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O coronelismo uma politica de compromissos

Autora : Maria de Lourdes M. Janotti


Acadêmico: Greicon Wagner Vogelmann Becker
Maria de Lourdes M. Janotti
• Doutorou-se em História pela
universidade de São Paulo em 1970.
• Leciona na USP desde 1964.
• Atualmente é professora do
programa de pós graduação em
História Social da USP.
• É membra da Associação Brasileira
de História Oral.
• Publicou vários livros e artigos sobre
Brasil Império e República além de
ensino de História.
Divisão do livro
• Introdução.
• Homem de valor, homem de posição: compromissos com
as origens.
• Subordinação do domínio: compromissos com a
república.
• Benção padrinho: compromissos sociais.
• Janus rural: compromissos com o passado e com o futuro
• Considerações sociais.
Introdução
• Coronel autoridade e prestigio.
• Auge do coronelismo de Campos Salles a revolução
de 1930.
• Declínio com a urbanização e industrialização.
• Estereótipo do coronel (Rústico, autoritário, brutal
e ignorante).
• Burocracia do Estado.
• Economia monocultora e escravista.
• Sociedade de perfil paternalista.
• Forma-se uma pirâmide.

Poder
federal

Poder estadual

Coronel
Homem de valor, homem de posição:
compromisso com as origens
• Brasil universo senhor e escravo.
• Poder privado estabelece vínculos de dependência.
• Administração colonial: exercido por câmara e
senado e funcionários metropolitanos.
• Câmaras funções executivas legislativas e
judiciárias.
• Homens bons.
• Privatização da função pública.
• Maior presença do Estado nas áreas de
mineração.
• Grandes proprietários + grandes comerciantes
– Elite do Brasil.
• Constituição de 1824 – voto censitário –
eleições para Câmara e Senado.
• Período regencial: lutas por autonomia
municipal e estadual.
• Grupos familiares – oligarquias regionais.
• Criação da guarda nacional e das guardas
municipais.
• Participação dos proprietários nos governos
municipais e estaduais.
• Guarda nacional empregada para coibir
movimentos revolucionários, junto com o
exército.
• Títulos de majores, tenentes e coronéis eram
cobiçados.
• Fraqueza da estrutura administrativa do
Estado.
• Juiz de paz teve enfraquecida sua atuação,
novos funcionários passaram a exercer suas
funções.
• Novos funcionários (delegados subdelegados,
Prefeitos, subprefeitos).
• Aliança de compromissos – Poder local +
Poder Central.
• O estado mantinha a ordem escravocrata
territorial e poder local tinha ampla liberdade
de ação.
Subordinação do domínio: compromissos com
a república
• Inspiração brasileira nas constituição dos
EUA – Federalismo.
• Burguesia do café + alto comando do exército.
• Constituição de 1891 – Principio federativo –
descentralização administrativa.
Fim do
escravismo

Inicio da Crise Insatisfação


Imigração monárquica do exército

Desconte
ntamento
dos
Barões do
café
• Municípios com pouca autonomia –
fortalecimento do poder privado.
• Campos Salles – política dos governadores.
• Governo Federal permitiu total autonomia a
Júlio de Castilhos no Rio Grande do Sul.
• Política dos governadores – Harmonizar a
situação nos estados mais ricos + fortalecer as
situações estaduais – assegurar resultados
eleitorais.
• Poder municipal fraco – coronéis com
autoridade local.
• Comissão de verificação de poderes: atuavam
como responsáveis pelas “degolas” políticas.
Benção padrinho: compromissos sociais
• O coronel não necessariamente era um grande
fazendeiro.
• Coronel contava com apoio do governo
estadual para garantir eleições favoráveis.
• Coronel fazendeiro: situava-se entre a antiga
ordem escravocrata e a moderna sociedade
capitalista.
Tabela: alfabetização da população com 15 anos e mais

