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Nona Edição

CAPÍTULO MECÂNICA DOS


MATERIAIS
1 Ferdinand P. Beer
E. Russell Johnston, Jr.
John T. DeWolf Introdução –
David F. Mazurek
O Conceito de
Lecture Notes: Tensão
J. Walt Oler
Texas Tech University

© 2009 The McGraw-Hill Companies, Inc. All rights reserved.


MECÂNICA DOS MATERIAIS
Edição
Nona Beer • Johnston • DeWolf • Mazurek

Conteúdo

Conceito de Tensão Tensão de Esmagamento em Conexões


Revisão de Estática Análise de Tensão e Exemplos de
Projetos
Diagrama de Corpo Livre da Estrutura
Determinação da Tensão Normal -
Diagrama de Corpo Livre das Barras
Componentes
Tensões de Cisalhamento - Conexões
Equilíbrio dos Nós
Tensões de Esmagamento - Conexões
Análise de Tensão
Tensões em Barras com Duas Força
Análise e Projeto
Tensões sobre um Plano Inclinado
Carga Axial e Tensão Normal
Tensão Máxima
Carga Centrada e Carga Excêntrica
Tensão sob Carregamentos Gerais
Tensão de Cisalhamento
Estado de Tensão
Exemplo de Tensões de Cisalhamento
Fator de Segurança

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MECÂNICA DOS MATERIAIS
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Conceito de Tensão

• O objetivo principal do estudo da mecânica dos


materiais é proporcionar ao futuro engenheiro de
maneira simples e lógica os meios para analisar e
projetar várias máquinas e estruturas que
suportam cargas, aplicando alguns princípios
fundamentais.
• Tanto a análise e desenho de uma determinada
estrutura envolvem a determinação de tensões e
deformações. Este capítulo é dedicado ao conceito
de Tensão.

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Revisão de Estática

• A estrutura é projetada para


suportar uma carga de 30 kN.
• A estrutura consiste de uma
barra com seção transversal
retangular e uma barra com
seção transversal circular,
unidas por pinos (momento
igual a zero nas rótulas e
junções).
• Realiza-se uma análise
estática para determinar a
força interna de cada elemento
estrutural e as forças de
reação nos apoios.

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Diagrama de Corpo Livre da Estrutura


• A estrutura é separada dos apoios e as
forças de reação são indicadas.
• Condições para o equilíbrio estático:
 M C  0  Ax 0.6 m   30 kN 0.8 m 
Ax  40 kN
 Fx  0 Ax  C x
C x   Ax  40 kN
 Fy  0  Ay  C y  30 kN  0
Ay  C y  30 kN

• Ay e Cy não podem ser determinados a


partir dessas equações.
• SMA= 0 = +Cx.0,6 + 30.0,8
-Cx.0,6=24=> Cx = - 24/0,6=> Cx= -40kN

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Diagrama de Corpo Livre das Componentes


• Além da estrutura completa, cada componente
(barra) deve satisfazer as condições de equilíbrio
estático.
• Considere o diagrama de corpo livre da barra AB:
 M B  0   Ay 0.8 m 
Ay  0
Substituindo a equação de equilíbrio na
equação anterior, temos
C y  30 kN
• Resultados:
A  40 kN  C x  40 kN  C y  30 kN 
As forças de reação são direcionados ao
longo do eixo da barra.

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Equilíbrio dos Nós


• A estrutura é separada em duas barras simples,
ou seja as barras são submetidas a apenas duas
forças que são aplicadas nas extremidades.

• Para o equilíbrio, as forças devem ser


paralela a um eixo entre os pontos de aplicação
de força, igual em magnitude, e em direções
opostas.

• Os nós devem satisfazer as condições


de equilíbrio estático, e as forças podem ser
obtidas através do triângulo de forças
600 correspondentes:

 FB  0 FAB=
FAB = 40kN
800 FAB FBC 30 kN
 
4 5 3
FAB  40 kN FBC  50 kN

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Análise de Tensão
A estrutura pode suportar com segurança a
carga de 30 kN?
• A partir de uma análise estática:
FAB = 40 kN (compressão)
FBC = 50 kN (tração)
• Em qualquer seção através da barra BC, a
força interna é de 50 kN com uma
intensidade de força ou tensão de
dBC = 20 mm P 50  103 N
=  BC    159 MPa
A 314  10-6 m 2

