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“ALÉM DAS FRONTEIRAS: UM RELATO

COMPARATIVO DE EXPERIÊNCIA DE
ESTÁGIOS DO CURSO DE FISIOTERAPIA
NA FACULDADE INTEGRADA CETE
(BRASIL) X UNIVERSIDADE METODISTA
DE ANGOLA”

Édila Eloterio Ferreira¹ , Indira de Fátima Ribeiro Pedro², Andreza Raquel Barbosa de Farias³
¹ Discente do curso de Bacharelado em Fisioterapia da Faculdade Integrada CETE-FIC;
² Discente do curso de Licenciatura em Fisioterapia da Universidade Metodista de Angola;
³ Docente da Faculdade Integrada CETE – FIC;

E-mails para correspondência:


Edilaff@outolook.com; Indypedro928@gmail.com; profandrezafarias@gmail.com;
Introdução
A Lei n° 11.788, de 25 de setembro de 2008, define o estágio como um ato educativo escolar
supervisionado realizado no ambiente de trabalho. Tem como objetivo preparar educandos que
estejam matriculados no ensino regular em diversas instituições educacionais, como ensino
superior, educação profissional, ensino médio, educação especial e nos anos finais do ensino
fundamental. Isso inclui também a modalidade profissional da educação de jovens e adultos.
(Brasil, 2008).
Introdução
Desta forma, o estágio supervisionado é essencial para assegurar o aprimoramento
prático dos alunos nos campos de atuação, fornecendo informações cruciais para
impulsionar a aprendizagem e a aplicação precisa do conhecimento. (Silva, et al.,2019).
Introdução
Na área da saúde, os estágios supervisionados desempenham um papel fundamental no
cultivo de competências acadêmicas que se transformam em habilidades profissionais, como
no caso de biomédicos, fisioterapeutas e enfermeiros. Dessa maneira, as práticas conduzidas
durante os estágios supervisionados se tornam momentos essenciais para expandir o
conhecimento, possibilitando que os estudantes de biomedicina, fisioterapia e enfermagem
atuem de forma hábil durante sua formação. (Jesus, 2020).
Objetivo
Analisar e contrastar as experiências de estágio no curso de fisioterapia entre a Faculdade
Integrada CETE - FIC (Brasil) e a Universidade Metodista de Angola, explorando diferenças,
semelhanças e possíveis insights para o aprimoramento do ensino e prática em ambas as
instituições.

Metodologia
Trata-se de um estudo descritivo, tipo relato de experiência, de caráter descritivo, a coleta de
dados ocorreu no período de julho a agosto de 2023, por mensagens de texto e áudio via
WhatsApp. A fundamentação teórica trata-se de uma revisão bibliográfica narrativa, acerca da
fisioterapia, seu processo histórico e os estágios curriculares obrigatórios. Realizou-se uma
busca por meio da base de dados eletrônica: Acadêmico. Os critérios de inclusão foram: artigos
que abordassem o tema proposto, sem restrição de ano, com textos completos de livre acesso e
foram utilizados os descritores: Estágio em fisioterapia, Fisioterapia no Brasil, Fisioterapia em
Angola.
Experiências de Estágios na
Faculdade Integrada CETE
A estagiária E1 completou um estágio de um semestre, que equivale a dois semestres (um ano),
no período de março a julho de 2023. Atualmente, ela está no segundo semestre de estágios.
Na Faculdade Integrada CETE (FIC), os estudantes eram emparelhados por escolha própria,
sendo os campos de atuação determinados pela coordenação de estágio. As escalas eram
comunicadas em uma reunião presencial, com detalhes sobre locais, horários e orientações.
Experiências de Estágios na
Faculdade Integrada CETE
A E1 iniciou seu estágio no Centro de Assistência Integral Social (CAIS), passando
posteriormente pelo Abrigo São Vicente de Paula, Unimed e Atenção Básica. Devido a
problemas internos, o estágio na UNIMED foi substituído pela Atenção Básica em Garanhuns.
Para todos os campos, os termos de estágio e cartas de envio eram formalizados.
Experiências de Estágios na
Faculdade Integrada CETE
A E1 atuou em diferentes especialidades em cada campo: traumatortopedia, neurologia (adulto
e pediátrica), dermatofuncional e saúde do homem e da mulher no CAIS; saúde do idoso no
Abrigo São Vicente de Paula; e rotinas de Atenção Básica como visitas domiciliares, salas de
espera, terapias integrativas e palestras pelo programa saúde na esc. No Centro Municipal de
Atendimento Especializado em Educação adulto (CMAAES), houve atuação ambulatorial em
neurologia adulto e pediátrica, além de reumatologia.
Experiências de Estágios na
Faculdade Integrada CETE
As normas nos locais de atuação eram flexíveis. Registros de horários e faltas eram feitos por
meio de uma folha de ponto, e faltas justificadas podiam ser recuperadas em outras ocasiões.
Era obrigatório o uso de scrubs e crachá. Embora houvesse orientações quanto à aparência,
acessórios e unhas, estas não eram estritamente seguidas. Os preceptores avaliavam os
estagiários diariamente, abordando diversos aspectos, e as fichas de evolução dos pacientes
deveriam ser entregues ao término do estágio.
Experiências de Estágios na
Universidade Metodista de Angola
Conforme testemunhado por E2, na Universidade Metodista de Angola (UMA), a seleção de
estudantes para estágio segue um processo interno, levando em consideração critérios
financeiros e a ausência de reprovações em disciplinas. Aqueles com pendências são orientados
a regularizar suas situações. E2 exerceu sua atividade em duas instituições de saúde parceiras
da UMA: o Centro Ortopédico de Reabilitação Polivalente Agostinho Neto (CORPAAN) e o
Hospital Josina Machel (MARIA PIA), ambos estatais e de nível terciário. O acesso a essas
instituições foi viabilizado mediante o envio de uma carta pela universidade.
Experiências de Estágios na
Universidade Metodista de Angola
No CORPAAN, E2 participou de um estágio de 3 meses, atuando em uma diversidade de
setores, incluindo Massoterapia (feminino), eletroterapia (masculino), ginásio e mecanoterapia
adulto (homem e mulher), serviços de ortoprotesia (sala de avaliação e prova, sala de medida e
sala de confecção de próteses e órteses), ginásio e mecanoterapia (infantil), eletroterapia e
massoterapia (infantil) e consultório. Os estágios duravam 2 semanas em cada setor,
alternando-se com formações pertinentes à prática. E2 ainda ministrou uma palestra sobre a
importância dos exercícios físicos à saúde, a pedido de um dos supervisores. Posteriormente,
E2 prosseguiu para o Hospital Josina Machel – MARIA PIA, envolvendo-se nos setores de
ginásio, cuidados intermediários (I, II e III), ortopedia 1A (homens), ortopedia 1B (mulheres),
medicina 1A (mulheres), UTI, neurologia, neurocirurgia, urologia e nefrologia.
Experiências de Estágios na
Universidade Metodista de Angola
No MARIA PIA, alunos oriundos de diferentes universidades compartilhavam o mesmo
ambiente, propiciando um cenário de interações ricas e variadas. E2 salientou a riqueza dessa
vivência interdisciplinar. Normas e avaliações eram rigorosamente aplicadas: um registro diário
de entrada e saída era feito por meio de uma ata, e faltas injustificadas resultavam em
reprovação. O uso de crachá e vestimentas brancas, bem como a proibição de acessórios e
unhas coloridas, era compulsório. Além disso, os supervisores avaliavam os alunos diariamente.
Ao término do estágio, a elaboração e apresentação de um relatório sobre uma patologia
observada e de um relato sobre o campo de estágio eram requeridos. As notas eram enviadas à
universidade e disponibilizadas no portal acadêmico. A troca de conhecimentos entre estudantes
de diferentes instituições promovia uma partilha valiosa, enriquecendo a experiência dos
estagiários e, em última instância, enriquecendo a perspectiva oferecida aos pacientes.
Resultado
• Diante das disparidades identificadas, torna-se proeminente ressaltar os âmbitos nos quais a
E2 desempenhou sua atuação. Ainda que com uma breve duração temporal, a experiência
em áreas que não são contempladas na grade curricular da FIC é notável. A segmentação da
clientela em cada um desses contextos é um aspecto digno de nota;

