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Dr.

Carlos Augusto Anselmo Abrahão

Dr. Carlos Augusto Anselmo Abrahão


Endocrinologista e Nutrólogo

Este livro não tem o intuito de substituir a consulta médica, nem Dietoterapia
a pretensão de impor situações definitivas.
na

OBESIDADE
A vida é uma constante mutação e, como tal, os conceitos sobre
os diversos tipos de enfermidades e seus respectivos tratamentos
também evoluem.
É dever de todo pesquisador ter a sua mente aberta a novas
conquistas, caso contrário, cairá na banalidade daqueles que, no
decorrer da história, foram incapazes de admitir novas descobertas.
O tempo os colocou no “ridículo”.

Dietoterapia na OBESIDADE e doenças afins


Pretendo, com esse livro, transmitir informações não só de
caráter científico como também de experiência profissional. e doenças afins
(colesterol, triglicérides, diabetes e ácido úrico)
Acredito que a partir do momento que o público leigo tomar
conhecimento das informações oferecidas neste livro, nós, pro-
fissionais da saúde, teremos mais chances de trabalhar em prol do
bem-estar da comunidade. Incluindo avaliação da sua biopersonalidade
e a dieta específica para cada caso
Dr. Carlos Augusto Anselmo Abrahão

Guia de Fast Food

E a dieta da moda na Europa:


“Os Nutripontos”
Dr. Carlos Augusto Abrahão é médico,
formado pela Faculdade de Medicina de
Catanduva em 1982. Atua na área de
Endocrinologia e Metabolismo, com
ênfase em Nutrição e Dietoterapia. É
especialista em Nutrologia pela ABRAN –
Associação Brasileira de Nutrologia –,
filiada à Associação Médica Brasileira .
É membro da Sociedade Latino-
Americana de Tireóide, Sociedade Bra-
sileira de Diabetes, Sociedade Latino-
Americana de Diabetes, Associação Bra-
sileira para o Estudo da Obesidade (Bra-
zilian Association for Study of the Obe-
sity), filiada à Federação Latino-Ame-
ricana para o Estudo da Obesidade, Socie-
dade Brasileira de Clínica Médica, As-
sociação Médica Brasileira de Oxido-
logia, Sociedade Brasileira de Medicina
Biomolecular e Radicais Livres e Associa-
ção Brasileira de Nutrologia, filiada à
AMB .
Dietoterapia na

OBESIDADE
e doenças afins

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Dr. Carlos Augusto Anselmo Abrahão
Endocrinologista & Nutrólogo

Dietoterapia na

OBESIDADE
e doenças afins

(Colesterol, Triglicérides, Diabetes e Ácido úrico)


(Teoria, avaliação, perda e manutenção do peso após perda)

Manual prático para o leigo

São Paulo - SP
2000

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Aos meus pais

Jamil e Lygia

Aos meus tios Eunice e André

meu irmão e minha cunhada Marilza e Carlos Eduardo,

presentes na hora de maior necessidade

Às minhas filhas

Lyvia e Fernanda

À minha querida esposa

Grace Mônica,

cuja ajuda e compreensão

foram de fundamental

importância para a

feitura desta obra.


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Prefácio

Foi com imenso prazer que recebi a incubência de prefaciar o livro “Dieto-
terapia na Obesidade e Doenças Afins” de autoria do Dr. Carlos Augusto Anselmo
Abrahão.
Fiquei ainda mais feliz após a leitura do mesmo, pois trata-se de um compêndio que
abrange os capítulos essenciais sobre a Obesidade e o tratamento racional da mesma.
A linguagem é simples, clara; a nomenclatura química atual nos proporciona
uma leitura agradável, leve e completa sobre o tema.
Embora o assunto tenha sido tema de muitos livros, livretos, opúsculos etc.
sobre o assunto em questão, no presente livro destaca-se, entre outros, o “Plano
alimentar definitivo ou de manutenção”, pois, o que se vê na prática diária é a
“facilidade de perder peso” e a dificuldade em se manter “enxuto”.
Na nossa opinião o livro proporciona os necessários princípios básicos do ema-
grecimento através da dietoterapia racional e fisiológica sendo, pois, recomendado à
todos que necessitem desse tratamento, bem como à estudantes de medicina e
paramedicina como um manual de conhecimentos gerais.
Finalmente, destacamos um ponto muito importante, na nossa opinião: o Autor se-
gue na sua obra as normas da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade
(ABESO), entidade médica ligada às Associações médicas, endócrinas, etc.
congêneres no nosso meio.
Está, pois, de parabéns o Dr. Carlos Augusto Anselmo Abrahão.

São Paulo, Junho de 2000.

Professor Dr. José Carlos da Rosa


Livre Docente de Cirurgia da Escola Paulista de Medicina
da Universidade Federal de São Paulo.
Chefe da Seção de Cirurgia Endócrina e Cervical
do Hospital do Servidor Público Estadual.
Ex-Professor Titular das Faculdades de
Medicina de Jundiaí, Sorocaba e Santos.

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Conteúdo

1 - TEORIA
Alimentos .................................................................................................... 17
Água ........................................................................................................... 18
Hidratos de Carbono................................................................................... 21
Fibras .......................................................................................................... 23
Lipídios........................................................................................................ 29
Proteínas ..................................................................................................... 35
Minerais ...................................................................................................... 47
Vitaminas .................................................................................................... 53
Nutrição ...................................................................................................... 63
Pirâmide alimentar ...................................................................................... 69
Obesidade ................................................................................................... 75
Classificação e formas clínicas................................................................... 79
Transtornos alimentares .............................................................................. 91
Depressão ................................................................................................... 95
Atividades físicas e exercícios.................................................................... 99
Cálculo da gordura corporal ....................................................................... 102
Dúvidas ....................................................................................................... 104

2 - PLANO ALIMENTAR PARA A PERDA DE PESO


Introdução à parte 2 ................................................................................... 111
Programa alimentar “a perda” ................................................................... 113
Parte prática da perda ................................................................................ 119
Planejamento da atividade física ................................................................. 125
A caminhada “Light” ................................................................................ 126
Valores calóricos da atividade física ........................................................... 129

3 - MANUTENÇÃO
Manutenção ................................................................................................ 135
2.200 calorias .............................................................................................. 139
2.400 calorias .............................................................................................. 141
2.600 calorias .............................................................................................. 142
2.800 calorias .............................................................................................. 144

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Grupos de alimentos ................................................................................... 146
Combinações alimentares ........................................................................... 152
Regras de ouro para não voltar a engordar ................................................ 157

4 - DIETOTERAPIA NAS DOENÇAS AFINS (COMORBIDADES)


Hiperuricemia ............................................................................................. 161
Dislipidemias ............................................................................................... 165
Dieta especial para o paciente diabético .................................................... 171

5 - CALORIA DOS DIVERSOS ALIMENTOS + GUIA “FAST FOOD”


Burger King ................................................................................................ 185
McDonald’s ................................................................................................ 186
Pizza Hut .................................................................................................... 188
China in Box ............................................................................................... 190
Molhos e temperos ..................................................................................... 191
Bebidas e lanches ....................................................................................... 192
Outros alimentos ......................................................................................... 193

6 - DIETAS ESPECIAIS
Uma dieta para cada personalidade ........................................................... 197
Um plano alimentar para cada personalidade............................................. 205
A dieta dos nutripontos ............................................................................... 228

7 - CURIOSIDADES
Farmacoterapia da obesidade ..................................................................... 237
Nutracêuticos.............................................................................................. 240
Diet ou Light ............................................................................................... 241
Considerações finais ................................................................................... 242

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Introdução

Quando resolvi escrever esse livro, confesso que tinha em mente ofecerer à popu-
lação leitora, um pouco da minha experiência no diagnóstico, tratamento e controle da
obesidade e doenças afins. Com o decorrer das páginas, foram aparecendo algumas idéias
novas e então, resolvi extendê-las ou melhor, aprofundá-las.
Portanto, onde existia o plano de transmitir meras informações, na realidade
foram substituídas por um verdadeiro manual “faça você mesmo”.
Deixo claro que este livro segue as normas da ABESO - Associação Brasileira
para o Estudo da Obesidade, na qual honradamente faço parte, e tenho muito orgulho
de divulgar seus objetivos. Seguirei os conceitos e normas estipuladas pelo Consenso
Latino-Americano de Obesidade de 1998, da mesma maneira que os pratico em mi-
nha clínica particular.

