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DOENÇA CRÔNICA E A

SAÚDE DO HOMEM
MARCIO ANTONIO DE ASSIS
DOENÇAS CRÔNICAS NO
HOMEM
 Os homens rejeitam a possibilidade de
adoecer, possivelmente por dificuldade
em reconhecer suas necessidades de
saúde.

 Em consequência, apresentam
morbimortalidade maior e menor
expectativa de vida quando comparados
às mulheres.
POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO
INTEGRAL À SAÚDE DO HOMEM

 Os homens adentram o sistema de saúde


por meio da atenção especializada tem
como conseqüência o agravo da morbidade
pelo retardamento na atenção e maior
custo para o SUS.

 É necessário fortalecer e qualificar a


atenção primária garantindo, assim, a
promoção da saúde e a prevenção aos
agravos evitáveis.
DOENÇAS CRÔNICAS NO
HOMEM
 Lançada em 2009, a PNAISH ainda não
está sendo utilizada na sua essência,
sendo implementadas atividades pontuais,
como as campanhas de prevenção do
câncer de próstata, na maior parte do
Brasil.
POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO
INTEGRAL À SAÚDE DO HOMEM

 A PNAISH traduz um longo anseio da sociedade


ao reconhecer que os agravos do sexo
masculino constituem verdadeiros problemas
de saúde publica.
POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO
INTEGRAL À SAÚDE DO HOMEM

 Um dos principais objetivos desta Política é


promover ações de saúde que contribuam
significativamente para a compreensão da
realidade singular masculina nos seus diversos
contextos socioculturais e político-
econômicos;
POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO
INTEGRAL À SAÚDE DO HOMEM

 Os objetivos da PNAISH em conjunto


possibilitam o aumento da expectativa de vida
e a redução dos índices de morbimortalidade
por causas preveníveis e evitáveis nessa
população.
DOENÇAS CRÔNICAS NO
HOMEM
 Além dos sistemas de saúde não
priorizarem atenção à saúde do homem, a
formação dos profissionais que atendem
essa população precisa ser discutida e
alinhada às suas necessidades.
POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO
INTEGRAL À SAÚDE DO HOMEM

 Muitos agravos poderiam ser evitados caso os


homens realizassem, com regularidade, as
medidas de prevenção primária.

 Aumenta a sobrecarga financeira da


sociedade;

 Aumenta o sofrimento físico e emocional do


paciente e de sua família;
POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO
INTEGRAL À SAÚDE DO HOMEM

 Tratamentos crônicos ou de longa duração =


menor adesão;

 Empenho do paciente;

 Mudança nos hábitos e estilo de vida.


POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO
INTEGRAL À SAÚDE DO HOMEM

 BAIXA ADESÃO:

 Barreiras Sócioculturais;

 Barreiras Institucionais;
POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO
INTEGRAL À SAÚDE DO HOMEM

 BARREIRAS SÓCIOCULTURAIS:

 Práticas baseadas em crenças e valores do que é


ser masculino.

 Doença é considerada como um sinal de


fragilidade;

 Homem julga-se invulnerável.


POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO
INTEGRAL À SAÚDE DO HOMEM

 BARREIRAS INSTITUCIONAIS:

 Posição de provedor;

 Horário do funcionamento dos serviços coincide


com o horário do trabalho;
DOENÇAS CRÔNICAS NO HOMEM
DOENÇA CRÔNICA

 Um dos desafios atuais da atenção básica


consiste no cuidado continuado de
doentes crônicos, por sua frequência e,
habitualmente difícil, seguimento, à
medida que exigem mudanças de hábitos
e comportamentos e a vinculação a um
serviço que os acompanhe no curso da
doença.
DOENÇA CRÔNICA
 Doença crônica é uma doença que persiste por períodos
superiores a seis meses e não se resolve em um curto
espaço de tempo.

