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1
MOÇAMBIQUE
COM SLIDES SELECIONADOS PARA AS
RESPOSTAS
INFORMAÇÕES SOBRE A AVALIAÇÃO
ATENÇÃO:
1) A avaliação poderá ser respondida individualmente, em duplas ou em
trios. As equipes podem ser formadas por alunos de turmas diferentes.
2) O ALUNO (ou equipe) DEVE ESCOLHER UMA QUESTÃO DE CADA
BLOCO DE PERGUNTAS (UMA entre as questões 01, UMA entre as
questões 02 e UMA entre as questões 03), perfazendo, assim, 3 (três)
questões no total.
3) Peço que não utilizem CAIXAS DE TEXTOS E NOTAS DE RODAPÉ, pois
isso dificulta incluir todos os textos em um único arquivo. NÃO É
NECESSÁRIO FAZER CAPA (ela ser eliminadas com a padronização que
faço).
4) Após responder a avaliação, envie-a em formato WORD (não envie em
PDF), ANEXO (não copie diretamente na página do e-mail) para
profstelio@yahoo.com.br NÃO ENVIE PARA OUTRO E-MAIL ALÉM
DESSE.
5) Prazo final para envio: 18 de junho, domingo (até meia-noite).
6) Para evitar que eu confunda o aluno com outro que tem o mesmo
prenome, não abreviem os nomes dos componentes da equipe (utilizem o
nome que é informado no diário da turma).
7) Na parte final deste documento, são listados vários problemas que
costumo detectar na escrita dos meus alunos. Eles serão considerados para
efeito de definição das notas (por isso, peço que os analisem com atenção).
BLOCO 01 – QUESTÃO 01-A
1ª Questão A. Com base nos PowerPoint sobre o negritudismo literário (parte final
dos slides Introdução à Literatura Africana), aponte (comentando-os) os elementos
desse movimento presentes no poema abaixo, do angolano Augustino Neto (1922-
1979). Resposta digitada com mínimo de 15 linhas.
Eu vos acompanho
pelas emaranhadas áfricas
do nosso Rumo toda a estrofe fala sobre a ligação afetiva entre eu-lírico e
os negros
Eu vos sinto
negros de todo o mundo
eu vivo a vossa história
meus irmãos. toda a estrofe fala sobre a ligação afetiva entre eu-lírico e os
negros, principalmente: a) pelo uso do pronome possesivo no plural e b) pelo
fato de o eu-lírico chamar os negros de irmãos.
BLOCO 01 – QUESTÃO 01-B
1ª Questão B. Discorra, ilustrando com exemplos na literatura
africana de língua portuguesa, sobre os quatro momentos que,
segundo Manuel Ferreira (Texto 3 – DEPENDÊNCIA E
INDIVIDUALIDADE NAS LITERATURAS AFRICANAS DE LÍNGUA
PORTUGUESA), marcaram a relação dos escritores da África
lusófona com a cultura do colonizador, indo desde um “estado quase
absoluto de alienação” até a eliminação total da “dependência dos
escritores africanos”, com a consequente reconstituição “da sua
plena individualidade”. Resposta digitada com mínimo de 15
linhas.
SLIDES PARA A RESPOSTA
OS QUATRO MOMENTOS DESTACADOS POR
MANUEL FERREIRA NO REFERIDO TEXTO SÃO:
• Para ilustrar cada um desses momentos com referências a
exemplos na literatura africana de língua portuguesa,
pode-se indicar:
A) Momento primeiro (completa alienação):
• O poema “A uma virgem”, de Campos de Oliveira:
reprodução dos modelos românticos herdados de Portugal
• O livro Espontaneidades da minha alma (1849), do
angolano José da Silva Maia Ferreira (1827-1881), que traz
poemas em louvor dos colonizadores
B) Momento segundo (literatura regionalista):
Exemplo: a literatura “tarzanística”, dos safáris, em
que o escritor menciona a exuberância da fauna e
da flora. Nessa literatura, o negro africano é só mais
um elemento exótico, com sua cultura sendo
apontada com algo estranho. Não há nesse tipo de
obra a denúncia social, o questionamento das ações
do colonizador.