Dividimos o livro em sete partes para melhor entendimento.


9 Parte 1 - Teoria
9 Parte 2 - Plano alimentar para perda de peso
9 Parte 3 - Plano alimentar definitivo ou de manutenção
9 Parte 4 - Dietoterapia nas doenças afins (comorbidades)
9 Parte 5 - Quantidade de calorias dos diversos alimentos + “fast-food”
9 Parte 6 - Dietas especiais
9 Parte 7 - Curiosidades + Farmacoterapia na obesidade

A obesidade é hoje definida como uma doença endócrino-metabólica crônica e


heterogênea, com uma forte base genética que se apresenta quando esta se associa a
fatores do meio tais como alimentação hipercalórica-hipergordurosa e o sedentarismo.
O hábito alimentar das pessoas vêm se modificando de forma importante nas
últimas décadas, tendo hoje um perfil que contempla:

¾ 1 - Dietas ricas em gorduras


¾ 2 - Consumo elevado de carbohidratos simples (açúcares) ou refinados
¾ 3 - Uso de alimentos de alto valor calórico
¾ 4 - Ingestão calórica acima das necessidades nutricionais.
¾ 5 - Abuso de bebidas alcoólicas
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Isso tudo leva ao sobrepeso e que pode por sua vez instalar uma doença crônica-
a obesidade; com todas as suas conseqüências.
Portanto, mais do que uma “cura pelo emagrecimento”, necessita-se de um
programa de tratamento: uma mudança no modo de vida graças a qual o paciente se
concientiza em comer de maneira moderada e cuidadosa e em ser fisicamente ativo.
Por isso, para que se possa realmente fazer esse planejamento alimentar, fiz
questão de explicar detalhadamente as composições químicas dos alimentos, definindo
gorduras, proteínas, hidratos de carbono, minerais, vitaminas e a própria água. Essa
definição é muito importante para que o leitor possa inclusive, identificar seus próprios
alimentos, e saber da sua utilidade na composição da nova alimentação diária.
Também o leitor vai saber fazer seus cálculos metabólicos e a partir dai, perso-
nalizar uma dieta para si mesmo, da melhor maneira que lhe convir. Isso é importante,
pois o leitor adaptará sua dieta ou plano alimentar de acordo com suas necessidades
ou conveniências.
Acredito que a pessoa quando realmente fica conhecendo o problema que lhe
aflige, acaba tomando conciência e, de uma maneira ou de outra, procurando ajuda.
É exatamente essa ajuda “externa” que eu vou tentar passar nas páginas
vindouras. Nós médicos, que tratamos entre outras, a obesidade, estamos cansado de
conhecer o perfil psicológico do paciente obeso. Sabemos que ele procura o médico
somente quando está vivendo uma situação nova no seu dia a dia, que, na maioria das
vezes, é de caráter emocional. É o caso do jovem obeso que conhece uma jovem, ou
um rapaz se for mulher, e se apaixona. Imediatamente ele se sente inferiorizado por-
que no nosso meio o obeso é discriminado; é motivo de chacota; a mídia valoriza o
magro; a sociedade cultua o corpo esbelto; é vítima de preconceitos diversos.
Na maioria das vezes essas pessoas obesas são deprimidas pois já fizeram
inúmeras dietas malucas buscando sucesso; ficam neuróticos com a balança; vivem
atormentados com a cobrança dos outros e sentem-se culpados pelo insucesso no
emagrecimento.
Mais que depressa, esse ou essa jovem nos procura profissionalmente, agora
decididos (a maioria das vezes momentaneamente) a empreender um tratamento sé-
rio a fim de superar todos esses obstáculos para se sentir apto ou apta à empreender
a nova conquista.
Esses jovens, na maioria das vezes, apresentam taxas bioquímicas sangüíneas
normais e raramente, algum fator endócrino. O problema é quase exclusivamente
estético mas, é óbvio, deve ser investigado.
Outro tipo comum de pessoas que nos procuram são aqueles que apresentam
alguma alteração do tipo Diabetes, Dislipidemias, Hipertensão, problemas cardíacos,
etc, na maioria das vezes associados, e, devido à obesidade. Nesse caso o processo
se deve mais à parte metabólica funcional e nem tanto à parte estética. De qualquer

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maneira, percebemos que a aderência do paciente ao tratamento, no começo é de
100% e essa taxa vai caindo a ponto de, quando chegar na manutenção estarmos com
apenas 15% daqueles que começaram o programa, sendo que, 90% deles é proveniente
do 2º caso.
Isso é alarmante!!!
Sabemos que principalmente os fatores tempo, disponiblidade e gastos com
medicamentos e também com determinados tipos de alimentos “especiais” pesam
bastante, porém, também sabemos que o paciente quando perde alguns quilos, já se
considera “bem” e, com isso, abandona o programa alimentar.
Talvez, a principal causa de abandono do tratamento seja a desinformação. Por
mais que falemos e expliquemos, os pacientes parecem não ouvir.
Temos conciência que a atividade física das pessoas é inversamente proporcio-
nal ao avanço da tecnologia. Hoje em dia, tudo é facilitado pelo avanço tecnológico do
mundo; Andamos pouco (o automóvel faz esse papel), não subimos escadas (eleva-
dores), até o ato de mudar o canal do televisor já é feito pelo controle remoto. Por-
tanto, o avanço da tecnologia nos torna cada vez mais sedentários. Também o aprimo-
ramento da engenharia de alimentos, tornando-os mais “palatáveis” e, é claro, para
que isso ocorra é necessária a adição de gorduras.
Então, através deste livro, os leitores e, principalmente, os leitores em trata-
mento vão saber avaliar a importância do programa e sua conclusão ou melhor, sua
manutenção. Sim, manutenção porque após a perda de peso, você nunca será um
paciente magro e sim, um ex-obeso (qualquer regresso aos “maus hábitos”, fará
com que o paciente regresse ao sobrepeso). Isso fortalece a obrigatoriedade de uma
manutenção prolongada e, por que não, permanente?
Portanto, como verão no decorrer dos capítulos, a obesidade é uma doença onde
a perda de peso é apenas uma parte do tratamento e que antecede a manutenção.

