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MECANISMOS

MECANISMOS
ARTICULADOS
3º ANO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO AUTOMOTIVA – 2011

Paulo Lucas de Oliveira

André Luís Siqueira


1- MECANISMOS DE MOVIMENTO CONTÍNUO
1.1 QUADRILÁTERO ARTICULADO
É o mecanismo articulado mais simples, constituído por quatro barras:
uma fixa, outra motora, uma intermediária e uma movida.
Consoante as ligações motora e movida tenham movimento de rotação
ou de oscilação, assim se designam por manivelas ou barras oscilantes.

PEÇA 1 – Suporte (geralmente estacionária);


PEÇA 2 – Manivela – peça acionadora que pode girar ou oscilar.
Se a peça 2 gira, o mecanismo transforma o movimento de rotação em
oscilação. Se oscila, o mecanismo multiplica o movimento de oscilação.
1.1.1CLASSIFICAÇÃO: REGRA DE GRASHOF

-O quadrilátero articulado pode ser classificado tendo em consideração a


relação entre a soma dos comprimentos das ligações maior e menor e a soma
dos comprimentos das outras duas ligações

A Regra de Grashof diz que, quando a soma dos comprimentos das barras
maior e menor é inferior ou igual à soma dos comprimentos das outras duas
barras, então a barra mais curta pode rodar de 360º em relação às outras.

Os quadriláteros articulados que verificam esta condição, como na figura a são


chamados mecanismos de Grashof, os que não verificam a regra dizem-se não
Grashof como na figura b.
1.1.2- FASES DE PONTO-MORTO E ÂNGULO DE TRANSMISSÃO

Na figura abaixo está representado um mecanismo não-Grashof, designado por


sistema duplamente oscilante, uma vez que a ligação motora e movida apenas
podem oscilar.

-O ponto A move-se ao longo do arco A’-A’’’’ e B se move ao longo do arco B’-B’’’’


-Quando A se encontra nas posições A’ ou A’’’’ as ligações 3 e 4 são colineares.
Neste caso a rotação da ligação A não tende a fazer rodar a ligação 4, ficando o
sistema em fase de instabilidade.
-Esta fase é designada como fases de ponto-morto.
1.1.2- FASES DE PONTO-MORTO E ÂNGULO DE TRANSMISSÃO

É necessário considerar em um mecanismo de 4 barras o ângulo de transmissão


entre a PEÇA 3 e 4.
Em geral, o ângulo de transmissão não deve ser maior que 140º e o mínimo não deve
ser inferior a 40º se for empregado para transmitir grandes forças.
Se menor que 40º, o mecanismo tenderá a parar devido ao atrito das articulações e
as PEÇAS 3 e 4 tenderão a ficar alinhadas e podem bloquear o mecanismo.
A fim de se evitar o travamento do mecanismo, deve se manter certas relações
entre os comprimentos das peças:
O2A e O4B > O2O4
(O2A – O2O4) + AB > O4B
( O4B – O2O4) + O2A > AB
1.1.2- FASES DE PONTO-MORTO E ÂNGULO DE TRANSMISSÃO

Através de relações geométricas, temos:

Vem que:

Sendo o ângulo de transmissão:


1.1.3- MECANISMO DE GRASHOF

Nos dois mecanismos abaixo encontram-se representados a ligação fixa que é


adjacente à ligação de menor comprimento.
O mecanismo a é idêntico ao b, exceto no comprimento da ligação CD.
No caso b a soma dos comprimentos das ligações maior e menor se igualam a soma
dos comprimentos das outras duas ligações. No caso a isso não se verifica
Ambos se designam por sistemas manivela-barra oscilante, uma vez que a uma
rotação completa da ligação motora corresponde uma oscilação da ligação movida.
Observa-se que a não tem fases de ponto-morto, considerando a ligação 2 como
motora. O mecanismo b tem uma fase de ponto-morto, na posição A’’, B’’, quer a
ligação motora seja a 2 ou a 4.

a) b)
O mecanismo de quatro barras pode tomar outras formas:

• a) manivela – balancim, quando a peça 2 gira e a 4 oscila.


• b e c) manivela dupla, ambas as peças, 2 e 4, têm movimento de
rotação.
• d) Arranjo onde a peça 4 foi substituída por um bloco deslizante.
1.1.4- MECANISMO DE DUPLA MANIVELA

Na figura acima está representado um outro mecanismo de Grashof, onde a ligação


fixa é curta. Este mecanismo é designado por dupla manivela e apresenta as
seguintes características:
-Não tem pontos-mortos;
-Ambas as ligações, 2 e 4, são rotativas;
-Qualquer das ligações, 2 ou 4, pode ser motora ou movida;
-A uma entrada (motora) a velocidade constante corresponde uma saída (movida) a
velocidade não constante.
1.2- MECANISMO BIELA- MANIVELA

PEÇA 1 – Suporte (geralmente estacionária);


PEÇA 2 – Manivela – peça acionadora que pode girar ou oscilar.
PEÇA 3 – Biela - ligação intermediária.
Se a peça 2 gira, o mecanismo transforma o movimento de rotação em
oscilação. Se oscila, o mecanismo multiplica o movimento de oscilação.
O mecanismo é amplamente utilizado como forma de transformação de
movimento de rotação em movimento linear, ex. compressor alternativo e
motor de combustão interna.
1.2- MECANISMO BIELA- MANIVELA

A partir da figura pode ser deduzida a equação de deslocamento do pistão:

ou

Assim:

O desenvolvimento em série de uma raiz quadrada é dada da forma:

Tomando e sendo uma solução suficientemente aproximada a


consideração apenas dos dois primeiros termos da série, vem que

assim:
1.2- MECANISMO BIELA- MANIVELA

Como:
x = R(1- cos ) + R² / 2L sen²
Onde  = t, porque  é constante
Derivando a equação do deslocamento, teremos:

Velocidade:
v = dx/dt = R  [ sen  + R / 2L sen 2]

Aceleração:
a = d²x/dt² = R ² [ cos  + R / L cos 2]
1.3- GARFO ESCOCÊS

Mecanismo capaz de gerar movimento harmônico simples.

X=r-r.cos θ, onde θr = ωrt

x= r(1-cos ωrt)
V=rωrsen ωrt=rωrsenθr
A=rω² cosω t=rω² cosθ

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