 São doenças que acompanham o indivíduo durante um


tempo relativo da sua vida e, em muitos casos não há
cura, apenas tratamentos periódicos, tornando-se assim
um agravante no bem-estar e qualidade de vida do
indivíduo.
DOENÇA CRÔNICA

 Em geral, doença crônica não tem cura. Porém,


dependendo da doença pode haver, mas levará
mais tempo.

 É o caso da obesidade e da depressão,


consideradas doenças crônicas e podem
perfeitamente ser curadas.
DOENÇA CRÔNICA

 Iniciam lentamente - Duração longa ou


incerta - normalmente não têm uma
única causa.

 Estão relacionadas a idade, maus


hábitos alimentares,
sedentarismo e estresse, por isso a
maioria delas pode ser prevenida.
DOENÇA CRÔNICA

 Apesar de a maior parte de seus


portadores conhecerem as orientações
básicas do tratamento, isso não significa
que haja um controle adequado.

 O abandono de alguns hábitos significa,


muitas vezes, a perda de prazeres num
contexto de vida marcado por poucas
oportunidades de satisfação pessoal.
DOENÇA CRÔNICA

 Doença crônica não é sinônimo de


emergência, porém, pode ser
extremamente séria em determinadas
doenças respiratórias, doenças
cardiovasculares, entre outras.

 Muitas vezes são assintomáticas, mas


quando se manifestam, as crises podem
ser intensas, dolorosas e muito
incômodas.
DOENÇA CRÔNICA

 O tratamento envolve mudanças no estilo


de vida e cuidados contínuos que,
geralmente, não levam à cura da doença
mas permitem mantê-la sob controle e
melhorar a qualidade de vida do paciente.
DOENÇA CRÔNICA

 As doenças crônicas são caracterizadas


basicamente por serem doenças que possuem um
lento desenvolvimento e uma longa duração.

 Elas são categorizadas por dois tipos:

- Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT)


- Transmissíveis.
DOENÇA CRÔNICA

Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT)

As DCNT’s, segundo estudos divulgados pelo


IBGE, representam 70% das mortes no Brasil.
Esse tipo de doença está associado a idade
elevada ou ao estilo de vida da pessoa,
como má alimentação, estresse e
sedentarismo que são aspectos que estão
muito presentes na sociedade atual.
DOENÇA CRÔNICA

Doenças Crônicas Transmissíveis (DCT)

As doenças crônicas infecciosas são


transmissíveis e causadas por organismos
invasores como vírus e parasitas.
DOENÇAS CRÔNICAS NO
HOMEM
 Os homens morrem mais cedo e sofrem
mais de doenças crônicas do que as
mulheres.

- Doenças cardíacas
- Doenças cerebrovasculares
- Doenças sexualmente transmissíveis
- Câncer.
DOENÇAS CRÔNICAS NO
HOMEM
 Os homens, mais do que as mulheres, têm
estilo de vida pouco saudável, que
predispõe a doenças crônicas.

 Constituem-se no problema de saúde de


maior magnitude no Brasil e no mundo.
DOENÇAS CRÔNICAS NO
HOMEM
 Um estudo foi realizado para identificar
características das doenças crônicas não
transmissíveis (DCNT) e vulnerabilidade
social no homem (BIDINOTTO, SIMONETTI
e BOCCHI, 2016).

 Quanto maior a idade, maior a quantidade


de CID e de DCNT.
DOENÇAS CRÔNICAS NO
HOMEM
 No geral, observa-se que para os homens,
quanto menor a idade, menor é o número
de doenças crônicas e maior é o número
de faltas nas consultas agendadas.
DOENÇAS CRÔNICAS NO
HOMEM
 Quanto mais velhos os sujeitos, maior é o
número de DCNT instaladas e menor é o
número de faltas nas consultas
agendadas.
DOENÇAS CRÔNICAS NO
HOMEM
 A ausência de cuidados preventivos,
incluindo o acompanhamento inadequado,
pode levar a complicações e, muitas
vezes, à necessidade de internações.
DOENÇAS CRÔNICAS NO
HOMEM
 Estudo brasileiro constatou que as causas de internação
entre os homens ocorreram principalmente devido a
e
transtornos mentais, lesões e doenças respiratórias

que o período de internação,


no segundo triênio, teve uma
média geral maior do que
entre as mulheres, provavelmente,
porque ocorre demora na busca por cuidados, agravando
o estado de saúde.
DOENÇAS CRÔNICAS NO
HOMEM
 Estudo salienta que uma parte
significativa das neoplasias é atribuída as
influências ambientais, particularmente
àquelas relacionadas ao estilo de vida.

