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Psicologia Experimental

do Comportamento
Profa. Dra. Juliana Cristina de Carvalho Giolo
“... ênfase em objetividade e a
eleição do método experimental
como o principal instrumento de
Behaviorismo investigação implicavam controle
Metodológico de variáveis e conduziu
inexoravelmente à formulação de
Métodos pragmáticos
hipóteses testáveis e verificáveis...”
(RANGÉ, 1995, p. 14).

“O Behaviorismo Metodológico não nega a existência


da mente, mas nega lhe status científico ao afirmar
que não podemos estuda-la pela sua inacessibilidade”
(MATOS, 1993, p. 5).
• Ivan Petrovich Pavlov (Riazã, 26 de setembro de 1849 -
Leningrado, 27 de fevereiro de 1936) foi um fisiologista russo
conhecido principalmente pelo seu trabalho no
condicionamento clássico.

• Foi premiado com o Nobel de Fisiologia ou Medicina de 1904,


por suas descobertas sobre os processos digestivos de animais.

• Ivan Pavlov veio a entrar para a história por sua pesquisa em


um campo que se apresentou a ele quase que por acaso: o
papel do condicionamento na psicologia do comportamento (
reflexo condicionado).
Pavlov - Experimento com cachorros -
condicionamento clássico
Estímulo neutro: comida
Estímulo condicionado: som
• O fisiologista percebeu que quando o cão via o pedaço de
carne, ele salivava, o que foi chamado de reflexo não
condicionado – ou seja, sem intervenção humana direta.

• Pavlov também começou a tocar a campainha (estímulo


neutro) quando mostrava o pedaço de carne ao cão.

• Rapidamente o animal passou a associar a carne com


a campainha, salivando também toda vez que ela era tocada,
mesmo sem ver a carne.
Vídeo

O Cão de Pavlov legendado


https://www.youtube.com/watch?v=C40cXKi4c3Y
John Broadus Watson (1878-1958)
psicólogo americano

• O comportamentalismo de Watson baseava no método de


investigação psicológica que procurava examinar do modo
mais objetivo o comportamento humano e dos animais, com
ênfase nos fatos objetivos (estímulos e reações), sem fazer
recurso à introspecção.

• Tem como objeto de estudo o comportamento, que é


caracterizado pela resposta dada a estímulos externos, e o
objetivo teórico é prever e controlar o comportamento.
“O que ele [o behaviorista] colocou no lugar [da
introspecção]? O Behaviorista pergunta: Por que não
fazemos do que podemos observar o real campo da
psicologia? Limitemo-nos às coisas que podemos observar e
formulemos leis que dizem respeito apenas às coisas
observadas. Agora, o que podemos observar? Podemos
observar comportamento – o que o organismo faz ou fala”.
(Watson, 1929, p. 19)

Watson, J. B. (1929). Behaviorism: The modern note in psychology. Em J. B. Watson, & W. McDougall, The battle of behaviorism:
An exposition and an exposure (pp. 7-40). New York: Norton.
Watson - Experimento com humanos
(Pequeno Albert)
Estímulo neutro: animal branco
Estímulo condicionado: som alto
Vídeo

O 'Pequeno Albert' de Watson legendado


https://www.youtube.com/watch?v=kIZBQgMCEyk
Psicologia Experimental / Behaviorismo /
Análise do Comportamento
• Burrhus Frederic Skinner, conhecido como B. F.
Skinner (Susquehanna, 20 de março de 1904 - Cambridge, 18
de agosto de 1990), foi um psicólogo behaviorista, inventor e
filósofo norte-americano. Foi professor na Universidade de
Harvard de 1958 até sua aposentadoria, em 1974.

• Primeira publicação de artigo em 1930 e primeiro livro em


1938.

• Objeto de estudo: comportamento (o que é observável).


• Skinner desenvolveu a Psicologia Experimental, a filosofia
dessa ciência que ele chamou de Behaviorismo Radical, e
fundou uma escola de pesquisa experimental em psicologia - a
Análise Experimental do Comportamento.

• A academia contemporânea considera Skinner um pioneiro do


behaviorismo moderno, junto com John B. Watson e Ivan
Pavlov. Uma pesquisa de junho de 2002 listou Skinner como o
psicólogo mais influente do século XX.
“O Behaviorismo Radical
rejeita o mentalismo por ser
Behaviorismo materialista, e acaba com o
Radical dualismo por acreditar que o
Objeto de estudo
comportamento é uma função
Comportamento Público e biológica do organismo vivo”
Privado
(MATOS, 1993, p. 6).

