UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS

PRÓ-REITORIA DE ENSINO DE GRADUAÇÃO

Plano Nacional de Formação dos Professores da Educação Básica – PARFOR/UEA

As Formas da História Antiga

Norberto Luiz Guarinello

• O historiador é um dos produtores da narrativa histórica. Ele, enquanto um escritor da

ciência da História, precisa de alguns meios para produzir o seu saber. Segundo
Guarinello, o historiador é um produtor de sentido e “impõe ordem ao caos da
documentação, assumindo coerência e continuidade no que é, por si mesmo, incoerente
e descontínuo” (GUARINELLO, 2003, p. 45).

Define como o historiador

A História é uma Disciplina narra o passado por meio
Científica das “FORMAS” = Contexto
Histórico
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• A História produz conhecimento EFETIVO;

No caso da História Antiga – Temos que refletir sobre

a ARTIFICIALIDADE criada pela História Científica
para compreensão mais global das sociedades
humanas

• Guarinello – Nos apresenta a ideia de que a História Científica opera de fato com
“FORMAS” para dar sentido ao passado.

• Em sua pesquisa ele irá investigar o que são essas “FORMAS”

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• Vamos analisar o que são essas FORMAS;

• A História é pensada como um RESGATE – NARRATIVA – A ele, damos o nome de:
Historiador;
• O único acesso que possuímos do passado é pelo presente, por objetos, textos ou
recordações de indivíduos vivos – Em outras palavras – DOCUMENTOS;

Para o autor – muitas vezes os

documentos não são representativos do
que aconteceu de um modo UNIFORME e
REGULAR
Mas são eles que determinam nossa visão
do passado – A isso denominamos –
Ciência da História. As “FORMAS” é uma
parte decisiva dela .
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• A História dos Historiadores é antes de mais nada, uma produção específica das
sociedades modernas e seu principal pressuposto é ser uma ciência.
• Documentos são o fundamento de qualquer reconstrução do passado;

• Guarinello nos mostra uma linha continua sobre este fato>

• A) A História acontecida é fixada pela relação entre – Teorias (consistem de um conjunto

de declarações, logicamente organizadas) e Modelos (são representações de uma parte
específica da realidade).
• B) Neste caso – TEORIA e MODELO – são mediações (Influenciam como o historiador
vê o passado.
• C) TEORIAS e MODELOS – são modos de encarar o objeto pesquisado, de selecionar os
fatos pertinentes e pô-los em ação.
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• EXEMPLO – Um historiador POLÍTICO – selecionará do documento informações

específicas. Um historiador da ÁREA ECONÔMICA – selecionará fatos econômicos e os
colocará em certa ordem – atribuindo importância às relações de troca, ao mercado, e
assim por diante.

TEORIAS, MODELOS e DOCUMENTAÇÃO – são complementares e inseparáveis

AQUI O AUTOR INSERE MAIS UMA AÇÃO COMPLEMENTAR – “AS FORMAS” (CONTEXTO)
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• Passado e Tempo – É um fluxo contínuo de eventos infinitos;

• vestígios do passado, pelo contrário, são necessariamente descontínuos e desconexos e
aqui falamos das evidencias (documentos);

• DOCUMENTOS – CAOS – Necessitam de ordem , ou seja, estar inserido dentro de um

contexto.

• COMO FAZER? (Por meio da GENERALIZAÇÃO)

“Para narrar, descrever ou explicar realidades passadas, os historiadores têm que relacionar
vestígios que foram produzidos em tempos e lugares diferentes, por agentes sociais
diferentes, com propósitos diferentes. Para estabelecer essas relações, têm que pressupor
que fazem parte de uma mesma realidade, que estão dentro de uma mesma unidade de
sentido”. (Guarinello, p. 45)
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• A História Científica é, assim, um jogo interpretativo entre certos modelos e teorias

e certos documentos com base em generalizações ou contextos;

• Existem várias formas de GENERALIZAÇÃO • Um deles é o PERÍODO.

Quanto mais longo mais rico
Contexto Menor – Fácil o diálogo;
de ser controlado • Outra forma é definir uma
CULTURA, SOCIEDADE de
modo que os documentos
EXEMPLO: Agricultura Romana ou Agricultura Antiga? possam ser atribuídos a
mesma sociedade ou
cultura.
Contexto mais amplo – mais arbitrário . Neste
caso – esse é a FORMA (CONTEXTO)
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• É por meio das FORMAS que os historiadores reconstituem fatos e realidades e

aplicam suas teorias e modelos de História;
• É o recorte cronológico que define a amplitude da documentação;
• É impossível para um historiador entender o passado sem FORMAS;

• Mas qual a problemática?