 Assim, fatores relacionados à qualidade


de vida influenciariam,
significativamente, na ocorrência do
câncer de próstata.
DOENÇAS CRÔNICAS NO
HOMEM
 Refletindo sobre a saúde do homem e os
resultados apontados em pesquisas,
percebe-se o quanto eles podem contribuir
para o desenvolvimento do trabalho, no
sentido do planejamento de ações que
interfiram diretamente na busca ativa de
faltosos, por exemplo, para encontrar
ferramentas que auxiliem na promoção à
saúde de uma clientela que vem
encontrando dificuldades para acessar os
serviços de saúde.
PRESENÇA E DEMANDA DE HOMENS EM SERVIÇOS
DE SAÚDE

Várias explicações têm sido fornecidas para


a relação dos homens com o serviço,
atribuindo esta a características da
conformação da própria masculinidade e/ou
à estrutura dos serviços de saúde.
PRESENÇA E DEMANDA DE HOMENS EM SERVIÇOS
DE SAÚDE

A ausência ou a invisibilidade dos homens


nos serviços de saúde sinaliza, a
inadequação entre as necessidades e/ou
expectativas de saúde dos homens e a
estrutura e funcionamento dos serviços de
saúde, particularmente dos serviços de
atenção básica à saúde.
PRESENÇA E DEMANDA DE HOMENS EM SERVIÇOS
DE SAÚDE

Não se trata, contudo, de responsabilizar os


homens ou os serviços de saúde, mas de
considerar a complexa relação que se
estabelecem entre ambos, tomando as
particularidades de um e de outro.
POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO
INTEGRAL À SAÚDE DO HOMEM

 A compreensão das barreiras socioculturais e


institucionais é importante para a proposição
estratégica de medidas que venham a
promover o acesso dos homens aos serviços de
atenção primária, a fim de resguardar a
prevenção e a promoção como eixos
necessários e fundamentais de intervenção.
PRESENÇA E DEMANDA DE HOMENS EM SERVIÇOS
DE SAÚDE

Quais as dificuldades enfrentadas para a


efetivação da atenção à saúde do homem na
Atenção Básica?
PRESENÇA E DEMANDA DE HOMENS EM
SERVIÇOS DE SAÚDE
Categorias e subcategorias relacionadas às dificuldades para
a inserção dos homens na ABS
Categorias Subcategorias
Dificuldades de inserção na ABS - Ausência do homem na atenção básica
vinculadas ao Homem de saúde
- Deficit de comportamento preventivo
de autocuidado
- Sentimentos de temor vinculados ao
trabalho
Dificuldades de inserção do homem na - Déficit em capacitação em saúde do
ABS vinculadas aos Profissionais homem
- Déficit de conhecimento sobre a PNAISH

Dificuldades de inserção do homem na - Feminilização dos serviços da ABS


ABS vinculadas aos serviços - Incompatibilidade de horários com a
atividade laboral
- Excesso de demandas na atenção
básica
POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO
INTEGRAL À SAÚDE DO HOMEM

 Com a PNAISH o MS tem como foco nortear as


ações de atenção integral à saúde do homem,
visando estimular o autocuidado e, sobretudo,
o reconhecimento de que a saúde é um direito
social básico e de cidadania de todos os
homens brasileiros.
POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO
INTEGRAL À SAÚDE DO HOMEM

 Mobilizar a população masculina brasileira


pela luta e garantia de seu direito social à
saúde é um dos desafios dessa política.

 Ela pretende tornar os homens protagonistas


de suas demandas, consolidando seus direitos
de cidadania.

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