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AULA 02

Planejamento e Controle de Obras

Prof. Caroline de Cassia Souza Timóteo

Centro Universitário Mário Palmério


Engenharia Civil | 2023-2
Estrutura de um orçamento para o SINAP

O SINAPI divide a estrutura de um orçamento de uma obra em 4 partes:

1 Custos diretos: são os custos associados diretamente a um serviço ou produto da obra, por exemplo,
o concreto está associado a uma concretagem, o aço está associado a uma armação em um dado
local e a tinta, a uma pintura que se fará. Portanto, os custos desses materiais ou de seus serviços,
como a execução de uma concretagem, são ditos custos diretos.

2 Custos indiretos: não estão diretamente associados aos serviços ou produto da construção, mas são
essenciais para que uma obra possa ser feita. Esses custos ocorrem independentemente das
quantidades produzidas na obra. Ex.: o salário do engenheiro de uma obra, o almoxarife, a secretária,
o fornecimento de alimentação à equipe de obra, os gastos com energia, água, internet e telefone do
canteiro e outros custos administrativos.

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Estrutura de um orçamento para o SINAP

O SINAPI divide a estrutura de um orçamento de uma obra em 4 partes:

3 Despesas indiretas ou despesas: ocorrem devido à atividade empresarial do construtor, incidindo de


forma percentual sobre todo o custo da obra, por serem de difícil associação com qualquer serviço
específico da obra.

4 Lucro ou bonificação: é a remuneração pela empresa desenvolver sua atividade econômica, seja ela
construção, ou execução de fundações, ou impermeabilização de lajes, etc.

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Estrutura de um orçamento para o SINAP
Despesas indiretas ou despesas:
• Associadas
Custo
Custoaindireto:
atividade
Direto: empresarial;
Lucro:
• Tributos,
• Remuneração lucro,
• Não• éAssociado administração central, despesas deou
financiamento do
diretamente
pela empresa
a um
associado
serviço
desenvolver
ou
a um
produto
sua
produto
atividade
da obra;
serviço;
econômica.
projeto.
• •Ex.:
Ex.:insumos
engenheiro,
gastos
almoxarife,
na obra como
secretária,
materiais,
vigilante
mãoda
deobra.
obra,
equipamentos.

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Estrutura de um orçamento para o SINAP

Tipos de custos de acordo com a dependência que possuem em relação à quantidade produzida:

1 Custos variáveis: custos que variam de acordo com a quantidade produzida, como materiais, mão de
obra e equipamentos.

2 Custos fixos: não variam para um dada faixa de volume ou quantidade produzida, como gastos com
vigilância, supervisão, manutenção do canteiro, etc.

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Estrutura de um orçamento para o SINAP

Bonificação
Despesas
indiretas Lucro e Despesas
Indiretas

Custo Custo Custo


direto indireto total

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Sistema Nacional de Pesquisas de Custos e Índices da Construção Civil
(SINAPI)
• Buscando padronizar os orçamentos habitacionais no Brasil, em 1969 foi criado o SINAPI, apoiando um
já extinto banco de financiamento habitacional, chamado BNH (Banco Nacional de Habitação). Com o
fechamento desse banco, em 1986 esse sistema foi adotado pela Caixa Econômica Federal, sendo
utilizado para avaliação dos financiamentos concedidos pela instituição.

• Posteriormente, em 2003 o SINAPI passou a ser exigido pelas Leis de Diretrizes Orçamentárias (LDOs)
como limite de preços de obras contratados pela União ou com os seus recursos. Como a LDO tinha que
ser aprovada todo ano, em 2013 foi editado o Decreto Presidencial 7983/2013, que aprovou de forma
permanente a mesma exigência:

Art. 3º O custo global de referência de obras e serviços de engenharia, exceto os


serviços e obras de infraestrutura de transporte, será obtido a partir das composições
dos custos unitários previstas no projeto que integra o edital de licitação, menores ou
iguais à mediana de seus correspondentes nos custos unitários de referência do
Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil - Sinapi,
excetuados os itens caracterizados como montagem industrial ou que não possam
ser considerados como de construção civil.

