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RETIRO/ASSEM BLEIA - 1 0 A 1 2 DE NOV EMBR O DE CRDE Leste 2 (MG)

2023 Comissão Regional dos


T E M A : C O R P O D I A C O N A L E D I A C O N I A FA M I L I A R Diáconos e Esposas do
L E M A : “ E U E M I N H A C A S A S E RV I R E M O S A O S S E N H O R ” ( J S
24,15) Regional Leste II da CNBB
CORPO DIACONAL E
DIACONIA FAMILIAR
“Eu e minha casa serviremos ao Senhor” (Js 24,15)

(I) O sentido do amor: transitoriedade e transcendência.


(II) A diaconia das famílias nas sagradas escrituras e nas primeiras gerações cristãs:
esposas, viúvas e “diaconisas” ou o “diaconato universal dos fiéis”.
(III) Famílias diaconais missionárias: diáconos, esposas e filhos nos documentos da
Igreja.
(IV) O ministério diaconal e as novas fronteiras de missão em tempos de pós-
modernidade: em família no serviço às mesas.

Diác. Luciano Rocha


Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro
Doutor em História (UERJ)
Pós-doutorado em Teologia (PUC-Rio)
O SENTIDO DO AMOR:
TRANSITORIEDADE E TRANSCENDÊNCIA
EM UMA PALAVRA, O QUE É O
AMOR?
https://www.menti.com/alrwicpcqco7
EROS: UM OLHAR SOBRE SI MESMO
OU O AMOR NO HORIZONTE DO
DESEJO

Platão, por meio de Sócrates


em seus diálogos, aborda o
conceito de amor definindo-o
de forma abrangente sob o
termo “Eros” (ἔρως).

Representação de Sócrates e Diotima. Sócrates com um Discípulo e Diotima, Franc Kavcic,


antes de 1810
EROS: UM OLHAR SOBRE SI MESMO
OU O AMOR NO HORIZONTE DO
DESEJO

AMOR EROS = Desejo


EROS: UM OLHAR SOBRE SI MESMO
OU O AMOR NO HORIZONTE DO
DESEJO

AMOR EROS = Desejo

Você ama o que você deseja


EROS: UM OLHAR SOBRE SI MESMO
OU O AMOR NO HORIZONTE DO
DESEJO

AMOR EROS = Desejo

Você ama o que você deseja


Você ama enquanto deseja
EROS: UM OLHAR SOBRE SI MESMO
OU O AMOR NO HORIZONTE DO
DESEJO

AMOR EROS = Desejo

Você ama o que você deseja


Você ama enquanto deseja
Você deseja o que não tem
EROS: UM OLHAR SOBRE SI MESMO
OU O AMOR NO HORIZONTE DO
DESEJO

AMOR EROS = Desejo

Você ama o que você deseja


Amor

Você ama enquanto deseja =


Desejo
Você deseja o que não tem
EROS: UM OLHAR SOBRE SI MESMO
OU O AMOR NO HORIZONTE DO
DESEJO

AMOR EROS = Desejo

Você ama o que você deseja


Amor

Você ama enquanto deseja =


Desejo
Você deseja o que não tem
E quando tem não deseja mais
AMOR NÃO PODE SER APENAS
DESEJO (EROS)
 A busca pela satisfação pessoal não é capaz de
realização e felicidade
O desejo realizado produz uma alegria temporária

amor-eros está por toda parte. O desejo está na lógica do “divino” na moder
 A alegria da realização como cultura
doself
Materialista e consumista
 Individualista e hedonista
PHILIA: UM OLHAR SOBRE NÓS
OU O AMOR NO HORIZONTE
COMUNITÁRIO

AMOR PHILIA = Alegria


PHILIA: UM OLHAR SOBRE NÓS
OU O AMOR NO HORIZONTE
COMUNITÁRIO

AMOR PHILIA = Alegria


É amor pelo que se tem
PHILIA: UM OLHAR SOBRE NÓS
OU O AMOR NO HORIZONTE
COMUNITÁRIO

