Prof. Jair Santana A década de 90 (segundo Fábio Fransini) : Marca uma espécie de “descoberta” da história da historiografia pelos historiadores brasileiros; Houve um crescimento nos trabalhos dedicados a escrita da história, bem como uma ampliação dos espaços institucionais de debate: nos departamentos de história das universidades, nos grupos de estudo e na ANPUH. Fernando Novais, disse que: O exercício da análise historiográfica é o ‘exame’ de consciência do historiador. A reflexão historiográfica, vem promovendo a reavaliação de um certo cânone, e permite manter também a diversidade, o dinamismo e a vitalidade da produção historiográfica brasileira do novecentos. A História da Historiografia: Tem uma função afirmativa e uma função crítica. O estudo da historiografia nos permite perceber que todo historiador sofre pressões ideológicas, políticas, institucionais, comete erros e tem preconceitos. No Brasil republicano: O processo de formação da classe operária e a trajetória da cidadania estão ligados na experiência histórica e na produção acadêmica. No plano histórico, tanto o Estado Novo (1937), quanto o golpe de 1964, que derrubou o herdeiro de Vargas (Goulart), foram resultados das disputas em curso. Os processos de retorno ao Estado de direito (pós -45) e pós-1978). Estão vinculados a ondas de greves e de ampla militância sindical: “... Superando o Estado Novo (1937-1945), os trabalhadores não apenas recuperaram a ousadia de dizer o que pensavam e o que queriam como também requisitaram o direito de participar da riqueza gerada com a sua força”,p.51 In:Trabalhadores, sindicatos e política (1945-1964). Em relação a questão da cidadania,em 1945: • “Para muitos intelectuais ou políticos, dirigentes empresariais e do governo, a figura do trabalhador cidadão não era para ser encontrada no migrante”,p.49. • O trabalhador de origem rural era visto com as mesmas carências atribuídas ao trabalhador escravo. • O trabalhador nacional era representado com traços de debilidade, conformismo e ação histórica inepta. Greves em 1978 A produção acadêmica foi marcada pela derrota de 1964 e a historiografia: do trabalho refletiu essa marca: pois à classe trabalhadora foram atribuídos a impotência e o fracasso no papel de fiador da democracia; Assim, as debilidades da cidadania e do operariado, andam lado a lado no imaginário que aborda a oscilação entre democracia e autoritarismo. A Crítica Historiográfica dos anos 80: No fim da década de 70 e início da déc. de 80, a crítica às teses da “passividade” e “acomodação” do operariado brasileiro ganharam impulso a partir das greves do ABC e em São Paulo. Essas greves se difundiram por diferentes categorias, rurais ou urbanas. O revisionismo da historiografia propagou a ruptura do “novo sindicalismo” com as tradições do sindicalismo comunista e trabalhista. No Brasil, o Novo Sindicalismo: Emergiu definindo sua identidade a partir da defesa da autonomia dos movmentos sociais diante do Estado, patrões e partidos políticos(p.135);
As comissões de fábrica eram a grande alavanca de
ruptura com o corporativismo da estrutura sindical
A defesa da autonomia opôs o novo sindicalismo à
estratégia de abertura do PCB, que defendia uma frente ampla, com partidos de centro, e pregava a frenagem dos movimentos sociais(p.185).
A Confederação Nagô-Macamba-Malunga dos Abolicionistas: O Movimento Social Abolicionista no Rio de Janeiro e as Ações Políticas de Libertos e Intelectuais Negros na Construção de um Projeto de Nação Para o Pós-Abolição no Brasil