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Gerência Educacional de Eletrônica

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OPERAÇÃO BÁSICA DE UM TRANSFORMADOR

Em sua forma mais básica um transformador


consiste de:

- Enrolamento primário.

- Enrolamento secundário.
- Núcleo.

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O enrolamento primário é
conectado a uma fonte de
tensão AC/ 60 hertz. O
campo magnético se
expande e se contrai no
primário. A expansão e
contração do campo
magnético senoidal ao Esta tensão causa um fluxo
redor do primário, corta o de corrente alternada que flui
secundário e induz uma pela carga. A tensão pode
tensão alternada ser aumentada ou
senoidal. diminuída dependendo dos
requisitos de projeto do
primário e do secundário.
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COMPONENTES DE UM TRANSFORMADOR

Os dois enrolamentos de fios (chamados bobinas) estão


enrolados sobre algum tipo de material (núcleo). Em
alguns casos os enrolamentos de fio são enrolados sobre
um núcleo de papelão de forma cilíndrica ou retangular.
Quando o material do núcleo é o ar, o transformador é
chamado de Transformador de Air-Core.

Transformadores usados em baixas freqüências, como


60 hertz a 400 hertz, requerem um núcleo de material
magnético de baixa-relutância, normalmente ferro. Este
tipo de transformador é chamado de Transformador de
Iron-Core.
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À grande maioria dos transformadores de potência são do


tipo de núcleo de ferro. As principais partes de um
transformador e suas funções são:
 O núcleo provê um caminho para as linhas
magnéticas de fluxo.
 O enrolamento do primário recebe a energia da fonte
AC.
 O enrolamento do secundário recebe energia do
enrolamento do primário que entrega à carga.

 O gabinete (tampas), protege os componentes de


sujeira, umidade, e choque mecânico.

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CARACTERÍSTICAS DO NÚCLEO

A composição de um núcleo de um transformador


depende de alguns fatores como: tensão, corrente, e
freqüência.

Os custos de construção e limitações de tamanho


são também fatores a serem considerados.
Geralmente os núcleos são construídos de ar, ferro
macio, e aço. Cada um destes materiais é satisfatório
para algumas aplicações e inadequado para outras.

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Geralmente, transformadores de núcleo de ar são


usados quando a fonte de tensão tiver uma freqüência
alta (acima 20 kHz). Transformadores de núcleo de
ferro são normalmente usados quando a freqüência de
fonte for baixa (abaixo de 20 kHz).
Um transformador de núcleo de ferro macio é muito
útil onde o transformador deve ser fisicamente
pequeno, contudo eficiente.
O transformador de núcleo de ferro providencia
melhor transferência de potência do que um
transformador de núcleo de ar.

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Um transformador cujo núcleo é construído de folhas


laminadas de aço dissipa calor eficientemente;
providenciando, assim, uma eficiente transferência de
potência. A maioria dos transformadores que você
encontrará em equipamentos contém núcleo de aço
laminado.
Estas folhas laminadas são separadas por um material
de não condutor, como verniz, e então formando um
núcleo. Utiliza-se aproximadamente 50 laminas para fazer
um núcleo grosso de uma polegada (1´).

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O propósito das
laminações é reduzir
certas perdas. Um ponto
importante para se lembrar
é que o núcleo do
transformador mais
eficiente é aquele que
oferece o melhor
caminho para as linhas
de fluxo com menos
perda em energia
magnética e elétrica.
Construção de núcleo oco.

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TRANSFORMADOR DE NÚCLEO OCO

Há duas formas principais


de núcleos usados em
transformadores de aço
laminado. Um é o núcleo
oco (Hollow-Core), assim
nomeado porque o núcleo é
amoldado com um quadrado
oco no centro. Note que o
núcleo é composto de
muitas laminações de aço.
A Figure ilustra como o enrolamento do transformador
envolve ambos os lados do núcleo.
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TRANSFORMADORES COM NÚCLEO ENCOURAÇADO

O mais popular e eficiente


núcleo de transformador é o
Shell Core. Como mostrado,
cada camada do núcleo
consiste de uma lâmina tipo
“E” e uma lâmina tipo “I”. Estas
seções são amarradas
individualmente. As laminações
são separadas uma das outras
e então apertadas para formar
o núcleo.

