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Nome: João Pedro Pereira de Paula

RA: 201126214

Fichamentos Geografia

Paisagem, retórica e patrimônio, Anne Cauquelin

Pagina 24
“As três noções parecem pertencer a esferas diferentes, e, ao aproximá-Ias,
pareço provocar questões que não se colocam no uso comum...”

“...nenhuma dessas noções é natural, e que falta clareza na sua utilização...”

Nesses trechos a autora começa a desenvolver a ideia das noções diferentes


que vão

“...o projeto do patrimônio, de conservar sítios, de preservar sua autenticidade


para as gerações futuras, é realmente ambíguo diante de um objeto que se
transforma constantemente e cujos valores culturais mudam segundo as
épocas...”

“...seria a paisagem um desses objetos da ciência que podemos descrever


porque objeto da natureza, ou obedeceria sua construção a um processo
mental, cujos elementos são resultado de uma certa cultura ocidental?”

“nós estamos acostumados a perceber a retórica como um artifício hábil, e a


paisagem como a própria natureza. Uma participa da ordem do verossímil, a
outra representa ou reenvia à ordem da verdade.”

“Como, então, o artifício, construção destinada a forçar a convicção, poderia


ser dito "da" natureza e como a paisagem, que parece nos ser dada
ingenuamente como uma simples apresentação, poderia se arriscar ou ser
arriscada em uma engenhosa montagem?”

Nessas passagens a autora começa a desenvolver a diferença entre


patrimônio e paisagem, e trabalha a inversão de valores que pode ser feita
entre elas

Pagina 25

“Uma surpresa grega. O termo "paisagem" está ausente do vocabulário e a


coisa em si também não existe.”

“Nenhuma descrição de paisagem nos diálogos de Platão”


Aqui a autora nos fala sobre a não existência do conceito de paisagem para
escritores gregos em seguida ela fala como o conceito de Phusis, a natureza, é
bastante presente, porém não precisa ser demonstrada

“A questão da pintura está, certamente, na origem dessa descoberta e a


pintura com paisagem se diferencia...”

“...falta saber por que e como esse uso se instala, de qual necessidade ele
surge e que forma aparece desse dispositivo singular...”

A autora fala sobre o provável surgimento do conceito de paisagem durante a


renascença, e como não se sabe o porquê ela surgiu

Pagina 26

“a partir da homonímia entre imagem e coisa, tal qual se colocava em Bizâncio,


inventa o meio de sua instalação nas leis da perspectiva”

“Óptica, matemática e prática pictural se combinam para dar à representação


seus direitos e deveres.”

Aqui ela começa a tratar sobre a origem da perspectiva

“...progressão que, de uma parte ínfima reservada à representação da natureza


nas primeiras obras perspectivas, faz passar ao primeiro plano - respeitando os
dados elementares e fundadores da perspectiva.”

“Esses tomam seu lugar na arquitetura severa dos monumentos aos quais eles
vão substituir em breve.”

“...a ordem da natureza triunfa sobre a ordem humana, da qual ela é, no


entanto, um produto.”

“O que chamo de forma simbólica é exatamente esse envelope de sentidos que


nos coloca em condição de perceber qualquer coisa como uma paisagem...”

A autora desenvolve a ideia de que a natureza, que deveria ser tratada como
paisagem, progride de forma a tomar o lugar da arquitetura humana, assim
triunfando sobre a ordem humana, apesar dessa visão sobre a natureza
também ter origem humana.

Pagina 27

“O patrimônio não teria nada mais a vigiar que não fosse a perenidade dessa
forma...”

Aqui é tratado a conclusão final que a autora tem sobre o patrimônio

“...a operação que embasa o conjunto dessa forma pertence ao domínio de


uma retórica geral...”
“...à influência dos artifícios sobre nossa crença na verdade da aparência, a
retórica utiliza as categorias do mesmo, da identificação, da repetição como
argumento...”

“A retórica geral assume, então, a forma que é a construção simbólica,


trabalhando sobre as passagens entre aspectos dos sentidos...”

Nesses trechos a autora fala sobre suas conclusões em relação a retórica e


sua relação com os sentidos

Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/rua/article/view/3227

Fichamento Localizando o espaço público: Gentrification e


cultura urbana, Rogério Proença Leite

“o autor problematiza o modo como nos usos do espaço (urbano) se


confrontam concepções e práticas diversas de relação com o espaço público”
(p. 35)

Nessa introdução, o responsável pelo resumo indica qual o problema tratado


pelo autor

“A falsa sinonímia criada entre os termos espaço urbano, esfera pública e


espaço público é, em parte, responsável pelo generalizado obituário que
permeia a discussão contemporânea sobre cidades e vida urbana.” (p.35)

O autor começa a tratar dos problemas da vida urbano falando sobre o erro de
tratar os termos mencionados como sinônimos

“Sua implantação, contudo, tem sido interpretada como um marco de uma nova
fase das políticas de patrimônio, por ter adotado um modelo misto de gestão,
baseado no sistema de parcerias entre poder público e iniciativa privada” (p.36)

“...compreendem um conjunto de intervenções urbanas voltadas à


transformação de sítios históricos degradados em áreas de entretenimento
urbano e consumo cultural.” (p.36)

O autor fala sobre como foi tratado e o que foi o processo de gentrification feito
na cidade de Recife

“O polo Bom Jesus, centro de irradiação de todo o processo de gentrification,


tornou-se o espaço mais enobrecido do Bairro.” (p.37)