Ano Alfabetizados Analfabetos Taxa de alfabetização

1900 3.380.451 6.348.869 35%

1940 10.379.990 12.269.381 44%

1970 35.586.771 18.146.977 66%


Participação dos setores no PIB em (%)
Ano Agropecuária Indústria Serviços

1900 44,5 11,6 43,8

1920 38,1 15,7 46,2

1950 22,4 25,6 51,9


Principais produtos de exportação (1891-1929) em (%) do total

Período Café Açucar Algodão Borracha Couros e Outros


peles
1891-1900 65,5 6,0 2,7 15,0 2,4 9,4

1901-1910 52,7 1,9 2,1 25,7 4,2 13,4

1911-1913 61,7 0,3 2,1 20,0 4,2 11,7

1914-1918 47,4 3,9 1,4 12,0 7,5 27, 8

1919-1923 58,8 4,7 3,4 3,0 5,3 24,8

1924-1928 72,5 0,4 1,9 2,8 4,5 17,9


• População rural abandonada pelo poder
público.
• Trabalhador rural subserviente ao coronel.
• Trabalhador rural podiam ser (meeiros,
alugados, agregados e arrendatários).
• Fisionomia rural.
• Autonomia municipal relativa.
• Somente a partir de 1946 os prefeitos passaram
a ser eleitos em todo território nacional.
• Evolução Histórica: No inicio da república o
voto tinha valor moral, afetivo, com o
desenvolvimento do capitalismo passou a ser
mercadoria.
• O coronel oferecia aos eleitores transporte
roupas, calçados, almoço além de diversão.
• Nas listas eleitorais apareciam analfabetos,
menores de idade até mortos.
• O clima da eleição “ Quando aparecia um
analfabeto votar os próprios componentes da
mesa preenchiam as cédulas e assinavam as
listas de presença. Aos indesejáveis sob
qualquer alegação mandavam prender... A
interferência policial era notória e os
amedrontados eleitores faziam muitas vezes
questão de mostrar claramente a quem se
destinava seu voto, para evitar futuras
complicações”. P. 51.
• O policiamento municipal era feito pelos
coronéis.
• Até 1906 o cargo de delegado era voluntário.
• Era comum a ocorrência de assaltos nas
seções eleitorais e a destruição de urnas e
livros de registros.
• Nos estados mais prósperos houve a
hegemonia do partido e não de famílias
oligárquicas.
• Todos deviam seus cargos ao chefe (coronel)
• Coronel resolvedor de problemas (casamentos,
ensino primário).
• Esquema de cumplicidade “uma interminável
teia de compromissos que pode ter como pólos
extremos, um vaqueiro e um governador de
estado”. P. 59.
• “ A lei do coronel imperava tanto na roça
quanto na cidade, ele possuía uma policia
própria, denominava seus membros de
capangas, jagunços, “gente do coronel”
camaradas ou cabras... Aos renitentes as
ordens e aos desejos dos mandatários
aplicavam-se penas diversas como: a expulsão
das terras da fazenda, destruição de bens e até
a morte”. P. 60-61.
• A violência não se restringia ao campo, na
cidade jornais eram empastelados e armazéns
destruídos.
• Saídas ao coronelismo: Cangaço e misticismo.
• Coronéis de mais poderosos eram aqueles que
tinham maior parentela.
Janus Rural: com o passado e o futuro

• “O típico chefe politico do passado era o


fazendeiro. O coronel bonachão ou com fama
de valente era obedecido sem nenhuma
contestação. Suas fazendas possuíam poucas
condições de conforto, cercando-se de algumas
raras inovações tecnológicas como o radio o
ventilador e o jipe” P. 67.
• Padre Cícero foi o mais notável religioso a fazer parte da
de do coronelismo.
• A deposição do governo do Ceara de Antônio Nogueira
Acioli, apoiado por Padre Cicero,
• Coronel Franco Rabelo, apoiada por aliança anti-Acioli,
assume o poder.
• Uma grande mobilização de beatos, jagunços e forças pró
Acioli investem contra Fortaleza, obrigando o governo
federal a intervir e colocar no poder do Governo do
estado o neutro coronel Setembrino de Carvalho.
• Delmiro Gouveia “De espirito
empreendedor, pioneiro tanto no
comércio, quanto na indústria, é
perseguido pela oligarquia Rosa e
Silva, internando se no sertão,
perto da cachoeira Paulo Afonso.
Constrói uma Hidrelétrica no São
Francisco e passa a fabricar
linhas de coser da marca estrela.”
• Atrai prestigio econômico e
financeiro, atraindo o ódio dos
coronéis.
• Não resistiu a força da oligarquia.
• Getúlio Vargas – mudanças mas não
rompimento com o coronelismo.
• Industrialização e proliferação de partidos
alteram a estrutura coronelística.
• Chefes populistas usam de artifícios típicos do
coronel como o empreguismo, favoritismo e
barganha eleitoral
Será que houve coronelismo em Passo
Fundo?
Considerações finais

• “O coronelismo foi visto como um fenômeno


ou como uma excrescência”. P. 85
• “A república era o único meio para
democratizar o Estado. Admitiram um Estado
liberal, que tendia a democratização de todas
as funções. O coronel simbolizou o irracional e
por isso, percebido como fenômeno.”

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