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Parte 1

Teoria

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Alimentos

São substâncias que quando introduzidas no organismo, têm a finalidade de


promover o crescimento, a reparação dos tecidos, a produção de energia e o equilíbrio
das diversas funções orgânicas. Eles podem ter origem animal, vegetal ou mineral.
Exemplo de alimentos: Arroz, feijão, carne, leite, ovos etc.
Então, nosso organismo requer alimentos para os seguintes propósitos:
√ Fornecer energia para as funções orgânicas
√ Fornecer energia para o movimento e o trabalho do corpo
√ Manter a temperatura do corpo
√ Fornecer materiais para a produção de enzimas
√ Fornecer materiais para o crescimento, para substituições e reparações

Classificação dos alimentos

Os alimentos se dividem em:


Plásticos - São os alimentos que contém nutrientes que entram na formação
da estrutura celular: proteínas, cálcio e água.
Energéticos - São os alimentos cujos nutrientes predominantes produzem ca-
lorias: gorduras, glicídios e proteínas.
Reguladores - São os alimentos que permitem o equilíbrio das diversas fun-
ções por possuirem vitaminas (A, B. C etc) e sais minerais (Ferro, Cálcio, Sódio etc).

Nutrientes

São as substâncias químicas que constituem os alimentos e que podem ser


utilizadas pelo organismo (são necessárias para as funções orgânicas).
O organismo necessita de seis (6) categorias de nutrientes para levar avante
suas funções:

Água - Hidratos de Carbono - Lipídios - Minerais - Proteínas - Vitaminas

Descreverei a seguir, resumidamente, as 6 categorias de nutrientes citadas


acima para que o leitor tenha uma melhor compreensão e realmente saiba o que
significam.
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ÁGUA

A água só é menos importante que o oxigênio em relação à sua necessidade


para a vida; sua falta resulta em morte em questão de dias.
Admitindo-se que 70% do peso corporal seja água, 5% são constituídos de
plasma (parte líquida do sangue), 15% como líquido intersticial e 50% como líquido
intracelular (Essas proporções são relativas ao peso corpóreo total).
Na verdade, o estoque de água do corpo, além de participante, é responsável por
praticamente todos os processos orgânicos, inclusive digestão, absorção, circulação e
excreção. A água também é o principal transportador de nutrientes, sendo necessária a
todas as funções estruturais do corpo.A água ajuda a manter a temperatura normal e é
essencial para eliminar excreções do corpo. Portanto, é muito importante repor diaria-
mente a água continuamente eliminada pelo suor e pela urina. É essencial para o funcio-
namento adequado do corpo beber pelo menos oito copos de água pura por dia, isso
porque o adulto necessita consumir de 2 a 4% do peso do seu peso corpóreo em água.
Lembre-se que, embora o corpo possa sobreviver sem alimento durante cerca de cinco
semanas, não consegue sobreviver sem água por mais de cinco dias.
Os líquidos proporcionam a principal fonte de água porém, parte dela é obtida
da oxidação dos alimentos (as dietas mistas proporcionam cerca de 12 gr de água por
100 calorias) e parte pela oxidação dos tecidos orgânicos.
A água é necessária para que o organismo metabolize os alimentos de forma
correta. Além disso, uma pessoa desidratada se cansa mais facilmente, e, quem se
exercita deve redobrar a atenção. Deve-se ingerir 600 ml de água por hora (3 copos
médios). Beber pouco líquido provoca queda no rendimento físico, redução da coor-
denação motora e mais risco de lesão muscular.
Seria relativamente fácil usar ou comprar água que atenda as nossas necessi-
dades particulares; no entanto, devido aos inúmeros tipos de classificação dadas à
água, o consumidor médio pode ficar confuso com o que existe no mercado.
A água é normalmente classificada pela sua procedência (fonte, balneário, gêiser,
fornecimento público etc.), pelo seu conteúdo mineral (contendo pelo menos 500 par-
tes por milhão de sólidos dissolvidos) ou pelo sistema de tratamento pelo qual passou
(purificada, deionizada, fluorada, destilada a vapor etc.).
Devido à grande superposição de critérios usados para classificar a água, algumas
águas aparecem em mais de uma categoria. Além disso, não há regras que normatizem.

a) Água dura
Contém cálcio e magnésio. Esses minerais impedem que o sabão faça espuma e
depositam uma película sedimentar nos cabelos, roupas, canos, pratos e banheiras.
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Estudos mostram que o índice de mortalidade por doenças cardíacas é menor
nas áreas onde ela é consumida.

b) Água branda
Pode ser naturalmente branda ou pode ser a água dura tratada com sódio para
retirar o cálcio e o magnésio. A água artificialmente branda pode dissolver o revesti-
mento dos canos de chumbo. Os canos de cobre promovem níveis perigosos de cobre,
ferro, zinco e arsênico no corpo mediante o uso de água branda.

c) Água deionizada ou desmineralizada


É aquela água que teve sua carga elétrica neutralizada pela remoção ou adição
de elétrons. Esse processo remove da água nitratos, cálcio e magnésio além de cádmio,
bário, chumbo e algumas formas de rádio.

d) Água filtrada
É o meio pela qual a água é transformada em água pura, limpa, não-contamina-
da e de melhor sabor. A natureza filtra a água fazendo-a passar por riachos. Quando
a água passa pelas pedras dos riachos, as bactérias presentes na água prendem-se às
pedras e são substituídas por minerais como cálcio e magnésio.
Além da natureza, há muitas formas artificiais de se filtrar a água, como a
destilação, o uso de carvão ativado e osmose reversa.
Contudo, acredito que nenhum filtro é capaz de evitar a passagem de bactérias
ou vírus. Cada poro do filtro mais fino existente é grande o bastante para que milhões
de germes possam penetrar.

e) Água fluoretada
Acrescenta-se fluor a água para ajudar a manter ossos e dentes fortes. Há
uma corrente de pesquisadores que são contrários a essa atitude pois acham que a
fluorina (substância venenosa da qual deriva o fluoreto) causa danos irreparáveis ao
sistema imunológico. Atualmente a fluoretação tem sido o padrão e não a exceção.

f) Água mineral
É a água da fonte natural. Não pode ser bombeada ou forçada do solo e deve
ser engarrafada na fonte. Se estiver bebendo água mineral que contém minerais que
você não precisa, estará fazendo mais mal do que bem a você mesmo.
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g) Água da fonte
O conteúdo mineral não foi alterado, mas pode ou não ter sido filtrada ou tratada.
Essa água não é processada e pode-se acrescentar a ela sabor ou gases

h) Água destilada a vapor


A destilação é o processo de vaporizar a água por meio de sua fervura. O
vapor sobe, deixando para trás grande parte das bactérias, vírus, substâncias quími-
cas, minerais e poluentes de água. O vapor vai em seguida para uma câmara de
condensação onde é resfriado e condensado para se tornar água destilada.
Depois de consumida, a água destilada expulsa do corpo minerais inorgânicos
rejeitados pelas células dos tecidos. Por isso, é importantíssimo consumir água destilada.

i) Água de torneira
A água que sai das torneiras e pias vem dos lençóis de água, ou seja, água que
flui de lagoas, córregos, riachos, rios e lagos. Contudo, a água da chuva pode levar
poluentes a esses corpos de água, fazendo com que a água que bebemos fique conta-
minada. Os resíduos de fertilizantes e inseticidas podem ser facilmente lavados nos
lençóis freáticos, assim como o chumbo dos automóveis e emissões de fábricas. Além
disso, a fim de purificar a água potável, são muitas vezes utilizadas substâncias quími-
cas como alume, carbono, cloro, flúor, cal, fosfatos, carbonato de sódio e aluminatos
de sódio. Essas substâncias químicas são usadas para matar as bactérias encontradas
na água, mas atualmente acredita-se que causem câncer.

