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DO

POLITEÍSMO À
MONOLATRIA
Israel e Judá no Antigo Testamento

Angela Natel
RELIGIOSIDADE DO ANTIGO ISRAEL

A identidade da espiritualidade de Israel se deu numa


“construção cultural-religiosa ocorrida ao longo de um período
histórico relativamente longo, basicamente entre os séculos IX e
V a.C” (REIMER, 2008: p.66).

Durante este período, pode-se identificar os elementos


contextuais que tiveram maior influência na elaboração do
conceito de Divino que permeava o imaginário popular.
RELIGIOSIDADE DO ANTIGO ISRAEL

Os hebreus nasceram em contexto politeísta.


“...a evidência arqueológica das práticas religiosas da Era do
Ferro indica que ‘Israel’ como um todo também adorava deuses
e deusas Cananitas, e.g., Baal, Asherah, e Anat. Portanto, a
versão Deuteronomista do Javismo pode não ter sido o
elemento chave na formação anterior da auto compreensão
‘Israelita’” (BRETT, 2009: p.73 – tradução minha).
RELIGIOSIDADE DO ANTIGO ISRAEL
Entre os cananeus, o Deus supremo era El, divindade representada por um
touro ou por um velhinho sentado num trono, não muito mais atuante no
cotidiano das pessoas. El tinha uma esposa, Asherah. As Divindades mais
ativas e utilizadas no dia a dia do povo eram Baal, filho de El, uma
Divindade masculina, e ‘Anat, irmã/esposa de Baal também ligada aos
cultos de fertilidade da terra. Sua ação mítica era representada
cultualmente com o rito de qedeshah e qadesh, a respeito dos quais muitos
autores – inclusive tradutores da Bíblia – chamam sua função
equivocadamente de “prostituição sagrada” – uma vez que suas raízes
linguísticas estão relacionadas ao termo ‘santidade’ – vem de Kadosh.
DIFERENTES PERSPECTIVAS
Para os redatores bíblicos:
• Yhwh – tradicionalmente considerado um deus ‘celibatário’.
• Menções a outras divindades interpretadas como dependentes de
um culto não javista.

Para o historiador:
• Tanto em Israel quanto em Judá – Yhwh associado a uma Deusa.
A ORIGEM
ESTRANGEIRA DE
YHWH
• Êxodo 2,16 – Jetro,
sacerdote de Midiã.
• Êxodo 3,1-2 – Sarça no
deserto.
• Deuteronômio 33,2 - Yhwh
veio do Sinai, desde Seir.
• Juízes 5,4 – Saiu de Seir,
avançou desde Edom.
• Habacuque 3,3 – Vem desde
Temã, do monte Parã.
FUNÇÕES ORIGINAIS DE YHWH

• Êxodo 15,2-3 – proteção (‫ִּמ ְל ָח ֔ ָמה‬/’luta armada’, não


‘guerra’ - anacronismo), defesa.
• Êxodo 14,14 – luta armada (ataque?).
• Êxodo 14,24-25
• Êxodo 14,27
• Juízes 4,14-15 – ataque e defesa
• 1 Samuel 17,47 – ‘a batalha (luta armada) é de YHWH’.
YHWH ATUA NA DEFESA DOS DESARMADOS

YHWH entra em Israel


• a partir da organização de grupos armados.
• Na defesa dos clãs israelitas – por vida, liberdade e comida.

Posteriormente a ideologia monárquica relaciona YHWH ao


exército, distorcendo sua função original, dando-lhe ênfase em
guerra de ataque e imposição e conquista pela violência.
ESTELA DE MESA
Uma pedra de basalto, com uma inscrição
sobre Mesa, Rei de Moabe. Este registra a
conquista de Moabe por Omri, Rei de
Israel (Norte).
Após a morte de Acabe, filho de Omri,
Mesa revolta-se depois de prestar
vassalagem por 40 anos.
Esta inscrição se relaciona ao relato
bíblico em 2 Reis 3,4-27. A estela teria
sido feita por volta de 840 AEC.
MENCIONA UMA DIVINDADE CHAMADA ASHTAR ASSOCIADA AO DEUS NACIONAL
QUEMOS – UMA DEUSA QUE O ACOMPANHA EM SUAS FAÇANHAS MILITARES:

• Linhas 15-18:
ASHERAH NO ANTIGO ORIENTE PRÓXIMO

Possível origem oeste-semítica.


• Acádio e Hitita – Ashratu(m) / Ashiratu / Ashirtu

• Mesopotâmia – atestada em 3 textos rituais época selêucida e em um

topônimo na Mesopotâmia, na época de Hammurabi (século XVIII AEC)

– Ashratum Ummi (VYATT, 1999, p.101).


