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Gabriel Lacerda

Guilherme David

Nathan Agostinho

Rodrigo Silva

Vitor Goulart

Apresentação baseada na obra de Jacques Le Goff


SOBRE O AUTOR
SOBRE O AUTOR

• Le Goff nasceu em Toulon na França em 1924


• Estudou na Universidade Carolina de Praga de 1947-1948
• Se tornou líder
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• Foi membro importante da escola de Annales
• Recebeu o importante prémio Dr. A. H. Heineken de História
em 2004 pela Academia Real das Artes e Ciência dos Países
Baixos
TEMPO DA IGREJA E TEMPO DO MERCADOR
TEMPO DA IGREJA E TEMPO DO MERCADOR

• Tempo do Mercador e o tempo da igreja são antagônicos

"O conflito entre o tempo da igreja e o tempo dos mercadores afirma-se pois em
plena Idade Média, como um dos acontecimentos maiores da história menta
destes séculos, durante os quais se elabora a ideologia do mundo moderno, sob a
pressão da alteração das estruturas e das práticas econômicas."
(LE GOFF,1980.p.45)
TEMPO DA IGREJA E TEMPO DO MERCADOR

• Tempo da igreja era o mais dominante


• Tinha uma base teológica (começa com a bíblia)
• Futuro "já é definido" e há um anseio pelo apocalipse
• Influência do cristianismo primitivo
TEMPO DA IGREJA E TEMPO DO MERCADOR
Principais áreas de comércio era o espaço hanseático e o
mediterrânico, sendo o segundo o mais importante.
TEMPO DA IGREJA E TEMPO DO MERCADOR

• Mercador era sujeito as situações meteorológicas e cataclismos


naturais
• Surge a necessidade de um tempo medido com maior precisão
• Relógio mecânico se populariza no século XIV
• Antes eram utilizados relógios de sol e também os sinos das
igrejas que serviam como marco temporal
• Maior conflito com a Igreja surgia com a discussão sobre Juros ou
outras formas de tornar o tempo em propriedade
SOCIEDADE TRIPARTIDA
NOTA SOBRE A SOCIEDADE TRIPARTIDA, IDEOLOGIA MONÁRQUICA E
RENOVAÇÃO ECONÔNICA NA CRISTANDADE DO SÉC. IX AO SÉC. XIII

• Hipótese do autor: “a elaboração e a difusão do tema da


sociedade tripartida devem relacionar-se com os progressos da
ideologia monárquica e a formação das monarquias nacionais
na Cristandade pós-carolíngia”;
• Para sustentar essa afirmação, o autor vai se utilizar de três
exemplos: um da atual Inglaterra, um da atual França e um da
atual Polônia;
NOTA SOBRE A SOCIEDADE TRIPARTIDA, IDEOLOGIA MONÁRQUICA E
RENOVAÇÃO ECONÔNICA NA CRISTANDADE DO SÉC. IX AO SÉC. XIII

• Primeiro Exemplo: Tradução para o anglo-saxão do texto “De


Consolatione Philosophiae”, da mão do rei Alfredo, o Grande, no
ultimo quartel do século IX:
• O tradutor acrescenta ao texto a afirmação de que o rei
deve ter “homens para a oração, homens para a guerra e
homens para o labor";
• As três ordens são utensilhos e materiais necessários para
o exercício virtuoso do poder.
NOTA SOBRE A SOCIEDADE TRIPARTIDA, IDEOLOGIA MONÁRQUICA E
RENOVAÇÃO ECONÔNICA NA CRISTANDADE DO SÉC. IX AO SÉC. XIII