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HIDRATOS DE CARBONO

Os hidratos de carbono (HC) são nutrientes eminentemente energéticos e que


fornecem energia aos processos vitais. São nutrientes compostos dos elementos car-
bono, hidrogênio e oxigênio.
Sob o ponto de vista químico eles se dividem em 3 grupos:
Monossacarídeos ou oses
Glicose - Frutose - Galactose - Pentoses
Dissacarídeos
Lactose - Sucrose - Maltose - Trehalose
Polissacarídeos
Amido - Amilose - Amilopectina - Glicogênio

Os HC são classificados de acordo com suas unidades de açúcar ou sacárides.


Os açúcares são excelentes agentes redutores (doam elétrons). Um monossacáride é
um açúcar simples. Não pode ser desdobrado em nenhuma outra unidade de açúcar
simples. Eles têm somente 1 molécula porém 2 fórmulas estruturais: a forma D (onde
o carbono assimétrico desvia a luz polarizada para a direita) e a forma L (onde o
Carbono assimétrico desvia a luz polarizada para a esquerda). Nosso organismo assi-
mila somente a forma D. Os monossacárides tem a mesma fórmula química
C6 H12 O6

porém o arranjo das moléculas, conforme visto anteriormente, difere de uma para
outra. As hexoses (glicose) são os monossacarídeos mais comuns.
Quando dois monossacárides se juntam ou se combinam eles formam um
dissacáride.
Polissácarides são compostos complexos resultantes da combinação de mui-
tas unidades de monossácarides ou açúcar simples. Eles funcionam como reserva
calórica no nosso organismo. O principal é o glicogênio e nos vegetais, o amido.
Os polissacárides são insolúveis em água e são digeridos em várias etapas de
degradação.
Há alguns polissacárides que são classificados como não digeríveis. Esses
polissacárides incluem celulose, hemicelulose, pectina, ágar, carágeno e lignina. Estas subs-
tâncias são denominadas genericamente de fibras. O organismo não possui enzimas capa-
zes de digerí-los, portanto as fibras passam pelo tubo digestivo e levam com elas muitas
substâncias que do contrário ficariam alojados no próprio intestino.

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Alguns polissacárides tem funções especiais principalmente estruturais como
os mucopolissacárides. Dentre eles citamos o ácido hialurônico e a heparina.
Nas plantas os HC são armazenados na forma de amido. São grânulos envoltos
por paredes celulósicas. O cozimento causa inchação dos grânulos e o rompimento da
parede celulósica, o que permite o contato dos grânulos com as enzimas digestivas e
possibilita sua digestão. Por isso nas dietas hipocalóricas podemos comer verduras e
legumes crus à vontade porém, quando cozidos devemos limitá-los.
Os HC são armazenados no organismo como glicogênio, em quantidade limita-
da. Aproximadamente de 300 a 500 gr de HC são armazenadas no organismo de um
adulto com saúde dividos assim: - figado 100 gr - músculos lisos, esqueleticos e cora-
ção 200 a 250 gr, e líquido extraceluar 15 gr
Oficialmente não são estabelecidos os requerimentos diários recomendados
(RDA = required daily allowance) para os HC; eles constiteum parte dos requerimen-
tos energéticos. Pelo menos 50 a 100 gr diários são necessários para prevenir a cetose.
Os HC são as fontes preferídas de energias para o organismo, e são necessários para
a oxidação das gorduras. Nos USA há organismos que recomendam que de 55 a 60%
do total calórico devam ser cobertos com hidratos de carbonos (United States Dietary
Goals - U.S.Sent, 1977).

Os hidratos de carbonos uma vez digeridos e absorvidos, seguem um dos


três caminhos:

- Podem ser metabolizados para atender as necessidades energéticas do


organismo
- Podem ser convertidos em glicogênio e armazenados no fígado ou músculos.
- Finalmente, podem ser convertidos em gordura e armazenados para necessi-
dades futuras de energia
Os produtos finais do metabolismo dos hidratos de carbono são: dióxido de
carbono, água e energia.

Um grama de Hidrato de Carbono fornece 4 calorias ou 16.8 Joules.

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FIBRAS

Por considerar as fibras fundamental em nossa alimentação, principalmente nos


dias de hoje onde notamos por parte das pessoas um total desconhecimento nutricional,
dedico especialmente este capítulo à elas. Seja por fatores culturais, por fatores monetá-
rios ou simplesmente por “não gostar” de determinadas comidas, uma grande parte das
pessoas deixa de consumi-las. Já sabemos de capítulos anteriores que as fibras são hidratos
de carbono do tipo polissacarídeos que são compostos complexos resultantes da combina-
ção de muitas unidades de açúcar simples, ou monossacárideos. Elas são insolúveis em
água e são classificados como não digeríveis. Encontradas em muitos alimentos, as fibras
ajudam a adminuir os níveis de colesterol e a estabilizar os níveis de açúcar no sangue,
beneficiando principamente os portadores de colesterol elevado e diabéticos, ajudam a
evitar o câncer do instestino grosso, prisão-de-ventre, hemorróidas, obesidade e muitos
outros problemas. Alimentos com altos de teor de fibras passam pelo aparelho intestinal
devido à ação peristáltica do canal alimentar, e levam com elas muitas substância tóxicas
que do contrário ficariam aí alojadas. As fibras alimentares agem sobre o peso das fezes.
A ingestão de 100-170 gramas de fibras por dia provoca um trânsito intestinal de 30 horas
(peso 500 gr). Já os americanos, ingerindo cerca de 20 gramas por dia, têm um trânsito de
48 horas e um peso menor que 100 gramas. Daí ser usada no tratamento da constipação
intestinal, assim como em casos de diarréia, provocando a normalização do trânsito, já que
o maior peso causa menor pressão da defecação com menos estresse inflingindo as pare-
des, daí diminuindo a incidência de formação de diverticulos.
A digestão dos alimentos é beneficiada pelas fibras que alteram o trânsito in-
testinal e o esvaziamento gástrico.A glicemia também se normaliza, já que a absorção
se torna mais lenta. Os metais tóxicos são eliminados porém os essenciais também
podem sê-lo. Daí os riscos que uma dieta estritamente vegetariana pode causar em
relação ao Zinco, que pode ser depletado pelas fibras (este metal só é praticamente
encontrado em fontes animais).
As fibras pouco solúveis tem ação menor (farelo de aveia); a fermentação das
fibras produzem ácidos graxos de cadeia curta (acético-propiônico-butírico) que exer-
cem proteção a parede intestinal inclusive inibindo a gênese do carcinoma intestinal.
Com a ingestão de fibras, a flora intestinal se torna predominantemente de
lactobacilos, consequentemente, diminuindo a flora patogênica.
A prevenção da obesidade vem do fato que as fibras causam um aumento na
mastigação melhorando o processo alimentar e com isso, aumentando a perda fecal
de calorias, aumento da reação de enzimas digestivas, aumento da saciedade e me-
lhora da tolerância à glicose. Se essas substâncias nocivas não são expulsas pelo
corpo, resultam em doenças.
Há sete formas de fibras, e cada forma tem sua própria função.
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As fibras são:
01-Pectina
Devida a lenta absorção de alimentos após as refeições, a pectina é benéfica
para os diabéticos. Também retira metais e toxinas indesejáveis no corpo, é valiosa na
radioterapia, ajuda a diminuir o colesterol (através da formação de gel), e reduz o
risco de doenças cardíacas e cálculos biliares.Também tem ação como anorexígeno
(diminuição do apetite).
A pectina é encontrada em maçã, cenoura, beterraba, banana, repolho, fruta
cítricas, ervilhas secas e quiabo.