• Cartas de El-Amarna – rei de Amurru, de nome Abdi-Ashirta, aparece 92

vezes.
PRINCIPAL FONTE SOBRE ASHERAH – TEXTOS
UGARÍTICOS - ʾAṮRT, VOCALIZADO ‘AṮIRAT(U)

Ciclo de Baal – aparece como a grande Deusa consorte do


deus El e mãe de deuses menores do panteão (‘os 70 filhos
de ‘Aṯirat’)

(SMITH; PITARD, 2003, p.600)


TRADUÇÃO MINHA DO INGLÊS:

“Ele convidou seus irmãos para sua casa,


Seu pa[ren]tesco dentro de seu palácio;
Ele convidou os setenta, os filhos de Athirat.”
 
Os setenta filhos de Athirat constituem o panteão alto, não
menores divindades como alguns supõem (SMITH; PITARD,
2003, p.630).
LENDA DO REI DE UGARIT
(1500-1200 AEC)

Sobre o rei Keret, o


herdeiro de seu trono é
descrito como “aquele que
sugar o leite de ‘Athirat” –
para Thomas Römer isso
faz pensar numa possível
ligação à fertilidade, com
papel na ideologia real
(monarquia).
A DEUSA ASHERAH NA BÍBLIA
A maioria das 40 referências a Asherah na Bíblia Hebraica deriva do
Deuteronomista, após a reforma religiosa do rei Josias, sempre em uma
estrutura hostil: o Deuteronomista julga os reis de Israel e Judá de
acordo com o rigor com que defende o javismo e suprime o culto a
Asherah e outras Divindades.
Exemplo: O rei Manassés colocou um poste de Asherah no Templo
sagrado e foi descrito como alguém que "fez o que o SENHOR reprova“
(2 Reis 21,6 - NVI); o rei Ezequias "tirou os lugares altos, fez em
migalhas as estátuas, e cortou a Asera.“ (2 Reis 18,4 (Bíblia Textual –
BTX), e foi considerado o mais justo dos reis de Judá.
A DEUSA ASHERAH NA BÍBLIA
• A Bíblia hebraica usa o termo asherah em dois sentidos: como objeto de
culto e como nome divino (Toorn; Becking; Horst: 1999, p. 99). Como
um objeto de culto, a asherah pode ser "feita", "cortada" e "queimada", e
Deuteronômio 16,21 proíbe o plantio de árvores como asherah,
implicando que se trata de uma árvore estilizada ou tronco cortado
(Toorn; Becking; Horst: 1999, p. 101).
• Em outros versos, uma Deusa é claramente pretendida, como, por
exemplo, 2 Reis 23,4-7, onde itens estão sendo feitos "para Baal e
Asherah" (Toorn; Becking; Horst: 1999, p. 102).
A DEUSA ASHERAH NA BÍBLIA
• As referências a Asherah em Isaías 17,8 e 2,8 sugerem que não havia
distinção no pensamento antigo entre o objeto e a Deusa (Toorn;
Becking; Horst: 1999, p. 103

• É possível que Asherah tenha sido associada à figura da rainha principal


(rainha mãe – gevirah em hebraico) na antiga Judá e Israel, e essa
estreita associação com o culto real poderia explicar o desaparecimento
completo da Deusa quando a própria monarquia se extinguiu (Toorn;
Becking; Horst: 1999, p. 104).
ASHERAH NA BÍBLIA HEBRAICA

• ‘ăšērāh - 40 vezes nos textos bíblicos, com mais frequência


com artigo
• 18 vezes na forma nominal feminina do singular como ‫אשרה‬
(Dt. 16,21; Jz 6,25.26.28.30; 1Rs 15,13; 16,33; 18,19; 2Rs.
13,6; 17,16; 18,4; 21,3.7; 23,4,6.7.15.16; e 2Cr. 15,16).
• A forma plural masculina ‫( אשריו‬muitas vezes com o sufixo)
ocorre 19 vezes (Ex. 34,13; Dt. 7,5; 12,3; 1Rs. 14,15.23; 2
Rs.17,10; 23,14; 2Cr. 4,18; 14,2; 17,6; 24,18; 31,19; 34,3.4.7;
Is. 17,8; 27,9; Jr. 27,2; e Mq. 5,13).
ASHERAH NA BÍBLIA HEBRAICA
As demais aparições da palavra ocorrem no substantivo feminino plural
‫( אשרות‬Jz. 3,7; 2Cr. 19,3; 31,1 e 33,3.19) (BOKOVOY, 2012: p.56;
BENATTO, NATEL & DIETRICH, 2020, p.166).
O estranho plural masculino:
- Referência a um poste sagrado, um tipo de árvore estilizada;
- Hipótese de Oswald Loretz de que seria uma invenção artificial dos
redatores bíblicos a fim de evitar alusões à Deusa (DIETRICH &
LORETZ, 1992).
MENÇÕES BÍBLICAS A ASHERAH:

a. Plural – exortações estereotipadas para destruir altares e estátuas de


outros povos;
b. Associação a Baal;
c. ‘ăšērim ao lado de maṣṣebôt (pedras erguidas) – 1 Rs 14,23; 2 Rs 17,10;
18,4; 23,14; 2 Cr 14,2; 17,6.
d. Ligada ao altar ou à casa de Yhwh – Dt 16,21; 1 Rs 15,13; 16,33; 2 Rs
13,6; 21,3.7; 23,6-7.

