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1 Custos diretos: são os custos associados diretamente a um serviço ou produto da obra, por exemplo,
o concreto está associado a uma concretagem, o aço está associado a uma armação em um dado
local e a tinta, a uma pintura que se fará. Portanto, os custos desses materiais ou de seus serviços,
como a execução de uma concretagem, são ditos custos diretos.
2 Custos indiretos: não estão diretamente associados aos serviços ou produto da construção, mas são
essenciais para que uma obra possa ser feita. Esses custos ocorrem independentemente das
quantidades produzidas na obra. Ex.: o salário do engenheiro de uma obra, o almoxarife, a secretária,
o fornecimento de alimentação à equipe de obra, os gastos com energia, água, internet e telefone do
canteiro e outros custos administrativos.
4 Lucro ou bonificação: é a remuneração pela empresa desenvolver sua atividade econômica, seja ela
construção, ou execução de fundações, ou impermeabilização de lajes, etc.
Tipos de custos de acordo com a dependência que possuem em relação à quantidade produzida:
1 Custos variáveis: custos que variam de acordo com a quantidade produzida, como materiais, mão de
obra e equipamentos.
2 Custos fixos: não variam para um dada faixa de volume ou quantidade produzida, como gastos com
vigilância, supervisão, manutenção do canteiro, etc.
Bonificação
Despesas
indiretas Lucro e Despesas
Indiretas
• Posteriormente, em 2003 o SINAPI passou a ser exigido pelas Leis de Diretrizes Orçamentárias (LDOs)
como limite de preços de obras contratados pela União ou com os seus recursos. Como a LDO tinha que
ser aprovada todo ano, em 2013 foi editado o Decreto Presidencial 7983/2013, que aprovou de forma
permanente a mesma exigência:
Perceba que o art. 3º do Decreto 7983/2013 faz uma exceção à aplicação do SINAPI a obras de
infraestrutura de transporte, pois neste caso utiliza-se o SICRO (Sistema de Custos Referenciais de Obras),
que é de responsabilidade do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes). Essa
informação aparece no art. 4º do Decreto:
De acordo com o decreto, o custo global de referência é a soma dos custos totais de referência de todos os
serviços necessários à execução de uma obra.
Custo total
Custo
Quantidade de referência
Unitário do serviço 1
Custo total
de
referência
do serviço 3
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Vejamos em uma equação mais detalhada o exemplo para o cálculo do custo total de concretagem de 5 m³
de uma peça estrutural, considerando o valor de uma composição unitária de serviço de R$500,00 para se
executar 1 m³ de concreto da peça:
Se essa concretagem fizesse parte de um projeto maior que envolvesse outras atividades no valor de R$
27.500,00, então o custo global de referência do projeto seria:
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O que aconteceria se adicionássemos ao custo global de referência o BDI, que inclui lucro, tributos e outras
despesas indiretas? Teríamos, então, o preço global de referência. Logo, temos que:
Vamos supor no nosso projeto que teríamos um BDI final equivalente a 10% do custo global de referência.
Nesse caso, o preço global de referência seria:
𝑃𝑟𝑒ç𝑜 𝑔𝑙𝑜𝑏𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑓𝑒𝑟ê𝑛𝑐𝑖𝑎 = 30.000 + 10%. 30.000 = 30.000 + 3.000 = 33.000,00 𝑟𝑒𝑎𝑖𝑠
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Assim, dizemos que o preço de venda engloba os custos diretos, indiretos, eventuais custos e despesas
acessórias, lucro e impostos.
Podemos expressar o preço de uma obra também pelo custo total mais a parcela de gasto correspondente
ao BDI. Como o BDI é dado em percentual do custo total, podemos dizer que o preço de uma obra é dado
pela seguinte equação:
Com a noção de custo do SINAPI e do BDI, completamos nosso conceito de preço, pois havíamos dito que
o preço referia-se ao valor final que o comprador paga por um serviço, produto ou bem. Assim, o preço
incluía o lucro.
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Antes de passarmos às etapas, ou dicas, para se elaborar uma Composição de Preços Unitários será necessário ter em
mente as seguintes regras:
Regra Primeira - O CHUTE: Não existem estimativas em orçamento. O Engenheiro tem, ou precisa obter, todas as
condições de calcular ou cotar a totalidade dos valores com precisão e tranquilidade. O "chute" deverá sempre ser
dispensado, mesmo a título de se adiantar os serviços, pois com o tempo e a experiência, os orçamentos inevitavelmente
acabarão se tornando cada vez mais rápidos e precisos.
