos e judiciais


(NP-405)

Ex. 5 DECLARAÇÃO de 30 de Julho de 1987. “D.R. I Série”. 28 (87-08-


03) 1402.

Ex. 6 DESPACHO conjunto nº 55/MEC/87. “D.R. II Série”. 28 (87-02-03)


1402.

Ex. 7 PORTARIA nº 1111/89 “D.R. I Série”. 298 (89-12-29) 5629-5637

Ex. 8 DECRETO-LEI nº 192/89. “D.R. I Série”. 131 (89-06-08) 2254-


2257

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4. REFERENCIAÇÃO BIBLIOGRÁFICA E ENDNOTE

1. Citação Formal

 Quando se transcrevem fielmente as palavras de outros autores


(Transcrição);
 Deve ser assinalada com a utilização de aspas “ ” antes da primeira e
depois da última palavra;
 Caso se omitam palavras no início da citação devem ser substituídas
por (...);
 Quando se faz um corte no texto deve ser assinalado por [...];
 Quando se introduz uma palavra deve ser colocada entre [ ].

IMP.GE.086.1
4. REFERENCIAÇÃO BIBLIOGRÁFICA E ENDNOTE

Exemplo:

As colónias de povoamento tiveram grande importância em países


como o Brasil. De acordo com Celso Waak Bueno8:

“(…) essas colónias de exploração deram origem a regiões pobres,


nos países em que estavam inseridas, ou a países pobres,
naqueles em que prevaleceram. Elas tiveram grande importância no
sul da América do Norte e na maior parte da América Latina,
inclusive na maior parte do Brasil."

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4. REFERENCIAÇÃO BIBLIOGRÁFICA E ENDNOTE

2. Citação Conceptual

Deve ser usada quando se pretende resumir a ideia do autor em que nos
apoiamos.

Kenneeth Boulding (8) considera o conflito como um processo social


generalizado do qual a guerra é apenas um caso particular; a sua teoria assenta
na ideia de que em todos os conflitos, seja na politica internacional, seja entre
indivíduos; os tipos de comportamento apresentam semelhanças e elementos
comuns.

Referências Bibliográficas
(8) BOULDING, Kenneth – Conflit and defense. New York: Harper & Brothers,
1962, p. 43.

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4. REFERENCIAÇÃO BIBLIOGRÁFICA E ENDNOTE

As citações podem aparecer no texto, em nota de rodapé ou no


fim do texto ou capítulo.

O procedimento mais utilizado é o da citação no próprio texto,


que pode ser feita por meio de sistemas de chamada:

O numérico
Notas
Autor-data-localização

Nós usamos o sistema de notas.

IMP.GE.086.1
4. REFERENCIAÇÃO BIBLIOGRÁFICA E ENDNOTE

As citações podem aparecer no texto, em nota de rodapé ou no


fim do texto ou capítulo.

O procedimento mais utilizado é o da citação no próprio texto,


que pode ser feita por meio de sistemas de chamada:

O numérico
Notas
Autor-data-localização

Nós usamos o sistema de notas.

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4. REFERENCIAÇÃO BIBLIOGRÁFICA E ENDNOTE
Citações em Nota

O números inseridos no texto em expoente ou entre parênteses reenviam


para as notas que são apresentadas numericamente, segundo a ordem do
aparecimento no texto. Se um documento é citado várias vezes cada citação
tem um número diferente.

… Segundo Goldstein15 como moduladores da fluidez lipídica, em particular,


agentes anestésicos gerais e locais, 16 benzodiazepinas17…

__________
15. GOLDSTEIN, D. B. – The effects of drugs on membrane fluidity, ANO, p.
150.
16. SEEMAN, P. – The membrane actions of anesthetics and tranquilizers,
ANO, p. 585.
17. MENNINI, T. [et. al.] – Diazepam increases membrane fluidity of rat
hippocampus synaptosomes, ANO, p. 276.
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4. REFERENCIAÇÃO BIBLIOGRÁFICA E ENDNOTE

Gestor de referências bibliográficas e fichas de leitura:

O EndNote Web

www.myendnoteweb.com

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7. O CONHECIMENTO CIENTÍFICO - INTRODUÇÃO

