MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ

PLANO DE CURSO – INTRODUÇÃO –

LIGAÇÕES QUÍMICAS – REVISÃO
METÁLICOS – CERÂMICOS – SEMINÁRIO

THIAGO FERREIRA CÂNDIDO LIMA VERDE

Teresina - PI
2023
 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ

THIAGO FERREIRA CÂNDIDO LIMA VERDE

(86) 9 9419 - 7429

Bacharel em Biomedicina
Bacharel em Engenharia de materiais

Especialista em infectologia
Especialista em Biologia celular
Residência em infectologia

Mestrando em biomateriais (polímeros)

Teresina - PI
2023
PLANO DE CURSO

3
 Plano de curso

1. Introdução à Ciência e Engenharia de Materiais, ligações químicas e estruturas atômicas.

2. Formação de microestrutura e defeitos em materiais

3. Noções de normas técnicas

4
 Plano de curso

Critério de Aprovação
Nota Final (NF) = (N1+N2+N3)/3, se NF= 7,0 (Aprovado), se NF<7,0 (Prova Final).

N1= Prova escrita

N2= Seminários #
N3= Atividades

Cronograma 1

Seminário 1 – 07/06
Seminário 2 – 21/06
Avaliação 1 – 28/06
Seminário 3 – 05/07

5
INTRODUÇÃO

6
 Perspectiva histórica

• Materiais: enraizados em nossa cultura:

- Transporte, habitação, vestuário, comunicação,…

• Historicamente: Avanço da sociedade (Idade da Pedra, do

Bronze, …)

7
 Ciência e Engenharia dos Materiais

• Definição: é um campo interdisciplinar voltado à invenção de

novos materiais e ao aperfeiçoamento dos já conhecidos,

mediante o desenvolvimento da correlação composição-

microestrutura-síntese-processamento

8
• Composição: indica a constituição química de um material;

• Microestrutura: se refere à descrição detalhada do arranjo de

átomos que compoem o material;
• Síntese: refere-se ao modo como os materiais são confeccionados,
a partir de substâncias químicas encontradas na natureza ou
sintetizadas pelo homem;
• Processamento: diz respeito ao modo como os materiais são
transformados em componentes úteis e com propriedades
adequadas.
9
Os quatro componentes da disciplina Ciência e Engenharia dos
Materiais e seu inter-relacionamento.
10
 Metais
• Geralmente uma combinação de elementos metálicos;

• Os elétrons não estão ligados a nenhum átomo em particular e por isso

são bons condutores de calor e eletricidade;

• Não são transparentes à luz visível;

• Têm aparência lustrosa quando polidos;

• Geralmente são resistentes e deformáveis;

• São muito utilizados para aplicações estruturais.

11
12
 Cerâmicas
• Geralmente uma combinação de elementos metálicos e não-
metálicos; ALUMINA

• Geralmente são óxidos, nitretos e carbetos;

• São geralmente isolantes de calor e eletricidade;

• São mais resistêntes à altas temperaturas e à ambientes severos

que metais e polímeros;
• São duras, porém frágeis.
13
14
 Polímeros

• Geralmente compostos orgânicos baseados em carbono, hidrogênio

e alguns elementos não-metálicos;

• São constituídos de moléculas muito grandes (macro-moléculas);

• Tipicamente, esses materiais apresentam baixa densidade e podem

ser extremamente flexíveis;

• Materiais poliméricos incluem plásticos, borrachas e resinas.

15
16
 Compósitos

• São constituídos de mais de um tipo de material insolúveis entre si;

• Apresentam uma combinação das melhores características de

cada material constituinte;

• Exemplo classico: compósito de matriz polimérica com fibra de

vidro. O material compósito apresenta a resistência da fibra de
vidro associado a flexibilidade do polímero.

17
Estudo de caso: Recipientes para
bebidas carbonatadas

18
LIGAÇÕES QUÍMICAS

19
 Estrutura Atômica e Ligações Interatômicas

• Revisão sobre estrutura atômica

• Ligação atômica em sólidos
• Tabela periódica
• Ligações interatômicas primárias
Iônica
Covalente
Metálica

• Ligações secundárias (forças de Van Der Waals)

• Moléculas e sólidos moleculares
 Entender as ligações interatômicas é o primeiro passo em direção à
compreensão/explicação das propriedades dos materiais.
20
 Revisão sobre estrutura atômica

Átomos = núcleo (prótons e nêutrons) + elétrons

Cargas: elétrons e prótons têm cargas negativa e positiva de mesma

magnitude: 1,6 x 10-19 Coulombs.
Nêutrons são eletricamente neutros.