• Segundo exemplo: “Apologeticus adversus Arnulphum


Episcopum Aurelianensem ad Hugonem reges t’rancorum”, de
Abbon de Fleury, no final do IX – vinculado à formação da
monarquia capetíngia:
• Retrata a passagem de um esquema bipartido (clérigos e
laicos) para esquema tripartido (divisão dos laicos em
agriculae e agonistae.
NOTA SOBRE A SOCIEDADE TRIPARTIDA, IDEOLOGIA MONÁRQUICA E
RENOVAÇÃO ECONÔNICA NA CRISTANDADE DO SÉC. IX AO SÉC. XIII

• Terceiro exemplo: Cronica et Gesta Ducum Sive Principium


Polonorum, de um cronista anônimo, na segunda década do
século XII:
• Novamente, desmembra a ordem laica em duas ordens, os
“soldados belicosos” e os “camponeses laboriosos”;
• Texto extremamente propagandístico da monarquia.
NOTA SOBRE A SOCIEDADE TRIPARTIDA, IDEOLOGIA MONÁRQUICA E
RENOVAÇÃO ECONÔNICA NA CRISTANDADE DO SÉC. IX AO SÉC. XIII

• Explicação da vinculação do modelo tripartite à ideologia


monarquista
• Da perspectiva da ordem clerical: capacidade especializada em
conseguir, via oração, auxilio divino:
• Rei dos oratores: protetor e protegido do clero; reis
taumaturgos.
NOTA SOBRE A SOCIEDADE TRIPARTIDA, IDEOLOGIA MONÁRQUICA E
RENOVAÇÃO ECONÔNICA NA CRISTANDADE DO SÉC. IX AO SÉC. XIII

• Da perspectiva da ordem militar: emergência da nobreza com a


primazia da função militar:
• Rei dos bellatores: chefe militar que mantem as relações
ambivalentes com a ordem guerreira, ocupando
simultaneamente o papel de “cabeça da aristocracia” e de
alguém acima dela.
NOTA SOBRE A SOCIEDADE TRIPARTIDA, IDEOLOGIA MONÁRQUICA E
RENOVAÇÃO ECONÔNICA NA CRISTANDADE DO SÉC. IX AO SÉC. XIII

• Da perspectiva dos laboratores: dificuldade inicial de se


caracterizar a qual ordem social se refere;
• Sentido usado pelos autores: labor como o desenvolver de
técnicas: vinculada ao fruto do trabalho, e não ao trabalho em
si, e portanto à uma elite econômica dentro do campesinato;
• Rei dos laboratores: aquele que garante a ordem econômica.
NOTA SOBRE A SOCIEDADE TRIPARTIDA, IDEOLOGIA MONÁRQUICA E
RENOVAÇÃO ECONÔNICA NA CRISTANDADE DO SÉC. IX AO SÉC. XIII

• Dessa forma, o rei é o árbitro que garante a harmonia entre as


categorias sociais;
• Dualidade papa-imperador em cheque: os reis se tornam os
lugares-tenentes de Deus na terra.
PROFISSÕES LÍCITAS E ILÍCITAS
PROFISSÕES LÍCITAS E PROFFISÕES ILÍCITAS NO OCIDENTE MEDIEVAL

• Para Le Goff, a hierarquização social é reveladora para com as


estruturas e a mentalidade das sociedades postas como objeto de
estudo;
• O autor não pretende explicitar um esquema sociológico
pertencente a cristandade medieval, mas sim estudar a hierarquia
relacionada as profissões no Ocidente medieval.
• Ademais, o autor relaciona a visão das profissões consideradas vis
com o crescimento e fortalecimento do cristianismo no medievo;
• A religião cristã condena qualquer atividade que possa
ser relacionada aos pecados capitais ou mortais.
PROFISSÕES LÍCITAS E PROFFISÕES ILÍCITAS NO OCIDENTE MEDIEVAL