Entre esses textos, poder-se-ia apontar o romance
Uanga (Feitiço), de Óscar Ribas, que traz ao leitor
elementos da cutura angolana (principalmente no
terreno das superstições) ver outros exemplos
na próxima página
• Em Cabo-Verde, o movimento claridoso
(principalmente em sua primeira fase) tem
esse caráter de trazer a “cor local”: a
língua, lendas, etc.
• A despeito de uma escrita laboriosa e
quase laboratorial, o escritor Fausto Duarte
descreveu a Guiné com um olhar novo de
grande desvelo pela paisagem, com rigor
no registro das tradições, destacando os
contrastes de uma Guiné onde a
aculturação se transformou num problema
maior da civilização. É uma pequena joia
literária e merecia ser reeditada tanto em
Portugal como na Guiné-Bissau.
C) Momento terceiro (a literatura de ruptura):
É o que se viu a partir do fim da Segunda Guerra
Mundial, com a geração de autores que esteve
ligada às Casas de Estudantes do Império. Os nove
poemas que compõem o livro Poesia Negra de
Expressão Portuguesa, (1953) são representações
dessa ruptura com a poesia colonial.
D) Momento quarto (literatura pós independência
com a afirmação da individualidade dos autores):
Exemplo e a literatura que surgiu após 1975, mais
claramente a partir da década de 80 do século
passado. Inclui-se nesse novo tipo de literatura
obras como a do poeta moçambicano Eduardo
White (1963-2014), em que é tratada sobre as
singularidades de seu país, único banhado pelo
Índico entre as cinco ex-colônias de Portugal na
África.
BLOCO 01 – QUESTÃO 01-C
1ª Questão C. Ainda antes dos países se tornarem independentes, a
questão da permanência (ou não) da língua portuguesa como língua
oficial nas colônias de Portugal na África foi colocada em discussão.
Discorra sobre isso, enfatizando o papel dos escritores no processo
de reinvenção da língua imposta pelo colonizador português. (Sugiro
tanto recorrer ao PowerPoint sobre o tema na Introdução à Literatura
Africana como ao tópico 3 do texto 2 – Língua portuguesa, línguas
nativas, o crioulo). Resposta digitada com mínimo de 15 linhas.
SLIDES PARA A RESPOSTA
A QUESTÃO DA LÍNGUA PORTUGUESA
• Ainda antes dos países se tornarem independentes, alguns
líderes pretendiam que seus povos deixassem de falar o
português;
• Estes, entretanto, foram convencidos a continuarem
falando a língua portuguesa, pois este traria muitas
vantagens, entre elas:
a) A visibilidade: o português é falado por cerca de 250
milhões de pessoas;
b) A língua de uma cultura tecnológica avançada;
c) A língua comum às várias tribos;
• A solução, então, foi ficar com a língua portuguesa, mas
reinventá-la. Para isso, os escritores tiveram um papel
muito importante.
Um exemplo: O TRATAMENTO DA LINGUAGEM EM LUANDINO
VIEIRA (português que viveu muitos anos em Angola)
• Para “reinventar” a língua e) Ampliação de locuções
portuguesa, introduzindo nesta a adverbiais (“com devagar”, “com
oralidade luandense, Luandino faz depressa”, “como assim”, etc.);
com que o idioma luso se ajuste às f) Uso do verbo “ter” em lugar de
estruturas sintáticas do quibundo “ser”;
(como se esta fosse a forma, e o g) Uso da preposição “em” como
português fosse o recheio); pronome de complemento indireto
• Desse modo, a linguagem literária (“Deu razão em vavó”);
de Luandino apresenta, entre h) Passagem do discurso indireto
outros processos... para o direto sem qualquer indicação
a) Aglutinação ou fusão de termos; para o leitor;
b) Adjetivação do substantivo ou i) Supressão, troca ou acréscimo de
particípio passado; preposições, perturbando a sintaxe.
c) Inversão de palavras na frase, Exemplo:
criando uma sintaxe estranha; “O João lhe bateram na mãe dele”
d) Elipse de artigo, preposição, tem o sentido de “O João apanhou da
conjunção “que” e do verbo haver; mãe”.