Massas: prótons e nêutrons têm a mesma massa: 1.67 x 10-27 kg.

A massa de um elétron é muito menor, 9.11x10-31 kg e pode ser
desprezada no cálculo de massas atômicas.

Massa atômica (A) = massa de prótons + massa de elétrons

# prótons fornecem a identificação química do elemento

# número de prótons = número atômico do elemento (Z)
# nêutrons define o número do isótopo do elemento

21
 Revisão sobre estrutura atômica

Isótopos: várias formas de um mesmo elemento, que se diferenciam entre si

pelo número de nêutrons presentes em seu núcleo (12C, 13C, etc);

Peso atômico: média das massas atômicas dos isótopos do átomo;

Unidade de massa atômica (uma): 1 uma = 1/12 da massa atômica do 12C;

Mol: 6,023 x 1023 átomos ou moléculas equivale a um mol de substância.

Este valor corresponde ao número de Avogadro (Nav);
Nav = 1 g/ 1 uma

uma mol = 1 (uma/átomo ou molécula) = 1 (g/mol).

22
 Elétrons nos Átomos
orbital electrons:
n = principal
quantum number
n=3 2 1

Núcleo
Modelo Atômico de Bohr:

 elétrons revoluem em torno do núcleo do átomo;

 a posição de qualquer elétron é bem definida em termos de sua orbital;

 um elétron pode se mover de um nível para outro, mas ele só deve se mover para
um nível próximo se ceder ou adquirir energia suficiente para isso.

“Tentativa” de descrever os elétrons dos átomos (posição e energia)

23
Elétrons nos Átomos

Modelo da Mecânico-Ondulatório:
 elétron exibe características tanto de onda quanto
de partícula;
criada a idéia de sub-orbitais para cada nível
primário de energia;

24
 Elétrons nos Átomos
Elétrons:
 têm estados discretos de energia;
 tendem a ocupar o mais baixo estado de energia

E 4p
n=4 3d
Increasing energy

n 4s
e 3p
n=3 3s
r
g n=2 2p
i 2s
a n=1 1s 25
 Elétrons nos Átomos
• Configurações estáveis

 observada quando a camada mais externa, ou camada de valência, está

completamente preenchida com elétrons;

 tendem a ser não reativos.

Z Element Configuration
2 He 1s 2
10 Ne 1s 2 2s 2 2p 6
18 Ar 1s 2 2s 2 2p 6 3 s 2 3p 6
36 Kr 1s 2 2s 2 2p 6 3 s 2 3p 6 3d 10 4 s 2 4p 6

 os elétrons que ocupam a camada de valência são responsáveis pelas ligações

interatômicas;

26
 Elétrons nos Átomos

Estável

Eletronegativo Eletropositivo

27
 A Tabela Periódica

H He
2.1 -
Li Be F Ne
1.0 1.5 4.0 -
Na Mg Cl Ar
0.9 1.2 3.0 -
K Ca Ti Cr Fe Ni Zn As Br Kr
0.8 1.0 1.5 1.6 1.8 1.8 1.8 2.0 2.8 -
Rb Sr I Xe
0.8 1.0 2.5 -
Cs Ba At Rn
0.7 0.9 2.2 -
Fr Ra
0.7 0.9

Menor eletronegatividade Maior eletronegatividade

 Valores grandes de eletronegatividade indicam tendência de seqüestrar

elétrons.

28
O que faz uma molécula ser diferente de outra?

Diamante

Grafite

* Hibridização
29
Os quatro elétrons do orbital externo do C12 se
redistribuem para produzir a geometria característica
de ligações entre átomos de carbono e átomos
adjacentes, isto é, 1s22s12p3. Essa configuração sp3 no
segundo nível de energia do carbono é chamada de
hibridização
30
 Ligações Interatômicas - ligações fortes ou primarias
 Ligações iônicas:
 Ocorre entre íons + e -
 Requer transferência de elétrons
 Requer grande diferença de eletronegatividade entre os elementos
 Exemplo: NaCl

Na (metal) Cl (nonmetal)
unstable unstable
electron

Na (cation)
+ - Cl (anion)
stable Coulombic stable
Attraction
31
Ligações Iônicas

32
 Ligações Iônicas

Ocorre predominantemente nas cerâmicas

NaCl
MgO
H He
2.1 CaF 2 -
Li Be O F Ne
1.0 1.5 Cs Cl 3.5 4.0 -
Na Mg Cl Ar
0.9 1.2 3.0 -
K Ca Ti Cr Fe Ni Zn As Br Kr
0.8 1.0 1.5 1.6 1.8 1.8 1.8 2.0 2.8 -
Rb Sr I Xe
0.8 1.0 2.5 -
Cs Ba At Rn
0.7 0.9 2.2 -
Fr Ra
0.7 0.9

