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Arlete Maria Pio

Balbina Gloria Mtamba


Benito
Benito Felisberto
Clário Vinte
Fernando Mário Jamal Momade
Nivalda Isabel Remane Sitoe
Plácido Castilho
Salvador Daniel Passuane

Educação para a Igualdade de Género

Academia Militar “Marechal Samora Machel”


Nampula, Novembro de 2023
Introdução
O presente trabalho tem como tema
“Educação para a Igualdade de Género” e
surge no âmbito das avaliações do Módulo
de Educação para a Cidadania, Curso de
Mestrado em Psicopedagogia, ministrado
pela Academia Militar Marechal Samora
Moisés Machel – Nampula.
Introdução (cont)
Em linhas gerais, a expressão “Igualdade
de género” significa igualdade de direitos,
deveres e oportunidades entre homens e
mulheres.
Objectivos

O trabalho ora em destaque tem como objectivo geral,


reflectir sobre a Educação para Igualdade de Género no
contexto moçambicano. Para tal, temos como objectivos
específicos:
Definir os conceitos básicos atinentes a Educação para a
Igualdade de Género;
Identificar os principais factores da desigualdade de
género;
Descrever a Educação para a Igualdade de Género no
contexto moçambicano.
Metodologia
Em relação a metodologia, este trabalho
leva uma abordagem qualitativa e resulta
de uma pesquisa bibliográfica, que
consistiu na revisão de literatura atinente
ao tema em estudo, constituído
principalmente de livros e Artigos
científicos.
Revisão da literatura
Conceitos básicos:
Educação
De acordo com Libâneo (2006), a educação é um
conceito amplo, referindo-se ao processo de
desenvolvimento unilateral da personalidade, que
envolve a formação de qualidades humanas
(físicas, morais, intelectuais, estéticas), tendo em
vista a orientação da actividade humana na sua
relação com o meio social, num determinado
contexto de relações sociais.
Conceitos básicos (cont)

