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A abordagem clássica: a

Administração Científica
e a Teoria Clássica; e o
paradigma taylorista-
fordista e suas
implicações para gestão

 Universidade Federal do Cariri-


UFCA

Prof. Dr. Marcus Vinicius de


Oliveira Brasil
Tópicos da Apresentação
– Administração Científica
(Taylor- ênfase nas
tarefas).

– Paradigma taylorista-
fordista e suas implicações
para a gestão.

– Teoria Clássica (Fayol-


ênfase na estrutura).
Estudos de Taylor
Administração Científica

 Livro:

Princípios de Administração Científica


(em 1911).

 Contexto:

Vadiagem sistemática dos operários,


desconhecimento das rotinas de
trabalho por parte dos gerentes e do
tempo necessário para sua realização,
falta de uniformidade das técnicas e
métodos de trabalho dos empregados
(CHIAVENATO, 2003).
Estudos de Taylor
Administração Científica
 Objetivo da Administração
Científica:

Incrementar a produtividade do
trabalhador por meio de uma análise
científica sistemática do trabalho do
empregado, atingindo “uma maneira
melhor” de realizar tal trabalho,
assegurando a prosperidade para o
empregador, conjugada com a máxima
prosperidade para os trabalhadores
(CHIAVENATO, 2003).
Administração Científica

 Antes de Taylor:

– Sistema de Iniciativa e Incentivo.


– Baixa produtividade.
– Baixos salários.

 Importância de Taylor:

– Pioneirismo: análise sistemática de


organizações.
– Ciência, em lugar de empirismo.
– Harmonia de interesses entre patrão e
empregado?
o Alta produtividade.
o Altos salários (CHIAVENATO, 2003).
O primeiro período de
Taylor-
Shop Management
(1903).
1. O objetivo da Administração é pagar
salários melhores e reduzir custos de
produção.

2. Para tal objetivo, a Administração deve


aplicar métodos científicos de pesquisa
formular princípios e estabelecer
processos padronizados que permitam
o controle das operações fabris.

3. Os empregados devem ser


cientificamente selecionados e
colocados em seus cargos
com condições de trabalho adequadas
(CHIAVENATO, 2003).
O primeiro período de
Taylor-
Shop Management
(1903)
4. Os empregados devem ser
cientificamente treinados para
aperfeiçoar suas
aptidões e executar uma tarefa para
que a produção normal seja cumprida.

5. A Administração precisa criar uma


atmosfera de cooperação com os
trabalhadores para garantir a
permanência desse ambiente
psicológico (CHIAVENATO, 2003).
O primeiro período de
Taylor-
Shop Management
(1903)
– Administração- métodos científicos:
 salários +
 custo unitário.

– Princípios e processos padronizados:


• Adequação dos materiais e
condições de trabalho dos
empregados, que devem ser
cientificamente distribuídos por
seus postos de trabalho de acordo
com as suas funções.
• Adestramento do trabalhador.
• Boas relações entre administrador
e trabalhadores (CHIAVENATO,
2003).
Segundo Período de Taylor
(1911): contexto
– Subutilização do trabalho:
• crença dos trabalhadores de que um
maior rendimento homem/máquina
resulta em desemprego.
• sistema de produção por peças, em
que o trabalho mais produtivo
diminui o salário.
• empirismo amador dos métodos de
produção.

– Desconhecimento da gerência do
potencial de ganho por tempos e
movimentos.

– Falta de uniformidade dos métodos de


trabalho.

– Adminitração Científica:
75% de análise, 25% de bom senso.

 Visão de Homem: irresponsável, vadio e


negligente (CHIAVENATO, 2003).
Elementos da
Organização Racional do
Trabalho (ORT):
 Análise do trabalho e estudo dos
tempos e movimentos.

Estudo da fadiga humana.

Divisão do trabalho e especialização


do operário.

Desenho de cargos e de tarefas.

Incentivos salariais e prêmios de


produção.

Conceito do homo economicus.

Condições ambientais de trabalho,


como iluminação, conforto etc
(CHIAVENATO, 2003).
Fluxo da ORT

Figura 1- Fluxo da Organização Racional do Trabalho

Fonte: Chiavenato (2003)


Elementos da ORT:
 Estudo da Fadiga.