Cede elétrons Seqüestra elétrons

33
 Ligações Iônicas
Números de coordenação e geometrias

34
RESUMO

35
 Ligações Covalentes
 Configuração estável devido ao compartilhamento de elétrons de átomos
vizinhos;
 Átomos ligados convalentemente contribuem com ao menos um elétron, cada
um, para a ligação;
 Os elétrons compartilhados pertencem a ambos os átomos;

36
 Ligações Covalentes
Ex: CH4
C: tem valência 4 e precisa de mais quatro elétrons;
H: tem valência 1 e precisa de mais um elétron;
Eletronegatividades são equivalentes

37
 Ligações Covalentes
Exemplos:
 Moléculas de metais e não metais;
 Moléculas com não metais;
 Sólidos elementares e compostos sólidos (IVA)

H2 O

column IVA
H2 F2
C(diamond)
H He
2.1
Si C - Cl 2
Li Be C O F Ne
1.0 1.5 2.5 2.0 4.0 -
Na Mg Si Cl Ar
0.9 1.2 1.8 3.0 -
K Ca Ti Cr Fe Ni Zn Ga Ge As Br Kr
0.8 1.0 1.5 1.6 1.8 1.8 1.8 1.6 1.8 2.0 2.8 -
Rb Sr Sn I Xe
0.8 1.0 1.8 2.5 -
Cs Ba Pb At Rn
0.7 0.9 1.8 2.2 -
Fr Ra
0.7 0.9 GaAs
38
39
 DIAMANTE GRAFITA

Ligação forte

Ligação fraca

Os átomos de carbono na grafita também são unidos fortemente

através de ligações covalentes, mas só dentro de um plano,
diferentemente da rede 3D das ligações do diamante. Estes planos
de átomos de carbono simplesmente empilham-se uns sobre os
outros, sendo as forças de união entre os planos, muito fracas. Os
planos de átomos de carbono podem então deslizar facilmente
uns sobre os outros, e por isto a grafita é importante lubrificante!

40
RESUMO

41
 Ligações Metálicas
Uma ligação metálica se forma quando átomos cedem seus elétrons de valência,
que então formam um mar de elétrons. O núcleo dos átomos, positivamente
carregados se ligam, por
atração mútua, aos elétrons
carregados negativamente. + + +

+ + +

+ + +

Quando aplica-se uma tensão elétrica a um metal, os elétrons no mar de elétrons

podem se mover facilmente e transportar uma corrente.
42
RESUMO

43
Ligações Secundárias ou de Van Der Waals

44
* Iônica * Covalente * Metálica

45
CORRELAÇÃO DOS MATERIAS PARA
ENGENHARIA E TIPOS DE LIGAÇÕES

46
47
REVISÃO METÁLICOS

48
 Os materiais metálicos são compostos principalmente de
elementos metálicos e possuem características bem
definidas como a condutividade elétrica e térmica, a
capacidade de deformação entre outras.

Exemplos são: o cobre, o ferro e o alumínio.

49
 formam estrutura cristalina
(os átomos se
posicionam a uma
distância de equilíbrio
em relação aos
adjacentes - cada
material metálico tem
seu parâmetro de rede)

diferentes tipos de células unitárias:

estrutura cúbica
estrutura hexagonal
estrutura tetragonal

50
Deformação plástica

A deformação plástica ou permanente é provocada por

tensões que ultrapassam o limite de elasticidade, e é o
resultado de um deslocamento permanente dos átomos que
constituem o material.

A deformação plástica esta intimamente relacionada a

importantes processos metalúrgicos, pois plasticidade
permite a conformação dos metais no estado sólido, através
de operações metalúrgicas como: forjamento, estampagem,
extrusão, laminação, etc.

51
 Conformação do Metais

processos processos
mecânicos metalúrgicos

52
Nos processos mecânicos ocorre modificações na forma do
material devido à aplicações de tensões externas e esses
processos são constituídos :

Deformação plástica - as tensões aplicadas são inferiores

ao limite de resistência à ruptura do material
Ex: forjamento, conformação de chapas, extrusão,
estampagem e trefilação.

Usinagem - as tensões aplicadas são superiores ao limite

de resistência à ruptura
Ex: retificação.