BLOCO 02 – QUESTÃO 02-A
2ª Questão A. A POESIA DE MOÇAMBIQUE: RUI DE NORONHA: A
poesia de Rui de Noronha (1905-1943) recebe nítidas influências do
Romantismo português, principalmente da terceira fase desse
movimento estético, na qual os escritores já incorporam a crítica
social, ainda que ingênua e ainda fortemente marcada pelo
subjetivismo. Discorra sobre essa questão, ilustrando seus
argumentos com referências a trechos de poemas do autor.
Resposta digitada com mínimo de 15 linhas.
SLIDES PARA A RESPOSTA
MARCAS DA POESIA DE RUI DE NORONHA
• Como comprova sua obra Sonetos (1946), recolha póstuma de seus
poema, foi tributário da poesia da terceira geração romântica
portuguesa, coincidente esta com o impulso renovador do Realismo
que se aproximava;
• Observa-se isso, por exemplo, na crítica social ingênua no poema
“Surge et ambula”, no qual sugere que o marasmo da África se origina
no mero desinteresse do continente em relação ao progresso, sem
mencionar que a Europa e os Estados Unidos querem que o continente
negro fique exatamente sem o progresso para ser melhor explorada;
• Já em “Carregadores”, o que caracteriza o poema como texto
influenciado pelo Romantismo é o fato de que, embora denuncie a
condição terrível da vida dos carregadores, o eu-lírico se prende mais á
própria dor vendo a dor dos carregadores (Ou seja, o registro da
realidade passa primeiro pelo “eu”, pela subjetividade da voz poética,
ao contrario da objetividade do Realismo).
POEMAS DE RUI DE NORONHA
SURGE ET AMBULA
Dormes! e o mundo marcha, ó pátria do mistério.
Dormes! e o mundo rola, o mundo vai seguindo...
O progresso caminha ao alto de um hemisfério
E tu dormes no outro o sono teu infindo...
Vocabulário:
• Magaíça: Trabalhador que regressa das minas da África do Sul, não raro
“esquecido” de seus traços culturais.
• Compound: barracão onde são instalados os trabalhadores na África do Sul.
• Rand: Local onde ficam as minas.
DEIXA PASSAR O MEU POVO Negritudismo
Nervosamente,
Noite morna de Moçambique
e sons longínquos de marimbas chegam até mim sento-me à mesa e
– certos e constantes – escrevo...
vindos nem eu sei donde.
(Dentro de mim,
Em minha casa de madeira e zinco,
abro o rádio e deixo-me embalar...
oh let my people go...)
Mas as vozes da América remexem-me a alma e deixa passar o meu povo.
os nervos.
SUELI SARAIVA
In: Desventura e rotina: Luís Bernardo Honwana e o mito do
lusotropicalismo na África
ONDE SE VÊ NOS CONTOS O GERME DA RESISTÊNCIA (A POTÊNCIA AINDA
NÃO VIROU ATO; O COPO AINDA NÇÃO TRANSBORDOU
II – PROBLEMAS GRAMATICAIS
2.1) Utilize “onde” para lugar (casa onde moro; escola onde estudo). Nas demais
situações, utilize expressões como “em que”, “no qual”, etc. Exemplo: Na página 15,
na qual o autor trata da separação das personagens...
2.2) Do mesmo modo, procure utilizar “quando” em situações relacionadas com o
tempo (Toda manhã, quando acordo...; Na primavera, quando as flores se abrem...).
Ao se referir a trecho de obra, utilize expressões como “em que”, “no qual”. Exemplo:
No trecho final do romance, em que o autor faz um balanço dos incidentes da vida de
Gregor Samsa, observamos que...
2.3) Lembre-se: “falar” ou “dizer” são verbos ligados à expressão oral, e não à
escrita. Dessa forma, em sua resposta, utilize em lugar desses verbos termos como
“acentuar”, “enfatizar”, “defender”, etc.
2.44) Utilize inicial maiúscula para as denominações de escolas literárias: Barroco,
Arcadismo, Romantismo, etc. Faça o mesmo quando se referir a disciplinas
acadêmicas (Literatura, Geografia, Matemática, Psicanálise, etc.) ou correntes do
pensamento (Marxismo, Liberalismo, Feminismo, etc.).