– Fadiga causa:
•  produtividade,  qualidade.
•  rotatividade, doenças e acidentes.
•  capacidade de esforço.

 Divisão+Especialização do Trabalho.

 Desenho de Cargos e Tarefas.

– Simplificação de cargos acarreta:


• baixos custos de treinamento.
• redução de erros.
• facilidade de supervisão
(CHIAVENATO, 2003).
Elementos da ORT:
 Padronização de Máquinas e
Equipamentos.

 Condições de Trabalho.

 Homo Economicus

– O homem não gosta de trabalhar; o


faz exclusivamente por necessidades
financeiras.

 Incentivos Salariais e Prêmios.


– Estabelecida a eficiência padrão
(100%), seriam dados maiores
salários aos trabalhadores mais
produtivos (> 100%),

 Supervisão Funcional (CHIAVENATO,


2003).
Administração Científica

Figura 2- Supervisão Funcional

Fonte: Chiavenato (2003, p. 63)


Administração Científica
 Os Quatro Princípios da Administração
Científica de Taylor:

– Princípio do Planejamento:
separar quem pensa e quem faz.

– Princípio do Preparo: selecionar os


melhores e treiná-los de acordo com o
melhor método de execução.

– Princípio do Controle: aderência ao


planejamento de tarefas através de
rigorosa supervisão.

– Princípio da Execução: não cabe


somente aos operários a boa execução
das tarefas- os diretores são
corresponsáveis (CHIAVENATO, 2003).
Administração Científica
 Princípio da exceção:

–Alta Administração=>concentração nas


tarefas estratégicas.

–Pessoal operacional => concentração


nas tarefas padronizadas e de rotina.

–Os administradores devem concentrar-


se apenas nos desvios dos processos
(CHIAVENATO, 2003).
Críticas ao Taylorismo

– Mecanicismo, que desestimula a


iniciativa pessoal do operário,
tornando-o “parte da máquina”, não
considerando os seus aspectos
psicossociais;

– Visão atomizada do Homem,


minimizando as aptidões dos
operários;

– Superespecialização da produção
do operário, tornando-o apêndice
da máquina;

– Empiricismo. Ausência de
comprovação científica
(CHIAVENATO, 2003);
Críticas ao Taylorismo
(continuação...)

– Limitação do campo de aplicação;

– Abordagem parcial da organização;

– Abordagem prescritiva e normativa;

– Empresa como sistema fechado;

– Esgotamento físico frequente do


operário devido a ânsia em realizar
mais do que o previsto, para
aumentar o pagamento; e

- Não se pode negar o pioneirismo na


Administração (CHIAVENATO,
2003).
Seguidores de Taylor
Administração Científica
 Henry Gantt (1880-1901):

Sistema de pagamento por incentivo


“tarefa-bônus”.

 Carl Barth (discípulo mais ortodoxo


de Taylor), (1860-1939):

Complexos problemas matemáticos dos


experimentos de corte de metais.

 Morris Cooke (1872-1960):

Aplicação da Administração Científica no


governo e na educação. Em 1911,
aplicação da teoria de Taylor na
prefeitura da Filadélfia (CHIAVENATO,
2003).
Seguidores de Taylor
Administração Científica
 Harrington Emerson (1853-1931):
- Primeiros trabalhos de seleção e
treinamento antecipando a APO
(CHIAVENATO, 2003).
 Frank e Lilian Gilbreth (1916-1917):

– Estudos dos tempos e movimentos


dos operários e o estudo da fadiga
humana (e=p/r, onde e=eficiência;
p=produtos resultantes e r=recursos
utilizados).
– Propôs princípios relativos à
economia de movimentos:
• Relativos ao uso do corpo
humano.
• Relativos ao arranjo do local de
trabalho.
• Relativos ao desempenho dos
equipamentos e ferramentas
(CHIAVENATO, 2003).
Os movimentos elementares
(Therbligs) de Gilbreth:
1-Procurar,
2-Escolher,
3-Pegar,
4-Transportar vazio,
5-Transportar cheio,
6-Posicionar (colocar em posição),
7-Preposicionar (preparar para
posicionar),
8-Unir (ligar),
9-Separar,
10-Utilizar,
11-Soltar a carga,
12-Inspecionar,
13-Segurar,
14-Esperar quando inevitável,
15-Esperar quando evitável,
16-Repousar,
17-Planejar (CHIAVENATO, 2003).
Fordismo

Henry Ford (1863-1947):

A política de Henry Ford se alicerçou na


produção em massa, em série e em
cadeia contínua; no pagamento de altos
salários e na fixação de preços mínimos
para os bens produzidos.