• A associação entre (c) e (d) sugere uma possível integração de Asherah


ao culto de Yhwh.
MENÇÕES BÍBLICAS A ASHERAH:
ASSOCIAÇÃO A BAAL
• (b) tem levado alguns a considerar Asherah como consorte de
Baal a partir do primeiro milênio (AEC), ainda que nos textos
ugaríticos ela seja consorte de El. Como essa suposição só é
fundada nos textos deuteronomistas, Thomas Römer sugere
que foi inventada com o objetivo de dissociar Yhwh de
Asherah.

• Assim como Yhwh assumiu as funções de El, é natural que


tenha se tornado também “marido” de Asherah.
AS INSCRIÇÕES DE KUNTILLET ‘AJRUD E KHIRBET
EL-QOM
• Datados do século VIII AEC (FINKELSTEIN; PIASETZKY, 2008),
descobertos por arqueólogos israelenses em Kuntillet ‘Ajrud (50 km ao
sul de Cades Barneia) durante escavações da Universidade de Tel-Aviv
no deserto do Sinai em 1975-76.
Píthoi (cântaros)
• A 1: uma cerâmica do século VIII AEC com a inscrição Berakhti etkhem
l'YHWH Shomron ul'Asherato (Hebraico: ‫בירכתי אתכם ליהוה שומרון‬
‫)ולאשרתו‬. Traduzida, ficaria: “Eu te abençoei por YHWH de Samaria e
Sua Asherah”.
AS INSCRIÇÕES DE KUNTILLET ‘AJRUD E KHIRBET
EL-QOM

• B 2: Diga a meu senhor, você está bem? Eu te abençoei por


YHWH de Teman e sua ʾasherah. Que ele vos abençoe e que
vos guarde, e que esteja com meu senhor [para sempre(?)].

• B 3: [Eu te abençoo (Eu o abençoei)] por Yhwh de Teman e


por/sua Asherah.
Tudo o que ele pedir a alguém, ele (isto é, Yhwh) o concederá...
e Yhwh lho dará de acordo com seu propósito...
AS INSCRIÇÕES DE KUNTILLET ‘AJRUD E KHIRBET EL-
QOM

Yhwh de Shomron (Samaria) Yhwh de Teman (sul?)

Associação do nome de deus com um nome de lugar


Duas manifestações locais do deus nacional israelita
tinha um santuário em Samaria e outro em Teman
(sudeste do Neguev) ou em Edom
ILUSTRAÇÃO DA IMAGEM NA PEÇA DE CERÂMICA ENCONTRADA EM
KUNTILLET ‘AJRUD ACIMA DA INSCRIÇÃO “BERAKHTI ETKHEM...".
PITHOS A
Suposições sobre a imagem das duas figuras mais à
frente:
- Dois seres aparentemente divinos ou demoníacos,
Yhwh e sua Asherah.
Mordechai Gilula – o da esquerda, com traços bovinos,
Yhwh, a da direita, Asherah (como censura à Deusa,
teriam posteriormente acrescentado um pênis,
“masculinizando” a imagem). Nas publicações antigas,
a imagem possui um pênis, mas na última publicação
feita por Zeev Meshel, não é claro que essa figura tenha
o órgão.
- A figura duplicada representa o deus egípcio Bes, que
aparece muitas vezes sob a forma de gêmeos.
ILUSTRAÇÃO DA IMAGEM NA PEÇA DE CERÂMICA ENCONTRADA
EM KUNTILLET ‘AJRUD ACIMA DA INSCRIÇÃO “BERAKHTI
ETKHEM...". PITHOS A

Suposições sobre a imagem da


figura ao fundo:
- Um músico qualquer.
- Asherah instalada em seu trono
(problemas: não aparece gênero
da figura e Asherah não é
representada, geralmente,
relacionada à música).
VERSO DO PITHOS A: ÁRVORE
ESTILIZADA RODEADA POR DOIS
BODES SELVAGENS SOBRE UM LEÃO

