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06.07.

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TABACO

CESSAÇÃO TABÁGICA
Tabaco
RAZÕES DESTE PROGRAMA

• Um problema de saúde pública.


• Alta taxa de mortalidade.
• A primeira causa evitável de morte e de
doença em Portugal.
• As devastadoras consequências sanitárias,
sociais, económicas e ambientais do
consumo de tabaco.
• Necessidade de proteger os fumadores
passivos.
• Decreto-Lei nº 14/2006 – Artigo 2º, # 3,
alínea b – Permite estabelecer a proibição
de fumar.
• Lei nº 37/2007 de 14 de Agosto
ORIGEM DO TABACO

• Tabaco é originário da ilha de Tobago.


• Inicialmente, usado pelos índios americanos.
• 1498 - Descoberta da ilha de Tobago por Cristóvão Colombo.
• 1559 - O missionário espanhol Frei Romano Pane, conjuntamente com Colombo, traz
sementes de nicotiana para Espanha e Portugal;
• 1559-1561 – João Nicot, embaixador de Francisco II de França despoletou o reconhecimento
de algumas propriedades do tabaco com a sua introdução em França.
ORIGEM DO TABACO

• 1585 – Introdução do hábito de fumar


por Francisco Drake em Inglaterra
• Início séc. XVII – consumo crescente
de tabaco em Portugal com imposto
cobrado pelo rei.
EPIDEMIA DO TABAGISMO

1.100 milhões de fumadores em todo o mundo

(cerca de 1/3 da população mundial com mais de 15


anos)

Países desenvolvidos 300 milhões

Países em vias de desenvolvimento 800 milhões

4 milhões de mortes /ano 10 milhões de mortes/ano

1990 2030
TABAGISMO - CURVA EPIDÉMICA

Intervalo entre o início do hábito de fumar


e o aparecimento de doença é longo: 20 a 40 anos
COMPOSIÇÃO DO TABACO
AS SUBSTÂNCIAS TÓXICAS DE
UM CIGARRO

Um cigarro contém cerca de 4.000 substâncias com efeitos tóxicos e irritantes, 70 das
quais mencionadas como cancerígenos.
• Nicotina, responsável pela redução da irrigação sanguínea nos tecidos e no sistema nervoso
central;
• Substâncias radioactivas (como Polónio 210 e Carbono 14);
• Metais pesados (como o chumbo e o cádmio) que se concentram no fígado, rins e pulmões;
• Monóxido de carbono que assume o lugar do oxigénio conduzindo à intoxicação do
organismo;
• Alcatrão (altamente cancerígeno).
NICOTINA
EPIDEMIOLOGIA DO CONSUMO
DE TABACO

• Segundo o relatório do Programa Nacional para a Prevenção e Controlo do Tabagismo, em


2016 morreram em Portugal mais de 11.800 pessoas por doenças atribuíveis ao tabaco.
• Dos 11.843 óbitos causados pelo tabaco ocorridos em 2016 (10,6 % do total de mortes no
país):
• 9.263 eram homens (16,4 % do total dos que morreram) e
• 2.581 eram mulheres (4,7 %).
• Nos homens, a maior percentagem de óbitos atribuíveis ao tabaco registou-se no grupo
etário dos 50 aos 59 anos (cerca de 30 % dos óbitos), enquanto nas mulheres o grupo etário
com maior mortalidade foi o dos 45 aos 49 anos (14,5 % do total de óbitos).
MENSAGENS AOS FUMADORES
LEI Nº 37/2007 DE 14 DE AGOSTO

• Áreas ao ar livre ou em locais devidamente


sinalizados;
• É permitido fumar em alguns locais fechados desde
que obedeçam os seguintes requisitos:

• Estejam devidamente sinalizadas com afixação de


dísticos em locais visíveis;
• Sejam separadas fisicamente das restantes
instalações , ou disponham de dispositivo de
ventilação, ou qualquer outro, desde que autónomo,
que evite que o fumo se espalhe às áreas contíguas;
• Seja garantida a ventilação direta para o exterior
através de sistema de extração de ar que proteja
dos efeitos do fumo os trabalhadores e clientes não
fumadores.
MALEFÍCIOS DO TABACO

• Cardiovasculares: • Infecções:
• Responsável por mais de 10% de todas • Risco aumentado para tuberculose,
as mortes por acidentes cardiovasculares pneumonia, doença dos legionários,
(EAM, morte súbita cardíaca ou AVC) doença meningocócica, gripe.
• Malignidade: • Diabetes:
• Neoplasia do pulmão, da boca, estômago • O numero de cigarros fumados/dia está
• Doença pulmonar: associado a um risco aumentado de
desenvolver diabetes mellitus tipo 2 a
• Tabaco é o maior factor de risco para
longo prazo.
desenvolver a Doença Pulmonar
obstrutiva crónica (DPOC). Associado • Doença óssea:
outras doenças: Asma, Bronquiolites • Fumar acelera a perda óssea e um factor
de risco para a fractura da anca nas
mulheres
MALEFÍCIOS DO TABACO
O QUE GANHA SE PARAR DE
FUMAR

• Após 20 minutos
• A pressão arterial e o ritmo da pulsação voltam ao
normal.
• Após 8 horas
• Os níveis de nicotina e monóxido de carbono no
sangue diminuem em 50% e o oxigénio sobe para
valores normais.
• Após 48 horas
• A tensão arterial é estabilizada e o paladar melhora.
• Após 72 horas
• Os brônquios descontraem-se, a respiração solta-se e
a pele torna-se mais luminosa.
• Após 2-12 semanas
• A circulação melhora significativamente e caminhar
torna-se menos cansativo
O QUE GANHA SE PARAR DE
FUMAR

• Após 6-9 meses


• Sente um aumento gradual do bem-estar
geral, acompanhado de mais vitalidade.
• Após 5 anos
• O risco de cancro da boca e do esófago
reduz-se para metade.
• Após 10 anos
• Corre 50 % menos risco de ter um cancro
do pulmão do que um fumador.
• Após 15 anos
• O risco de doença cardiovascular é
semelhante ao de uma pessoa não
fumadora, do seu sexo e idade.
COMO DEIXAR DE FUMAR?