AMOR PHILIA = Alegria


É amor pelo que se tem
É amor pela presença
PHILIA: UM OLHAR SOBRE NÓS
OU O AMOR NO HORIZONTE
COMUNITÁRIO

AMOR PHILIA = Alegria


É amor pelo que se tem
Amor
É amor pela presença =
Alegri
É alegria de estar com a
PHILIA: UM OLHAR SOBRE NÓS
OU O AMOR NO HORIZONTE
COMUNITÁRIO

AMOR PHILIA = Alegria


É amor pelo que se tem
Amor
É amor pela presença =
Alegri
É alegria de estar com a

Mas, o que é alegria?


AMOR NÃO PODE SER APENAS
ALEGRIA (PHILIA)
 O amor-Philia sustenta-se no modo como nos sentimos

A alegria é um estado e nem sempre nos sentimos felizes o tempo todo

Nosso modo de ser e de se relacionar oscila com os estímulos esternos


 Alegria é uma das emoções primárias do ser humano
 Sensação agradável e fugaz
 Estado de bem-estar ou prazer
O QUE NÃO É (SOMENTE) O
AMOR DE JESUS?
“Amarás o teu próximo como a ti mesmo”
(Marcos 12,31)
NÃO É EROS (ou não somente)
 Nós não se deseja qualquer um(a) ou qualquer coisa.
“Desposar-te-ei para sempre, O eros é a “força que não permite que o amante
desposar-te-ei conforme a justiça e o permaneça em si mesmo, mas estimula a unir-se
direito, com benevolência e ternura. ao amado. Qual eros mais insensato (...) do que O amante
Desposar-te-ei com fidelidade e aquele que levou o Filho de Deus a unir-se a está
conhecerás o Senhor” nós até o ponto de sofrer (...) nossos delitos?” no centro
(Os 2,21-22) (BENTO XVI. Mensagem da Quaresma, 2007)
da relação
NÃO É PHILIA (ou não somente)
 Não é todo mundo que nos alegra.
“O Senhor se torna íntimo dos que o temem, e lhes manifesta a
sua aliança” (Sl 24,14)
ÁGAPE: UM OLHAR SOBRE O OUTRO
OU O AMOR NO HORIZONTE DO REINO
DE DEUS

AMORÁGAPE = Amor servidor


É um olhar para o outro
Importante é o amado Amor
=
Diaco
É o ato do nia +
amante Kenos
is
apequenar-se
para engrandecer
ÁGAPE: UM OLHAR SOBRE O OUTRO
OU O AMOR NO HORIZONTE DO REINO
DE DEUS
A AUTOIMAGEM DE
JESUS
Como Jesus se pensava?
Como se via?
O que ele entendia de si mesmo?
Como compreendia sua missão? Seu
fazer como expressão do seu ser.
Quando Jesus falava de si mesmo, o
que ele dizia?
Como reagia ao tomar conhecimento
do que os outros pensavam a seu
A AUTOIMAGEM DE JESUS
Conhecer o que Jesus pensava de si mesmo é fundamental, pois, o propósito de Deus Pai é que
sejamos parecidos com Jesus.

“Pois qual é o maior: o que está


sentado à mesa ou o que serve?
Não é aquele que está sentado à
mesa? Todavia, eu estou no
meio de vós, como aquele que
serve.”
“τίς γὰρ μείζων, ὁ ἀνακείμενος ἢ Lc 22,27
ὁ διακονῶν;
οὐχὶ ὁ ἀνακείμενος; ἐγὼ δὲ ἐν μέσῳ ὑμῶν εἰμι ὡς
ὁ διακονῶν.”
Lc 22,27
JESUS SE ENTENDE SERVO
“(...) O filho do homem veio, não para
ser servido, mas para servir e dar a sua
vida em resgate de muitos” (Mt 20,28)
“ὥσπερ ὁ υἱὸς τοῦ ἀνθρώπου οὐκ ἦλθεν
διακονηθῆναι ἀλλὰ διακονῆσαι καὶ δοῦναι τὴν
ψυχὴν αὐτοῦ λύτρον ἀντὶ πολλῶν” (Mt 20,28)