53
Nos processos metalúrgicos as modificações na forma do
material estão relacionadas à elevadas temperaturas.

Esses processos são constituídos pelos processos de

conformação por:

Solidificação: nos quais as temperaturas utilizadas são

superiores à temperatura de fusão do material. Os principais
processos são: fundição, lingotamento e soldagem.

Sinterização: no qual as temperaturas utilizadas são

inferiores à temperatura de fusão. O principal processo é o
relaxamento e metalurgia do pó.

54
Conformação por deformação plástica

A conformabilidade plástica do material corresponde à

capacidade do metal ou liga metálica poder ser processada
por deformação plástica sem apresentar defeitos ou fraturas
na peça trabalhada.

Os processos de conformação por deformação

plástica podem ser classificados com relação à temperatura
de trabalho em processos com trabalho mecânico a frio e
com trabalho mecânico a quente.

55
 Trabalho Mecânico a Frio

Deformação através do trabalho mecânico a frio apresenta

vantagens e desvantagens para o processamento.

vantagens são: elevada dureza, melhor acabamento superficial

e ainda há a possibilita de combinar elevada resistência
mecânica e ductilidade num mesmo material.

Desvantagens são: necessidade de maior energia para ocorrer

a deformação, devido ao encruamento, aparecimento de trincas
e elevado custo devido o ciclo deformação/recozimento.

56
 Trabalho Mecânico a Quente

No trabalho mecânico a quente a deformação plástica é realizada em

temperaturas acima da temperatura de recristalização, de forma a eliminar o
encruamento provocado pela deformação.
Durante o trabalho mecânico a quente ocorre um refinamento na estrutura do
metal, provocando a diminuição da resistência mecânica e a elevação da
tenacidade e ductilidade do metal.
No trabalho mecânico a quente a energia necessária para deformar
plasticamente o metal é menor que a utilizada no trabalho mecânico a frio,
dessa forma, o aparecimento de porosidade, bolhas e trincas decorrentes do
processo é menor.
Desvantagens: elevado custo do ferramental, pois exige que seu material
apresente boa resistência ao calor e ocorrência de oxidação superficial
devido as elevadas temperaturas.

57
CERÂMICOS

58
 Os materiais ceramicos são compostos de elementos
metálicos e não-metálicos possuem características bem
definidas como baixa ou nula condutividade elétrica e
térmica, e a baixa ou nula capacidade de deformação.

Exemplos são: NaCl.

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 PRESENÇA DOS MATERIAIS CERÂMICOS:

1 telhas 14 radares
2 automóveis 15 sonares (de submarinos)
3 aviões 16 sanitários
4 televisores 17 fibras óticas
5 computadores 18 lâmpadas fluorescentes e aquelas amareladas
6 porcelanas 19 fontes de raios laser
7 naves espaciais 20 equipamentos de ressonância magnética
8 implantes médicos 21 tijolos
9 pisos e azulejos 22 coletes à prova de bala
10 telefones celulares 23 batom (de passar nos lábios)
11 equipamento de ultra-som 24 fitas cassetes
12 ossos e dentes 25 geladeiras
13 lentes (de óculos, telescópios, microscópios, ...) 26 alto-falantes
60
DE ONDE VEM AS PROPRIEDADES DOS MATERIAIS ?

•TIPO DE ÁTOMOS PRESENTES

•TIPO DE LIGAÇÃO

•TIPO DE ESTRUTURA

61
DE ONDE VEM AS PROPRIEDADES DOS MATERIAIS ?

TIPO DE LIGAÇÃO
• IÔNICA

• COVALENTE

• SECUNDÁRIAS

62
DE ONDE VEM AS PROPRIEDADES DOS MATERIAIS ?

TIPO DE LIGAÇÃO

63
DE ONDE VEM AS PROPRIEDADES DOS MATERIAIS ?

•TIPO DE ESTRUTURA

64
Materiais cerâmicos são materiais inorgânicos, não-
metálicos.
metálicos

A maioria deles é constituída por átomos de elementos

metálicos e não metálicos coesos por ligações que
são preferivelmente fortemente iônicas ou fortemente
covalentes ou ainda, uma mistura das duas.
duas

65
66
67
68
TIPO DE CERÂMICA X CUSTOS

69
TIPO DE CERÂMICA X Diferenças

70
71
SEMINÁRIO

72
73
74
75
76
77
78
 Organização da apresentação

-Slide de abertura
-Apresentação do artigo (impacto e qualis)
-Introdução
-Objetivos
-Metodologia
-Resultados e discursões
-Conclusão
-Síntese

79
EXERCÍCIOS
2) Prove a relação mínima entre raios para o número de coordenação
igual a 3

r
R
Resolução

30º