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Desnaturalizando o Racismo:

conceitos fundamentais

Maria Valéria Barbosa


Professora da Unesp de Marília

3/9/20XX Título da Apresentação 1


1 - Raça
2 – Racismo
3 – Preconceito
Objetivos da
Conversa 4 - Discriminação
3 - Racismo no Brasil
5 - Desafios

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‘Raça’ é um termo de múltiplos
conteúdos que vão, em continuo, da
ciência à ideologia, sempre que está em
jogo a diversidade da espécie Homo
sapiens. Produzidas por cientistas ou
imaginadas pelo senso comum, as
Raça taxonomias raciais têm alto grau de
arbítrio, pois implicam em seleção ou
escolha das características que servem de
base para a construção de esquemas
classificatórios. (SEYFERTH,1995:175).

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Raça Hoje
Com os progressos realizados na própria ciência
biológica (genética humana, biologia molecular,
bioquímica), os estudiosos desse campo de
conhecimento chegaram à conclusão de que raça
não é uma realidade biológica, mas sim apenas um
conceito, aliás, cientificamente inoperante, para
explicar a diversidade humana e para dividi-la em
raças estanques. Ou seja, biológica e
cientificamente, raças não existem (MUNANGA,
2000:21).
O racismo é uma doutrina que
atribui à raça a supremacia sobre a
cultura, desconsiderando a
perspectiva histórico-social das
relações entre os homens. Neste
sentido, embora tenha sido
Racismo contestada cientificamente esta visão
de mundo da existência de grupos
racialmente distintos e hierárquicos
continua muito presente no
pensamento das pessoas e
produzindo significados sociais.

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Podemos compreender que as raças são, na
realidade, construções sociais, políticas e
culturais produzidas nas relações sociais e
de poder ao longo do processo histórico.
Não significam, de forma alguma, um dado
Racismo da natureza. É no contexto da cultura que
nós aprendemos a enxergar as raças. Isso
significa que, aprendemos a ver negros e
brancos como diferentes na forma como
somos educados e socializados a ponto de
essas ditas diferenças serem introjetadas
em nossa forma de ser e ver o outro, na
nossa subjetividade, nas relações sociais
mais amplas. (GUIMARÃES, 1999)

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Racismo

Aprendemos, na cultura e na sociedade, a perceber as


diferenças, a comparar, a classificar. Se as coisas ficassem
só nesse plano, não teríamos tantos complicadores. O
problema é que, nesse mesmo contexto não deixamos de
cair na tentação de hierarquizar as classificações sociais,
raciais, de gênero, entre outras. Ou seja, também vamos
aprendendo a tratar as diferenças de forma desigual. E isso,
sim, é muito complicado! (GOMES, s/d, p. 49)
O racismo é, por um lado, um
comportamento, uma ação resultante da
aversão, por vezes, do ódio, em relação a
pessoas que possuem um pertencimento
racial observável por meio de sinais, tais
como: cor da pele, tipo de cabelo, etc. Ele é
Racismo por outro lado um conjunto de ideias e
imagens referente aos grupos humanos que
acreditam na existência de raças superiores e
inferiores. O racismo também resulta da
vontade de se impor uma verdade ou uma
crença particular como única e verdadeira.
(GOMES, s/d, 49)

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É o julgamento prévio que apresenta
como característica principal a
inflexibilidade pois tende a ser mantido
sem levar em conta os fatos que o
contestem. Trata-se do conceito ou
opinião formados antecipadamente, sem
Preconceito maior ponderação ou conhecimento dos
fatos. O preconceito inclui a relação entre
pessoas e grupos humanos. Ele inclui a
concepção que o indivíduo tem de si
mesmo e também do outro. (GOMES, s/d,
54)

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A palavra discriminar significa
“distinguir”, “diferençar”, “discernir”. A
discriminação racial pode ser
considerada como a prática do racismo e
a efetivação do preconceito. Enquanto o
Discriminação racismo e o preconceito encontram-se
no âmbito das doutrinas e dos
julgamentos, das concepções de mundo
e das crenças, a discriminação é a
adoção de práticas que os efetivam.
(GOMES, s/d, 55)

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O RACISMO SE REPRODUZ
HISTORICAMENTE E ESTÁ
IMBRICADO NAS RELAÇÕES DE
DOMINAÇÃO E DE PODER.
ESCRAVO E NEGRO –

Contexto histórico MERCADORIA.