Regra Segunda - O ARREDONDAMENTO: Tão nocivo quanto o "Chute" poderá ser o Arredondamento, inexplicável
prática feita obstinadamente por quem parece não gostar de todo e qualquer número que não termine com 0. É
expressamente proibido ao Orçamentista. Não iremos nos prender nos erros que este podem ocasionar, mormente se
acumulativos, porém em um detalhe: não há condições de se conferir uma série longa de cálculos, quando se pratica o
Arredondamento. Ao serem refeitos os cálculos, cada vez se encontrará um valor final diferente, já que os
Arredondamentos dificilmente serão, em rigor, os mesmos. 15
Regra Terceira - O CALDO: O Engenheiro termina seus cálculos e, por insegurança no que está fazendo, e
por sentir-se com direto de dormir tranquilo, acrescenta uns 10% ou 20% a mais nos resultados. Já os
superconfiantes, acreditando no poder de suas posteriores negociações ou de seu desempenho durante a
execução da obra, reduz suas contas em iguais percentuais.
Regra Quarta Antiburrice - O BDI: Já que estamos falando de erros gerais, contrários à prática da
Engenharia, nos referiremos rapidamente ao BDI: deverá ser calculado e não estimado. Tabelar o BDI com
taxas fictícias (ou impraticáveis) é querer tampar o sol com a peneira. BDI se calcula (têm milhares de
índices) e temos inclusive um software para facilitar isto.
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Em todo serviço ou atividade de uma obra, temos alguns elementos básicos envolvidos, chamados de
insumos. Trata-se dos materiais (cimento, areia, água), equipamentos (caminhões, betoneira, elevador de
obra) e mão de obra que fazem parte da execução direta de um serviço. Vamos ver agora a definição do
SINAPI para insumos:
“Elementos básicos da construção civil constituídos de materiais (cimento, blocos, telhas, tábuas, aço, etc.),
equipamentos (betoneiras, caminhões, equipamentos de terraplenagem, etc.) e mão de obra (pedreiro, pintor,
engenheiro, etc.)”
• Podemos decompor qualquer serviço em todos os insumos que entram na execução de 1 unidade desse
serviço, registrando a quantidade gasta de cada insumo, o seu custo unitário e os custos totais de cada
insumo, ou seja, o produto da quantidade pelo custo unitário.
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Denominamos essa abertura do serviço em seus componentes de composição unitária de serviço. O custo
total é simplesmente calculado multiplicando-se a quantidade total de um serviço pelo custo da
composição unitária do mesmo serviço.
Quantidade
Custo de insumo
Custo total
unitário do para 1
do insumo
insumo unidade de
serviço
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Figura 1: abertura de uma composição de serviço de armação nos seus diversos insumos
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• Perceba no código 87292 que consta o serviço de “Argamassa traço 1:2:8”, que é a mistura de vários
insumos (cimento + areia + água + mão de obra + argamassadeira) formando um produto, a argamassa.
Portanto, trata-se de um serviço, dentro de outro serviço mais amplo: alvenaria de vedação de blocos
vazados de concreto.
• Em vez de se colocar o serviço auxiliar de “Argamassa traço 1:2:8”, o SINAPI poderia ter inserido as
quantidades de cimento, cal e areia em linhas separadas, como materiais constituintes da argamassa,
bem como a mão de obra necessária para se juntar esses 3 materiais e a argamassadeira para se fabricar
a argamassa 1:2:8. Porém, há certos serviços que se repetem muito na obra por serem atividades de
apoio utilizadas várias vezes por outros serviços, chamados de serviços principais.
• Para evitar repetições de todos os materiais nessas atividades que aparecem com muita frequência, são
criadas composições unitárias de serviço intermediárias, chamadas composições auxiliares, substituindo
as tarefas intermediárias que são repetitivas.
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Quanto maior o valor do coeficiente para um insumo apropriado em horas (que são mão
de obra ou equipamentos), mais improdutivo será o serviço. Ilustrando detalhadamente,
quanto maior for o coeficiente do pedreiro da primeira linha da tabela anterior, mais
improdutivo e caro será o serviço, pois significa que mais horas são gastas pelo pedreiro
para se fazer apenas 1 m² de alvenaria de vedação.