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Sistema Nacional de Pesquisas de Custos e Índices da Construção Civil
(SINAPI)

Perceba que o art. 3º do Decreto 7983/2013 faz uma exceção à aplicação do SINAPI a obras de
infraestrutura de transporte, pois neste caso utiliza-se o SICRO (Sistema de Custos Referenciais de Obras),
que é de responsabilidade do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes). Essa
informação aparece no art. 4º do Decreto:

Art. 4º O custo global de referência dos serviços e obras de infraestrutura de


transportes será obtido a partir das composições dos custos unitários previstas no
projeto que integra o edital de licitação, menores ou iguais aos seus correspondentes
nos custos unitários de referência do Sistema de Custos Referenciais de Obras - Sicro,
cuja manutenção e divulgação caberá ao Departamento Nacional de Infraestrutura de
Transportes - DNIT, excetuados os itens caracterizados como montagem industrial ou
que não possam ser considerados como de infraestrutura de transportes. .

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Sistema Nacional de Pesquisas de Custos e Índices da Construção Civil
(SINAPI)

De acordo com o decreto, o custo global de referência é a soma dos custos totais de referência de todos os
serviços necessários à execução de uma obra.

Custo total
Custo
Quantidade de referência
Unitário do serviço 1

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Sistema Nacional de Pesquisas de Custos e Índices da Construção Civil
(SINAPI)
Considerando uma obra hipotética com apenas 3 atividades, teríamos que o custo global de referência da
obra seria:
Custo total
de
referência
do serviço 1

Custo total Custo


de
referência global de
do serviço 2
referência

Custo total
de
referência
do serviço 3
10

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Sistema Nacional de Pesquisas de Custos e Índices da Construção Civil
(SINAPI)

Vejamos em uma equação mais detalhada o exemplo para o cálculo do custo total de concretagem de 5 m³
de uma peça estrutural, considerando o valor de uma composição unitária de serviço de R$500,00 para se
executar 1 m³ de concreto da peça:

𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑓𝑒𝑟ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑐𝑟𝑒𝑡𝑎𝑔𝑒𝑚 = 5 𝑚³ 𝑥 500 𝑅$ 𝑚³ = 2.500,00 𝑟𝑒𝑎𝑖𝑠

Se essa concretagem fizesse parte de um projeto maior que envolvesse outras atividades no valor de R$
27.500,00, então o custo global de referência do projeto seria:

𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑔𝑙𝑜𝑏𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑓𝑒𝑟ê𝑛𝑐𝑖𝑎 = 27.500,00 + 2.500,00 = 30.000,00 𝑟𝑒𝑎𝑖𝑠

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Sistema Nacional de Pesquisas de Custos e Índices da Construção Civil
(SINAPI)

O que aconteceria se adicionássemos ao custo global de referência o BDI, que inclui lucro, tributos e outras
despesas indiretas? Teríamos, então, o preço global de referência. Logo, temos que:

𝑃𝑟𝑒ç𝑜 𝑔𝑙𝑜𝑏𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑓𝑒𝑟ê𝑛𝑐𝑖𝑎 = 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑔𝑙𝑜𝑏𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑓𝑒𝑟ê𝑛𝑐𝑖𝑎 + 𝐵𝐷I

Vamos supor no nosso projeto que teríamos um BDI final equivalente a 10% do custo global de referência.
Nesse caso, o preço global de referência seria:

𝑃𝑟𝑒ç𝑜 𝑔𝑙𝑜𝑏𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑓𝑒𝑟ê𝑛𝑐𝑖𝑎 = 30.000 + 10%. 30.000 = 30.000 + 3.000 = 33.000,00 𝑟𝑒𝑎𝑖𝑠

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Preço de Uma Obra – Visão do SINAPI
Uma outra forma de se descrever o preço de uma obra é considerando somente o custo total (já incluindo
as despesas indiretas, mas sem os impostos), mais o lucro e mais os impostos:

𝑃𝑟𝑒ç𝑜 = 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 + % 𝑑𝑒 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 . 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 + % 𝑑𝑒 𝑖𝑚𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠 . 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙

Assim, dizemos que o preço de venda engloba os custos diretos, indiretos, eventuais custos e despesas
acessórias, lucro e impostos.