LEI DE TERRA, ABOLIÇÃO DA

brasileiro
ESCRAVATURA E PROCLAMAÇÃO
DA REPÚBLICA.
REDEFINIÇÃO DA ESTRUTURA
DE DOMINAÇÃO E O NOVO
LUGAR OCUPADO PELOS NÃO-
BRANCOS (CIDADANIA).
Os diferentes teóricos com base nas teorias
racistas interpretam a realidade brasileira e o
destino dos considerados inferiores.
Construção do Essa inferioridade era considerada “natural”
da evolução entre os povos, portanto os não
pensamento brancos pertenciam há outra etapa do
de desenvolvimento genético, intelectual e moral
da humanidade.
inferioridade Brasil moderno, civilizado e branco –
branqueamento, migração e mestiçagem.

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Classificação etnicorracial no Brasil:
construção da identidade
• Inferior e não passível de civilização
(Nina Rodrigues, Oliveira Vianna).
• Inferior entendido como saída para o
processo civilizatório (Gilberto Freyre ).
Mestiçagem • Mito da democracia racial.
• Negação que a sociedade brasileira seja
racista, mas operacionaliza uma forma
sutil de discriminação (Sérgio Buarque
de Holanda).

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O mito da democracia racial, baseado na dupla
mestiçagem biológica e cultural entre as três
raças originárias, tem uma penetração muito
profunda na sociedade brasileira: exalta a
idéia de convivência harmoniosa entre os
indivíduos de todas as camadas sociais e
Mito da grupos étnicos, permitindo às elites
dominantes dissimular as desigualdades e
Democracia impedindo aos membros das comunidades
não-brancas de terem consciência dos sutis
Racial mecanismos de exclusão da qual são vítimas
na sociedade. Ou seja, encobre os conflitos
raciais, possibilitando a todos se
reconhecerem como brasileiros [...]
MUNANGA,1999, p.80).

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Afirmação do racismo a partir da sua negação;
Boa convivência entre as pessoas de diferentes
pertencimentos;
Não discussão do racismo – Silêncio;
Discriminação Indireta – cordialidade e
Características do neutralidade dos procedimentos, mas com
grande potencial discriminatório;
Racismo Brasileiro Pessoas negras são constantemente ofendidas
com palavras pejorativas com relação às suas
características físicas (macaco, cabelo ruim,
lábios feios, etc.).
Essas manifestações são compreendidas como
sendo natural das relações sociais brasileiras,
não sendo consideradas formas de expressão do
racismo.

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Naturalização das desigualdades na estrutura da
sociedade.
Construção da Branquitude.

Características do Invisibilização das contribuições dos Negros e


índios na história brasileira – epistemicídio.
Racismo Não discussão da interseccionalidade entre ração,
classe e gênero.
Violência, juventude e necropolítica.

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Compreender o papel social da escola e
dos espaços sociais.
Compreender os sujeitos
Organizar cursos de Capacitação.
Discussão do tema nas escolas.

Desafios Ampliar o olhar e a escuta para o


Cotidiano.
Planejar as atividades com cuidado e com
abordagens amplas.
Organizar o espaço escolar e sociais para
contemplar a diversidade.

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Referências
• GOMES, Nilma Lino. Alguns termos e conceitos presentes no debate sobre relações
raciais no brasil: uma breve discussão. s/d. Acesso IN:
https://www.geledes.org.br/alguns-termos-e-conceitos-presentes-no-debate-sobre-relacoes
-raciais-no-brasil-uma-breve-discussao/
(agosto/2021)

• GUIMARÃES, Antônio Sérgio. Racismo e anti-racismo no Brasil. São Paulo, Editora


34, 1999.

• Munanga, Kabengele. Rediscutindo a mestiçagem no Brasil. Identidade nacional versus


identidade negra. Petrópolis. Editora Vozes, 1999.

• ______. Uma abordagem conceitual das noções de raça. Racismo, identidade e etnia. In:
BRANDÃO, André Augusto P. (org.). Caderno PENESB nº 5. Programa de Educação
sobre o Negro na Sociedade Brasileira, Niterói: EdUFF, 2000.

• ______. (org.) O racismo no mundo contemporâneo. Cadernos PENESB. Relações


raciais – discussões contemporâneas. Niterói: Intertexto, nº 2 p. 105 a 121. 2000.

• SEYFERTH, Giralda. A invenção da raça e o poder discricionário dos estereótipos. In:

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