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• O Criador é pura difusão • Deus age Lúcifer foi o primeiro ser da criação
de amor incontido. Cria “diaconalmente” na que trabalhou a ideia do eu em
por amor criação (sustentando) e detrimento do nós. Ao se olhar, achou-
(transbordamento). “quenopticamente” ao
Chama à vida e a sustenta “abrir mão” de seu se bonito e considerando-se belo,
por amor domínio em favor do pensou-se melhor do que os outros,
MUNDO KENOSE homem portanto, individuado, distinto e à
(ad extra)
CRIADO parte. O nós em Lúcifer perde o seu
(COSMOS) sentido primordial em razão do eu e
quebra o ritmo da criação, concebida
como nós, arquitetada como relação
NÃO- (cf. Gn 1,26). Assim, o homem
DIACONI HOMEM marcado pelo pecado enche-se de si
•O homem participa do A (imagem e •Na obra da criação há
mesmo e de suas vontades, ofuscando
(Olhar para si semelhança) a imagem de Deus. Seu agir na criação
orgulho e do individualismo, uma primeira quenose,
visível na tradição judaico- em separado da uma vez que, por ela,
não é mais contemplativo, mas
cristã do pecado de Lúcifer. criação = não Deus como que renuncia utilitário. O diácono e sua família são
Agora o homem não serve, servir, mas chamados a restabelecer a diaconia, a
a uma parte da sua
servir-se
mas, se serve (Utilitarismo) liberdade em favor da revisitar o “nós” da criação refazendo
“FAÇAMOS (NÓS) O HOMEM À NOSSA
IMAGEM, COMO NOSSA
SEMELHANÇA” (GN 1,26)
O nosso Deus, no seu mistério mais íntimo, não é
“NÓS” solidão, mas uma família, dado que tem em Si mesmo
DIVINO Trindade paternidade, filiação e a essência da família, que é o
Pai – Filho – Espírito Santo amor. Este amor, na família divina, é o Espírito Santo
João Paulo II. Homilia na Eucaristia celebrada em Puebla de
O “nós” divino constitui o modelo eterno do “nós” humano los Ángeles (1979)
Família = comunhão de pessoas pelo vínculo do amor O casal que ama e gera a vida é a verdadeira
diacônico “escultura” viva, capaz de manifestar Deus criador e
salvador. Por isso, o amor fecundo chega a ser o
Família símbolo das realidades íntimas de Deus (cf. Gn 1, 28;
Homem – mulher – filho(s) 9, 7; 17, 2-5.16; 28, 3; 35, 11; 48, 3-4). (...) Sob esta
“NÓS” HUMANO luz, a relação fecunda do casal torna-se uma imagem
para descobrir e descrever o mistério de Deus,
fundamental na visão cristã da Trindade que, em
Deus, contempla o Pai, o Filho e o Espírito de amor. O
“DEUS MODELOU O HOMEM” (GN 2,7)
“ESCULTURA” VIVA, CAPAZ DE
MANIFESTAR SEU CRIADOR E SALVADOR
O que acontece quando toco?
Sou eu mesmo tocado. Tocar outra pessoa é sentir o outro e ser igualmente sentido por si
mesmo. Da mesma forma, a outra pessoa sente o toque do outro e se sente ao ser tocada. O
amor (fraterno, esponsal...) implica uma dimensão tátil. Amigos se abraçam... pessoas ao se
conhecerem apertam as mãos ou se beijam... Bebês são exaustivamente apertados.
Os abraços fortalecem os casais
Abraçar ou dar as mãos ajuda a fortalecer o relacionamento entre casais, sugere um estudo publicado em
2020 no Journal of Social and Personal Relationships.
Abraços ajudam a se sentir melhor
Dar ou receber um abraço é a forma mais simples de fazer o corpo liberar oxitocina, conhecida como o
hormônio do amor e da felicidade. Ela aumenta os sentimentos de apego, conexão, confiança e intimidade
e ajuda a curar a solidão, o isolamento e até a raiva (Harvard Medical School)
Abraços salvam vidas
Em 2022, a Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu novas diretrizes para melhorar as chances de
sobrevivência e os resultados de saúde dos bebês nascidos prematuros (antes de 37 semanas de gestação)
ou pequenos (menos de 2,5 kg ao nascer). No documento, a organização sugere que o contato pele a pele
“AME O SENHOR, O SEU DEUS DE TODO O SEU
CORAÇÃO, DE TODA A SUA ALMA E DE TODO O
SEU ENTENDIMENTO. (...) AME O SEU
PRÓXIMO COMO A SI MESMO” (MT 22,37.39)
Quem pode ser tocado?
Aquele que está próximo. Amar é o mandamento por excelência. Tal
ordem nos direciona ao encontro, à relacionamentos. Amar ao próximo
é tocar sua existência e refazer o “nós” originário da criação. O abraço,
o beijo são sinais, apontam o que temos dentro em elementos sensíveis
Quem pode tocar?
de proximidade.
Aquele que se aproxima, que deseja se relacionar.
Deus deseja o homem (amor-eros), quer relacionar-se com ele (amor-philia) e toma a iniciativa de ir ao
encontro do homem esvaziando-se como pura difusão de bondade (amor-ágape). O amante deseja o ser
amado. Deus (O Amor) toma a iniciativa.