 “Good research is a thinking person’s game. It is a


creative and strategic process that involves constantly
assessing, reassessing, and maknig decisions about the
best possible means for obtaining trustworthy
information, carrying out appropriate analysis, and
drawing credible conclusions”
 (O’Leary, 2004: 1)
7. O CONHECIMENTO CIENTÍFICO - INTRODUÇÃO

• O que é a investigação?
• O que é o conhecimento científico?
• Existe um conhecimento não científico?
• O que os distingue?
• Como se produzem?
• Como se testam? Como se comprovam?
• Como se comunicam?
• Para que interessam?
7. O CONHECIMENTO CIENTÍFICO - INTRODUÇÃO

• O que é a investigação?
• Procurar respostas para questões
• Prática teórica de procura
• Processo inacabado e permanente
• Diálogo crítico com a realidade
• Implica a aplicação de um método científico
• Conjunto de ações para encontrar respostas para um problema através
de procedimentos científicos = racionais e sistemáticos
7. O CONHECIMENTO CIENTÍFICO - INTRODUÇÃO

• Research:
 “careful, diligent and exhaustive investigation of a specific subject matter’ with a view to knowing
the truth and making original contribution in the existing stock of knowledge” (Vibhute & Aynalem,
2009: 11)

• Pesquisa é sistemática quando há uma tentativa de recolher informação de várias fontes, de


descobrir algo específico, de utilizar métodos, etc.

• Daí a necessidade de: identificar um problema, fazer o levantamento dos factos, interpreta-los e
classifica-los e alcançar conclusões lógicas.
7. O CONHECIMENTO CIENTÍFICO - INTRODUÇÃO

 “A ciência é o conjunto de conhecimentos racionais, certos ou


prováveis, obtidos metodicamente, sistematizados e verificáveis, que
fazem referência a objetos da mesma natureza” (ANDER-EGG, 1973).

 “Atividade pela qual os homens adquirem um conhecimento ordenado


dos fenômenos naturais, trabalhando com uma metodologia particular
(observação controlada e análise) e com um conjunto de atitudes
(ceticismo, objetividade, etc.)” (MARX & HILLIX, 1963).
7. O CONHECIMENTO CIENTÍFICO - INTRODUÇÃO

 “Um cientista, seja teórico ou experimental, formula enunciados ou


sistemas de enunciados e verifica-os um a um. No campo das ciências
empíricas (...) ele formula hipóteses ou sistemas de teorias e submete-
os a teste, confrontando-os com a experiência, através de recursos de
observação e experimentação” (POPPER, 1959).

 “Concebe-se fazer o fazer ciência como produzir conhecimentos no


sentido de chegar a novas descobertas. Para tanto é necessário
observar, realizar experiências, construir instrumentos, descobrir leis,
estabelecer previsões, procurar explicações, elaborar teorias,
conceitos, submeter hipóteses a testes, escrever e publicar resultados
e tentar, finalmente, que a tecnologia aplique suas descobertas”
(D’OLIVEIRA, 1984).
7. O CONHECIMENTO CIENTÍFICO - INTRODUÇÃO

 Paradigma positivista
• Ou quantitativo, empírico-analítico, racionalista, empiricista
• Tentativa de adaptar o modelo das Ciências Naturais às CSH
• Mundo social semelhante ao físico
• Utilização de metodologias de cariz quantitativo
• Primazia do conhecimento baseado na obervação
• Confrontação empírica, controlo experimental
• Objetividade do mundo
• Racionalidade, impessoalidade, determinismo, previsão
7. O CONHECIMENTO CIENTÍFICO - INTRODUÇÃO

 Paradigma positivista
• Copérnico, Kepler, Bacon, Descartes
• Com base no modelo das ciências naturais
• Unidade da ciência
• Só há uma forma de conhecimento verdadeiro e uma racionalidade
experimental
• Racionalidade = quantitativa, neutra, mecanicista
• É possível descobrir o mundo
• Formulação de leis > observação de regularidades
• Positivismo científico – cf. ARTIGO Fernandes & Bicalho, 2011
7. O CONHECIMENTO CIENTÍFICO - INTRODUÇÃO