Podemos expressar o preço de uma obra também pelo custo total mais a parcela de gasto correspondente
ao BDI. Como o BDI é dado em percentual do custo total, podemos dizer que o preço de uma obra é dado
pela seguinte equação:

𝑃𝑟𝑒ç𝑜 = (𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝐷𝑖𝑟𝑒𝑡𝑜 + 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝐼𝑛𝑑𝑖𝑟𝑒𝑡𝑜) 𝑥 (1 + 𝐵𝐷𝐼)

Com a noção de custo do SINAPI e do BDI, completamos nosso conceito de preço, pois havíamos dito que
o preço referia-se ao valor final que o comprador paga por um serviço, produto ou bem. Assim, o preço
incluía o lucro.
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Preço de Uma Obra – Visão do SINAPI

Na formação do preço, temos as seguintes


etapas:

• Obtenção dos custos diretos e indiretos


do projeto e do planejamento da obra,
com base em quantitativos que
multiplicam preços unitários;

• Demais parcelas calculadas com base em


percentuais que incidirão sobre os
custos, como lucro e despesas indiretas.

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Preço de Uma Obra – Visão do SINAPI

Antes de passarmos às etapas, ou dicas, para se elaborar uma Composição de Preços Unitários será necessário ter em
mente as seguintes regras:

Regra Primeira - O CHUTE: Não existem estimativas em orçamento. O Engenheiro tem, ou precisa obter, todas as
condições de calcular ou cotar a totalidade dos valores com precisão e tranquilidade. O "chute" deverá sempre ser
dispensado, mesmo a título de se adiantar os serviços, pois com o tempo e a experiência, os orçamentos inevitavelmente
acabarão se tornando cada vez mais rápidos e precisos.

Regra Segunda - O ARREDONDAMENTO: Tão nocivo quanto o "Chute" poderá ser o Arredondamento, inexplicável
prática feita obstinadamente por quem parece não gostar de todo e qualquer número que não termine com 0. É
expressamente proibido ao Orçamentista. Não iremos nos prender nos erros que este podem ocasionar, mormente se
acumulativos, porém em um detalhe: não há condições de se conferir uma série longa de cálculos, quando se pratica o
Arredondamento. Ao serem refeitos os cálculos, cada vez se encontrará um valor final diferente, já que os
Arredondamentos dificilmente serão, em rigor, os mesmos. 15

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Preço de Uma Obra – Visão do SINAPI

Regra Terceira - O CALDO: O Engenheiro termina seus cálculos e, por insegurança no que está fazendo, e
por sentir-se com direto de dormir tranquilo, acrescenta uns 10% ou 20% a mais nos resultados. Já os
superconfiantes, acreditando no poder de suas posteriores negociações ou de seu desempenho durante a
execução da obra, reduz suas contas em iguais percentuais.

Regra Quarta Antiburrice - O BDI: Já que estamos falando de erros gerais, contrários à prática da
Engenharia, nos referiremos rapidamente ao BDI: deverá ser calculado e não estimado. Tabelar o BDI com
taxas fictícias (ou impraticáveis) é querer tampar o sol com a peneira. BDI se calcula (têm milhares de
índices) e temos inclusive um software para facilitar isto.

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Composição de Preços Unitários (CPU)

Em todo serviço ou atividade de uma obra, temos alguns elementos básicos envolvidos, chamados de
insumos. Trata-se dos materiais (cimento, areia, água), equipamentos (caminhões, betoneira, elevador de
obra) e mão de obra que fazem parte da execução direta de um serviço. Vamos ver agora a definição do
SINAPI para insumos:

“Elementos básicos da construção civil constituídos de materiais (cimento, blocos, telhas, tábuas, aço, etc.),
equipamentos (betoneiras, caminhões, equipamentos de terraplenagem, etc.) e mão de obra (pedreiro, pintor,
engenheiro, etc.)”

