As cidades e o desejo: como é sua cidade?

1ª parte - 1ª série
Aula 5 – 3º bimestre
Objetivo
• Analisar e compreender a
Conteúdo ocupação humana e seus
desdobramentos a partir de
• Utopia e distopia diferentes localidades e
(processos temporalidades.
civilizatórios);
• A configuração espacial
e o desenvolvimento
das sociedades.
UTOPIA
A palavra "utopia" de origem grega foi utilizada pelo filósofo e teólogo inglês Thomas
More no século XVI, é composta por duas partes u (que significa "não") e topos (que
significa "lugar"), e traduzida como "lugar que não existe" ou "lugar que não é".
Thomas More utilizou o termo, "utopia" referindo-se a uma ilha imaginária, descrita em
seu livro A utopia, publicado em 1516.
Nessa obra, More crítica o regime político de sua época, o absolutismo monárquico ao
descrever uma sociedade ideal na qual as pessoas vivem em perfeita harmonia, justiça,
igualdade e paz.
Ao longo dos anos, o termo "utopia" passou a ser utilizado de forma mais ampla, para
descrever qualquer visão idealizada de uma sociedade perfeita, em contraste com a
realidade imperfeita em que vivemos. A utopia é frequentemente associada a ideais como
liberdade, igualdade, justiça, proteção e felicidade para todos os membros de uma
sociedade.
No entanto, a utopia também é criticada por ser uma construção idealizada e inatingível.
DISTOPIA
O termo "distopia" é o oposto de "utopia" e descreve uma sociedade imaginária ou futura
indesejável, opressiva, e distorcida. Enquanto a utopia representa visão idealizada de um
mundo perfeito, a distopia retrata um cenário onde prevalecem a opressão, a injustiça e a
falta de liberdade.
Em uma distopia, geralmente há um governo ou regime autoritário e repressivo que
controla e oprime a população. A desigualdade social é acentuada, as liberdades
individuais são limitadas ou inexistentes, e os cidadãos são frequentemente expostos a
vigilância constante e controle estrito, pode apresentar ambiente destruído, catástrofe
ambiental, sistema de classes extremas, censura, manipulação da informação e outras
características que geram um ambiente hostil e desumanizante.
As distopias são frequentemente retratadas em obras literárias, filmes e outras formas de
arte como uma forma de crítica social e reflexão sobre os rumores negativos que a
sociedade pode assumir. Elas exploram os perigos de certas tendências sociais, políticas ou
tecnológicas e alertam para os possíveis resultados de determinadas escolhas e sistemas.
Observe as imagens abaixo e leia os textos a seguir :

Ville Radieuse – A cidade murada: um grande bloco sólido de

Le Corbusier, 1933 edifícios na China
 Texto I - A cidade imaginária Ville
Radieuse (Cidade Radiante) de Le
Corbusier, concebida em 1933, expressa
a ideia de uma utopia, por causa de sua
visão radical e idealizada de como uma
cidade deveria ser projetada e funcional.
Foi projetada para ser uma cidade do
futuro, como uma resposta aos
problemas sociais e urbanos que Le
Corbusier identificou nas cidades da
época. Sua visão utópica buscava criar
uma cidade que fosse funcional, eficiente
e que proporcionasse uma melhor
qualidade de vida para seus habitantes.
Texto II - A cidade murada de Kowloon, também
conhecida como "Cidade Murada de Kowloon
Walled City", foi um assentamento urbano denso e
informal localizado em Hong Kong. Ela pode ser
vista como uma expressão de distopia devido às
condições precárias de vida e às características
desfavoráveis ​que prevaleceram dentro dela.
Kowloon surgiu de forma não intuitiva e evoluiu
ao longo do tempo como resultado de várias
circunstâncias históricas, incluindo questões legais
e políticas. A densidade populacional era extrema,
com uma estimativa de cerca de 33.000 pessoas
vivendo em uma área muito pequena, de
aproximadamente 2,7 hectares (27 mil m²). Essa
superlotação levou a uma série de problemas
sociais, sanitários e de segurança.