 Paradigma positivista – crítica

• Será possível quantificar, generalizar e prever os fenómenos


sociais em geral?
• Realidade social é aberta e indeterminada
• Comportamento humano é imprevisível
• Investigador pertence à comunidade – proximidade c/ o objeto de
estudo
• Einstein e relatividade
• Novas visões da matéria e da natureza
• Enquadramento histórico (não eternidade)
• Evolução, desordem
7. O CONHECIMENTO CIENTÍFICO - INTRODUÇÃO

 Paradigmas pós-positivistas

• Ou qualitativo, interpretativo, hermenêutico, naturalista, construtivista


• Compreensão (verstehen), significado, ação
• Ação humana intencional
• Necessidade de interpretar e compreender os significados num dado
contexto social
• Debate materalismo/ideacionismo
• Todo o conhecimento científico-natural é científico-social
• Todo o conhecimento é local e total, é autoconhecimento
• Interpretável
7. O CONHECIMENTO CIENTÍFICO - INTRODUÇÃO

 Tensão reflete-se nas escolhas metodológicas

 Métodos quantitativos
 Métodos qualitativos
 Métodos mistos
 Tendência atual – integração metodológica
 Métodos como complementares
 Escolha de uma abordagem metodológica não implica assunção de todos
os atributos dos paradigma em questão
 Visão mais ampla de uma realidade complexa - FST
7. O CONHECIMENTO CIENTÍFICO - INTRODUÇÃO

• Possíveis objetivos de uma investigação


 1. To gain familiarity with a phenomenon or to achieve new insights into it.
 2. To portray accurately the characteristics of a particular individual, situation or a group.
 3. To determine the frequency with which something occurs or with which it is associated.
 4. To test causal relationship between two or more than two facts or situations.
 5. To ‘know’ and ‘understand’ a phenomenon with a view to formulating the problem
precisely.
 6. To ‘describe’ accurately a given phenomenon and to test hypotheses about
relationships among its different dimensions.
 (Idem: 12, 13)
7. O CONHECIMENTO CIENTÍFICO - INTRODUÇÃO

• Tipos de investigação
• Quanto à sua natureza:
• Básica
• Aplicada
• Quanto à sua abordagem:
• Quantitativa
• Qualitativa
• Mista
7. O CONHECIMENTO CIENTÍFICO - INTRODUÇÃO

• Tipos de investigação
• Quanto aos seus objetivos:
• Exploratória
• Descritiva
• Explicativa
• Quanto aos procedimentos:
• Bibliográfica
• Documental
• Experimental
• Levantamento
• Estudo de caso
• Expost-Facto
• Investigação-Ação
• Investigação participante
7. O CONHECIMENTO CIENTÍFICO - INTRODUÇÃO

• Investigação é, então, uma forma de criar conhecimento através de um


estudo sistematizado, metódico que pretende dar resposta a questões
previamente levantadas. Problematização.

• Conhecimento > conhecer > do latim ‘cognoscere’ = ato de conhecer

• Pode ser:
• Empírico ou popular ou senso comum: baseado nos sentidos;
na experiência quotidiana; sem necessidade de confirmação
científica; adquirido independentemente de estudos ou reflxões

• Científico: com hipóteses que tentam ser verificadas através de


métodos rigorosos – testada a sua veracidade ou falsidade
através da “experimentação”;
7. O CONHECIMENTO CIENTÍFICO - INTRODUÇÃO

• O conhecimento popular:
- Superficial - conforma-se com a aparência ("porque o vi",
"porque o senti", "porque o disseram”
- Sensitivo – referente a vivências, estados de ânimo e emoções
da vida diária;
- Subjetivo – o próprio sujeito organiza suas experiências e
conhecimentos,
- Assistemático – esta "organização" das experiências não visa
a uma sistematização das idéias
- Acrítico
7. O CONHECIMENTO CIENTÍFICO - INTRODUÇÃO

• Pode ser:
• Científico: com hipóteses que tentam ser verificadas através
de métodos rigorosos – testada a sua veracidade ou falsidade
através da “experimentação”; real; sistemático, falível,
generalizador, previsível.
• Religioso ou teológico: relacionado com a fé ou crença
divina; não há necessidade de evidências ou provas; um corpo
coerente de crenças transforma-se em religião
• Filosófico: resultado de esforço racional, sistemático, sem
recorrer à experimentação; reflexão crítica sobre os
fenómenos; valorativo, não-verificável.
• Técnico: objetividade operacional da aplicação de um know-
how num determinado contexto
7. O CONHECIMENTO CIENTÍFICO - INTRODUÇÃO

• Investigação é, então, uma forma de criar conhecimento através de um


estudo sistematizado, metódico que pretende dar resposta a questões
previamente levantadas. Problematização.