• Deixar de fumar é um desafio.


• A dificuldade depende de vários
factores:
• O nº cigarros que fuma por dia.
• O nº pessoas que fumam e que
convivem consigo (pais, amigos e
colegas de trabalho).
• As razões que o levam a fumar (controle
de peso, situações sociais, a pressão
dos colegas).
TESTE DE FAGERSTRÖM
TABAGISMO - ALGORITMO DE
ABORDAGEM

Fumador
activo Não

Não
Fumador Já foi
quer parar? Fumador?
Sim Não Sim Não

Tratamento Promover Prevenir Encorajar


adequado motivação recaída abstinência
PROGRAMA DE CESSAÇÃO
TABÁGICA
PROGRAMA DE CESSAÇÃO
TABÁGICA
AJUDAR O FUMADOR COM UM
PLANO DE CESSAÇÃO

• Marcar um dia para a cessação total (±


dentro de 2 semanas).
• Anunciar aos familiares e amigos a
intenção pedindo compreensão e ajuda.
• Afastar todos os objectos ligados ao
tabaco (cinzeiros, isqueiros...).
• Limitar o consumo de excitantes (café,
chá, álcool…).
AJUDAR O FUMADOR COM UM
PLANO DE CESSAÇÃO

• Contornar habituação gestual e oral.


• Afastamento de fumadores.
• Em casais tentar cessação conjunta.
• Prescrição de terapêutica.
• Fornecimento de material informativo.
RECAÍDA

• Embora a recaída faça parte do processo de cessação tabágica, há diversas estratégias que podem
ajudar o fumador a não recair. Entre elas, apresentam-se as seguintes:
• Identificar as situações de alto risco e os estímulos desencadeantes da vontade imperiosa de fumar.
• Aprender a evitar as situações de alto risco e os estímulos desencadeantes.
• Treinar previamente abordagens práticas para lidar comas situações de alto risco (respirar fundo, beber água,
andar, telefonar a um amigo).
• Reduzir ou eliminar outros comportamentos habitualmente associados ao consumo de tabaco, café, álcool e
doces.
• Evitar a proximidade de pessoas que estejam a fumar.
• Preparar um plano estratégico para fazer face a uma eventual situação de lapso, para que este não se
transforme numa recaída. No caso de ter havido recaídas anteriores, devem analisar-se as respectivas
causas, de modo a retirar ensinamentos para uma próxima tentativa
• Adoptar um estilo de vida mais activo e saudável.
TRATAMENTO FARMACOLÓGICO
DO TABAGISMO

• Os fumadores que queiram deixar de fumar, em particular os que têm consumos médios
acima de dez cigarros por dia, devem ser encorajados a usar terapêutica farmacológica, uma
vez que o sucesso da abstinência tabágica aumenta de forma significativa relativamente aos
fumadores que param de fumar sem apoio.
• Os fármacos actualmente recomendados na cessação tabágica podem classificar-se como
de primeira e segunda linha, consoante apresentem maior ou menor eficácia e mais ou
menos efeitos secundários.
TRATAMENTO FARMACOLÓGICO
DO TABAGISMO

• De primeira linha consideram-se a


Terapêutica de Substituição de Nicotina
(TSN), nas suas diferentes formulações
farmacêuticas, e a bupropiona (Zyban).
• São considerados fármacos de segunda
linha:
• A nortriptilina e a clonidina.
• A vareniclina (Champix), veio alargar o leque
de opções farmacológicas disponíveis.
TERAPÊUTICA DE
SUBSTITUIÇÃO DE NICOTINA

• Gomas de nicotina de mascar


• Pastilhas de nicotina de chupar
• Sistemas transdérmicos de nicotina
SEGURANÇA E CONTRA-
INDICAÇÕES DA TERAPÊUTICA
DE SUBSTITUIÇÃO DE NICOTINA

• Enfarte agudo do miocárdio recente


(primeiras duas semanas);
• Angina instável;
• Arritmias cardíacas graves;
• Acidente vascular cerebral em evolução;
• Insuficiência arterial periférica;
• Hipertensão;
• Feocromocitoma;
• Úlcera gastroduodenal (só nas pastilhas ou
gomas);
• Gravidez e amamentação;
• Idade inferior a 18 anos.
TERAPÊUTICA DE
SUBSTITUIÇÃO DA NICOTINA
TERAPÊUTICA NÃO NICOTÍNICA

• Trata-se de um agonista parcial específico do receptor


α4β2 nicotínico, que reduz a urgência em fumar, os
sintomas de abstinência e a sensação de satisfação
associada ao fumo de cigarro.
• Os efeitos secundários mais comuns são as náuseas,
as cefaleias, a insónia e os pesadelos, que vão
desaparecendo com a continuação da medicação.
• A terapêutica deve ser iniciada sete a catorze dias antes
do dia estabelecido para a cessação tabágica.
• O tratamento tem uma duração de doze semanas.
Segundo os estudos disponíveis, as taxas de
abstinência com a vareniclina (Champix) são superiores
às conseguidas com os substitutos de nicotina e a
bupropiona (Zyban).

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