• As diretrizes institucionais observadas nas instituições onde E2 desempenhou seu estágio


revelam-se mais rigorosas em comparação com as da FIC. Destaca-se, de maneira
particular, a ênfase em requisitos como o corte de cabelo e o uso de vestimentas específicas;

• Chama-se a atenção para as demandas rigorosas que incluem a obrigatoriedade do aluno


estar em dia com suas obrigações financeiras junto à instituição a fim de realizar o estágio.
Ademais, destaca-se o requisito de quitação, em um prazo de sete dias, do valor
correspondente a uma falta, como parte do quadro de exigências.
Resultado
A análise comparativa entre as experiências de estágio de fisioterapia na faculdade integrada
CETE e na Universidade Metodista de Angola revela insigths valiosos sobre as abordagens
educacionais e práticas em diferentes contextos culturais. Ao analisar os cenários da educação
superior no Brasil e Angola, emergem marcantes discrepâncias em termos de sistemas
educativos, planos de estudo e condições socioeconômicas. A universalidade da ênfase
concedida aos estágios é inquestionável, apesar das diferenças nacionais. As instituições de
ensino superior tanto no Brasil quanto em Angola reconhecem a importância vital da experiência
prática na forja de profissionais habilidosos e prontos para os desafios de suas respetivas
esferas. Esse fato ressalta a universalidade da relevância do aprendizado prático como
fundamento na construção de carreiras bem-sucedidas, transcendendo barreiras geográficas.
Referências
Brasil. (2008). Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos Lei nº
11.788, de 25 de setembro de 2008. Dispõe sobreo estágio de estudantes; altera a redação do
art. 428 da Consolidação das Leis do Trabalho –CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o
de maio de 1943, e a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996; revoga as Leis nos 6.494, de 7
de dezembro de 1977, e8.859, de 23 de março de 1994, o parágrafo único do art. 82 da Lei no
9.394, de 20 de dezembro de 1996, e o art.6o da Medida Provisória no 2.164-41, de 24 de
agosto de 2001; e dá outras providências.

Jesus, S.J.A.de. (2020). Estágio curricular supervisionado ii: relato de experiência na


vigilância em saúde de um município do interior nordestino. [S. l.]: Revista Interfaces.
http://interfaces.leaosampaio.edu.br/index.php/revista-interfaces/article/view/649.

Silva, L.M.da.,et al.(2019). Estágio curricular supervisionado: dificuldades e perspectivas


vivenciadas por acadêmicos de enfermagem. [S. l.]: Revista Eletrônica Acervo Saúde, 2019.
https://acervomais.com.br/index.php/saude/article/view/662.

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