• Hadley (2000) propôs que a


árvore estilizada era a própria
Asherah.
• O leão é atestado como animal
favorito da Deusa.
• Não há dúvida da existência de
uma Asherah associada a Yhwh.
Outra inscrição, de
Khirbet el-Qom, a 13
km a oeste de
Hebron, diz:
"Bendito seja
Uriyahu por Yhwh e
por sua Asherah; de
seus inimigos ele o
salvou!" (Finkelstein;
Silberman, 2003).
REPRESENTAÇÕES DO CASAL YHWH E ASHERAH?
ICONOGRAFIA

Christoph Uehlinger - um piso de terracota de


16 cm de altura, possivelmente de Tell Beit
Mirsim em Judá.
É um casal divino em um trono com uma figura
masculina ocupando o lugar e uma mulher ao
seu lado, ambas cercadas por animais sagrados,
animais, leões ou esfinges. Aqui teríamos uma
representação de Yhwh e “sua” Asherah,
datando do século VIII ou VII AEC.
A DEUSA ASHERAH E A
ARQUEOLOGIA

Este pingente de Asherah, de ouro, é


datado de, aproximadamente, 1450-
1365 AEC.
CONEXÕES ENTRE A DEUSA
ASHERAH E A ÁRVORE ESTILIZADA

• Pingente de ouro do século XVI AEC


• Origem: Oriente Médio: Levante: Palestina.
• Escavação: Tell el-Ajjul (Oriente Médio,
Gaza)
• 3,50 cm x 2,06 cm
Vemos um ramo saindo do umbigo da Deusa.
Apesar da legenda da imagem colocar que se
trata da Deusa Astarte, Thomas Römer pontua
em nota referir-se a Asherah.
JARRO DE LACHISH (13º SÉCULO AEC)
Contém inscrições raras do antigo alfabeto
semítico. Na decoração há o desenho de uma
árvore flanqueada por duas cabras com longos
chifres para trás. Uma inscrição que segue pela
borda reconstruída e traduzida: “Mattan. Um
oferecimento para minha senhora 'Elat”. Não se
sabe quem é Mattan, mas está claro que ele faz
uma oferenda para 'Elat, que é o feminino para
El, chefe do panteão cananeu no II milênio AEC.
A Deusa pode ser identificada com Asherah: rbt,
"senhora”, ʾilt, "Deusa", são de fato epítetos de
Asherah nos textos mitológicos de Ugarit.
JARRO DE LACHISH (13º SÉCULO AEC)

Nota-se um dado importante, o nome 'Elat está escrito logo acima da


árvore, representação de 'Elat/ Asherah. Há uma possibilidade deste jarro e
seu conteúdo terem sido uma oferenda à Deusa (HESTRIN, 1991: 54).
Uma estatueta da Deusa, encontrada em
Revadim, apresenta na parte superior das
coxas, perto do órgão sexual aberto, uma
palmeira flanqueada por caprinos. De cada
úbere, a Deusa amamenta uma criança.

A imagem da Deusa representa a ideia de


fertilidade de muitas maneiras. Seus
atributos podem ser ligados aos textos
mitológicos de Ugarit, em que Asherah é
chamada de "criadora dos deuses"; é
descrita inúmeras vezes como mãe e é
também conhecida como "seio maternal".
Em um selo Lachish
(FINKELSTEIN & SASS, 2013,
p.153) – hoje perdido - do século
VIII AEC, vemos a Deusa
flanqueada por uma árvore estilizada
e uma veneradora com, acima dela, o
símbolo do Deus sol. Caso se trate
de Asherah, o disco solar acima dela
poderia, de fato, ser interpretado
como uma representação de Yhwh.
OBJETO DE CULTO ENCONTRADO EM 1968 EM
TA'ANAKH, NA PARTE SUL DO VALE DO JEZREEL NA
GALILEIA

Judith Hadley (2000) propôs ver o casal Yhwh e


Asherah neste objeto, que data do século X ou IX
AEC e apresenta quatro andares. Os dois andares
superiores mostram uma árvore estilizada e um disco
solar, provavelmente acompanhado por um cavalo,
símbolos de Asherah e Yhwh.
A divindade feminina
inferior corresponderia à
figura de Asherah e a
abertura guardada por duas
esfinges pode então ser
uma forma de simbolizar a
presença de Yhwh, não por
uma imagem, mas pela
fumaça que escaparia dela,
representando a "glória de
Yhwh", uma espécie de
nuvem da manifestação
divina. Römer postula ser
possível, mas não dá
certeza.
GARTH GILMOUR OFERECEU-SE PARA IDENTIFICAR YHWH E
ASHERAH EM UMA IMAGEM ESTILIZADA DE UMA LASCA
ENCONTRADA NAS ESCAVAÇÕES DA CIDADE DE DAVI NA
DÉCADA DE 1920