• Podemos decompor qualquer serviço em todos os insumos que entram na execução de 1 unidade desse
serviço, registrando a quantidade gasta de cada insumo, o seu custo unitário e os custos totais de cada
insumo, ou seja, o produto da quantidade pelo custo unitário.

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Composição de Preços Unitários (CPU)

Denominamos essa abertura do serviço em seus componentes de composição unitária de serviço. O custo
total é simplesmente calculado multiplicando-se a quantidade total de um serviço pelo custo da
composição unitária do mesmo serviço.

Quantidade
Custo de insumo
Custo total
unitário do para 1
do insumo
insumo unidade de
serviço

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Composição de Preços Unitários (CPU)

Tabela 1: exemplo de uma composição unitária de serviço do SINAPI

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Composição de Preços Unitários (CPU)

Figura 1: abertura de uma composição de serviço de armação nos seus diversos insumos

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Composição de Preços Unitários (CPU)

Tabela 2: abertura da composição 87447


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Composição de Preços Unitários (CPU)

• Perceba no código 87292 que consta o serviço de “Argamassa traço 1:2:8”, que é a mistura de vários
insumos (cimento + areia + água + mão de obra + argamassadeira) formando um produto, a argamassa.
Portanto, trata-se de um serviço, dentro de outro serviço mais amplo: alvenaria de vedação de blocos
vazados de concreto.

• Em vez de se colocar o serviço auxiliar de “Argamassa traço 1:2:8”, o SINAPI poderia ter inserido as
quantidades de cimento, cal e areia em linhas separadas, como materiais constituintes da argamassa,
bem como a mão de obra necessária para se juntar esses 3 materiais e a argamassadeira para se fabricar
a argamassa 1:2:8. Porém, há certos serviços que se repetem muito na obra por serem atividades de
apoio utilizadas várias vezes por outros serviços, chamados de serviços principais.

• Para evitar repetições de todos os materiais nessas atividades que aparecem com muita frequência, são
criadas composições unitárias de serviço intermediárias, chamadas composições auxiliares, substituindo
as tarefas intermediárias que são repetitivas.

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Composição de Preços Unitários (CPU)

Quanto maior o valor do coeficiente para um insumo apropriado em horas (que são mão
de obra ou equipamentos), mais improdutivo será o serviço. Ilustrando detalhadamente,
quanto maior for o coeficiente do pedreiro da primeira linha da tabela anterior, mais
improdutivo e caro será o serviço, pois significa que mais horas são gastas pelo pedreiro
para se fazer apenas 1 m² de alvenaria de vedação.

Por isso, dizemos que o coeficiente da composição unitária de serviço é também um


indicador de produtividade. Observe o coeficiente do servente:

O que aconteceria se invertêssemos o coeficiente do servente? Vejamos:

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Composição de Preços Unitários (CPU)

Tanto o coeficiente da composição de serviços quanto o coeficiente de produtividade real, incluem em suas
quantidades as interrupções ou as perdas de produção relacionadas ao insumo específico a que se referem
na composição de serviço unitário. Vejamos alguns exemplos:

• Mão de obra: a quantidade de paradas para tomar água, fazer necessidades fisiológicas, tempo para
“enrolar” o trabalho conversando com colegas, tempo por espera para a chegada de outro equipamento
para se completar o serviço;

• Material: perdas quantitativas do material, como por exemplo, pontas de barras de aço que não podem
ser aproveitadas na obra por terem comprimento muito pequeno, ou possibilidade de uma pequena
porção do material comprado vir com algum tipo de defeito;

• Equipamentos: tempo de deslocamento de uma frente de serviço para outra, tempo de espera para a
chegada do caminhão onde se descarregará algum material, etc.

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Composição de Preços Unitários (CPU)

Como o coeficiente expressa as quantidades consumidas na execução de uma atividade, esse


coeficiente inclui na sua quantidade as perdas de materiais.

