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Abordagem Milton Friedman.

Alunos:
• Alan Cézar Dutra
• Alexandre Garcia Ferreira Nunes
• Carlos Bracarense
• Geremias Muraro
Milton Friedman (1912-2006).
Abordagem Friedman (monetaristas).
• Modelo de demanda por moeda.
• Novos quantitativistas.
• Novas variáveis como taxa de juros dos títulos.
• Demanda por moeda depende do nível da renda.
• Demanda por moeda na hiperinflação, Philip Cagan.
BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE A TEORIA
MONETARISTA
• As raízes do monetarismo remontam à teoria
quantitativa da moeda (TQM), que formou a base da
economia monetária clássica do século XVII.
• Milton Friedman sustenta que a TQM deve ser vista
como uma teoria da demanda por moeda e que esta
última está relacionada a um conjunto limitado de
variáveis econômicas de uma forma previsível e
estável, na qual a renda permanente é a mais
importante.
• Uma vez que a demanda por moeda é uma função
estável de um certo número de variáveis, alterações na
oferta de moeda terão um impacto significativo mas
previsível sobre o comportamento dos agentes.
• A visão monetarista trata a moeda como um ativo que
rende um fluxo particular de serviços para o seu
possuidor e dependente de valores permanentes da
riqueza, da renda e da taxa de juros.
A RECONSTRUÇÃO DA TEORIA QUANTITATIVA
DA MOEDA POR FRIEDMAN
Premissas Friedman:
• A teoria quantitativa é uma teoria da demanda por moeda;
• Para as famílias a moeda é uma espécie de ativo, para a empresa
produtiva, a moeda é um bem de capital;
• A análise da demanda por moeda por parte das famílias pode ser
tomada como idêntica à análise da demanda por um serviço de
consumo;
• Do ponto de vista mais amplo e mais geral, a riqueza total inclui todas
as fontes de “renda” ou de serviços consumíveis;
• A riqueza pode ser mantida de numerosas formas, e a família deve ser
considerada como dividindo sua riqueza entre elas, de modo a
maximizar a “utilidade”, sujeita sejam quais forem as restrições que
afetem a possibilidade de converter uma forma de riqueza em outra.
Cinco formas diferentes nas quais a
riqueza pode ser mantida
• i) moeda (M), interpretada como unidades de direitos ou de
mercadorias que são geralmente aceitas em pagamento de dívidas a
um valor nominal fixo;
• ii) títulos (T), interpretados como direitos a fluxos temporais de
pagamentos fixados em unidades nominais;
• iii) ações (A), interpretadas como direitos a participações pro rata
estabelecidas dos retornos das empresas;
• iv) bens físicos não humanos;
• v) capital humano (H).
O MODELO DE DEMANDA POR
MOEDA DE FRIEDMAN
• Proposta de construir uma teoria da demanda por moeda como se ela fosse
um ramo da teoria do capital;
• Fatores que influenciam a retenção da riqueza do indíviduo:
• a) do valor do próprio estoque de riqueza a ser retido;
• b) dos atributos da moeda diante dos atrativos das formas alternativas de
riqueza.
• Dois aspectos que nos parecem distintivos na análise de Friedman sobre a
demanda por moeda:
• a) sua análise da demanda por moeda por parte das famílias é feita de forma
análoga à análise da demanda por um bem de consumo;
• b) o ponto de partida do seu modelo de demanda por moeda é que a
manutenção de uma forma de riqueza em vez de outra no portfólio do
indivíduo envolve uma diferença na composição dos fluxos de renda gerados
por um dado portfólio.
Os elementos determinantes da função
demanda por moeda
a) Riqueza
• Friedman considera a riqueza, W, como um dos determinantes da demanda
por ativos em geral, e por moeda, em particular. Valores para W, porém, são
muito difíceis de se obter, especialmente pela dificuldade de se avaliar
estoques de gerações diferentes. Por isso, Friedman se vale da relação

• Onde r é a taxa de juros e que indica que a renda (Y) de uma sociedade é o
retorno que se pode obter da sua riqueza acumulada (W). Friedman substitui
W por Y/r, duas variáveis, em princípio, mais facilmente observáveis.
• Y não é a renda que se observa efetivamente a cada período, mas a
renda permanente;
• A riqueza total inclui todas as formas de riqueza, inclusive a moeda e
os bens de capital físicos, possuídas diretamente pelas unidades
econômicas;
• Segundo Friedman, a riqueza total é composta de riqueza humana, e
de riqueza não humana;
• Para efeitos de estimação, a renda permanente será dada por uma
média ponderada das rendas correntes e passadas das famílias.
• A demanda por moeda famílias, Md , é uma função direta do nível de
renda total (Y), o que significa que “efeitos renda” têm impacto
positivo sobre a demanda por moeda. Assim:
b) Relação entre a riqueza humana e não-humana