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ENROLAMENTO DO TRANSFORMADOR
O transformador consiste de dois enrolamentos
chamados Bobinas que são enroladas ao redor de um
núcleo. O transformador opera quando uma fonte de
tensão AC é conectada a um das bobinas e um
dispositivo de carga é conectada o outra. A bobina que é
conectada à fonte é chamada de Enrolamento
Primário.
A bobina que é conectada à carga é chamada
Enrolamento Secundário. A Figura mostra uma visão
explodida de um transformador do tipo Shell Core. O
primário é enrolado em camadas sobre uma base de
papelão de forma retangular.
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No transformador mostrado na
Figura, o primário consiste de
muitas espiras de fio
relativamente fino. O fio é
coberto por verniz de forma
que cada espira do enrolamento
é separado das demais espiras.
Em um transformador
projetado para aplicações de
alta-tensão, são colocadas
folhas de material isolante,
como papel, entre as camadas do enrolamento para
proporcionar uma isolação adicional.

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Quando o enrolamento do
primário é completamente
terminado, este é envolto
em papel isolante ou
tecido. O enrolamento do
secundário é então
enrolado em cima do
enrolamento do primário.

Depois que o enrolamento do secundário estiver


completo, este também é coberto com papel isolante.
Posteriormente, são inseridas as lâminas de ferro tipo
“E” e “I” ao redor e dentro da bobina para formar o
núcleo.
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Os terminais dos enrolamentos normalmente são tiradas


por um buraco no núcleo do transformador. Algumas
vezes, os terminais podem ser disponibilizados através de
conexões enclausuradas internamente. A figura anterior
mostra quatro terminais, dois do primário e dois do
secundário. Estes terminais serão conectadas à fonte e a
carga, respectivamente.

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SÍMBOLOS ESQUEMÁTICOS PARA TRANSFORMADOR

A Figura mostra os
símbolos esquemáticos
típicos para
transformadores. O
símbolo para um
transformador de Air-
Core é mostrado em
Figura (A).
As partes (B) e (C) mostram um transformador de Iron-
Core. As barras entre os núcleos são usadas para
indicar um núcleo de férreo.

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Freqüentemente,
conexões adicionais
entre o início e o fim
do enrolamento são
retiradas. Estas
conexões adicionais
são chamadas TAPS.

Quando um Tap é retirado do centro do enrolamento, é


chamado Center Tap. A Figure (C) mostra uma
representação esquemática de um transformador com
núcleo de ferro com tap central.

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TRABALHANDO COM TRANSFORMADOR SEM CARGA

O transformador é capaz de disponibilizar tensões mais


altas ou mais baixas que a tensão da fonte. Isto é
possível devido a indução mútua que acontece quando o
campo magnético variável, produzido pela tensão do
primário, corta o enrolamento do secundário.

A condição sem carga existe quando uma tensão é


aplicada o primário, mas nenhuma carga é conectada o
secundário. Como o interruptor está aberto, não há
nenhuma corrente fluindo no enrolamento do secundário.

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Transformador em vazio

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Com o interruptor
aberto e uma
tensão ac aplicada
o primário, há,
porém, uma
corrente muito
pequena chamada
de corrente de
excitação fluindo
no primário.
Essencialmente, o que a corrente de excitação faz é
"excitar" o enrolamento do primário e criar um campo
magnético.

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A quantidade de corrente de excitação é determinada


através de três fatores:

(1) a quantia de tensão aplicada (V1)

(2) a resistência (R) do fio do enrolamento do


primário e perdas no núcleo, e

(3) a XL que é dependente da freqüência da corrente


de excitação.
Estes dois últimos fatores são controlados através de
projeto do transformador.

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Esta pequena corrente de excitação têm duas


funções:
 A maioria da energia de excitação é usada para
manter o campo magnético do primário.

 Uma pequena quantia de energia é usada para


superar as perdas de resistência no fio e no núcleo
que são dissipadas na forma de calor (perda de
potência).
A corrente de excitação flui no enrolamento do primário
continuamente para manter este campo magnético, mas
nenhuma transferência de energia acontecerá porque o
circuito secundário está aberto.
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PRODUZINDO UMA FCEM

Quando um fluxo de corrente alternada atravessa o


enrolamento do primário, um campo magnético é
estabelecido ao redor do enrolamento.

Como as linhas de fluxo se expandem externamente,


um movimento relativo está presente, e um força
contra-eletromotriz é induzida no enrolamento. Esta
FCEM é a mesma que acontece no indutor. O Fluxo sai
no pólo norte do primário e entra no pólo sul do primário.

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A FCEM induzida dentro do primário tem uma


polaridade que se opõe a tensão aplicada, deste modo
opondo-se ao fluxo de corrente no primário. Esta
FCEM limita a corrente de excitação em um valor muito
baixo.

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INDUZINDO UMA TENSÃO NO SECUNDÁRIO

Durante o tempo que a corrente está aumentando no


primário, as linhas de força magnéticas se expandem
externamente no primário e cortam o secundário.
Como você se lembra, uma tensão é induzida em um
enrolamento quando as linhas magnéticas cortam este.
Então, a tensão através do primário causa uma tensão
a ser induzida através do secundário.