III – PROBLEMAS DE NORMATIZAÇÃO TÉCNICA (ABNT)
3.1) Quando trouxer uma citação, traga a identificação do autor entre parênteses:
SOBRENOME em CAIXA ALTA, ano de publicação da obra citada e página da citação.
Exemplo: (LARANJEIRA, 1995, p. 17).
3.2) Em títulos de obras (Romances, Livros de Contos ou livro de poemas, etc.), use
itálico (ou negrito). Em contos ou poemas isolados, ponha o título entre aspas.
3.3) Quando a citação está destacada (em uma linha diferente do parágrafo do texto que
a antecede e com margem específica de 4 cm a partir da margem) não se usam mais
aspas.
3.4) Não se deve encerrar seção (capítulo ou tópico) de trabalho acadêmico com citação:
devem ser as palavras do autor do trabalho que devem fechar as seções.
3.5) As citações (mesmo a de trechos de poemas ou de contos/romances) devem estar a
4cm da margem esquerda, com tamanho 10 (enquanto o tamanho do texto é 12), com
espaçamento simples, com alinhamento justificado (nunca centralizado) e sem margem
de parágrafo. Se o poema tiver um a formatação especial (por exemplo, os poemas
concretistas), deve ser obedecida essa formatação (inclusive, procure manter a divisão
em versos, preferindo isso à utilização de barras inclinadas para a separação dos versos).
Lembro ainda que se a citação (com exceção de trechos de poemas) que apresentar
menos de 4 linhas deve ficar na mesma linha do texto, separada deste por aspas (ou seja,
não será destacada em linha e tamanhos diferentes do texto).
3.6) As Referências:
a) Não devem trazer o adjetivo Bibliográficas (pois podem ser listadas referências de
filmes, de pinturas, etc.);
b) Devem trazer as obras pela ORDEM ALFABÉTICA DO SOBRENOME DOS AUTORES;
c) Quando houver uma sequência de obras do mesmo autor, a ordem alfabética deve ser a partir
DO TÍTULO DAS OBRAS DO AUTOR, e o nome e sobrenome do autor deve ser substituído pelo
traço longo (_______) a partir da segunda obra informada;
d) a ordem dos dados da publicação e os destaques (negrito) deve ser a seguinte: 1)
SOBRENOME, Nome do autor. 2)Título: subtítulo [se houver. Fica sem negrito]. 3) Edição (se for a
primeira, não se informa nada; e não se usa o ordinal. Exemplo: 2. ed., 3. ed., etc.). 4) Trad.
(tradutor). 5) Cidade de publicação: 6) Nome fantasia da editora (por exemplo, em vez de Editora
Ática, se informa apenas Ática), 7) ano de publicação.
e) Exemplo 01: WARNER, Maria. Da fera à loira: sobre os contos de fadas e seus narradores. 2.
ed. Trad. Thelma Médici Nóbrega. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.
f) Se se tratar de um artigo (ou capítulo de livro) constituinte de um livro, a ordem é: 1)
SOBRENOME, Nome do autor do artigo. 2) Título e subtítulo do artigo [sem negrito). 3) In: 4)
SOBRENOME, Nome do organizador (Em caso de revista, pode não ser informado). 5) Nome do
livro ou revista em que está o artigo [em negrito], 6) volume e/ou número da revista, 7) página inicial
e final do artigo, 8) instituição a que pertence a publicação, 9) mês (opcional) e 10) ano de
publicação da revista.
g) Exemplo 02: NOGUEIRA, Antonio Gilberto Ramos. Literatura de cordel: folclore, coleção e
patrimônio imaterial. Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, n. 72, p. 262-275, USP, abr.
2019. (não se usa In: entre o título do artigo e o da revista)
IV – OUTROS PROBLEMAS
4.1) Aprofunde a análise, contemplando outras questões presentes no trecho citado.
4.2) Em vez de trazer a íntegra do poema, deveria ir apresentando-o aos poucos, comentando cada
trecho.
4.3) Quando o pesquisador apresenta uma citação, deve “explorá-la”, o que implica em fazer pelo
menos uma das seguintes ações: comentá-la, relativizá-la, contextualizá-la, rebatê-la, compará-la
com outra citação, etc.