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Tanto o coeficiente da composição de serviços quanto o coeficiente de produtividade real, incluem em suas
quantidades as interrupções ou as perdas de produção relacionadas ao insumo específico a que se referem
na composição de serviço unitário. Vejamos alguns exemplos:
• Mão de obra: a quantidade de paradas para tomar água, fazer necessidades fisiológicas, tempo para
“enrolar” o trabalho conversando com colegas, tempo por espera para a chegada de outro equipamento
para se completar o serviço;
• Material: perdas quantitativas do material, como por exemplo, pontas de barras de aço que não podem
ser aproveitadas na obra por terem comprimento muito pequeno, ou possibilidade de uma pequena
porção do material comprado vir com algum tipo de defeito;
• Equipamentos: tempo de deslocamento de uma frente de serviço para outra, tempo de espera para a
chegada do caminhão onde se descarregará algum material, etc.
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No caso do aço, é comum uma perda de 5 a 10% do material, seja por corrosão ou por
dificuldades nas dobras e cortes.
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No caso específico da composição de alvenaria em blocos de concreto que vimos, os coeficientes nos
permitem as seguintes conclusões sobre as quantidades gastas para se fazer 1 m² de alvenaria:
• 0,94 unidades de pino de aço com furo, pois como a unidade de medida é o cento e o coeficiente é
menor do que 1, temos que multiplicar 100 pelo coeficiente para encontrar a quantidade necessária.
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Perceba que o coeficiente possui algumas unidades padrão, de acordo com o tipo de insumo:
• Material: quantidade de material usada na execução de uma unidade de serviço considerado, expressa na
unidade de aferição aplicada ao tipo de material;
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Observe na composição anterior de alvenaria que há 2 tipos de mão de obra, com 2 coeficientes diferentes:
• Servente: 0,36 horas
• Pedreiro: 0,72 horas
O que você responderia, caso a questão perguntasse: qual o prazo mínimo para se executar 1 m² de
alvenaria?
Figura 6: a duração de qualquer serviço é dada pelo insumo mais lento, seja ele mão de obra (A), seja uma máquina (B) 28
Portanto, a resposta seria que o prazo para se executar 1 m² de alvenaria é de, no mínimo, 0,72 horas. Não
importa qual seja o serviço, o ritmo dos trabalhos é dado pelo insumo mais lento.
Figura 6: a duração de qualquer serviço é dada pelo insumo mais lento, seja ele mão de obra (A), seja uma máquina (B) 29
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No mundo da construção o termo projeto geralmente vem associado ao plano geral de uma edificação ou
de outro objeto qualquer, compreendendo o conjunto de plantas, cortes e cotas necessários à construção
— projetos arquitetônicos, estruturais, de instalações elétricas e sanitárias, entre outros {seria o equivalente
a design, em Inglês). Neste estudo, contudo, utilizamos o termo projeto em sua acepção gerencial: "um
esforço temporário empreendido para criar um produto, serviço ou resultado exclusivo"
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• Temporário - significa que o projeto tem um alcance no tempo, uma duração finita, com início e fim
bem definidos. O fim acontece quando os objetivos estabelecidos forem alcançados.
• Produto único - a unicidade se traduz pela concretização do produto físico e material que representa a
consecução do objetivo do projeto. Não se trata de uma linha de montagem ou fabricação em série, mas
um esforço para gerar um bem tangível único. Mesmo que uma construtora esteja produzindo blocos de
apartamentos iguais, não se anula o caráter de unicidade porque não se trata de produção em massa,
mas da realização de produtos similares que obedecem a um espirito de projeto.
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A partir dessa definição proposta, é possível classificar algumas iniciativas de construção como projeto e
outras apenas como uma operação continua e repetitiva:
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O formato da curva mostra a evolução típica dos projetos: lenta no estágio inicial, rápida no estágio de
execução e novamente lenta na finalização do projeto. 35
• Orçamento Analítico - composição de custos dos serviços, com relação de insumos e margem de erro
menor que a do orçamento preliminar;
• Projeto Básico e Projeto Executivo - detalhamento do projeto básico, com inclusão de todos os
elementos necessários à execução da obra.
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• Liberação de retenção contratual - caso a empresa contratante tenha retido dinheiro da empresa executante;
• Resolução das últimas pendências - encontro de contas, pagamento de medições atrasadas, negociações de
pleitos contratuais etc;