Gilmour considera a figura da direita


como masculina e os quatro arcos como
representando montanhas ou os extremos
de um trono. A figura esquerda é,
segundo ele, feminina: o triângulo no
topo representaria uma face e o triângulo
no fundo o gênero feminino. Os dois são
conectados por outro triângulo. Mais uma
vez, a proposta é interessante, mas
permanece altamente especulativa.
A VENERAÇÃO DE ASHERAH SEGUNDO OS
TEXTOS BÍBLICOS
• O Dr. Raanan Eichler (2020) argumenta que
o cajado florido de Arão, mencionado em Nm
20,20-25 é, na verdade, uma Asherah. O
autor explica que as Asherot eram proibidas
em textos deuteronomistas (Dt 7,15; 16,21),
mas aceitos em textos sacerdotais como
símbolo do sacerdócio aarônico.
• Assim, o relato presente em Nm 20,20-25
(florescimento do cajado de Aarão) seria um
conto etiológico sacerdotal usado para
legitimar o sacerdócio aarônico e justificar a
presença de um símbolo associado à idolatria.
A VENERAÇÃO DE ASHERAH SEGUNDO OS
TEXTOS BÍBLICOS
O Rei Acabe ergueu uma Asherah, provavelmente no templo de
Samaria; ela existia ainda sob o Rei Joacaz (cerca de 814-798 AEC):

"Porém não se afastaram das transgressões da casa de Jeroboão que


tinham levado Israel cometer pecado, e eles persistiram: até mesmo
a Asherah permaneceu em Samaria” (2 Reis 13,6).
NO REINO DE JUDÁ, FICAMOS SABENDO QUE A RAINHA MÃE MAAKA
TINHA FEITO INSTALAR NO TEMPLO UM "HORROR EM NOME DE
ASHERAH" QUE O REI ASA (SOBRE 910-869 AEC) TERIA DESTRUÍDO:

"E também removeu Maaka sua mãe do título de Rainha Mãe,


porque ela fez uma imagem terrível para Asherah. Asa cortou a
imagem terrível dela e a queimou à beira da torrente do Cedron"
(1 Reis 15,13).
O REI MANASSES (687-642 AEC), A QUEM OS ESCRITORES DOS LIVROS
DOS REIS ABOMINAVAM, TERIA RECONSTRUÍDO UMA ESTÁTUA DE
ASHERAH QUE SEU PREDECESSOR EZEQUIAS DESTRUIU

“Ele removeu os lugares altos, estraçalhou as estelas e cortou a Asherah; e triturou a


serpente de bronze, que Moisés fez, porque até aqueles dias os filhos de Israel se
voltavam para prestarem culto a ela, a quem chamavam Neustã” (2 Rs 18,4).
" E pôs a imagem esculpida que havia feito da Asherah na casa, a respeito da
qual o Senhor disse a Davi e a Salomão, seu filho: Nesta casa, e em Jerusalém,
que escolhi de todas as tribos de Israel, porei meu nome para sempre" (2 R
21,7).
Se Ezequias de fato tentou erradicar o culto de Asherah, o
que está longe de ter conseguido, testemunharíamos então
seu renascimento sob Manassés.

Embora os escritores bíblicos critiquem os reis que teriam


favorecido a veneração de Asherah, é certo que até o final
do século VII AEC este culto desempenhou um papel
importante. Asherah estava associada a Yhwh no templo
em Jerusalém, talvez através de uma estátua ao lado da
sua.
A “RAINHA DO CÉU”

“Porque faremos toda a palavra que saiu da nossa boca: queimaremos incenso
à Rainha dos Céus, faremos libações conforme nós, nossos pais, nossos reis e
nossos príncipes nas cidades de Judá e nas ruas de Jerusalém fizeram; nos
saciávamos de pão e estávamos bem, e não vimos mal” (Jr. 44,17).
A “RAINHA DO CÉU”

“Mas desde que paramos de queimar incenso à Rainha dos Céus e de fazer
libações para ela, sentimos falta de tudo, e pela espada e pela fome
seremos destruídos.” (Jr 44,18)
De acordo com esta argumentação, é a proibição do culto da Deusa (sem
dúvida durante a reforma de Josias) que, ao provocar Sua ira teria
justamente causado a queda do reino de Judá.
A IMPORTÂNCIA DA MULHER NO CULTO DE ASHERAH É
ATESTADA NO AVISO DE 2 REIS 23,6-7

“E fez sair a Asherah da casa de Yhwh para fora de Jerusalém, para


torrente do Cedron, e a queimou lá, e a moeu transformando-a em poeira;
e lançou sua poeira sobre o sepulcro dos filhos do povo.” (v.6)
A IMPORTÂNCIA DA MULHER NO CULTO DE
ASHERAH É ATESTADA NO AVISO DE 2 REIS 23,6-7