• Conhecimento > conhecer > do latim ‘cognoscere’ = ato de conhecer

• Pode ser:
• Empírico ou popular ou senso comum: baseado nos sentidos;
na experiência quotidiana; sem necessidade de confirmação
científica; adquirido independentemente de estudos ou reflxões

• Científico: com hipóteses que tentam ser verificadas através de


métodos rigorosos – testada a sua veracidade ou falsidade
através da “experimentação”;
7. O CONHECIMENTO CIENTÍFICO - INTRODUÇÃO

• Método científico
• Baseado na lógica (Filosofia)
• Procuram-se conclusões através de considerações lógicas
• Através da experimentação, observação, argumentação
lógica,...
• Baseado em postulados, com as seguintes caraterísticas:
(i) it is logical, i.e. it is basically concerned with proof based on
reason,
(ii) it is empirical, i.e. theories are rooted in facts that are
verifiable,
(iii) it is operational, i.e. it utilizes relevant terms/concepts that

help in quantification and conclusion,


7. O CONHECIMENTO CIENTÍFICO - INTRODUÇÃO

• Método científico
(i) it is committed to only objective considerations,
(ii) it pre-supposes ethical neutrality, i.e. it aims at nothing but
making only adequate and correct statements about
population objects,
(iii) it is propositional, i.e. it results into probabilistic predictions that
can be proved or disproved,
(iv) its methodology is public, i.e. it is made known to all concerned
for critical scrutiny, testing/retesting of propositions,
(v) it tends to be systematic, i.e. indicates inter-relationship and
organization between the facts and propositions, and
(vi) it aims at theorizing, i.e. formulating most general axioms or
scientific theories.
(Idem: 15)
7. O CONHECIMENTO CIENTÍFICO - INTRODUÇÃO

• Comunicação científica
• “as atividades associadas com a produção, disseminação e
uso da informação. Desde a hora em que o cientista teve a
ideia da pesquisa até o momento em que os resultados de seu
trabalho são aceites como parte integrante do conhecimento
científico” (Garvey, 1979 apud Silva & Menezes, 2001: 13)

• Canais de comunicação
• Canais informais
• Canais formais
7. O CONHECIMENTO CIENTÍFICO - INTRODUÇÃO

• Canais de comunicação
8. O RACIOCÍNIO JURÍDICO

IMP.GE.086.1
8.1. INDUÇÃO

• “The process of inferring a general law or principle from the


observation of particular instances” (Vickers, 2006)

• Alguns autores: indispensável para uma ciência rigorosa

• A “verdade” em ciência porque indução é oposto de intuição


• Intuição: apreciação rápida, instintiva, perceção
sensorial
• Indução: fonte posterior de raciocínio

• Implica: observação + medição objetiva + análise de dados


8.1. INDUÇÃO

• “processo mental por intermédio do qual, partindo de dados


particulares, suficientemente constatados, infere-se uma
verdade geral ou universal, não contida nas partes
examinadas.” (Markoni & Lakatos, 2003: 86)

• Objetivo: alcançar conclusões cujo conteúdo é + amplo do


que o das premissas nas quais se basearam

• Resultado: conclusões prováveis.


• Quando as premissas são verdadeiras, as conclusões
são provavelmente verdadeiras
8.1. INDUÇÃO

• Exemplo 1:

 O corvo 1 é negro.
 O corvo 2 é negro.
 O corvo 3 é negro.
 O corvo n é negro.
 Todos os corvos são negros.
8.1. INDUÇÃO

• Exemplo 1:

 Cobre conduz energia.