Para Aurélio (2004), educação “ é o processo de


desenvolvimento das capacidades físicas,
intelectual e moral da criança e do ser humano
em geral, visando a sua melhor integração
individual e social” (p.43).
Assim, podemos dizer que a educação é um
processo de transmissão e assimilação de valores
culturais, hábitos e normas com vista a mudança
de comportamento para a integração social.
Sexo vs Género Arlete
De acordo com APA (2011), o termo sexo se
refere a um estado biológico de uma pessoa
e é tipicamente categorizado em masculino,
feminino ou intersexo (combinação de
características masculinas e femininas). Há
uma série de indicadores de sexo biológico,
incluindo cromossomas sexuais, gónadas,
órgãos reprodutivos internos e genitália
externa.
Sexo vs Género (cont)
Género refere-se às atitudes, sentimentos e
comportamentos que uma dada cultura
associa ao sexo biológico de uma pessoa. Um
comportamento que seja compatível com as
expectativas é referido com normalização de
género; comportamentos vistos como
incompatíveis são considerados “falta de
conformidade com género” (APA, 2011).
Sexo vs Género (cont)
Andrade e Barros(2009) definem o género
como um conceito social que descreve o
conjunto de qualidades e de
comportamentos que as sociedades esperam
dos homens e das mulheres, formando a sua
entidade social, a qual difere de cultura para
cultura, isto é, o género tem por base
representações (crenças, ideias, valores) em
torno do sexo biológico.
Preconceitos e estereótipos Placido
De acordo com Bedford (2021), um estereótipo é o que
achamos sobre as pessoas de um determinado grupo. Por
exemplo: homossexuais e heterossexuais, ricos e pobres,…
Já o preconceito é uma avaliação afectiva que possuímos
sobre um indivíduo percebido como participante destes
grupos. Por exemplo: os homossexuais são nojentos; os
pobres são humildes; etc. Os estereótipos de género
cingem-se na atribuição de valores (positivos / negativos)
aos homens em detrimento das mulheres ou vice-versa.
Por ex.: Os homens são mais fortes que as mulheres;
As mulheres traem mais do que os homens.
Educação para Igualdade de Género
A Educação para a Igualdade de Género pressupõe a
existência de desigualdades de género, o que leva as
pessoas a desenvolver uma educação com vista a
erradicar tais desigualdades, que não são meras
diferenças biológicas entre homem e mulher.
Assim, segundo MINEDH (2016), a educação para a
igualdade de género desperta atenção para as
desigualdades no acesso e controlo do poder e estruturas
nos processos de tomada de decisão, manifestadas em
formas e escalas diferentes, nas estruturas sociais,
culturais e económicas da sociedade.
Desigualdade de Género
Historicamente, durante muito tempo, ou seja, desde a
humanidade, as mulheres se dedicavam exclusivamente
aos cuidados do marido, da família, dos filhos e na
organização da casa. Aos homens, não cabiam
actividades domésticas, sendo que esses eram os maiores
e, por vezes, únicos responsáveis pelo provimento do
sustento de suas casas, situação que acabava por colocar
as mulheres “à sombra dos homens”, gerando uma
dependência das mesmas em diversos âmbitos da vida.
As convenções ditavam que o marido era o provedor do
lar. (Ribas, 2018).
Clario
Desigualdade de Género (cont)
Para Wood e Eagly (2002), o que começou por causar as
diferenças existentes entre homens e mulheres, relativamente
ao desempenho de papéis, foram as diferenças sexuais físicas
inerentes, que fazem com que determinadas actividades
sejam mais eficientemente desempenhadas por um sexo ou
por outro, dependendo das circunstâncias sociais e da
cultura.
Na ideologia oficial colonial, as mulheres eram consideradas
rainhas do lar. Isso ao nível ideológico e do discurso, pois o
que acontecia de facto é que o regime colonial dependia da
sua força de trabalho, elas eram as principais produtoras nas
actividades agrícolas, de construção de estradas e nas
fábricas, situação que agravou o peso das suas
Desigualdade de Género (cont)
Assim, a luta pela igualdade pode ser encontrada
em diversas e diferentes realidades como a busca
pela igualdade entre negros e brancos, entre
homossexuais e heterossexuais, entre diferentes
classes sociais e, como foco de objecto desse
estudo, a luta das mulheres pela igualdade de
direitos que os homens possuem.
Igualdade de Género Nivalda
A expressão “igualdade de género” não se refere a
orientação sexual e muito menos a substituição de
funções biológicas do homem para a mulher e
vice-versa. Trata-se de igualar os direitos, deveres,
oportunidades e espaços na sociedade entre as
mulheres e os homens.
Segundo a OIT (2007), “por igualdade de género
entende-se o gozo de iguais direitos, oportunidades
e tratamento por homens e mulheres, rapazes e
meninas em todos os domínios da vida” (p.97).
Igualdade de Género (cont)
Assim, a igualdade de género é uma questão de direitos humanos, exige
que homens e mulheres gozem das mesmas oportunidades, rendimentos,