“E demoliu as casas dos sacerdotes que na casa de Yhwh as


mulheres teciam moradas para Asherah.” (v.7)
A DEUSA ASHERAH E A
ARQUEOLOGIA
Há evidências que parecem sugerir que
Josias não conseguiu impedir a veneração
de imagens esculpidas, apesar da reforma
religiosa que promoveu, pois estatuetas de
uma mulher de pé, segurando os seios com
as próprias mãos (geralmente identificada
com a Deusa Asherah), foram encontradas,
em abundância, dentro de complexos
residenciais privados em todos os principais
sítios do final do século VII
(FINKELSTEIN; SILBERMANN, 2003: p.
387s).
A DEUSA ASHERAH NA BÍBLIA
Uma estátua de madeira esculpida e plantada no chão da casa
era o símbolo de Asherah e, ​às vezes, uma estátua de argila
sem pernas. Suas imagens de culto - "ídolos" - foram
encontradas também em florestas, esculpidas em árvores
vivas ou na forma de postes ao lado de altares que foram
colocados ao lado de algumas estradas. Os postes de Asherah
são mencionados nos livros de Êxodo, Deuteronômio, Juízes,
nos Livros dos Reis, no segundo Livro de Crônicas e nos
livros de Isaías, Jeremias e Miquéias. O termo ‘ídolo’ para se
referir às imagens de Deuses possui conotação negativa e diz
respeito mais ao juízo de valor de quem utiliza o termo do
que ao objeto referido propriamente dito. O termo é utilizado
constantemente pelo Deuteronomista para se referir aos
cultos não direcionados a YHWH.
AS FIGURAS FEMININAS JUDAÍTAS

Centanas de pilares foram encontrados na


maioria das cidades judaítas importantes
dos séculos VIII AEC (por exemplo,
Jerusalém, Arad, Beer-Sheva, Beth-
Mirsim, Beth-Shemesh, Lakish).
Estas figuras de pilares são uma
expressão característica de piedade
judaica, especialmente no século VII
AEC.
SEIOS: NUTRIÇÃO, MAIS DO QUE SEXUALIZAÇÃO

Se encontravam em casas particulares, também em


tumbas. As representações de Asherah sublinham o
aspecto nutritivo. A nutrição dos seios está em primeiro
plano, enquanto o aspecto erótico está em segundo plano e
desempenha apenas um papel subordinado, em contraste
com as representações da Deusa nua. O pilar pode até
mesmo ser interpretado como uma túnica; em qualquer
caso, o sexo da deusa é invisível.
ASHERAH X ‘ANATH
DUALIDADE NA REPRESENTAÇÃO
DE ASHERAH
- Antropomórfica no templo de Jerusalém e
Samaria (e em outros lugares?).
- Sob a forma de uma árvore estilizada
("poste sagrado") nos bāmôt (“lugares
altos”) e em outros lugares.
A DEUSA ASHERAH NA BÍBLIA
Na Bíblia hebraica inclusive demonstra a presença de Asherah
dentro do Templo de Yhwh em Jerusalém. Deusas como Innana,
Ishtar, Anate, Asherah eram muito comuns nos tempos de construção
do monoteísmo Javista, sendo a própria Asherah consorte de Yhwh.

Deusas da fertilidade, grandes-mãe, controladoras da natureza,


características que gradativamente foram assimiladas por Yhwh, o
tornando o único Deus, Todo-Poderoso e assexual (BECKING et al,
2001).
EL SHADDAI
• Normalmente traduzido como "Deus Todo-Poderoso", uma tradução
melhor pode ser “El que amamenta“ ou “El amamentado”.
• A maioria das versões da Bíblia traduzem El Shaddai como "Deus Todo-
Poderoso" provavelmente porque se pensou que Shaddai veio de um
verbo raiz (shadadad) que significa "dominar" ou "destruir“ e
pressupondo que Yhwh tenha assimilado as características de El.
• Agora todos nós sabemos que El é uma Divindade Ugarítica e Cananeia.
• Shad significa "peito" em hebraico (“seios" = shadaim): "Mas foi você
quem me tirou do ventre; você me manteve seguro no peito de minha
mãe (shad)" - Sl 22:9. E a palavra dai significa "suficiente". Shaddai,
assim indica suficiência e nutrição a partir do seio de uma mãe.
EL SHADDAI

• O nome El Shaddai aparece na Bíblia em Gênesis 17:1, quando o


Senhor aparece a Abrão dizendo-lhe que ele está sendo abençoado
para se tornar o pai das nações.