• A partir das propriedades do material para o


aço, a tensão admissível é
 all  165 MPa
• Conclusão: a estrutura suporta com segurança a
carga de 30 kN, uma vez que a tensão
solicitante é menor do que a tensão admissível.
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Análise e Projeto
• O projeto de novas estruturas requer a seleção de
materiais apropriados e dimensões de
componentes que atendam requisitos de
desempenho.
• Por razões baseadas no custo, peso,
disponibilidade, etc; a barra BC será construída
de alumínio (sall = 100 MPa). Qual a escolha
apropriada para o diâmetro desta barra?
P P 50  103 N
 all  A   500  10 6 m 2
A  all 100  106 Pa
d2
A
4

500mm2 d
4A


4 500  10 6 m 2   2.52 102 m  25.2 mm
25,2313mm  
Adotando uma barra comercial de 1” = 25,4 mm
• Uma barra de alumínio de 26 milímetros ou
mais de diâmetro é suficiente.
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Carga Axial e Tensão Normal


• A resultante das forças internas para uma
barra axialmente carregada é normal para
uma seção de corte perpendicular ao eixo axial
da barra.
• A intensidade da força nessa seção é definida
como a tensão normal.
F P
  lim  med 
A 0 A A
• A tensão normal em um determinado ponto pode
não ser igual à tensão média, mas a
resultante da distribuição de tensões deve
satisfazer:
P   med A   dF    dA
A
• A distribuição real das tensões
é estaticamente indeterminada, ou seja, não pode
ser encontrada a partir das condições de
equilíbrio somente.
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Carga Centrada e Carga Excêntrica


• A distribuição uniforme de tensão em uma
seção infere que a linha de ação para a
resultante das forças internas passa
pelo centróide da seção considerada.

• A distribuição uniforme de tensão só é


possível se a linha de ação das
cargas concentradas nas extremidades das
seções passarem através do centróide da seção
considerada. Este tipo de carregamento é
• chamado
Se a barradeestiver
carga centrada.
excentricamente carregada,
então a resultante da distribuição de tensões em
uma seção deve produzir uma força axial aplicada
no centróide e um momento conjugado.
• A distribuição de tensões em
barras excentricamente carregadas, não pode ser
uniforme ou simétrica.

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Tensão de Cisalhamento
• Forças P e P’ são aplicadas transversalmente à
barra AB.
• Correspondentes forças internas atuam
no plano de seção transversal C e são chamadas
forças de cisalhamento.
• A resultante da distribuição da força de
cisalhamento interna é definida no corte da seção
e é igual à carga P (força cortante).
• A tensão média de cisalhamento correspondente é,
P
 med 
A
• A distribuição da tensão de cisalhamento varia de
zero na superfície da barra até um valor
máximo que pode ser muito maior do que o valor
médio.
• A distribuição das tensões de cisalhamento não
pode ser considerada uniforme.
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Exemplo de Tensões de Cisalhamento


Cisalhamento Simples Cisalhamento Duplo

P F P F
 med    med  
A A A 2A

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Tensão de Esmagamento em Conexões


• Parafusos, rebites, pinos criam
tensões ao longo da superfície
de esmagamento, ou de
contato, nos elementos que eles
se conectam.
• A resultante da distribuição de
força na superfície é igual e
oposta à força exercida sobre o
pino.

• A intensidade da força média


correspondente é chamada
de tensão de esmagamento
P P
e  
A td

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Análise de Tensão e Exemplos de Projetos

• Determinar as tensões nas


barras e conexões da estrutura
mostrada.

• A partir de uma análise


estática:
FAB = 40 kN
(compressão)
FBC = 50 kN
• Deve-se considerar a
(tração)
máxima tensão
normal em AB e BC, e a
tensão de cisalhamento
e tensão de esmagamento
em cada conexão.

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Determinação da Tensão Normal - Barras


• A barra está com uma tensão normal devido uma
força axial de 50 kN (tração).
• No centro da barra, a tensão normal média na seção
transversal circular (A =314x10-6 m2) é sBC
= +159 MPa.
• Nas extremidades achatadas da barra, a menor área
transversal ocorre na linha central do furo,
A  20 mm 40 mm  25 mm   300  10 6 m 2
Em tração temos que calcular a área
P 50  103 N
útil, descontando o furo:  BC ,ext    167 MPa
A 300  10 6 m 2

• A barra AB é comprimida com uma força axial de


40 kN e tensão normal média de 26,7 MPa.
Em compressão calcula-se
normalmente:
• As seções de área mínima nas extremidades, não
sofrem tensões devido a compressão da barra.