• Rh = Riqueza Humana.
• Rnh = Riqueza não humana.
c) Custo de Oportunidade de Retenção de Saldos
Monetários

A demanda por moeda das unidades detentoras de riqueza,


Md , é uma função inversa das taxas de retorno dos ativos
financeiros de renda fixa (ra ), e de renda variável (rb ) e da
taxa esperada de inflação no tempo (1/P dP/dt):
d) Outras Variáveis Relacionadas a Gostos e Preferências e
Fatores que Podem Afetar a Utilidade da Moeda

• Os gostos e preferências das unidades detentoras de riqueza pelos


fluxos de serviço oriundos de diferentes formas de riqueza influenciam
o comportamento da função demanda por moeda.
• Outra variável importante que afeta a utilidade proporcionada pelo uso
da moeda é o grau de estabilidade econômica que se espera que
prevaleça, uma vez que a instabilidade aumenta o valor dado pelos
detentores de riqueza aos atributos vinculados à liquidez. Esta é a razão
por que um aumento notável nos saldos reais frequentemente
acompanha o desencadeamento de uma guerra.
• Como normalmente (ainda que nem sempre) estes fatores ocasionam
um aumento na demanda por moeda, temos que:
e) A Função Demanda por Moeda

• Como em todas as análises de demanda baseadas na maximização de


uma função utilidade definida em termos de magnitudes reais, a
equação de demanda por moeda deve ser considerada independente
de qualquer sentido essencial das unidades nominais usadas para
medir as variáveis monetárias.
• Assim, se a unidade na qual são expressos os preços e a renda
monetária for alterada, o montante de moeda demandado deverá ser
alterado proporcionalmente.
• Deste modo, temos uma função demanda por moeda cuja
equação expressa a demanda por saldos reais como uma
função de variáveis reais, independentes dos valores
monetários nominais.
• Onde a função acima é uma equação M = kPy na forma expandida. Em princípio, uma
mudança na oferta de moeda altera o equilíbrio preexistente, podendo resultar em
mudanças compensatórias em qualquer das outras variáveis.
• Já na prática, o impacto inicial normalmente ocorre sobre a riqueza total (y) e sobre as
taxas esperadas de retorno dos ativos, mas o impacto final se dá predominantemente
sobre o nível de preços (P), tal como estabelecido pela teoria quantitativa.
• Isto ocorre porque, de acordo com Friedman, sob a hipótese de os preços
permanecerem estáveis, as expectativas de mudanças na taxa de inflação são
praticamente nulas, e ainda, tal como os estudos empíricos revelaram no caso da
economia americana, a elasticidade da demanda por moeda em relação à taxa de juros
é próxima de zero.
• Assim, a função demanda por moeda depende principalmente do nível de riqueza total
dos agentes (em nível agregado pode-se considerar a renda nacional como um
indicador aproximado da riqueza total)
f) Demanda por Moeda das Empresas

• Existem algumas diferenças entre a demanda por moeda das unidades


básicas detentoras de riqueza (as famílias) e a das empresas, mas essas
diferenças não são de tal magnitude que venham a alterar
significativamente a função demanda por moeda.
• Em primeiro lugar, as empresas veem a moeda como um elemento
que interage com os seus fatores de produção e não apenas como um
ativo líquido em sua carteira, que pode ser transformado em outras
formas de ativo (e vice-versa).
• Em segundo, como proxy da riqueza total das empresas podem ser usados
alguns indicadores relacionados à produção, como valor adicionado
líquido, valor bruto de produção, volume de vendas etc., ainda que
nenhuma se revele um substituto perfeito para o conceito de riqueza total.
• Em terceiro, a divisão da riqueza entre a forma humana e não humana não
tem relevância especial para as empresas de negócio, já que elas
normalmente compram os serviços de ambas as formas no mercado. Isto
porque a capacidade produtiva dos seres humanos (riqueza humana) pode
ser “comprada” no mercado de trabalho pelos empresários enquanto um
fator de produção disponível no mercado.
• Em quarto, as taxas de retorno da moeda e de ativos alternativos são
altamente relevantes para elas, pois essas taxas determinam o custo da
retenção de saldos monetários.
• Por último, quanto à importância para as empresas de negócio da
variável u, um determinado subconjunto de variáveis, como
expectativas sobre a estabilidade econômica e a variação do nível de
preços, é normalmente comum, tanto para as empresas quanto para
as famílias.
• Em resumo, a função demanda por moeda das empresas é bastante
próxima da função das unidades familiares, sendo que as diferenças
fundamentais relacionam-se ao conceito de riqueza total e à
importância (ou não) da divisão da riqueza total em riqueza humana e
não humana, e as taxas de retorno de ativos que são importantes para
cada uma delas.

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