• O nome El Shaddai indicou a Abrão que a Divindade [não apenas


paterna, mas também materna] estaria ali para alimentar e sustentar
as muitas crianças que estavam prestes a nascer, concedendo-lhes
fecundidade. Esse tipo de fala provendo de uma Divindade é muito
comum nos textos dos cultos da fertilidade das culturas antigas.
EL SHADDAI
• É também na bênção de Jacó dada em Gênesis 49:25 que percebemos a
invocação a El Shaddai.
• A bênção de Jacó dada a seu filho José estava deixando-o saber que o El
da Ajuda (Eliezer) - El Shaddai- estava prestes a abençoar Jacó tanto
com a ajuda quanto com as bênçãos do peito e do ventre.
• A Divindade como aquela/e que nutre e amamenta é um tema importante
em toda a Bíblia.
- Com esses traços de assimilação, é possível perceber que as
características de El, Baal e das Deusas foram aos poucos sendo
transferidas para YHWH na instituição da monolatria da posterior Judá.
EXEMPLO DO SANTUÁRIO DE ARAD:
As evidências mostram
claramente que não se deve opor
Deusa e ‘poste sagrado’. Asherah
poderia ser representada de ambas
as maneiras, exatamente como
Yhwh poderia ser representado
por uma massèbah (“estela”) ou
uma estátua.
CENSURA DA ELITE SACERDOTAL JUDAÍTA
Por volta do ano 620 AEC, o símbolo da Deusa teria sido
arrancado do Templo e queimado. No entanto, o culto a Asherah
parece ter sido mais importante fora de Jerusalém, nos chamados
"lugares altos". Em tais locais, o poste de madeira era
substituído por árvores vivas como símbolo da Deusa. Eram
santuários ao ar livre, nos topos das montanhas, evidenciando
uma profunda ligação com a natureza. Durante muito tempo,
esse tipo de culto foi considerado uma influência religiosa
estrangeira sobre o povo de Israel, conforme o que dizia a
Bíblia. Mas o consenso atual é que os israelitas não tiveram uma
origem separada dos Cananeus, seus vizinhos.
CENSURA DA ELITE SACERDOTAL JUDAÍTA
A maior parte dos habitantes de Judá e Israel parecem ter sido um grupo de origem
majoritariamente canaanita que foi assumindo uma entidade cultural distinta aos poucos. E,
entre os Cananeus, Asherah era a esposa de El, o soberano dos Deuses.
Na Idade do Ferro IIC (720/700-600 AEC), a Babilônia derruba a Assíria e passa a dominar
Israel e Judá. Neste período se encontra o símbolo tradicional da Deusa, a árvore e o ramo.
Vários selos ou impressões de selos que associam símbolos astrais com árvores estilizadas
foram encontrados na Palestina e na Transjordânia, o que reforça interpretações sobre a
existência de um culto à Deusa Asherah ao lado de Yhwh. Para alguns estudiosos, foi
principalmente na forma de árvore estilizada que, ao longo de séculos, Asherah esteve presente
em Israel. Mas é sobretudo na época pós-exílica que as vertentes políticas e religiosas
dominantes vão excluir e proibir a presença de uma Divindade feminina dentro do Javismo
(OTTERMANN, 2005: p.52).
CENSURA DA ELITE SACERDOTAL JUDAÍTA
Segundo Binger (1997: p.110-111) os autores Deuteronomistas possuíam
um conhecimento limitado do politeísmo pré-exílio, já que tudo foi
reunido relativamente tarde e os redatores advogavam pelo monoteísmo
Javista. Haroldo Reimer (2006: p.115) aponta, sobretudo o século V AEC,
como o momento histórico marcante, em que Yhwh vai se constituindo
como Deus único de Israel, desencadeando um processo de exclusão de
outras Divindades, o que acarreta no silenciamento da própria Deusa
Asherah, em que os textos bíblicos serão instrumentos de justificação
deste processo monoteísta e o critério de afirmação do sacerdócio
masculino perpetuando uma sociedade patriarcal (REIMER, 2006: p.117).
CENSURA DA ELITE SACERDOTAL JUDAÍTA

É importante ressaltar a reforma político-religiosa de Josias, que ocorreu


no último quarto do século VII AEC. Essa reforma tentou afastar as
diversas formas de adoração a outros Deuses, colocando Yhwh no centro e
travando batalhas contra templos de outros Deuses e Deusas no seu reino
e no antigo Reino do Norte, como é visível em 2 Reis 22-23. Essas
reformas, cujos relatos são encontrados como partes fundamentais em
Deuteronômio, construíram e reforçaram a identidade monoteísta, como
Haroldo Reimer coloca, um “monoteísmo nacional em sua versão oficial”
(2008: p. 71)
O QUE É IDOLATRIA?
“A Aliança descrita no Deuteronômio foi baseada na estrutura e forma dos “tratados de
vassalagem” firmados entre os imperadores assírios e seus vassalos. Os reis
dominados, vassalos, deviam prometer obediência e lealdade exclusiva ao imperador,
que por sua vez prometia proteger e beneficiar a eles. O Deuteronômio tem então a
estrutura de um tratado que coloca Javé, o Senhor, no papel do imperador e o povo de
Israel no lugar dos vassalos que a ele devem lealdade e obediência absoluta. O ponto
negativo deste modelo é que transfere para Javé as características do poder imperial:
castigos, violências, maldições e mortes para quem não se submeter e obedecer às suas
ordens.” (DIETRICH, 2020, p.31)
“A LEI DO ALTAR” – TRECHO MAIS ANTIGO