 Zinco conduz energia.
 Cobalto conduz energia.
 Ora, cobre, zinco e cobalto são metais.
 Logo, todos os metais conduzem energia.
8.1. INDUÇÃO

• Caraterísticas/Conclusões:

• De premissas com informações de acontecimentos


observados, passa-se para uma conclusão com
informações sobre casos não observados

• Percurso: do especial ao geral; do indivíduo à espécie;


do facto à lei.

• Extensão dos antecedentes é sempre menor que a


conclusão (que contém o universalizante “todo”)
8.1. INDUÇÃO

• 3 etapas do raciocínio indutivo:

1. observação dos fenómenos

2. descoberta da relação entre eles

3. generalização da relação
8.1. INDUÇÃO

• As etapas e as regras do método indutivo repousam em


"leis" (determinismo) observadas na natureza, segundo as
quais:

a) "nas mesmas circunstâncias, as mesmas causam produzem


os mesmos efeitos";

b) "o que é verdade de muitas partes suficientemente


enumeradas de um sujeito, é verdade para todo esse sujeito
universal" (Nérici, 1978:72).
8.1. INDUÇÃO

• As etapas e as regras do método indutivo repousam em


"leis" (determinismo) observadas na natureza, segundo as
quais:

a) "nas mesmas circunstâncias, as mesmas causam produzem


os mesmos efeitos";

b) "o que é verdade de muitas partes suficientemente


enumeradas de um sujeito, é verdade para todo esse sujeito
universal" (Nérici, 1978:72).
8.1. INDUÇÃO

• Qual a justificação para inferências indutivas?

• Temos expectativas e acreditamos que exista certa


regularidade nas coisas (o futuro será como o
passado).
8.1. INDUÇÃO

• Qual a justificação para a crença de que o futuro será como o


passado?

• As observações feitas no passado. Exemplo: nascer do sol

• Observações repetidas, feitas no passado, geram em nós a


expectativa de certa regularidade no mundo

• Analisando-se vários casos singulares do mesmo género,


estende-se a todos do mesmo género as conclusões
baseadas nas observações dos primeiros, através da
"constância das leis da natureza“ ou do "princípio do
determinismo".
8.1. INDUÇÃO

• Formas de indução:

a) Completa ou formal
 estabelecida por Aristóteles

 Não induz de alguns casos, mas de todos (cada um


dos elementos inferiores é comprovado pela
experiência).

 Exemplo (próx. Slide)


8.1. INDUÇÃO

• Formas de indução:
a) Completa ou formal
 Exemplo:
Segunda, terça, quarta, quinta, sexta, sábado e domingo têm
24 horas.
Ora, segunda, terça, quarta, quinta, sexta, sábado e domingo
são dias da semana.
Logo, todos os dias da semana têm 24 horas.

- Não leva a novos conhecimentos;


- = processo de colecionar coisas já conhecidas
- Sem influência no progresso da ciência.
8.1. INDUÇÃO

• Formas de indução:
 b) Incompleta ou científica
- Criada por Galileu e aperfeiçoada por Francis Bacon;

- Não deriva dos seus elementos inferiores, provados pela exper.

- Permite induzir, de alguns casos adequadamente observados


aquilo que se pode afirmar ou negar dos restantes da mesma
categoria.

- Fundamenta-se na causa ou lei que rege o fenómeno, constatada


num n.º significativo de casos mas não em todos.
8.1. INDUÇÃO

• Formas de indução:

 b) Incompleta ou científica

- Exemplo
 Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Úrano e

Neptuno não têm brilho próprio.


 Ora, Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno,

Úrano e Neptuno são planetas.