Ele se compara àqueles que sua mãe


conversou em Caná diante do problema
da falta de vinho:
“Disse, então, sua mãe aos serventes:
‘Fazei o que ele vos disser’” (Jo 2,5)
“Λέγει ἡ μήτηρ αὐτοῦ τοῖς διακόνοις Ὅ τι ἂν λέγ
ῃ ὑμῖν ποιήσατε” (Jo 2,5)
JESUS SE COLOCA NA
POSIÇÃO DO SERVO
Quem servia às mesas?
 Mulheres, servos, escravos, crianças, pessoas não
cidadãs.
A mesa no horizonte do Reino de Deus
 A mesa expressa um dos aspectos mais fundamentais
para a vida humana: o sustento à vida.
 O gesto de comer supera a satisfação da fome de pão e
realiza-se na saciedade do encontro com o outro. Em
torno da mesa há pão, experiências familiares, vida e
comunhão.
 Teologicamente, comida é dom de Deus. Na aliança
que Deus estabeleceu com o povo no deserto, a atitude
de alimentar revela a tutela e o cuidado de Deus. Na
nova aliança, é em torno da mesa que Jesus partilha os
bens da Boa-Nova, chamando todos à comunhão e à
vivência de seu amor.
JESUS DESEJA QUE SEUS
SEGUIDORES SEJAM COMO ELE
“Todo aquele que quiser tornar-se
grande entre vós, se faça vosso servo.
E o que quiser tornar-se entre vós o
primeiro, se faça vosso escravo. Assim
como o filho do homem veio, não para
ser servido, mas para servir e dar a sua
vida emἔσται
“οὐχ οὕτως resgate
ἐν ὑμῖνde muitos”
ἀλλ’ ὃς ἐὰν θέλῃ(Mt 20,26)
ἐν ὑμῖν μέγας γ
ενέσθαι ἔσται ὑμῶν διάκονος
καὶ ὃς ἂν θέλῃ ἐν ὑμῖν εἶναι πρῶτος ἔσται ὑμῶν δοῦλος.
ὥσπερ ὁ υἱὸς τοῦ ἀνθρώπου οὐκ ἦλθεν διακονηθῆναι
ἀλλὰ διακονῆσαι καὶ δοῦναι τὴν ψυχὴν αὐτοῦ λύτρον ἀντὶ
πολλῶν”
(Mt 20,26-27)
ÁGAPE: AMOR SERVIDOR
Ele, estando na forma de Deus, não usou de seu direito de ser
tratado como um deus, mas despojou-se, tomando a forma de
escravo. Tornando-se semelhante aos homens e reconhecido em
seu aspecto como um homem abaixou-se, tornando-se obediente
até a morte, à morte sobre a cruz. Por isso Deus soberanamente o
elevou e lhe confiou o nome que está acima de todo nome, para
que ao nome de Jesus se dobre todo joelho no céu, na terra e nos
infernos. E toda língua confesse, para a glória de Deus Pai, que
Jesus Cristo é Senhor para a glória de Deus Pai.
Fil 2,6-11
Hino de Filipenses
 Apresenta o caminho de rebaixamento e de exaltação do Cristo, tendo por pontos centrais de
compreensão as noções de obediência e diaconia.