reconhecimentos e valorizações em todos os domínios numa sociedade.
É uma condição de justiça social e um requisito necessário e
fundamental para termos uma sociedade justa e igualitária (APF, s/d).
A Igualdade de Género exige que, numa sociedade, homens e mulheres
gozem das mesmas oportunidades, rendimentos, direitos e obrigações
em todas as áreas e devem beneficiar das mesmas condições,
nomeadamente:
 No acesso à educação;
 Nas oportunidades no trabalho e na carreira profissional;
 No acesso à saúde;
 No acesso ao poder e influência.
Igualdade de Género (cont)
Assim, a Educação para a Igualdade de Género, visa a
promoção da igualdade de direitos, deveres e
oportunidades, através de uma educação livre de
preconceitos e de estereótipos de género, de forma a
garantir as mesmas oportunidades e opções profissionais
e sociais.
Portanto, este processo configura-se a partir de uma
progressiva tomada de consciência da realidade vivida,
tendo em conta a sua evolução histórica, na perspectiva
de uma alteração de atitudes e comportamentos.
Fernando
Mecanismos e políticas para a
promoção da igualdade de género
De acordo com Teixeira (2021), a igualdade encontra-se
consagrada em vários documentos como é o caso da
Carta das Nações Unidas (1945), a Declaração Universal
dos Direitos Humanos (1948), o Tratado de Roma
(1957), entre outros. Várias organizações internacionais
tiveram um papel fundamental nas acções levadas a
cabo para a eliminação das discriminações com base no
género.
Mecanismos e políticas para a
promoção da igualdade de género (cont)
Em Moçambique, as bases educativas de
igualdade nascem com o Sistema Nacional de
Educação (Lei 4/83) que de acordo com Mazula
(1995) foi caracterizado como um sistema único
de ensino, laico e público. Um sistema de ensino
igualitário e extensivo a toda a população
(deixando de haver escolas para negros e brancos,
para rapazes e raparigas) e fez um grande esforço
na construção de estruturas que permitiram o
acesso da maior parte da população à educação.
Balbina
Mecanismos e políticas para a
promoção da igualdade de género (cont)
Na CRM (2004), a igualdade do género é um direito humano
constitucionalmente consagrado:
“Todos os cidadãos são iguais perante a lei, gozam dos
mesmos direitos e estão sujeitas aos
mesmos deveres, independentemente da cor, raças, sexo,
origem étnica, lugar de nascimento,
religião, grau de instrução, posição social, estado civil dos
pais, profissão ou opção política” (Art. 35).
“O homem e a mulher são iguais perante a lei em todos os
domínios da vida política, económica, social e cultural” (Art.
36).
Mecanismos e políticas para a promoção
da igualdade de género (cont)
Para além do Ministério da Educação e
Desenvolvimento Humano que tem um papel
preponderante na promoção da educação para a
igualdade de género, o Ministério da Mulher e da
Acção Social (MMAS) tem o mandato de promover
a igualdade de género em Moçambique, função esta
que tem sido atribuída a diferentes instituições,
começando com o Secretariado Nacional para a
Acção Social no Ministério da Saúde.
Passuane
A perpetuação das desigualdades de
Género na Educação em Moçambique
Nas zonas rurais, as meninas são ensinadas que a sua tarefa na
sociedade é cuidar dos afazeres domésticos, satisfazer
sexualmente seus esposos, enquanto os meninos são ensinados
que devem ir à escola, arranjar um trabalho para o sustento da sua
família, o que caracteriza uma educação tradicional (Bive e
Pessula, 2018).
De acordo com estes autores, estas práticas contribuem e reforçam
as desigualdades de género e os comportamentos sexistas, apesar
de fazerem parte da cultura. Os atributos assumidos pelas meninas
assim como pelos meninos tornam-se cada vez mais crescentes,
pois, os ritos de iniciação e a forma tradicional como são
orientadas essas práticas contribuem em grande medida para que
se reforcem os comportamentos sexistas de género.
Conclusão
Neste estudo, percebemos antes porém, que o género é
uma categoria construída social, histórica e culturalmente
nas relações interpessoais. Tal que, as desigualdades de
género remontam desde a humanidade, pois as mulheres
se dedicavam exclusivamente aos cuidados do marido, da
família, dos filhos e na organização da casa, ou seja, aos
trabalhos domésticos. Sendo que aos homens cabia o
provimento do sustento de suas casas, o que acabava por
colocar as mulheres numa situação de dependência em
diversos aspectos da vida.
Conclusão (cont.)
Entretanto, apesar das políticas públicas cingidas
na promoção da paridade e equidade de género,
ou seja, igualdade de direitos, obrigações e
oportunidades entre mulheres e homens, as
desigualdades de género têm perpetuado no seio
das sociedades.
Assim, para a construção de uma sociedade livre
de preconceitos e discriminações, a Educação
para Igualdade de Género torna-se cada vez mais
relevante e imprescindível.
Muito obrigado pela
atenção dispensada!

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