 Logo, todos os planetas não têm brilho próprio.
8.1. INDUÇÃO

• Importância da amostra

 a) quanto maior a amostra, maior a força indutiva do


argumento;

 b) quanto mais representativa a amostra, maior a força


indutiva do argumento.
8.1. INDUÇÃO

• Problemas com a amostra (falácia)


a) Amostra insuficiente: generalização indutiva é feita a partir


de dados insuficientes para sustentar essa generalização.
 (ex.: preconceitos desenvolvem-se a partir da
observação de um ou alguns casos desfavoráveis, a partir
dos quais se fazem amplas generalizações, abrangendo
todos os elementos de uma categoria.)

 b) Amostra tendenciosa: generalização indutiva baseia-se


numa amostra não representativa da população.
8.1. INDUÇÃO

• Realidade social = complexo relações causais entre eventos

• Conhecimento produzido por meio de análise experimental e


comparativa

• Através dos sentidos, produzem-se “dados” = regulari// = conheci/

• Crítica:
• Usada para descobrir leis/regularidades muito gerais
• Usada para perseguir objetivos exploratórios e descritivos
(‘what?’)
8.2. DEDUÇÃO

• Recolha de dados seletiva

• Envolve interpretação do observador

• Necessário ter 1º hipóteses provenientes da teoria


• Fornece direção para recolha de dados
• Dados não são simplesmente acumulados, mas
usados como teste à teoria

• Não é possível alcançar a verdade (ilusória), só eliminar as


falsas.
8.2. DEDUÇÃO

• Exemplo de raciocínio dedutivo:

 Todo mamífero tem um coração.


 Ora, todos os cães são mamíferos.
 Logo, todos os cães têm um coração.

• Exemplo de raciocínio indutivo:

 Todos os cães que foram observados tinham um coração.


 Logo, todos os cães têm um coração.
8.2. DEDUÇÃO

• Dedução:
- para que a conclusão "todos os cães têm um coração" fosse
falsa, uma das ou as duas premissas teriam de ser falsas:
ou nem todos os cães são mamíferos ou nem todos os
mamíferos têm um coração.

• Indução:
- é possível que a premissa seja verdadeira e a conclusão
falsa: o facto de não ter, até o presente, encontrado um cão
sem coração, não é garantia de que todos os cães têm um
coração.
8.2. DEDUÇÃO

• Dedução:

- Quando a conclusão do argumento dedutivo afirma que


todos os cães têm um coração, está a dizer alguma coisa
que, na verdade, já tinha sido dita nas premissas;

- como todo argumento dedutivo, reformula ou enuncia de


modo explícito a informação já contida nas premissas. Se a
conclusão não diz mais que as premissas, ela tem de ser
verdadeira se as premissas o forem.
8.2. DEDUÇÃO

• Indução:

- a premissa refere-se apenas aos cães já observados; a


conclusão diz respeito a cães ainda não observados;
portanto, a conclusão enuncia algo não contido na premissa.
É por este motivo que a conclusão pode ser falsa, mesmo
que a premissa seja verdadeira.
8.2. DEDUÇÃO

• Os dois tipos de argumentos têm finalidades diversas:

• Dedutivo:

 explicar o conteúdo das premissas;


 argumentos ou estão corretos ou incorretos, ou as
premissas sustentam de modo completo a conclusão
ou, quando a forma é logicamente incorreta, não a
sustentam de forma alguma;
 Por isso: não há graduações intermediárias
8.2. DEDUÇÃO

• Os dois tipos de argumentos têm finalidades diversas:

• Indutivo:
 ampliar o alcance dos conhecimentos.
 Analisando isso sob outro enfoque, diríamos que os
argumentos
 argumentos admitem diferentes graus de força,
dependendo da capacidade das premissas de
sustentarem a conclusão.
8.2. DEDUÇÃO

• Os dois tipos de argumentos têm finalidades diversas:

 Conclusão:

 os argumentos indutivos aumentam o conteúdo das


premissas, com sacrifício da precisão, ao passo que os
argumentos dedutivos sacrificam a ampliação do conteúdo
para atingir a "certeza".
8.2. DEDUÇÃO

• Argumentos condicionais válidos


• Uma das formas de argumentos dedutivos
• 2 variantes:
 Afirmação do antecedente
 Negação do consequente
8.2. DEDUÇÃO

• Afirmação do antecedente
Se p, então q.
Ora, p.
Então, q.

• a primeira premissa é um enunciado condicional


• a segunda coloca o antecedente desse mesmo
condicional;
• a conclusão é o consequente da primeira premissa.
8.2. DEDUÇÃO

• Afirmação do antecedente
 Exemplo:

Se José tirar nota inferior a 5, será reprovado.