Fil 2,6 (Primeira Parte) = Preexistência do Verbo


“Ele, estando na forma de Deus, não usou de seu direito de ser tratado como um
“Despojou-se”
deus” FORMA DE DEUS FORMA DE ESCRAVO
da figura divina
(“abaixou-se”).
Kyrios (Jo 1,1-2; 17,5) Kenose (Kenoo = kenon) = esvaziamento É um
(Jo 4,6; 19,28; Mt 24,36) da glória divinal esvaziamento de
Identidade Modo de ser sua “forma de
Deus”, ou seja,
de sua forma de
• A encarnação não parte da abertura do homem ao existência
Kenosenão
divina, como
da
transcendente, mas da renúncia de Deus a si mesmo por amor movimento
natureza divina.
(Cirilo de Alexandria (375-444). trinitário: ad
• Para irradiar-se, esvazia-se. Manifestação do Amor absoluto intra e ad
(Mc 12,31-33; Mt 5,44-46; Jo 13,34; 1Jo 4,7-8) e não do extra.
Fil 2,7-8 (Segunda Parte) = Rebaixamento profundo
“(...) mas despojou-se, tomando a forma de escravo. Tornando-se
semelhante aos homens e reconhecido em seu aspecto como um homem
abaixou-se, tornando-se obediente até a morte, à morte sobre a cruz”
Kenose Diaconia do encontro
ad extra Deus se faz presente no tempo e
estabelece relação (“Estar com”)

Deus convida o Jesus (Deus salvador)


homem a convida o homem a
participar de sua Criação Cruz participar de sua
diaconia, diaconia, servindo-o nos
servindo-o nas outros (Mt 25,31-46; Jo
coisas criadas Deus vai ao encontro OBEDIÊNCIA
13,1-17)
DESOBEDIÊN Entregue ao homem de todas as (Mc 14,36; Lc 22,42)
(Gn 1,26-30)
CIA imagem e semelhança consequências da
(Gn 3,1-15) liberdade humana, o DIACONIA
de Deus
pecado e a morte (1)Modo de ser de Deus
(2)Condição sine qua
non para o seguimento
de Cristo
Fil 2,9-11 (Terceira Parte) = Relaciona humilhação e exaltação na figura do
servo/escravo
“Por isso Deus soberanamente o elevou e lhe confiou o nome que está acima de todo nome,
para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho no céu, na terra e nos infernos. E toda língua
confesse, para a glória de Deus Pai, que
Mc 14, 33
Jesus Cristo é Senhor”
Jo11, 33.38; 12,27; 13,21 Mt 27,46
Prostração Perturbação Distanciamento
Sentido soteriológico: solidariedade absoluta e suma diaconia

• (1) Essa experiência tem o sentido de permitir que entre o pecado do mundo na existência corporal, psíquica e pessoal do Cristo.
• (2) Na paixão o Cristo vai até o extremo dos efeitos do afastamento: a morte. Se a morte entra no mundo por causa do pecado é
também pela morte que o homem é salvo do pecado (União hipostática).
• (3) A mansão dos mortos, o Sheol, o Hades, o Tártaro, a Fossa (cf. Is 24,22; Lc 16,19-31; 23,43; 2Pd 2,4; Ap 1,18), não são mais
o locus do abandono, da solidão e do distanciamento. O Cristo morreu e ressuscitou: “...estive morto, e eis-me de novo vivo pelos
séculos dos séculos; tenho as chaves da morte e da região dos mortos” (Ap 1,18).
• (4) A exaltação de Jesus Cristo é, pois, a culminância e o cumprimento da diaconia levada às últimas consequências. Se o Pai
glorifica o Filho, exaltando-o soberanamente (cf. Fl 2,9), Ele o faz na recíproca voluntária do amor, uma vez que seu Filho, do
presépio à cruz, deu-lhe gloria pela obediente irrestrita (cf. Fl 2,8; Jo 13,31; 17,1).
• (5) O EXALTADO é o OBEDIENTE, o SERVO, o HUMILDE.
O AMOR FAZ (TEM)
SENTIDO?
Achegou-se dele um dos escribas que os ouvira
discutir e, vendo que lhes respondera bem,
indagou dele: “Qual é o primeiro de todos os
mandamentos?”. Jesus respondeu-lhe: “O primeiro
de todos os mandamentos é este: Ouve, Israel, o
Senhor, nosso Deus, é o único Senhor; amarás ao
Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda
a tua alma, de todo o teu espírito e de todas as
tuas forças. Eis aqui o segundo: Amarás o teu
próximo como a ti mesmo. Outro mandamento
maior do que estes não existe”

Mc 12,28-31

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