“O processo de “revitalização” mudou a paisagem urbana do Bairro do


Recife, mas não alterou as assimetrias que demarcavam espacialmente as
desigualdades sociais do lugar. Ao contrário, parece que aprofundou certas
distâncias sociais, visíveis nas distintas formas de permanência temporal e
espacial...” (p.37)

O autor começa a falar sobre alguns problemas do enobrecimento da região


“Havia, entretanto, um espaço no Bairro do Recife onde a disputa pública
pelo reconhecimento político dos diferentes modos de pertencer à cidade
ganhou maior visibilidade e eficácia: o Largo do Marco Zero, espaço de
convergência e de fronteiras liminares.” (p.38)

“A ausência de uma demarcação simbólica específica fez do Largo um espaço


vulnerável a apropriações díspares, contribuindo para que se tornasse um
espaço de interações dissonantes...”

“as diferenças perdiam sua característica de estranheza: sua paisagem social


indefinida era composta exatamente pela ambigüidade e contraste dos usos e
contra-usos concomitantes de um Bairro enobrecido.” (p.38)

“Antes da reforma, o local era uma pequena pracinha com bancos de madeira,
onde se podia, à sombra das suas árvores, conversar a qualquer hora do dia”
(p.38)

“...era um lugar de permanência, e não apenas de passagem...” (p.38)

“Com a reforma, a pracinha foi simplesmente arrasada: arrancaram-lhe as


árvores com escavadeiras, removeram os bancos e refizeram seu traçado...”
(p.38)

O resultado foi a transformação de um espaço que tinha potencial para o


encontro público em um espaço para espetáculos públicos. (p.38)

O Autor dedica algumas paginas para falar sobre o problema da gentrification


usando o Largo do Marco Zero como exemplo de um lugar que antes era um
lugar de permanência e convivência em um espaço para espetáculos públicos

“As fronteiras que demarcavam os espaços do Bairro do Recife passaram a


guardar estreita relação com os usos predominantes que os qualificavam
como lugares.” (p. 41)

“Por lugar, entendo uma determinada demarcação física e/ou


simbólica no espaço, cujos usos o qualificam e lhe atribuem sentidos
convergentes...” (p. 41)

“...lugar seria, assim, um espaço de representação, cuja singularidade


é construída pela ‘territorialidade subjetivada”” (p. 41)

Nessas passagens o autor desenvolve o conceito de lugar e suas atribuições,


citando o autor Félix Guattari

“A coexistência dos lugares em situações de espaço compartilhado, como


no caso do Bairro insular do Recife Antigo, induz a contextos que tendem
para a necessária formação de espaços públicos...” (p.43)

“...os lugares mantêm sua singularidade e integridade


identitária mediante a contraposição...” (p.43)
“Para haver essa confluência, o espaço não deixa de ser alvo de disputas
(espaciais, simbólicas e políticas), mas o mecanismo interativo muda
substancialmente. A forma como os lugares e suas sociabilidades interagem
publicamente não pode ser mais pela convergência de sentidos e experiências
compartilhadas pelo entendimento, que os delimitam em sua configuração
interna...” (p.44)

Aqui o autor trata da coexistência de lugares diferentes em meio as cidades

“No Brasil, o debate contemporâneo sobre “espaço público” retoma a


crítica social como princípio analítico, para reafirmar a necessidade da
constituição desses “espaços”” (p.46)

“...cidadania pressupõe a existência de uma sociabilidade baseada no


reconhecimento dos diferentes valores e interesses da sociedade.” (p.46)

Em complemento aos trechos anteriores, estes falam sobre a necessidade dos


espaços e da convivência baseada nos interesses da sociedade

“Ainda que seja possível tomar como complementares as noções de esfera


pública e espaço urbano, creio ser necessário, contudo, apontar certas
características que qualificam uma determinada rua como espaço público.” (p.
47)

“A idéia de uma rua como “espaço complexo da cidadania” pressupõe que


o espaço urbano seja não apenas uma “arena” – onde diferentes interesses
tornam-se públicos” (p. 47)

“Para Arendt, as experiências públicas compartilhadas num “mundo comum”


são constitutivas da noção de vida pública. A esfera pública é muito mais do
que o local de visibilidade do real” (p. 47)

“...é o local da “excelência humana”, na medida em que permite ao homem


se conhecer e firmar sua existência, superando a “privação” de não poder
“realizar algo mais permanente do que a própria vida” (p.47)

Aqui o Autor fala sobre as diferenças entre o espaço público como lugar de
entretenimento e o espaço de convivência comum, e cita a autora Hannah
Arendt, que trata essas áreas de convivência comum como construtoras da
noção de vida pública.

“A existência per se de ruas e esquinas movimentadas não é, assim, condição


suficiente, embora necessária, para instituir um espaço pública...” (p. 49)

“A obstrução privada das ruas pode inibir a construção de seu sentido público,
mas a sua desobstrução não garante necessariamente que nela se
desenvolvam usos e práticas capazes de diferenciá-las como espaço público.”
(p. 49)
“A circunstancial relação causal entre esfera pública e espaço não torna
menos plausível a premissa contrária: o espaço pode ser, em certos casos,
mais do que uma simples contingência para a estruturação das sociabilidades
públicas.” (p.49)

Continuação do assunto anterior

Disponível em: https://journals.openedition.org/rccs/436

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