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RELAÇÃO DE FASE PRIMÁRIA E SECUNDÁRIA

A tensão secundária de um transformador simples pode


estar em fase ou fora de fase com a tensão primária.
Isto depende da direção na qual os enrolamentos são
enrolados e o arranjo das conexões para o circuito
externo (carga). Simplesmente, isto significa que as duas
tensões podem subir e podem cair juntas ou uma
pode subir enquanto a outra está caindo.
Transformadores nos quais a tensão secundária está
em fase com o primário são chamados de
transformadores Like-Wound, enquanto aqueles nos
quais as tensões estão 180 graus defasadas são
chamados transformadores Unlike-Wound.
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São usados pontos indicativos sobre o símbolo


esquemático do transformador que tem alguma
polaridade instantânea (pontos que estão em fase).

O uso do ponto indicador de fase é ilustrado na figura. Na


parte (A) da figura, ambos enrolamentos primários e
secundários são enrolados do topo para baixo em uma
direção à direita. Quando construído desta maneira, a
parte superior do primário e a parte superior do
secundário tem a mesma polaridade. Esta é indicada
pelos pontos sobre o símbolo doe transformador. A falta
de ponto de fase indica uma polaridade reversa.

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A parte (B) da figura ilustra


um transformador no qual o
primário e secundário são
enrolados em direções
opostas. O primário é
enrolado para à direita na
direção do topo para baixo,
enquanto o secundário é
enrolado para à direção da
esquerda.

Note que no topo do primário e do secundário tem


polaridades opostas. Isto é indicado pelos pontos
colocado em oposição do símbolo de transformador.
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Assim, a polaridade da
tensão nos terminais do
secundário de um
transformador depende
da direção na qual o
secundário é enrolado
com respeito ao
primário.

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COEFICIENTE DE ACOPLAMENTO

O Coeficiente de Acoplamento (k) de um


transformador é dependente da porção total das linhas
de fluxo que corta os enrolamentos primários e
secundários. Idealmente, todas as linhas de fluxo
geradas pelo primário deveriam cortar o secundário, e
todas as linhas do fluxo gerados pelo secundário
deveriam cortar o primário.

O Coeficiente de Acoplamento deveria então ser um


(unitário), e a energia máxima seria transferida do
primário para o secundário.

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Transformadores de potência práticos usam núcleos


de ferro silício de alta permeabilidade e espaçamento
mínimo entre os enrolamentos para prover um alto
coeficiente de acoplamento.
As linhas do fluxo geradas por um enrolamento que não
interagem com o outro enrolamento são chamadas
Leakage Flux. Desde que o fluxo gerado pelo primário
escapa e não corta o secundário, este não pode induzir
uma tensão no secundário.

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A tensão induzida no secundário é então menos do que


seria se o fluxo disperso não existisse. Como o efeito
do fluxo disperso é abaixar a tensão induzida no
secundário, o efeito pode ser duplicado assumindo um
indutor conectado em série com o primário. Esta
Leakage Inductance série é responsável pela derruba
de parte da tensão aplicada, deixando menos tensão
no primário.

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RELAÇÃO DE TENSÃO E ESPIRAS

A tensão total induzida no enrolamento secundário de


um transformador é determinada principalmente pela
RELAÇÃO DO NÚMERO DE ESPIRAS DO PRIMÁRIO E
O NÚMERO DE ESPIRAS DO SECUNDÁRIO, e pela
quantia de tensão aplicada no primário.
A Figura (A) mostra um transformador cujo primário
consiste de 10 espiras de fio e cujo secundário de uma
única espira. Você sabe que como as linhas de fluxo
geradas pelo primário se expandem e diminuem, elas
cortam as dez espiras do primário e a única espira do
secundário.

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Como o comprimento do fio


no secundário é
aproximadamente igual ao
comprimento do fio em cada
espira do primário, a FEM
INDUZIDA NO SECUNDÁRIO
SERÁ igual a FEM INDUZIDA
EM CADA ESPIRA NO
PRIMÁRIO. Isto significa que
se a tensão aplicada no
enrolamento primário é de 10
volts, a fcem no primário é
quase 10 volts.