José tirou nota inferior a 5.
José será reprovado.
8.2. DEDUÇÃO

• Negação do consequente:

Se p, então q.
Ora, não-q.
Então, não-p.

• a primeira premissa é um condicional,


• a segunda uma negação do consequente desse
mesmo condicional.
8.2. DEDUÇÃO

• Negação do consequente:

Se a água ferver, então a temperatura alcança 100°.


A temperatura não alcançou 100°.
Então, a água não ferverá.
Ou
Se José tiver positiva no exame, então tinha conhecimento
das matérias.
Ora José não tinha nenhum conhecimento das matérias.
Então, José não teve positiva no exame.
8.3. HIPOTÉTICO-DEDUTIVO

• Karl Popper

• Método científico parte de um problema (P1), ao qual se


oferecee uma espécie de solução provisória, uma teoria-
tentativa (TT), passando-se depois a criticar a solução, com
vista à eliminação do erro (EE) e esse processo se renovaria
a si mesmo, dando surgimento a novos problemas (P2).

Lakatos & Marconi, 2003: 95


8.3. HIPOTÉTICO-DEDUTIVO

• Momentos do processo de investigação:


1. Problema - surge de conflitos/expectativas e teorias
existentes;
2. Solução proposta - conjetura (nova teoria); dedução de
consequências na forma de proposições testáveis;
3. Testes de falseamento – tentativas de refutação (ex.
através observação e experimentação).

• Se a hipótese não supera os testes, estará falseada, refutada,


e exige nova reformulação do problema e da hipótese, que, se
superar os testes, estará corroborada, confirmada provisoria/,
não definitivamente como querem os indutivistas.
8.3. HIPOTÉTICO-DEDUTIVO

• Conjetura
• É uma solução proposta em forma de proposição
passível de teste, direto ou indireto, nas suas
consequências, sempre dedutivamente

• "Se ... então." Verificando-se que o antecedente ("se")


é verdadeiro, também o será forçosamente o
consequente ("então"), isto porque o antecedente
consiste numa lei geral e o consequente é deduzido
dela.
8.3. HIPOTÉTICO-DEDUTIVO

• Conjetura
• Exemplo: se - sempre que - um fio é levado a suportar
um peso que excede aquele que caracteriza a sua
resistência à rutura, ele romper-se-á (lei universal); o
peso para esse fio é de um quilo e a ele foram presos
dois quilos (condições iniciais). Deduzimos: este fio se
romperá (enunciado singular)
8.3. HIPOTÉTICO-DEDUTIVO

• Falseamento
• Testes = tentativas de falseamento, de eliminação de
erros.
• Exemplos: observação e experimentação.
• Consiste em falsear, isto é, em tornar falsas as
consequências deduzidas ou deriváveis da hipótese,
mediante a negação do consequente:

"se p, então q, ora não-q, então não-p", ou seja, se q


é deduzível de p, mas q é falso, logicamente, p é
falso.
8.3. HIPOTÉTICO-DEDUTIVO

• Falseamento
• Quanto mais falseável for uma conjetura, mais
científica será, e será mais falseável quanto mais
informativa e maior conteúdo empírico tiver.

• Exemplo: "amanhã choverá“ é uma conjetura que


informa muito pouco (quando, como, onde, etc .... ) e
difícil de falsear, mas também sem maior importância.
Não é facilmente falseável porque em algum lugar do
mundo choverá.
8.3. HIPOTÉTICO-DEDUTIVO

• Falseamento
• "Amanhã, em tal lugar, a tal hora, minuto e segundo,
choverá torrencialmente" é facilmente falseável porque
tem grande conteúdo empírico, informativo. Bastará
esperar naquele lugar, hora e minuto, e constatar a
verdade ou falsidade da conjetura.

• Estas conjeturas altamente informativas são as que


interessam à ciência.
8.3. HIPOTÉTICO-DEDUTIVO

• Falseamento
• A indução tenta, a todo custo, confirmar, verificar a
hipótese; procura acumular todos os casos concretos
afirmativos possíveis.
• Popper procura evidências empíricas para torná-la
falsa.
• Todos os casos positivos recolhidos não confirmarão,
como quer a indução; porém, um único caso negativo
concreto será suficiente para falsear a hipótese.
• Isto é mais fácil e possível se a conjetura resistir a
testes severos, estará "corroborada", não confirmada,
como querem os indutivistas.
8.3. HIPOTÉTICO-DEDUTIVO

• Falseamento
• “Corroboração" é o termo correto.