Em 1913, a linha de montagem


produzia 800 carros/dia (CHIAVENATO,
2003).

Salário mínimo de cinco doláres por dia


e jornada diária de 8 horas, quando na
época, a jornada variava entre dez e
doze horas (MAXIMIANO, 2007).
Fordismo

Uma das principais características do


Fordismo foi o aperfeiçoamento da linha
de montagem.

Não era necessária quase nenhuma


qualificação dos trabalhadores, a linha
ia andando.

Outra característica é a de que o


trabalho é entregue ao operário, em vez
desse ir buscá-lo, fazendo assim a
analogia à eliminação do movimento
inútil (CHIAVENATO, 2003;
MAXIMIANO, 2007).
Paradigma Taylorista-
Fordista
Ford utilizou à risca os princípios de
padronização e simplificação de
Frederick Taylor e desenvolveu outras
técnicas avançadas para a época. Suas
fábricas eram totalmente verticalizadas
(CHIAVENATO 2003).

Princípios de Ford:

• Produtividade (máxima produção


num período);

• Intensificação (giro de capital com


mínima imobilização do mesmo);

• Economicidade (mínimo uso de


matéria-prima), (CHIAVENATO,
2003).
Paradigma Taylorista-
Fordista
Implicações para gestão:

-Permite o controle de todos os


fornecimentos e análises dos elementos
constituintes.

-Na produção em massa o trabalho é


entregue ao operário evitando o
desperdício de tempo.

- O processo de produção em série é


planejado, ordenado, contínuo e
monitorado.

- Produção em grandes quantidades,


reduzindo custos, propiciando maior
consumo em massa, caso haja
consumidores potenciais para o
produto (CHIAVENATO, 2003;
MAXIMIANO, 2007).
Fordismo

O método de produção fordista exigia


vultosos investimentos e grandes
instalações, mas permitiu que Ford
produzisse mais de 2 milhões de carros
por ano, durante a década de 1920.

O Fordismo teve seu ápice no período


posterior à Segunda Guerra Mundial.

Ficou famosa a frase de Ford, que dizia


que poderiam ser produzidos
automóveis de qualquer cor, desde que
fossem pretos (CHIAVENATO, 2003;
MAXIMIANO, 2007).
Declínio do Fordismo
A General Motors flexibiliza sua
produção e seu modelo de gestão.
Lança diversos modelos de veículos,
várias cores e adota um sistema de
gestão profissionalizado, baseado em
colegiados.

Na década de 1970, após a entrada de


competidores japoneses no mercado
automobilístico, o Fordismo e a
produção em massa entram em crise e
começam gradativamente a serem
substituídos pela produção enxuta,
modelo de produção baseado no
Sistema Toyota de Produção.

Em 2007, a Toyota torna-se a maior


montadora de veículos do mundo
(CHIAVENATO, 2003; MAXIMIANO,
2007).
Teoria Clássica da
Administração

 Na segunda década do século XX,


surge uma doutrina administrativa
que passou a ser conhecida como
Teoria Clássica de Administração.

 Surgiu na França e, rapidamente,


propagou-se pela Europa.

 Seu maior expoente foi o engenheiro


de minas Henri Fayol (CHIAVENATO,
2003).
Teoria Clássica da
Administração
 Ampliação do campo de estudo da
administração:

– ênfase na estrutura.
– visão no todo organizacional.
– atenção para a complexidade do
trabalho do gestor (CHIAVENATO,
2003).