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Assim, cada espira no primário terá uma fcem induzida


de aproximadamente 1/10 da tensão total aplicada, ou
um volt.
Desde que as mesmas linhas de fluxo cortam as espiras
do secundário e primário, cada espira terá uma fem
induzida de um volt. O transformador na Figura (A) tem
somente uma espira no secundário, assim a fem no
secundário é um volt.
O transformador representado na Figura (B) tem dez
espiras no primário e duas espiras no secundário.
Desde que o fluxo induz uma tensão de 1 volt por
espira, a tensão total no secundário é de dois volts.
Note que a tensão por espira é a mesma para os
enrolamentos primário e secundário.
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Como a fcem no primário é igual (ou quase) a tensão


aplicada, uma proporção pode ser fixada para
expressar o valor da tensão induzida em termos de
tensão aplicada no primário e o número de espiras em
cada enrolamento. Esta proporção também mostra a
relação entre o número de espiras e a tensão em cada
enrolamento. Esta proporção é expressada pela equação:

onde: VP N P
NP = número de espiras do primário 
VS NS
VP = tensão aplicada no primário

VS = tensão induzida no secundário

N = número de espiras do secundário


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Observe que a equação mostra a razão entre a tensão


primária e a tensão secundária é igual à razão do
número de espiras primárias para as espiras
secundárias. A equação pode ser escrita como:

V P .N S  V S .N P
As seguintes fórmulas são derivadas da equação acima:
V P .N S
 Transpondo para VS: VS 
NP
V S .N P
 Transpondo para VP: VP 
NS
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Um transformador em que a tensão no secundário é


menor do que a tensão no primário é chamado de
transformador Step-Down. A relação de quatro-para-um
num transformador abaixador pode ser escrita como 4:1.
Um transformador que tem menos espiras no primário do
que no secundário produzirá uma maior tensão no
secundário do que a tensão aplicada no primário. Um
transformador no qual a tensão no secundário é maior que a
voltagem aplicada no primário é chamado de
transformador Step-Up. A relação de transformação de um-
para-quatro, num transformador elevador, pode ser escrita
como 1:4. Note que nas duas relações o valor do
enrolamento primário sempre é declarado primeiro.
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EFEITO DE UMA CARGA

Quando um dispositivo de carga é conectado no


enrolamento secundário de um transformador, a corrente
flui pelo secundário e pela carga. O campo magnético
produzido pela corrente no secundário interage com
o campo magnético produzido pela corrente no
primário. Esta interação resulta numa indutância
mútua entre os enrolamentos primários e
secundários.

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Transformador com carga

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FLUXO MÚTUO

O Fluxo Total no núcleo do transformador é comum


aos enrolamentos primário e secundário. É também o
meio pelo qual é transferida a energia do enrolamento
primário para o enrolamento secundário.
Considerando que este fluxo interage com ambos os
enrolamentos, este é chamado FLUXO MÚTUO
(MUTUAL FLUX). A indutância que produz este fluxo é
também comum aos enrolamentos, e é chamada
INDUTÂNCIA MÚTUA.

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A Figure mostra o
fluxo produzido pelas
correntes nos
enrolamentos
primários e
secundários de um
transformador
quando a fonte de
corrente está fluindo
no enrolamento
primário.

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Quando uma resistência de carga é conectada ao


enrolamento secundário, a tensão induzida no
enrolamento secundário causa um fluxo de corrente
neste. Esta corrente produz um fluxo de campo sobre o
secundário (mostrado como linhas tracejadas) que está
em oposição ao fluxo de campo do primário (lei de
Lenz).

Assim, o fluxo sobre o secundário cancela algum fluxo


sobre o primário. Com menos fluxo circundando no
primário, a fcem é reduzida e mais corrente é drenada
da fonte. A corrente adicional no primário gera mais
linhas de fluxo, restabelecendo parcialmente o número
original de linhas de fluxo totais.
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RELAÇÃO DE CORRENTES E ESPIRAS


O número de linhas de fluxo desenvolvido em um núcleo
é proporcional à força magnetizando (em AMPÈRE-
ESPIRA) dos enrolamentos primário e secundário.
O ampère-espira (I.N) é uma medida de força
magnetomotiva; esta é definida como a força
magnetomotiva desenvolvida por um ampère de corrente
fluindo em um núcleo de uma espira.
O fluxo que existe no núcleo dos enrolamentos primário
e secundário de um transformador, desde que os ampère-
espiras são os mesmos para ambos os enrolamentos,
deve ser o mesmo.

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Então: I P .N P  I S .N S
onde:
IP.NP = ampère-espira no enrolamento primário

IS.NS = ampère-espira no enrolamento secundário

Relacionando-se e substituindo-se as expressões, chaga-


se a:
VP I S

VS I P

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Por exemplo, se o secundário de um transformador


tem duas vezes mais espiras do que o primário, a
tensão induzida no secundário será duas vezes a
tensão do primário. Se o secundário tem a metade das
espiras do primário, a tensão no secundário será a
metade da tensão do primário. Porém, a relação de
espiras e a relação de corrente de um transformador têm
uma relação inversa.
Assim, em um transformador com uma relação de 1:2 terá
uma corrente de 1/2 do secundário com o primário.
Uma relação de transformação de 2:1 terá uma corrente
duas vezes no secundário em relação ao primário.

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