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Tensões de Cisalhamento - Conexões


= • A área da seção transversal de pinos em
No ponto C ocorre cisalhamento Simples:
A, B e C,
2
 25 mm 
2 6 2
A r    49110 m
 2 

• A força no pino em C é igual à


força exercida pela barra BC, o valor
médio da tensão de cisalhamento no pino
em C é
P 50  103 N
 C ,med   6
 102 MPa
A 491 10 m 2

• O pino em A é em cisalhamento duplo


com uma força total igual à força
exercida pela barra AB dividida por
dois.
No ponto A ocorre cisalhamento Duplo:
P 20 kN
 A,med   6
 40.7 MPa
A 49110 m 2

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Tensões de Cisalhamento - Conexões


• Divida o pino B em 5 partes para determinar
a seção com a maior força cortante,

PE  15 kN
PG  25 kN (Maior)

• Avaliar a tensão de cisalhamento média


correspondente,
PG 25 kN
 B ,med   6
 50.9 MPa
A 49110 m 2

No pino B ocorre cisalhamento duplo.

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Tensões de Esmagamento - Conexões

• Para determinar a tensão de esmagamento nominal em


A na barra AB, temos t = 30 mm e d = 25 mm,
P 40 kN
e    53.3 MPa
td 30 mm 25 mm 

• Para determinar a tensão de esmagamento no apoio


em A, temos t = 2 (25 mm) = 50 mm e d = 25 mm,
P 40 kN
e    32.0 MPa
td 50 mm 25 mm 

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Tensões em Barras com Duas Forças


• Forças axiais aplicadas em um
elemento de barra, provocam apenas
tensões normais em um plano de
corte perpendicular ao eixo barra.

• Forças transversais agindo


em parafusos e pinos provocam
apenas tensões de
cisalhamento no plano perpendicular
ao eixo do parafuso ou pino.

• Vamos mostrar que as forças axiais ou


transversais podem produzir
tanto tensões normais e de
cisalhamento com relação a um
plano que não seja um corte
perpendicular ao eixo barra .

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Tensões sobre um Plano Inclinado


• Passe uma seção através da barra formando
um ângulo θ com o plano normal.

• Das condições de equilíbrio, as


forças distribuídas sobre o plano deve ser
equivalente à força P.

• Decompondo P em componentes
normais e tangenciais à seção oblíqua,
F  P cos  V  Psen
• As tensões normais e de
cisalhamento média sobre o plano
inclinado são
F P cos  P
   cos 2 
A A0 A0
cos 
V Psen P
   sen cos 
A A0 A0
cos 
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Tensão Máxima
• Tensões normais e cisalhantes em um plano
inclinado
P P
 cos 2    sen cos 
A0 A0
• A tensão máxima normal ocorre quando o plano de
referência é perpendicular ao eixo da barra (θ=0),

P
m    0
A0

• A tensão máxima de cisalhamento ocorre


para uma inclinação de + 45 º com relação ao
eixo da barra,
P P
m  sen 45 cos 45  
A0 2 A0

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Tensão sob Carregamentos Gerais


• Um elemento submetido a uma
combinação de cargas em geral é
cortado em dois segmentos por
um plano que passa por Q
• A distribuição de componentes da
tensão interna pode ser definida
como, x
F
 x  lim
A0 A

V yx Vzx
 xy  lim  xz  lim
A0 A A0 A

• Para o equilíbrio, uma


distribuição igual e oposta de
forças internas e tensões deve ser
exercida sobre o outro
segmento do elemento.
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Estado de Tensão
• Componentes de tensão são definidas para os
planos cortados paralelamente aos eixos x, y
e z. Para o equilíbrio, tensões iguais e
opostas são exercidas sobre os planos ocultos.
• A combinação de forças geradas pela
tensão devem satisfazer as condições para
o equilíbrio:
 Fx   Fy   Fz  0
Mx  My  Mz  0
• Considere os momentos em torno do eixo z:
 M z  0   xy Aa   yx Aa
 xy   yx
Similar,  yz   zy e  zx   xz
• Segue-se que apenas 6 componentes de
tensão são necessárias para definir o estado
completo de tensão.
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Fator de Segurança
Considerações para um fator de segurança:
Elementos estruturais ou
máquinas devem ser • Incerteza nas propriedades do material
concebidos de tal forma que as • Incerteza de cargas
tensões de trabalho (solicitantes)
sejam menores do que • Incerteza das análises
a resistência final do material • Número de ciclos de carga
(resistente).
• Tipos de falha
FS  Fator de segurança • Requisitos de manutenção e os
u Tensão limite efeitos de deterioração
FS  
 all Tensão admissível • Importância da barra para a
integridade de toda estrutura
• Risco à vida e à propriedade
• Influência sobre a função da máquina

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