Com base nas duas imagens anteriores e nos textos I e II, indique qual delas pode exprimir a
ideia de UTOPIA e qual delas pode exprimir a ideia de DISTOPIA. Não se esqueça de justificar
sua resposta.
TEXTO – As cidades e o desejo
No centro de Fedora, metrópole de pedra cinzenta, há um palácio de metal com uma esfera de vidro em
cada cômodo. Dentro de cada esfera, vê-se uma cidade azul que é o modelo para uma outra Fedora.
São as formas que a cidade teria podido tomar se, por uma razão ou por outra, não tivesse se tornado o
que é atualmente. Em todas as épocas, alguém, vendo Fedora tal como era, havia imaginado um modo
de transformá-la na cidade ideal, mas, enquanto construía o seu modelo em miniatura, Fedora já não
era a mesma de antes e o que até ontem havia sido um possível futuro hoje não passava de um
brinquedo numa esfera de vidro.
Agora Fedora transformou o palácio das esferas em museu: os habitantes o visitam, escolhem a cidade
que corresponde aos seus desejos, contemplam-na imaginando-se refletidos no aquário de medusas que
deveria conter as águas do canal (se não tivesse sido dissecado), percorrendo no alto baldaquino a
avenida reservada aos elefantes (agora banidos da cidade), deslizando pela espiral do minarete em
forma de caracol (que perdeu a base sobre a qual se erguia).
No atlas do seu império, o grande Khan, devem constar tanto a grande Fedora de pedra quanto as
pequenas Fedoras das esferas de vidro. Não porque sejam igualmente reais, mas porque são todas
supostas. Uma reúne o que é considerado necessário, mas não o é; as outras o que se imagina possível
e um minuto mais tarde deixa de sê-lo.

Fonte: CALVINO, Italo. As cidades invisíveis. São Paulo: Companhia das Letras, 1990. p. 16 .

A partir da leitura do texto citado “As cidades e o
desejo”, junte-se com seu colega ao lado e responda
ao que se pede.
• Qual ideia Italo Calvino explora sobre a cidade
ideal?
• Ao mencionar o império do grande Khan,
Calvino sugere que tanto a grande Fedora de
pedra quanto as pequenas Fedoras das esferas
de vidro devem estar presentes no atlas do
império. O que essa afirmação representa?
• Como seria uma cidade ideal para você e seu
colega?
Calvino explora a ideia da cidade ideal e
ao descrever como cada esfera representa
um modelo alternativo para a metrópole
de Fedora e mostra como a cidade
poderia ter se tornado, não fosse o curso
da história e pelas circunstâncias que a
moldaram.
Ao mencionar o império do grande Khan,
Calvino sugere que tanto a grande
Fedora de pedra quanto as pequenas
Fedoras das esferas de vidro devem estar
presentes no atlas do império. Isso
enfatiza a importância de reconhecer
tanto a realidade quanto as
possibilidades imaginadas, pois ambas
têm um papel na formação da
compreensão de uma cidade e de suas
potencialidades. O autor aborda a
natureza transitória das visões utópicas e
como a cidade real é sempre uma mistura
de elementos reais e imaginários.
 Tarefa SP
Localizador: 97673

1. Professor, para visualizar a tarefa da aula, acesse com

seu login: tarefas.cmsp.educacao.sp.gov.br
2. Clique em “Atividades” e, em seguida, em “Modelos”.
3. Em “Buscar por”, selecione a opção “Localizador”.
4. Copie o localizador acima e cole no campo de busca.
5. Clique em “Procurar”. 

Videotutorial: http://tarefasp.educacao.sp.gov.br/
Slide 3 – Imagem. Disponível em:
https://cutt.ly/466L1dD.
Slide 9 – Imagens. Disponível em: https://cutt.ly/
dwqtaxBq, https://cutt.ly/vwqtaQ08 e
https://cutt.ly/8wqtaAaN.
CALVINO, Italo. As cidades invisíveis. São Paulo:
Companhia das Letras, 1990.
DA VEIGA, José Eli. Cidades imaginárias. O Brasil é
menos urbano do que se calcula. Campinas: Autores
Associados, 2003.
SÃO PAULO (Estado). Currículo em Ação. Caderno do
Estudante. Vol. Único. 1ª série do EM. Disponível em:
https://cutt.ly/S51iOqI. Acesso em: 3 maio 2023.
Material
Digital