02-Celulose
É um hidrato de carbono não digerível encontrado na camada externa de ver-
duras e frutas.
É benéfica para hemorróidas, varizes, colite e prisão-de-ventre, além de remo-
ver substâncias cancerígenas da parede do cólon.
É encontrado na maçã,pera, cenoura, brócolis, ervilhas, grãos integrais, casta-
nha-do-pará, vagem e beterraba.

03-Hemicelulose
É um hidrato de carbono complexo, não digerível, que absorve água.
É benéfica para quem quer perder peso, prisão-de-ventre, câncer de colo e
para controlar substâncias cancerogênicas no aparelho intestinal.
É encontrada em maçã, beterraba, cereais de grãos integrais, repolho, banana,
leguminosas, milho, pimentão, verduras epera.

04-Lignina
Esta fibra é boa para diminuir as taxas de colesterol e previnir a formação de
cálculos biliares ao unir-se aos ácidos biliares.
É benéfica para aqueles que têm diabetes ou câncer de cólon.
Exercem poderoso efeito anticâncer e antibacteriano.
É encontrada em cenoura, vagem, ervilha, grãos integrais, castanha-do-pará,
pêssego, tomate, morango e batata.
24
05-Farelo
É a parte grosseira da semente do grão do cereal, separada da farinha por
peneiração ou coagem. Ajudam a diminuir o colesterol.
São usadas principalmente os farelos de aveia, trigo, arroz e milho.

06 e 07-Gomas e Mucilagens
Tanto as gomas quanto as mucilagens ajudam a regularizar as taxas de glicose
do sangue e a diminuir o colesterol além de remover toxinas do corpo.
São encontradas na farinha de aveia, farelo de aveia, gergelin e leguminosas secas.

Como exemplos de gomas e mucilagens citaremos as 3 mais usados atualmente:


a) Glicomanana
Captura e remove gordura da parede do cólon. É benéfica para diabete e obe-
sidade pois é um mobilizador de lipídeos. Normaliza o açúcar no sangue. Expande até
60 vezes seu peso ajudando a diminuir o apetite.
b) Goma Guar
Ajuda a diminuir o apetite, colesterol, triglicérides e diabete. Diminue os níveis
de LDL-colesterol (colesterol ruim) e ajuda a expulsar substâncias tóxicas do corpo.
c) Sementes de psílio
Amolecedor de fezes. É uma das fibras mais usadas inclusive pela indústria
farmacêutica. São usados como laxantes e como suplemento de fibras. Também aju-
da a diminuir o apetite, colesterol, triglicérides e diabete.
√ Agora, faça você mesmo um teste rápido e funcional e veremos como está
sua ingestão diária de fibras
√ Marque um “X” naqueles itens que você consome diariamente e some os
pontos obtidos (cada item tem seu valor correspondente do lado direito)
√ Depois some os três subtotais obtidos e vamos ter nosso valor final

Importante: Aquele alimento que você consome mais de uma vez ao dia deve
ser somado tantas vezes quantas o consumir.
Por exemplo: Se come uma maçã de manhã e uma maçã a tarde, deve somar
a pontuação correspondente a maçã duas vezes.
25
No café da manhã e lanches
01 maçã média com casca 3
01 fatia de pão branco tostado 0
01 fatia de pão integral 1,9
01 copo de suco de laranja 0
01 fatia de queijo
½ xícara de leite com fibras (cereais
matinais) 12,2
½ xícara de leite com 01 fatia
de pão francês 0,8
Total
No almoço e jantar
01 porção de carne vermelha
/ branca / peixe 0
½ xícara de lentilhas cozidas 3,7
½ xícara de arroz integral 1,7
½ xícara de arroz branco 0,6
Não consome legumes 0
½ xícara de vegetais cozidos:
abobrinha 1,3
brócolis 2,0
espinafre 2,0
couve de bruxelas 3,4
½ batata doce 1,7
Vegetais crus:
01 xícara de alface 1,0
01 tomate médio 1,6
01 cenoura média 2,3
01 misto quente 0
01 Cheese burger 0
Não consome verduras 0

Total

26
Sobremesas
01 taça de morangos 3,9
01 laranja média 3,1
01 banana média 1,8
01pera média com casca 4,3
01 pêssego com casca 1,4
Não consome frutas 0
Total

Se a pontuação obtida for:


⇒ De 20 a 35 pontos = Ok. Você está consumindo a quantidade recomendada
de fibras. Continue assim!!!
⇒ Menos de 20 pontos = Significa que está consumindo poucas fibras e que
deve aumentar seu consumo.

Como fazer para consumir mais fibras?


- Consuma diariamente vegetais e frutas
- Incorpore legumes e cereais integrais em sua alimentação

Não se esqueça...
Que o café da manhã é uma excelente ocasião para consumir alimentos ricos
em fibras combinados com leite, iogurte, vitamina de frutas, mamão com laranja e
outros.
Uma prática e saborosa maneira de consumir fibras tem sido explicada e colo-
cada em uso na nossa clínica particular. É acessível monetariamente a qualquer pes-
soa e facilmente encontrada nos supermercados ou mercearias. Oriento nossos pacien-
tes a misturar em um recipiente (de preferência um frasco de 2 ou 3 litros) com tampa
os seguintes ingredientes:
- 01 pacote de FIBRE-1  (cereal matinal de trigo e milho)
- 01 pacote de ALL-BRAN  (cereal matinal à base de trigo)
- 01 pacote de BASIC SEVEN  (cereais naturais, maçã, côco, uva passa e mel)
- 01 pacote de CORN FLAKES  sabor côco
- 01 pacote de 300 gr de FARELO DE TRIGO de qualquer marca.
Cada 30 gramas (2 colheres de sopa rasa) desta mistura fornecem 90 calorias.
Se misturarmos esse preparado com 01 copo de leite desnatado (200 ml) teremos
uma quantidade calórica de 165 calorias.
27
Acrescente os seguintes alimentos à sua dieta:
Cereais e farinhas de grãos integrais, arroz integral, todos os tipos de farelos, da-
masco, maçã, ameixa seca, frutas, nozes, sementes, feijão, lentilhas, ervilha e hortaliças.
Se quiser perder peso, fibras e exercícios devem fazer parte do programa.
Encontre a fibra que apresenta melhores resultados para você.
Comer pipoca sem sal e sem manteiga também é uma forma excelente de acres-
centar fibras.
Recomenda-se uma ingestão diária de 0,5 grama de fibras para cada 100 calorias.

Alimentos ricos em fibras


(Coma as sementes, cascas e folhas sempre que possível).

Verduras e legumes % em fibras


Abóbora 3,5
Brócolis 4,1
Cebola 2,1
Cenoura 3,7
Couve 3,1
Ervilha 7,8
Feijão (qualquer tipo) 7,75
Milho verde 4,7
Pimentão 2,1
Repolho 2,8
Soja em grão 4,2

Frutas % em fibras
Ameixa 1,8
Banana 1,8
Côco 3,8
Goiaba 5,3
Kiwi 3,4
Laranja 2,1
Maçã 3,4
Morango 2,1
Pera 2,4
Pistache 10,8
Lembre-se sempre que os alimentos com conteúdo escasso de fibras como
os lácteos, ovos e carnes devem estar incluídos em sua alimentação devido
ao aporte de nutrientes essenciais para a saúde e o bem-estar.