Assim, em vez de se consumir 1 m² de cerâmica na execução de 1 m² de revestimento de uma


parede, a composição apresentará o coeficiente de 1,07 m², ou seja, uma perda de 7% em
cerâmica.

No caso do aço, é comum uma perda de 5 a 10% do material, seja por corrosão ou por
dificuldades nas dobras e cortes.

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Composição de Preços Unitários (CPU)

No caso específico da composição de alvenaria em blocos de concreto que vimos, os coeficientes nos
permitem as seguintes conclusões sobre as quantidades gastas para se fazer 1 m² de alvenaria:

• 0,72 horas de pedreiro;

• 0,36 horas de servente;

• 13,5 unidades de bloco de vedação de concreto com dimensões 9 x 19 x 39 cm, da classe C;

• 0,0088 m³ de argamassa de traço 1:2:8;

• 0,7850 m de tela de aço soldada galvanizada/zincada para alvenaria

• 0,94 unidades de pino de aço com furo, pois como a unidade de medida é o cento e o coeficiente é
menor do que 1, temos que multiplicar 100 pelo coeficiente para encontrar a quantidade necessária.

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Composição de Preços Unitários (CPU)

Perceba que o coeficiente possui algumas unidades padrão, de acordo com o tipo de insumo:

• Mão de obra: horas de trabalho. Chamamos o coeficiente de mão de obra de coeficiente de


produtividade ou de aplicação;

• Material: quantidade de material usada na execução de uma unidade de serviço considerado, expressa na
unidade de aferição aplicada ao tipo de material;

• Equipamento: horas de funcionamento. Chamamos o coeficiente de um equipamento de coeficiente de


utilização horária.

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Composição de Preços Unitários (CPU)

Observe na composição anterior de alvenaria que há 2 tipos de mão de obra, com 2 coeficientes diferentes:
• Servente: 0,36 horas
• Pedreiro: 0,72 horas

O que você responderia, caso a questão perguntasse: qual o prazo mínimo para se executar 1 m² de
alvenaria?

Figura 6: a duração de qualquer serviço é dada pelo insumo mais lento, seja ele mão de obra (A), seja uma máquina (B) 28

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Composição de Preços Unitários (CPU)
Como não adianta o servente terminar logo o serviço, pois ainda se necessitará de mais 0,36 horas para que
o pedreiro termine seu trabalho, quem dita a duração do serviço da composição unitária de serviço é o
insumo (mão de obra ou o equipamento) mais lento.

Portanto, a resposta seria que o prazo para se executar 1 m² de alvenaria é de, no mínimo, 0,72 horas. Não
importa qual seja o serviço, o ritmo dos trabalhos é dado pelo insumo mais lento.

Figura 6: a duração de qualquer serviço é dada pelo insumo mais lento, seja ele mão de obra (A), seja uma máquina (B) 29

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Composição de Preços Unitários (CPU)

O que aconteceria com o serviço de alvenaria da


composição unitária que vimos, caso se adicionasse mais
um pedreiro executando o mesmo serviço?
A duração seria a metade, pois, se 1 pedreiro gasta 0,72 horas para executar 1 m³ de alvenaria, 2
pedreiros executarão na metade do tempo, ou seja, em 0,36 horas. Nesse caso, tomamos como
premissa que as produtividades se mantêm constantes aumentando-se os recursos disponíveis
para a execução da obra.

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Ciclo de Vida do Projeto
Um empreendimento de engenharia precisa necessariamente obedecer a uma sequência lógica de
desenvolvimento do produto final. As fases do ciclo de vida do empreendimento precisam ser
desempenhadas com tempo suficiente para que seus objetivos sejam atingidos. Cada fase gera produtos
que são os dados de entrada para as fases subsequentes.