Citamos as que aparecem mais frequentemente: estalajadeiros,


carniceiros, saltimbancos, histriões, mágicos, alquimistas, médicos,
cirurgiões, soldados, rufiões, prostitutas, notários, mercadores – à
cabeça da lista. Mas também: pisoeiros, tecelões, correeiros,
tintureiros, pasteleiros, sapateiros, jardineiros, pintores, pescadores,
barbeiros, bailios, guardas, campestres, guardas aduaneiros,
cambistas, alfaiates, perfumistas, tripeiros, moleiros, etc., são postos
no índex (LE GOFF, 1980, p. 86-87).
PROFISSÕES LÍCITAS E PROFFISÕES ILÍCITAS NO OCIDENTE MEDIEVAL

• Saltimabancos, possuíam atribuição a luxúria, pois provocavam


danças obscenas e pecaminosas;
• Taberneiros, pois angariavam renda por meio da venda de bebidas
alcoólicas, dos jogos e da dança;
• Prostitutas, devido a promiscuidade contida na forma de trabalho;
• Mercadores e os homens da lei, eram considerados vis por serem
dotados de avareza ao buscar o acumulo de riqueza material;
• Cozinheiros, eram responsáveis pela provocação da gula,
desprezados bispo Adalberón de Laon bispo Adalberón de Laon;
PROFISSÕES LÍCITAS E PROFFISÕES ILÍCITAS NO OCIDENTE MEDIEVAL

• Soldados tinham seus serviços considerados pecaminosos, pois


praticavam o derramamento de sangue;
• Mateus 26
…51 Eis que um dos que estavam com Jesus, estendendo
a mão, puxou a espada e ferindo o servo do sumo
sacerdote, decepou-lhe uma das orelhas. 52 Mas Jesus
lhe ordenou: “Embainha a tua espada; pois todos os que
lançam mão da espada pela espada morrerão!
PROFISSÕES LÍCITAS E PROFFISÕES ILÍCITAS NO OCIDENTE MEDIEVAL

• Além disso, é possível inferir que a partir do medievo, temos o


início da consolidação da beligerância humana, onde aqueles que
não trabalham, são considerados vadios e vagabundos, onde
naquela época o pecado da preguiça era praticado por todos os
mendigos;
PROFISSÕES LÍCITAS E PROFFISÕES ILÍCITAS NO OCIDENTE MEDIEVAL

• Papa Alexandre III


• Proíbe em 1163, que os regulares deixem seus
conventos para lecionarem medicina e direito civil;
• Com o decreto, dá-se início ao processo de ensino
desvinculado ao Vaticano, podendo haver maior
participação do estado no âmbito educacional;
• Passam assim a admitir-se os professores, mestres das
novas escolas urbanos que se proliferarm no século XII;
• Vale ressaltar ainda, a dificuldade de consenso entre o
poder clerical universitário e o público, o que
estendeu-se até a Reforma Protestante de 1517;
• Por entrelinhas, percebe-se o princípio de uma classe
de professores patronados por Santa Teresa;
PROFISSÕES LÍCITAS E PROFFISÕES ILÍCITAS NO OCIDENTE MEDIEVAL

• Reforma Protestante
• O valor do trabalho se firma mais no mundo
protestante em comparação com o mundo católico;
• Tudo torna-se digno, exceto a prostituição;
• Max Weber, em A Reforma Protestante e o Espírito do
Capitalismo, narra esse processo de valorização;
A UNIVERSIDADE E OS PODERES PÚBLICOS
As dificuldades de estudar sobre essas universidades

•1° A diversidade entre as Universidades e suas contradições


internas
•2° Os poderes públicos serem divergentes e múltiplos
•3° A mudança na natureza da relação entre o Poder público e a
Universidade
•4° A complicada relação com a Igreja
•5° A dificuldade de definir a concretude dessas relações
1° A diversidade das próprias universidades e as suas contradições internas

•As organizações profissionais e financeiras nem sempre eram


iguais;
•As Universidades não ofereciam os mesmos aspectos científicos,
tanto em disciplinas ministradas quanto em organização
institucional;
•Estatuto jurídico mal definido e ambíguo;
•Internacionalização
2° Os poderes públicos serem divergentes e múltiplos