28
LIPÍDIOS

Os lipídios são compostos por um grupo heterogênio de substâncias que apre-


sentam como propriedade comum a insolubilidade na água e a solubilidade nos solventes
orgânicos como etanol, éter, benzeno e acetona e capazes de reagir formando ésteres
com os ácidos graxos (de alto peso molecular). Os lipídios são compostos de carbono,
hidrogênio e oxigênio, porém em proporções diferentes dos hidratos de carbono. Os
lipídios representam de 35 a 45% da dieta americana. A ingestão de gorduras tende a
aumentar nas classes abastadas. É preferível usar o termo lipídios, ao invés de gordu-
ras, porque abrange não só as gorduras, como os óleos. Os óleos são líquidos à tem-
peratura ambiente, enquanto as gorduras são sólidas a esta mesma temperatura.

Os lipídios são classificados como:


a) simples
b) compostos
c) derivados

Simples - São ésteres de glicerol e ácidos graxos. Um éster é um composto


formado por alcoól e ácidos graxos, com remoção de água. O glicerol é um alcoól
formado por 3 carbonos e 3 grupos oxidrilas (OH), cada um dos quais pode combinar
com um ácido graxo. Exemplo de lipídios simples são os monoglicerídeos, os
diglicerídeos, os triglicerídeos e os cerídeos (as cêras).
Compostos - são formados por ésteres de glicerol, ácidos graxos e outras
substâncias, tais como hidratos de carbono, fosfatos ou compostos nitrogenados. Exem-
plo de lipídios compostos: fosfolipídios, lipoproteínas e glicolipí-dios.
Derivados - São substâncias gordurosas obtidas de gorduras simples e com-
postas, através da ação de enzimas ou hidrólises. Incluem ácidos graxos, glicerol,
esteróis, carotenóides e as vitaminas A, D, E e K. Exemplo de lipídios derivados:
colesterol, hormônios esteróides (sexuais) e ergosterol.
Os triglicérides constituem aproximadamente 98% das gorduras contidas nos
alimentos e 90% da gordura contida no organismo humano. Os triglicérides são clas-
sificados como simples ou mistos. Um triglicéride simples contém três ácidos graxos
iguais. Um triglicéride misto contém pelo menos dois ácidos graxos diferentes.
Os ácidos graxos podem ser:
a) Saturados
b) Insaturados - cis
- trans

29
Os ácidos graxos “trans” no organismo humano podem tornar-se extrema-
mente tóxicos. Assim, na hidrogenação da margarina há a formação abundante de
ácidos graxos “trans”que podem inclusive inibir enzimas importantes como a “delta
6 desaturase”.
Hidrogenação é o processo pelo qual os átomos de hidrogênio são adicionados
aos ácidos graxos para torná-los mais sólidos e saturados.
No campo da medicina, é crescente o aumento do interesse a respeito do nível
de saturação dos ácidos graxos, em relação com os níveis sangüíneos de colesterol.
Um ácido graxo saturado contém o número máximo de átomos de hidrogênio de que
pode se apoderar. Um ácido graxo insaturado pode formar uma ligação com outro
átomo de hidrogênio. Um ácido graxo poliinsaturado pode ainda receber mais de um
átomo adicional de hidrogênio. Os ácidos graxos insaturados e poliinsaturados apre-
sentam mais baixo ponto de fusão e são líquidos à temperatura ambiente. Os ácidos
graxos saturados parecem elevar os níveis sangüíneos do colesterol. Os ácidos
graxos insaturados parecem não afetar apreciavelmente os níveis sangüíneos
do colesterol. Os ácidos graxos poliinsaturados parecem baixar os níveis do
colesterol sangüíneo.
A maioria das gorduras animais é saturada, enquanto a maioria dos óleos vege-
tais e de peixes contém grandes quantidades de ácidos graxos insaturados e
poliinsaturados. O óleo de coco, o de dendê e o chocolate, embora sendo produ-
tos vegetais, contém maiores quantidades de ácidos graxos saturados do que
insaturados e poliinsaturados.
Há um ácido graxo que o organismo é incapaz de sintetizar e por isso ele se
torna um componente essencial da dieta. É o ácido linoléico que é considerado ácido
graxo essencial. É um ácido graxo poliinsaturado, encontrado nos óleos de açafroa,
soja, milho, semente de algodão e de amendoim.

Aspectos metabólicos dos lípides


Os principais lípides para o ser humano são: ácidos graxos, colesterol, triglicérides
e fosfolipídios. Estas moléculas constituem a porção lipídica das lipoproteínas (que é a
forma de transporte dos lípides na circulação sangüínea). A maioria dos ácidos graxos
pode ser sintetizada pelo fígado, com exceção do linoléico e de seu metabólito, o ácido
araquidônico (ácidos graxos essenciais). a outra parte das lipoproteínas é constituída
de proteínas especiais, denominadas apolipoproteínas ou apoproteínas (apo).
Estas têm as seguintes funções:
a) transporte dos lípides na corrente sangüínea
b) ligação com os receptores celulares
c) ativação de determinadas enzimas
30
O colesterol é importante para a formação e função das membranas celulares e
para sintese de sais biliares, de hormônios esteróides (sexuais) e da vitamina D. Os
triglicérides têm papel energético, para utilização imediata ou após armazenamento, en-
quanto os fosfolípides são importante para manter a integridade das membranas celulares
e a solubilidade dos ésteres de colesterol e dos triglicérides no interior das lipoproteínas.
As fontes de lípides do organismo são a síntese interna (endógena) e a alimen-
tação (exógena).

Ciclo exógeno:
A gordura (triglicérides) proveniente da alimentação, é hidrolisada (“quebra-
da”) pela Lipase Pancreática a diglicerídeo e monoglicerídeo que junto com os ácidos
graxos e os sais biliares, formam as micelas que permitem o transporte dos lipídios
através da parede intestinal. Nestas, os monoglicerídeos são reesterificados (“rejun-
tados”) a triglicérides que unindo-se a uma porção proteica (apoproteína) vão formar
os quilomicrons. Estes vão circular no sangue e, nos capilares do tecido gorduroso ou
muscular eles são metabolizados pela Lipase LipoProteica (LLP) a qual hidrolisa os
triglicérides, retirando os ácidos graxos dos quilomicrons. Estes se tornam de menor
tamanho e são rapidamente removidos da circulação pelo fígado.