• Obra como um projeto:

No mundo da construção o termo projeto geralmente vem associado ao plano geral de uma edificação ou
de outro objeto qualquer, compreendendo o conjunto de plantas, cortes e cotas necessários à construção
— projetos arquitetônicos, estruturais, de instalações elétricas e sanitárias, entre outros {seria o equivalente
a design, em Inglês). Neste estudo, contudo, utilizamos o termo projeto em sua acepção gerencial: "um
esforço temporário empreendido para criar um produto, serviço ou resultado exclusivo"
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Ciclo de Vida do Projeto

Dessa definição podemos tirar algumas características importantes de um projeto de construção:

• Temporário - significa que o projeto tem um alcance no tempo, uma duração finita, com início e fim
bem definidos. O fim acontece quando os objetivos estabelecidos forem alcançados.

• Produto único - a unicidade se traduz pela concretização do produto físico e material que representa a
consecução do objetivo do projeto. Não se trata de uma linha de montagem ou fabricação em série, mas
um esforço para gerar um bem tangível único. Mesmo que uma construtora esteja produzindo blocos de
apartamentos iguais, não se anula o caráter de unicidade porque não se trata de produção em massa,
mas da realização de produtos similares que obedecem a um espirito de projeto.

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Ciclo de Vida do Projeto

A partir dessa definição proposta, é possível classificar algumas iniciativas de construção como projeto e
outras apenas como uma operação continua e repetitiva:

Distinção entre projeto e operação continuada

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Estágios do ciclo de vida do projeto

O ciclo de vida do empreendimento compreende vários estágios:

O formato da curva mostra a evolução típica dos projetos: lenta no estágio inicial, rápida no estágio de
execução e novamente lenta na finalização do projeto. 35

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Estágios do ciclo de vida do projeto
Estágio I - Concepção e viabilidade:

• Definição do escopo - processo de determinação do programa de necessidades, isto é, as linhas gerais


do objeto a ser projetado e construído;
• Formulação do empreendimento - delimitação do objeto em lotes, fases, forma de contratação etc;
• Estimativa de custos - orçamento preliminar por meio da utilização de indicadores históricos;
• Estudo de viabilidade - análise de custo-benefício, avaliação dos resultados a serem obtidos em função
do custo orçado, determinação do montante requerido ao longo do tempo;
• Identificação da fonte orçamentária - recursos próprios, empréstimos, linhas de financiamento,
solução mista;
• Anteprojeto: Projeto básico - desenvolvimento inicial do anteprojeto, com evolução até o projeto
básico, quando já passa a conter os elementos necessários para orçamento, especificações e
identificação dos serviços necessários. 36

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Estágios do ciclo de vida do projeto

Estágio II - Detalhamento do projeto e do planejamento:

• Orçamento Analítico - composição de custos dos serviços, com relação de insumos e margem de erro
menor que a do orçamento preliminar;

• Planejamento - elaboração de cronograma de obra realista, com definição de prazo e marcos


contratuais;

• Projeto Básico e Projeto Executivo - detalhamento do projeto básico, com inclusão de todos os
elementos necessários à execução da obra.

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Estágios do ciclo de vida do projeto
Estágio III - Execução
• Obras civis - execução dos serviços de campo, aplicação de materiais e utilização de mão de obra e
equipamentos;

• Montagens mecânicas e instalações elétricas e sanitárias - atividades de campo;

• Controle da qualidade - verificar se os parâmetros técnicos e contratuais foram observados;

• Administração contratual - medições, diário de obras, aplicação de penalidades, aditivos ao contrato


etc;

• Fiscalização de obra ou serviço - supervisão das atividades de campo, reuniões de avaliação do


progresso, resolução de problema, etc. 38

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Estágios do ciclo de vida do projeto
Estágio IV- Finalização
• Comissionamento - colocação em funcionamento e testes de operação do produto final;

• Inspeção final - testes para recebimento do objeto contratado;

• Transferência de responsabilidades - recebimento da obra e destinação final do produto;

• Liberação de retenção contratual - caso a empresa contratante tenha retido dinheiro da empresa executante;

• Resolução das últimas pendências - encontro de contas, pagamento de medições atrasadas, negociações de
pleitos contratuais etc;

• Termo de recebimento - provisório e definitivo.


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