• Êxodo 20,24-26 - proíbe a fabricação de altares de


‘pedras lavradas’ ou grandes e altos pontos que exijam
degraus., num contexto de diversidade de locais e
formas de culto.
• Proíbe imagens de ouro e prata – chamadas de ‘Deuses’
(contexto monolátrico), não de “ídolos” (contexto
monoteísta)– diferença do olhar Deuteronomista.
• Imagens de barro, pedra e cerâmica não são proibidas.
CÓDIGO DA ALIANÇA – ÊXODO 20,22-23,19
• Começou a ser organizado no norte (Israel) em torno de 800 AEC
• Foi reelaborado e reeditado nas reformas religiosas centralizadoras:
• Ezequias (716-687 AEC)
• Josias (640-609 AEC)
• Centralização do culto a Yhwh em Jerusalém (2 Rs 18,1-6; 23,4-
23).
• Proibição do uso de imagens no culto.
• As imagens começaram a ser consideradas e chamadas de
“ídolos”, e seu culto “idolatria”.
• Uso da religião para legitimar a violência.
CONSEQUÊNCIAS DA CENTRALIZAÇÃO
POLÍTICA E RELIGIOSA
• Coleta de tributos (dízimos, ofertas, primícias) e formação do exército para guerras
territoriais.
• Surgem os “pobres da terra” (Ex 22,24; 23,6 e 11), “órfãos e viúvas” (Ex 22,21),,
migrantes e explorados (22,20; 23,9 e 12) – necessitam de legislação de amparo e se
tornam os protagonistas da mensagens dos profetas que não eram financiados pela
monarquia.
• Esses profetas também denunciavam a acumulação de riqueza e poder pela
monarquia e elite sacerdotal, o que se reflete na proibição de fazer “Deuses de prata
e de ouro”, bem como de fazer altares com pedras lavradas ou que necessite de
degraus – contra o uso da religião para exploração dos camponeses com materiais
caros de exportação e mão de obra especializada (Ex 34,17; 1 Rs 5,31-32; 7,13-14).
ENTÃO, O QUE É IDOLATRIA?

A crítica bíblica profética às imagens, à idolatria, tem


mais a ver com o tipo de culto, de religião, que a elas
estão associados. Criticam-se as imagens mais por suas
funções e pelas consequências de certos cultos do que às
imagens em si. Podendo ser possível, nesse sentido, haver
“idolatria” sem necessariamente haver imagens.
(DIETRICH, 2020, p.44)
ENTÃO, O QUE É IDOLATRIA?

• Salmo 115,4-8 – idolatria relacionada à apatia, omissão, indiferença.


• Os ídolos estão descritos num estilo literário hebraico – paralelismo –
com outro texto: Êxodo 2,23-25 e 3,7 – fazendo um contraste (imagem
invertida, negativo) em relação a Yhwh
• Sensibilidade para com os oprimidos – ele ouve, vê e conhece para
libertar.
• O ídolo é caracterizado por sua insensibilidade.

Quem segue Deuses insensíveis à injustiça, às desigualdades e violências


fica insensível como seus Deuses (cf. Sl 115,15018; Jr 2,5 e 2 Rs 17,15).
ENTÃO, O QUE É IDOLATRIA?
Idolatria é todo culto a Deus – com ou sem imagens – que não nos torna
sensíveis e solidários para com os pobres e injustiçados, que não nos faz
ver as injustiças e ouvir os gritos dos injustiçados, e que não nos leva a
solidarizarmo-nos com eles, a pormo-nos em seu lugar, em seu meio e a
lutar com os oprimidos pela superação da opressão, das injustiças e das
desigualdades nas práticas e estruturas sociopolíticas do nosso país. É o
ritualismo, o culto desligado da vida, fechado em si mesmo, vazio e
incoerente, que acontece em igrejas que se negam a saírem de si mesmas,
que não formam grupos, que não propiciam e estimulam a busca por
práticas, organizações e estruturas mais justas, mais humanas e
ecologicamente responsáveis. (DIETRICH, 2020, p.45-46)
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