“O Behaviorismo Radical nega a existência da mente e


assemelhados, mas aceita estudar eventos internos”
(MATOS, 1993, p. 5).
Eventos internos = Comportamento
“O que é sentido ou introspectivamente observado não é nenhum
mundo imaterial da consciência, da mente ou da vida mental, mas o
próprio corpo do observador.” (SKINNER, 1974/2006, p. 19)

A “mente” é o que o corpo faz, é o que a


pessoa faz, em outras palavras, é
comportamento. E é isso que os
behavioristas vem dizendo ha mais de
meio século.
Behaviorismo 
Filosofia da ciência,
pressuposto básico.

“não é a ciência do  Análise Experimental do


comportamento Comportamento (é a ciência básica)
humano, é a filosofia  Análise Aplicada do
dessa ciência”
Comportamento (a ciência aplicada
(SKINNER, 1974)*.
e a tecnologia)

* SKINNER, B. F. (1974/2006) Sobre o behaviorismo. Tradução de Maria da


Penha Villalobos. 10º ed. São Paulo: Cultrix.
Behaviorismo
Radical

“O behaviorista radical restabelece um certo tipo de equilíbrio. Não insiste


na verdade por consenso e pode, por isso, considerar os acontecimentos
ocorridos no mundo privado dentro da pele. Não considera tais
acontecimentos inobserváveis e não os descarta como subjetivos.
Simplesmente questiona a natureza do objeto observado e a
fidedignidade das observações.”

(SKINNER, 2006/1974 , p. 19).


“ Psicologia, como o behaviorista a vê, é uma ciência
puramente objetiva, ramo experimental da ciência
natural a qual necessita da introspecção tão pouco
quanto as ciências da química e da física.


Watson, 1913

WATSON, J. B. Clássico (1913) traduzido: a psicologia como o behaviorista a vê. Temas


em psicologia. vol. 16 nº 2. Ribeirão Preto. 2008. Disponível on-line em:
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-389X2008000200011,
acessado em 30 de julho de 2020.
Behaviorismo metodológico (Watson) X
Behaviorismo Radical (Skinner)
Metodológico porque: Radical porque:

-O foco era estudar o - O foco era estudar o


comportamento, mas buscava comportamento (objeto de
explicações no sistema nervoso; estudo), mas buscava explicações
no ambiente
-Aceita a existência da mente
(Mentalista/Introspeccionista) - Nega a existência da mente (Não
mas nega estudar eventos Mentalista) mas aceita estudar
internos; eventos internos;

-Explicações de causa - efeito. - Amplia explicações de causa -


(S - R). Comportamento efeito para relações funcionais
respondente. entre eventos. (S - R - C).
Comportamento operante.
REFERÊNCIAS
CARVALHO NETO, M. B. de Análise do comportamento: behaviorismo radical, análise experimental do
comportamento e análise aplicada do comportamento. Interação em Psicologia. UFPR. Departamento de
Psicologia, v. 6, n.1, p.13-18, 2002.

HAYDU, V. B. Análise aplicada do comportamento: o que é, como fazer e o que tem sido pesquisado. In:
HAYDU, V.B.; SOUZA, S.R. de (orgs.) Psicologia comportamental aplicada: avaliação e intervenção nas
áreas da saúde, da clínica, da educação e do esporte. v. 2. Londrina: Eduel, 2012. p. 13-50.

MATOS, M. A. Behaviorismo Metodológico e Behaviorismo Radical. Palestra apresentada no II Encontro


Brasileiro de Psicoterapia e Medicina Comportamental, Campinas, out/93. Versão revisada encontra-se
publicada em: Bernard Rangé (org) Psicoterapia comportamental e cognitiva: pesquisa, prática, aplicações
e problemas. Campinas, Editorial Psy, 1995.

RANGÉ, B. Bases filosóficas, históricas e teóricas da psicoterapia comportamental e cognitiva. In: RANGÉ, B.
(org.). Psicoterapia comportamental e cognitiva: de transtorno psiquiátricos. Campinas: E. Psy, 1995. p. 13-
25.

SKINNER, B. F. Sobre o behaviorismo. Tradução de Maria da Penha Villalobos. 10º ed. São Paulo: Cultrix,
1974/2006).

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