• A generalização (FORMA mais AMPLA), apesar de produzir ao mesmo tempo :

MEMÓRIA e VISIBILIDADE, também provoca ESQUECIMENTO e INVISIBILIDADE;

• Guarinello (2003), acredita na necessidade de repensar as FORMAS para

proporcionar novos caminhos de pesquisa.
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E como isso está inserido na HISTÓRIA ANTIGA?

• Os mesmos processos de produção de memória e esquecimento e de estruturação

do passado por uma forma artificial e arbitrária aplicam-se à História Antiga;

REFLEXÃO – PORQUE CHAMAMOS DE HISTÓRIA ANTIGA?

Ela é a parte mais antiga da História?

Mas um período de qual História?
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• A ideia da existência de uma História antiga foi desenvolvida por pensadores do

Renascimento (DEMANT , 2000, p. 997). Pressupunha, tempo, uma ruptura e uma
recuperação, religiosa e cultural, entre dois mundos;

• De fato, a própria ideia de História Antiga representa uma visão europeia da História,
um certo modo de ver a História mundial de uma perspectiva europeia (MOMMSEN ,
1965, p. 153; BENTLEY, 2001);

• A História é ensinada como uma sucessão evolutiva que chega ao presente seguindo
certos períodos;
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• Nesse aspecto, como é ensinada a História Antiga no Brasil?

Três divisões – Vejamos algumas INCONGRUÊNCIAS:

a) Antigo Oriente Próximo (Egito e Mesopotâmia) e Grécia e Roma; (Livro didático)

b) Diversidade de critérios – Oriente próximo é uma partição geográfica e não um tipo
de sociedade; Grécia – não é a história de um país específico (existência de diversos
povos cm estilo e cultura diferentes); Roma – é a história de uma cidade ou de um
império; e as outras cidades?
c) Livros e Artigos falam da sociedade Romana, cultura Romana, economia Romana –
mas estamos falando sobre Roma, a cidade, ou sobre a Itália, ou o Império como um
todos?
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Pontos de Atenção – em relação a História Antiga

• Os historiadores da Antiguidade têm à sua disposição uma extensa gama de tipos

diferentes de fontes: papiros, moedas, vestígios arqueológicos, textos epigráficos;
• As fontes determinantes, que moldaram a constituição da própria concepção de uma
História Antiga, foram os livros produzidos ao longo de mais de um milênio,
principalmente em grego e latim; - TRADIÇÃO CLÁSSICA;
• No final século XVIII e durante o século XIX, os historiadores começaram a produzir
História a partir dessa tradição;
• De um modo bastante natural, os historiadores do século XIX ordenaram as
informações que encontraram nas fontes, criando formas ou contextos para lhes dar
significado;
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• Se tivermos em mente que a disciplina da História desenvolveu-se ao longo do século

XIX, em grande parte a serviço dos Estados-nacionais. Veremos que:

• A História da Grécia foi concebida como a História de uma nação politicamente

dividida, cuja unidade era antes cultural ou, até mesmo, racial (MOMIGLIANO , 1992,
p. 459);
• História de Roma derivou, em parte, das narrativas das próprias fontes antigas, mas
relidas como contando a História de um Estado-nacional expansionista;
• As duas outras noções que determinaram e ainda influenciam as formas da História
Antiga foram as de civilização e de progresso;
• Serviu aos propósitos de legitimar a hegemonia mundial europeia no século XIX e em
grande parte do XX;
• Guarinello acredita que a História Antiga deve libertar-se das formas que se tornaram
anacrônicas.
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OS AVANÇOS DA HISTÓRIA ANTIGA NO BRASIL

• Expansão de seu estudo ocorre após 1940 no Brasil;

• Durante a década de 1970 – Ditadura Militar – Será vista no setor universitário como
uma ferramenta de controle ideológico;
• Seu estudo estava voltado aos propósitos positivistas;
• Sua característica no Brasil – Antiguidade Maniqueísta – Algo curioso – e não como
convite de análise aos processos históricos;
• Após a abertura política – 1980 a produção historiográfica irá acompanhar os avanços
da historiografia.
• A partir dessas informações – faça uma pesquisa dos principais estudiosos ligados a
essa temática no Brasil
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A partir dessas informações – faça uma pesquisa dos

principais estudiosos ligados a essa temática no Brasil