 Dados Interessantes sobre Fayol:

• construiu sua carreira como


executivo.
• ganhou reputação de administrador
eficiente (CHIAVENATO, 2003;
MAXIMIANO, 2007).
Teoria Clássica da
Administração
 O ponto de partida de Fayol, a
classificação das atividades da
empresa:

– Funções técnicas,

– Funções comerciais,

– Funções de segurança,

– Funções contábeis,

– Funções financeiras, e

– Funções administrativas
(CHIAVENATO, 2003).
Teoria Clássica da
Administração

 A Função Administrativa alcança todas


as funções e refere-se:

– ao esforço de integração das outras


funções.
– à coordenar e sincronizar as demais
funções da empresa, pairando
sempre acima delas (CHIAVENATO,
2003).
Teoria Clássica da
Administração
Figura 3- As seis funções básicas da empresa para Fayol

Prever
Organizar
Funções Comandar
Administrativas Coordenar
Controlar

Funções Funções Funções Funções de Funções


Técnicas Comerciais Financeiras Segurança Contábeis

Fonte: Chiavenato (2003, p.81)


Teoria Clássica da
Administração

 Prever:
-preparar-se para o futuro e traçar
planos de ação.

 Organizar:
- é munir a empresa de tudo o que é
necessário ao seu funcionamento,
dentro da perspectiva do duplo
organismo- material e social da
empresa (CHIAVENATO, 2003).
Teoria Clássica da
Administração
 Comandar:
– dirigir e orientar o pessoal.
– constituído o corpo social, é
preciso fazê-lo funcionar.
– a finalidade do comando é obter o
maior aproveitamento possível
dos agentes que trabalham sob
suas ordens.

 Coordenar:
– harmonizar esforços e ações para
a perfeita realização do todo.
– compensação da divisão do
trabalho.

 Controlar:
– verificar se os trabalhos
acontecem como previstos.
– comparação com os padrões
(CHIAVENATO, 2003).
Os 14 Princípios Gerais
da Administração
segundo Fayol:
1. Divisão do trabalho,

2. Autoridade e responsabilidade,

3. Disciplina,

4. Unidade de comando,

5. Unidade de direção,

6. Interesses gerais acima dos


interesses individuais.

7. Remuneração justa para o


pessoal, (CHIAVENATO, 2003).
Os 14 Princípios Gerais
da Administração
segundo Fayol:
8. Centralização,

9. Cadeia escalar,

10. Ordem,

11. Equidade,

12. Estabilidade do pessoal,

13. Iniciativa, e

14. Espírito de equipe (CHIAVENATO,


2003).
Organização para Fayol
 Organização como uma entidade
social. As empresas constituem um
exemplo de organização social.

 Organização como função


administrativa e parte do processo
administrativo (como previsão,
comando, coordenação e controle).
(CHIAVENATO, 2003).
Figura 4- Abordagem prescritiva e normativa da Teoria Clássica:

Divisão do
Trabalho

Especialização

Princípios
Gerais de Organização Máxima
Administração Formal Eficiência

Unidade de
Comando

Amplitude
de Controle

Fonte: Chiavenato (2003, p.89)


Apreciação Crítica da
Teoria Clássica
1. Abordagem simplificada da
organização formal.

2. Ausência de trabalhos
experimentais.

3 Extremo racionalismo na
concepção da Administração.

4. Teoria da máquina.

5. Abordagem incompleta da
organização.

6. Abordagem de sistema
fechado (CHIAVENATO, 2003).
Referências
CHIAVENATO, I. Introdução à Teoria
Geral da Administração. 6 ed.Rio de
Janeiro: Campus, 2000.
___. Introdução à Teoria Geral da
Administração. 7. ed. rev. e atual. 4.
reimpr. São Paulo: Elsevier, 2003.
FAYOL, H. Administração Industrial e
Geral. 10 ed. São Paulo: Atlas, 1990.
MAXIMIANO, A.C.A. Teoria Geral da
Administração: da revolução urbana à
revolução digital. 6 ed. 2. reimpr. São
Paulo: Atlas, 2007.
TAYLOR, F. Principles of Scientific
Managment, New York: Harper & Bros.,
1911.
__. Shop managment. New York:
Harper, 1903.

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