Ciclo endógeno:
Tem início com a formação pelo fígado de uma lipoproteína denominada VLDL
(very low density lipoprotein) ou lipoproteína de muito baixa densidade, a qual contém
como lípides principalmente os triglicérides. No capilar sangüíneo eles entram em
contato com a enzima Lipase LipoProteíca (LLP) e são absorvidos pelo fígado ou
sofrem ação da Lipase Hepática dando origem às LDL (“low density lipoprotein”) ou
lipoproteína de baixa densidade. As LDL são retiradas da circulação por células prin-
cipalmente do fígado, fragmentadas e, liberam colesterol livre e aminoácidos na circu-
lação. O colesterol livre é utilizado imediatamente ou armazenado após esterificação.
Parte do material liberado pela ação da LLP sobre os quilomicrons e as VLDL
é utilizado na fabricação de outra lipoproteína: a HDL (“high density lipoprotein”) ou
lipoproteína de alta densidade, sintetizada no intestino e no fígado. É responsável pelo
chamado transporte reverso do colesterol: retira-o das células e troca-o com outras
lipoproteínas (principalmente as VLDL) ou leva-o diretamente para o fígado.
A única maneira que o organismo dispõe para eliminar colesterol é através da
bile, como colesterol livre ou como ácido biliar.
31
Sendo a gordura insolúvel, ela circula no sangue sob a forma de lipoproteínas. De
grande interesse para a comunidade médica é a relação entre as lipoproteínas de alta
densidade e as doenças cardíacas. As lipoproteínas de alta densidade contém uma alta
proporção de proteínas, fosfolipídios e colesterol e não parecem ser grandemente afeta-
das pela dieta ou idade. As lipoproteínas de baixa densidade são compostas de triglicérides,
colesterol, fosfolipídios e proteínas e parecem estar relacionadas com a dieta e com a
idade. Tem sido verificada uma proporção inversa entre altos níveis de lipoproteínas de
alta densidade (HDL) no sangue e as doenças cardíacas.
A gordura é a forma de armazenamento de energia do organismo. A porção
glicerol da gordura pode ser convertida em glicose pelo processo de gliconeogênese
(transformação química da gordura em glicose para obter energia). Todas as células
do organismo, exceto as do sistema nervoso central e as células vermelhas do sangue,
podem oxidar ácidos graxos para produzir energia. Embora as células do sistema
nervoso central necessitem de glicose como fonte de energia, após um período de
desnutrição, elas podem adaptar-se ao uso de aminoácidos e de corpos cetônicos,
obtidos das gorduras, para suas necessidades energéticas. Os produtos finais do me-
tabolismo das gorduras são os ácidos graxos e o glicerol. Estes produtos podem ser
anabolizados em tecido gorduroso ou catabolizados em dióxido de carbono, água e
energia.
Um grama de gordura proporciona 9 calorias (38 joules). As gorduras são
também fontes de vitaminas lipossolúveis: A, D, E e K

Conteúdo de gordura total e saturada na carne bovina:


Tipo de carne Gordura total Gordura saturada
Alcatra magro 7,0 gr 2,6 gr
Alcatra gordo 16,9 gr 6,8 gr
Coxão mole magro 6,2 gr 3,3 gr
Coxão mole gordo 8,8 gr 3,6 gr
Filé mignon magro 9,3 gr 3,6 gr
Filé mignon gordo 17,2 gr 7,0 gr
Lagarto magro 6,5 gr 2,5 gr
Lagarto gordo 14,2 gr 5,6 gr
Patinho magro 9,7 gr 3,4 gr
Patinho gordo 14,8 gr 5,6 gr
32
Gordura em vários tipos de carne
Tipo de carne Gordura total Gordura saturada
Pescada branca # 2,6 gr 0,7 gr
Peru-Carne branca + 3,2 gr 1,0 gr
Peito de frango * 3,6 gr 1,1 gr
Lombo de porco + 7,3 gr 2,6 gr
Sobrecoxa de frango + 10,9 gr 3,1 gr

# - Cozido + - Assado * - Grelhado

* Adaptado de: USDA = United States Department of Agriculture, composition


of food.

33
PROTEÍNAS

Proteínas são nutrientes compostos de Carbono, Hidrogênio, Oxigênio e Nitro-


gênio. Além disso, quase todas contêm certa quantidade de Enxôfre e Fósforo. Elas
constituem o tecido nobre do organismo humano. As proteínas são compostos
nitrogenados de grande peso molecular. Os aminoácidos são os componentes mais
importantes da proteína. Os aminoácidos são essenciais para a síntese dos tecidos
orgânicos em crescimento, para sua manutenção e reparação. As proteínas podem
também ser usadas como fonte de energia. Elas representam cerca de 15% do teor
calórico da dieta normal Americana. A ingestão de proteínas tende a aumentar à
medida que aumenta o poder aquisitivo. No Brasil, a limitação desse poder se reflete
na redução da ingestão proteica.
A proteína é constituída por aminoácidos:
- Alifáticos
- Aromáticos
- Indólicos
- Ácidos
- Básicos
Os aminoácidos se unem através da ligação CO-NH formando peptídeos os
quais vão formar os protídeos de peso molecular mais elevado.
Os aminoácidos são classificados como essenciais e não essenciais.
Um aminoácido essencial é aquele que o organismo é incapaz de sintetizar e
que portanto deve estar presente na dieta. São eles:
- Histidina
- Isoleucina
- Leucina
- Lisina
- Metionina
- Fenilalanina
- Treonina
- Triptofano
- Valina
Os aminoácidos não essenciais podem ser sintetizados pelo organismo nas
quantidades necessárias para o seu funcionamento normal. Os aminoácidos não es-
senciais são necessários ao organismo; entretanto, se eles podem ser fabricados pelo
organismo a partir de outros aminoácidos, não são considerados essenciais à dieta.
Quando o organismo necessita destes aminoácidos, ele pode sintetizá-los a partir dos
componentes proteicos dos alimentos.
35
Os aminoácidos não essenciais são:
- Alanina
- Arginina
- Ácido aspártico
- Citrulina
- Cistina
- Äcido glutâmico
- Glicina
- Ácido hidroxiglutâmico
- Hidroxiprolina
- Norleucina
- Prolina
- Serina
- Tirosina

O valor biológico de uma proteína é a capacidade desta proteína de, por si só,
conseguir manter a vida. Isso é determinado pela existência de aminoácidos essen-
ciais nesta proteína, em quantidades e qualidades suficientes. Esses aminoácidos es-
senciais só existem em quantidades suficientes nos alimentos de origem animal. Os
alimentos de origem vegetal tem menor quantidade de alguns aminoácidos. O
aminoácido que existe em menor quantidade em uma proteína é chamado aminoácido
limitante. Ele limita a absorção dos outros aminoácidos da mesma proteína.
Se considerarmos os aminoácidos que compõe as proteínas, podemos imaginar
as paredes de uma piscina com quatro lados iguais e da mesma altura. Estas repre-
sentam os aminoácidos essenciais (fig. 1).
Para que exista absorção dos nutrientes à nível intestinal, é necessário que
existam em um mesmo momento todos os aminoácidos essenciais nas quantidades
mínimas. As paredes da nossa piscina estando completas e iguais, permitem que a
piscina encha de água por completo. Representará a absorção de todos os aminoácidos.
Representa uma proteína de alto valor biológico, por exemplo, a caseína do leite.
Se na nossa piscina tivermos 3 paredes de alturas diferentes, umas maiores e
outras menores e colocarmos água em seu interior, o limite de líquido que poderemos

AA BB CC DD

Fig. 1 - “Proteína de alto valor biológico”.


Lados iguais, portanto capazes de
ar mazenar “água”por completo.

36
colocar vai corresponder à borda de menor altura. Portanto, essa piscina representa
uma proteína incompleta (fig.2). A absorção se dará a partir do aminoácido que esti-
ver em menor quantidade, indicado aqui pela parede de menor altura. A este aminoácido
chamamos de aminoácido limitante. Como exemplo, citamos a proteína da soja, que
tem como amionoácido limitante a metronina.

Fig. 2 - “Proteína incompleta”.


Lados diferentes. O nível de água será
AA BB CC limitado pela parede de menor altura.
(aminoácido limitante).

DD

Se faltar uma parede nesta piscina (fig.3), nenhum líquido poderá ser colocado
em seu interior.
Cada parede da piscina, representa um aminoácido. Portanto, a falta de um
aminoácido a nível intestinal impedirá a absorção de todos os demais, embora possam
existir em quantidades grandes.
Essa proteína terá um valor biológico nulo. Como exemplo, citamos a proteína
da gelatina em que falta o aminoácido triptofano.

Fig. 3 - Exemplo gráfico de proteína de valor biológico


nulo. Observe que a falta de um lado da parede
faz com que não se consiga armazenar “água”
no seu interior.