• Confirmar implica acumular todos os casos positivos


presentes, passados e futuros.

• A não descoberta do caso concreto negativo corroborará


a hipótese, o que não excede o nível da provisoriedade:
é válida, porquanto superou todos os testes, porém, não
definitivamente confirmada, pois poderá surgir um fato
que a invalide, como tem acontecido com muitas leis e
teorias na história da ciência.
8.3. HIPOTÉTICO-DEDUTIVO

• Falseamento
• Toda hipótese é válida conquanto não se recuse a
submeter-se ao teste empírico e intersubjetivo de
falseamento.

• Porquê “intersubjetivo”?
 Para Popper, a objetividade não existe: "Direi que
a objetividade dos enunciados científicos está no
fato de que podem ser testados
intersubjetivamente", isto é, por meio da crítica
(1975a:44-5).
8.3. HIPOTÉTICO-DEDUTIVO

• Conjetura
• Exemplo: se - sempre que - um fio é levado a suportar
um peso que excede aquele que caracteriza a sua
resistência à rutura, ele romper-se-á (lei universal); o
peso para esse fio é de um quilo e a ele foram presos
dois quilos (condições iniciais). Deduzimos: este fio se
romperá (enunciado singular)
8.4. ABDUÇÃO

• Charles Peirce (filósofo e matemático, 1839-1914)

• Interpretativista, Anti-positivista

• Padrões estatísticos + correlações > não compreensíveis por


si só

• Necessário descobrir significados e motivos que os


indivíduos dão às ações que originam os padrões

• Mundo social = mundo interpretado a partir de dentro


8.4. ABDUÇÃO

• Papel do investigador: descobrir e descrever esta visão


interna e não impor um externa.

• Ex método: análise do discurso

• É a procura de uma conclusão a partir da interpretação


racional de sinais, de indícios.

• Adquirido o material para análise, a abdução sugere


hipóteses explicativas – implica maior capacidade criativa
8.4. ABDUÇÃO

• "ato de procurar um traço ou característica num fenômeno e a


partir daí sugerir uma hipótese explicativa". (Peirce, Selected
Writings. New York: Dover Publications, 1958)

•  A dedução prova algo que deve ser, a indução mostra algo


que atualmente é operatório, a abdução faz uma mera
sugestão de algo que pode ser. 

• Palpite razoavelmente bem fundamentado acerca de uma


semiose que deve ser testado posteriormente por dedução, a
fim de que se chegue a uma inferência indutiva sobre o
universo representado por aquela semiose. 
8.4. ABDUÇÃO

• Stanford Encyclopedia of Philosophy


 (website – “Peirce on Abduction”)

• “[a]bduction is the process of forming explanatory


hypotheses. It is the only logical operation which introduces
any new idea”

• abduction encompasses “all the operations by which theories


and conceptions are engendered”
8.4. ABDUÇÃO

• Stanford Encyclopedia of Philosophy


 (website – “Peirce on Abduction”)

• “Deduction and induction, then, come into play at the later


stage of theory assessment: deduction helps to derive
testable consequences from the explanatory hypotheses that
abduction has helped us to conceive, and induction finally
helps us to reach a verdict on the hypotheses, where the
nature of the verdict is dependent on the number of testable
consequences that have been verified.”
8.4. ABDUÇÃO

• Exemplo 1:

 Num lindo dia de sol, está a cair água do telhado de uma


casa. A partir desse juízo preceptivo, várias inferências
abdutivas são possíveis: 

- Alguém está a atirar água no telhado;


- A neve acumulada está a derreter;
- A caleira está a vazar. 
8.4. ABDUÇÃO

The surprising fact, C, is observed.


But if A were true, C would be a matter of course.
Hence, there is reason to suspect that A is true.

• O raciocínio abdutivo deve ser formulado como pergunta,


antes que se façam as observações que possam concluir
sobre a sua verdacidade. 

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