Amados, amemos uns aos outros, pois “Disse ainda o Senhor: Certamente, vi a aflição do meu povo
o amor procede de Deus. Aquele que (...) e ouvi o seu clamor (...) Conheço-lhe o sofrimento”
ama é nascido de Deus e conhece a (Êxodo 3,7)
Deus. Quem não ama não conhece a “E estendeu o Senhor a sua mão, e tocou-me” (Jeremias 1,9)
Deus, porque Deus é amor. (1 João “E aquele que tinha aparência de homem, tocou-me (Daniel
“O VERBO SE FEZ CARNE E HABITOU
ENTRE NÓS, CHEIO DE GRAÇA E DE
VERDADE, E VIMOS A SUA GLÓRIA” (JO
1,14)
Deus pode nos tocar
...na alma, no entendimento, no coração e, também, no
corpo
Cirilo de Alexandria, Bispo e Doutor da Igreja (375-444), ao tratar da
encarnação, não parte da abertura do homem à transcendência, mas, da
Deus continua nos renúncia de Deus a si mesmo e do amor que o faz transbordar e se esvaziar.
Esvazia-se por amor, pois, só assim seria possível estar com os homens como
tocando os homens. O Verbo exaure-se de sua forma divina para estar conosco. A
encarnação não é um acréscimo para Deus, mas um despojamento. Para
Todos os Sacramentos são toques.
irradiar-se, esvazia-se por amor e abaixa-se para assumir a forma de servo,
Somos tocados pela água do batismo,
pela unção dos enfermos, pela dando visibilidade ao ser homem como todos os homens. A quenose do Cristo
eucaristia que comungamos... E Deus é, portanto, um esvaziamento de sua “forma de Deus”, ou seja, de sua forma de
continua nos amando, tomando a existência divina, não da natureza divina. Há, pois, uma renúncia à
iniciativa de nos amar em casa gesto, exterioridade divina, não à divindade. Em seu lugar emerge a “forma de servo”,
“A ALEGRIA DO AMOR QUE SE VIVE
NAS FAMÍLIAS Francisco. Amores Laetitia, 1
É TAMBÉM O JÚBILO DA IGREJA” (2016)
A comunhão de amor entre Deus e os homens, conteúdo Desde cedo os cristãos passaram a se reunir nas casas
fundamental da Revelação e da experiência de fé de (οἶκος), entendidas como ἐκκλησία. Sua identidade
Israel, encontra significativa expressão na aliança nupcial,
que se instaura entre o homem e a mulher, mas, também, estava circunscrita à mesa.
na comunhão mística entre Cristo e sua Igreja.
“As igrejas da Ásia vos saúdam. Saúdam-vos
“Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e afetuosamente no Senhor áqüila e Priscila, com a igreja
submetei-a” (Gn 1, 26) que está em sua casa” (1 Coríntios 16,19)
“Saudai aos irmãos que estão em Laodicéia e a Ninfa e à
Deus é família – A família é expressão de Seu
igreja que está em sua casa” (Colossenses 4,15)
amor “Saudai também a igreja que está em sua casa. Saudai a
A Igreja é família de Deus – A Família é
Epêneto, meu amado (Romanos 16,5)
expressão doméstica da Igreja, esposa e Corpo E à irmã Áfia, a Arquipo, nosso companheiro de lutas, e
místico de Cristo
à igreja que se reúne com você em sua casa (Filemom
1,2)
As
(cf.famílias tocadas
At 2,2; 5,42; por Cristo,
12,12; são assumidas
21,8; 1Cor 14,23) no grande
abraço da Igreja, Corpo de Cristo, que acolhe a todos e os
envia a gerarem novos filhos
Era nas casas que a Igreja se encontrava ePriscila e Áquila eram amigos do apóstolo
Paulo. Esse casal é mencionado na Bíblia
se edificava. Diversas mulheres são citadas
especialmente no livro de Atos dos Apóstolos.
como Áquila era um judeu natural do Ponto que
trabalhava fabricando tendas (Atos 18,2). O
parte daquela liderança comunitária vinculo entre eles era tão grande que em certa
doméstica ocasião Priscila e Áquila arriscaram suas
“As igrejas da Ásia vos vidas
saúdam. Saúdam-vos
em favor afetuosamente
do apóstolo no
(Romanos 16,4).
Senhor Áquila e Priscila, com a igreja que está em sua
casa” (1Cor 16, 19)
Priscila é frequentemente mencionada na Bíblia antes de seu
marido Áquila: At 18,2; 18-19,26; Rm 16,3-4; 2Tm 4,19
“Saudai a Priscila e a Áqüila, meus cooperadores em Cristo Jesus, os
quais pela minha vida expuseram as suas cabeças; o que não só eu lhes
agradeço, mas também todas as igrejas dos gentios”
Rm 16, 3-4
“A mulher daquele que é promovido ao episcopado seja, antes de tudo, separada com o consenso do marido, e,
após a ordenação e consagração do bispo, entre em um monastério construído perto da casa do bispo e usufrua de
sua assistência. Se depois for considerada digna, seja promovida também à dignidade do diaconato”.
FAMÍLIAS DIACONAIS Também o sacramento do
Matrimônio, que santifica o
amor dos cônjuges e o
“Eu e minha casa serviremos aos Senhor” (Js 24,15) constitui sinal eficaz do
amor com o qual Cristo se
Os discípulos de Emaús (Lc 24, 13-35) dá à Igreja (cf. Ef 5, 25) é
um dom de Deus e deve
alimentar a vida espiritual
do diácono casado.
(...) O enriquecimento e o
aprofundamento do amor
sacrifical e recíproco entre
esposo e esposa constitui
“Todo aquele, pois, que escuta estas minhas talvez o mais significativo
palavras, e as pratica, envolvimento da mulher do
assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou diácono no ministério
a sua casa sobre a rocha” (Mt 7, 24) público do próprio marido
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