•A divergência vem quando as Universidades se defrontram com


uma autoridade pública, seja ela uma cidade, um poder senhorial,
um poder imperial;
•Relação Universidade e Imperador:
•Multiplicidade: hierarquia difícil de respeitar ou oposições
+- definidas de interesses e de políticas;
• Vassalagem Multipla
3° A mudança na natureza da relação entre as Universidades e o Poder
Público

•Diferença entre as origens das universidades


•Universidades nascidas espontaneamente e as criadas pelo
Poder Público
4° A complicada relação coma Igreja

•Posição ambígua da Igreja como poder temporal e espiritual;


•Poder eclesiástico surge como poder público;
5° A dificuldade de definir a concretude dessas relações

•Por conta da falta de documentação, o assunto é bem delicado


•Dessa forma, o assunto vai ser trabalhado por meio de uma analise
dos aspectos e funções que as Universidades foram construindo ao
longo do tempo;
•A relação entre as Universidades e os poderes públicos não se
definem apenas por antagonismos, que não se reduzem a uma série
de crises e lutas. Eles também se apoiam e se auxiliam uns nos
outros, com relações de serviços recíprocos e respeito mútuo
Os aspectos das Universidades

1° As Universidades como coporações


2° As Universidades como centro de formação profissional
3° As Universidades como grupo economico de consumidores
4° As Universidades como grupo sócio-demográfico
5° As Universidaes como corpo prestigiante
6° As Universidades como meio social
As Universidades como corporações

• Monopólio escolar
• Busca por autonomia jurídica
• Privilégios
• Independencia economica
• Conflito: Violação do foro universitário
As Universidades como centros de formação profissional

• Desenvolvimento das Universidades aliado ao crescimento de


ofícios publicos
• Procura por saídas profissionais
• Caráter livresco e técnico vs. Poder Público
• Pouca especialização;
• Carreira eclesiástica - Funcionalismo público
As Universidades como grupo economico de consumidores

• Os universitários eram um grupo que não produzia, mas um


mercado consumidor;
• Desequilíbrio economico em cidades universitárias;
• Problema do poder de compra do grupo universitário;
• Privilégios ecôonomicos;
• Conflitos com a burguesia;
• Cidades universitárias;7
As Universidades como grupo sócio-demográfico

• Grupo masculino, forte maioria jovem e celibatária;


• Grande parte vinha da nobreza e do campesinato;
• Pertencem ao mundo da violência
• Jogos de azar, relações com prostitutas, frequentar tabernas;
As Universidades como corpo prestigiante

• Prestígio público;
• Ligado a ciência;
• Aristocracia intelectual;
• Universidades como riquezas públicas;
• Uso do prestígio nos seus conflitos com o poder público;
As Universidades como meio social

• Intelligentzia medieval
• " Seria necessário poder avaliar a coesão, a homogeneidade desta
intelectualidade medieval e definir-lhe as características
fundamentais, para podermos saber o que ela traria às formações
políticas: competência, prestígio, contestação? O "estado"
universitário, que oferece à maior parte dos seus membros um
meio de ascensão social ameaçou ou fortificou a estabilidade das
sociedades medievais? Foi elemento de ordem, fermento de
progresso, um garante das tradições ou demolidor das estruturas?"
Linhas Gerais da evolução das relações entre as Universidades e os poderes
públicos no Renascimento (meados do século XV ao século XVI)

• Maior evolução dos poderes públicos do que das Universidades;


• Transformação do meio universitário em casta;
• Perca de liberdades das Universidades;
• Submissão jurídica e economica
• Fim de caráter internacional;
• Política externa;
• Reforma religiosa;
• Domesticação das Universidades;
Gabriel Lacerda

Guilherme David

Nathan Agostinho

Rodrigo Silva

Vitor Goulart

Apresentação baseada na obra de Jacques Le Goff

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