AA BB DD

A figura 4 representa uma mistura de proteínas. Temos a correção do tamanho


de uma parede por um “remendo” que a torna maior e, portanto, permitindo coloca-
ção de maior quantidade de líquido no seu interior. A nível intestinal o mesmo aconte-
cerá se fizermos a mistura de duas ou mais proteínas, ingeridas concomitante em uma
mesma refeição. Como exemplo podemos citar o feijão, que sendo rico em um
aminoácido chamado lisina, não possui em quantidades suficiente o aminoácido
metionina. Portanto, embora seja um alimento rico em proteína não tem uma absor-
ção completa a nível intestinal.
É uma proteína incompleta - de baixo valor biológico.

37
O mesmo fato ocorre com o arroz, que sendo um alimento rico em metionina
não possui em quantidade suficiente o aminoácido lisina.
Será portanto, uma proteína incompleta.
Se misturarmos em uma mesma refeição o arroz e o feijão, conseguiremos
fornecer um alimento protéico completo, pois, como demonstra a figura 4, será corrigida
a falha na quantidade de aminoácido e haverá uma absorção total dos aminoácidos
essenciais. A essa associação, chamamos de mistura protéica.

Fig. 4 - O gráfico representa uma complemen-


tação da 3º parede que era menor que
as outras. Com isso, a parede foi re-
CC construída e podemos “encher” com
líquido até a borda.

AA BB EE DD

Proteínas Plasmáticas
No plasma sangüíneo há muitas proteínas que desempenham papel relevante.
Como ilustração citaremos algumas:
Pré albumina - Transporta a vitamina A e a Tiroxina (transtiretina)
Albumina - Importante papel na manutenção da pressão osmótica e tam-
bém no transporte de ácidos graxos não esterificados e de metais de transi-
ção (ferro). Isso confere a esta proteína papel fundamental na manutenção
do equilíbrio oxidativo já que o ferro participa ativamente na formação do
OH* (radical hidroxila) que é um radical livre danoso ao nosso organismo.
Alfa 1 e Beta Lipoproteínas - Respectivamente são as HDL e LDL que são
as proteínas responsáveis pelo metabolismo do colesterol que por sua im-
portância veremos em capítulo específico.
Haptoglobina e a Hemopexina - São duas proteínas plasmáticas que se com-
binam com a hemoglobina livre, impedindo que a mesma provoque lesões
nos túbulos renais. Elas tem sua quantidade diminuída nos processos
hemolíticos.
Ferritina - É a forma de armazenamento do ferro no organismo. É um espe-
lho do que ocorre com o ferro. Traduz a reserva do mesmo. Uma molécula
de ferritina pode ter até 4.000 moléculas de ferro. Infecção tende a diminuir
o nível sangüíneo de ferritina. Por outro lado, a doença hepática ou a Hepa-
38
tite elevam esses níveis. A hemossiderina é um derivado parcialmente desi-
dratado e insolúvel da ferritina.
Proteínas de fase aguda - São aquelas que se elevam por ocasião da des-
truição tecidual. As principais são:
- Antitripsina
- Ceruloplasmina
- Proteína C reativa
- Frações do complemento (C3 - C4)

As proteínas são classificadas como Simples, Conjugadas e Derivadas.


Uma proteína Simples é aquela que quando hidrolisada dará em resultado so-
mente aminoácidos ou seus derivados. A Albumina e a Globulina são exemplos de
proteínas simples.
Proteínas Conjugadas são as compostas por uma proteína simples e uma subs-
tância não proteica. Mucoproteínas e lipoproteínas são exemplos de proteínas
conjugadas.
Proteínas Conjugadas não são mais que estágios da decomposição da molécula
proteica. Proteoses e Peptonas são proteínas derivadas.
As proteínas são também classificadas de acordo com seu valor nutricional.
Uma proteína completa contém todos os aminoácidos essenciais em quantidades su-
ficientes para manter o balanço de Nitrogênio e sustentar o crescimento. Uma proteí-
na é completa também quando possui alto valor biológico. As proteínas existentes na
carne de vaca, de galinha, do peixe, no leite e nos ovos são proteínas com alto valor
biológico ou proteínas completas.
Proteínas incompletas são aquelas que não possuem quantidades suficientes de
aminoácidos necessários para o balanço de nitrogênio e para o crescimento do organis-
mo, como é o caso dos existentes nos cereais, nas leguminosas e vegetais em geral.
Comentaremos a seguir a função e a importância específica de cada aminoácido:

a) Ácido Glutâmico - Glutamina - Ácido Gama Amino Butírico (GABA). (não essen-
cial)
São neurotransmissores. O ácido glutâmico é excitatório e a Glutamina e o
Gaba exercem efeito inibitório à nível de sistema nervoso.
Sob o efeito da vitamina B6, o ácido glutâmico se transforma em Gaba. No
tecido nervoso o ácido glutâmico se transforma em Glutamina através da enzima
Glutamina Sintetase. Esta enzima é muito sensível aos Radicais Livres (RL). Quando
o organismo passa por um estresse oxidativo e gera RL em excesso, o aumento de
39
RL provoca uma destruição desta enzima. Como consequência vai haver acúmulo de
ácido glutâmico que por ser excitatório provoca o aumento da entrada de Cálcio ++ no
tecido nervoso e morte neuronal. Isto ocorre em várias doenças neurológicas como:
Alzheimer, Parkinson, Esclerose lateral amiotrófica e outras.
Por ser um aminoácido não essencial, o ácido glutâmico pode ser sintetizado
pela Ornitina, Arginina e pelo Ácido alfa-cetoglutárico.
De acordo com Hayashi, as células do Sistema Nervoso consomem não só a ener-
gia dos Carbohidratos mas também a de alguns aminoácidos principalmente do Gaba.
Outros autores inclusive Takahashi, demonstram que o Gaba funciona de modo
a induzir a ação de normalizar os EletroEncefaloGramas (EEG) ricos de ondas vaga-
rosas. Mas, em função de doses maiores ou menores, ele pode recuperar a hipo ou
hiperfunção do sistema nervoso central, conduzindo-as à normalidade e, quando usa-
do por via intravenosa, age rapidamente como uma substância aceleradora do meta-
bolismo, especialmente nos casos de hipofunção.
O Gaba é usado clinicamente para melhoria do aprendizado na criança excep-
cional. Usado também como terapêutica auxiliar nas sequelas dos acidentes vasculares
cerebral (“Derrame”) e arterioesclerose.
A Glutamina exerce efeito benéfico sobre o alcoolismo e a baixa de Gaba
provoca um aumento do apetite.

b) Serina - (não essencial)


É um aminoácido não essencial que se transforma em Glicina através da Vita-
mina B3.

c) Alanina - (não essencial)


Aminoácido não essencial que desempenha papel importante na síntese de
Glicogênio e parece desempenhar papel essencial na prevenção do cálculo urinário.

d) Treonina - (essencial)
Grande formadora de Glicina no cérebro. Tem papel decisivo na liberação do
Hormônio do crescimento (GH). É utilizada no tratamento da depressão e epilepsia.

e ) Glicina - (não essencial)


Liberadora do Hormônio do crescimento (GH - “growth hormone”) . É impor-
tante nos casos de insônia, distúrbios de memória, epilepsia, dor (efeito morfina-símile),
cicatrização. É um poderoso desintoxicante. Forma a dimetilglicina (Vitamina B 15)
poderosa imunomoduladora. No olho ela é sintetizada a partir do GABA.
40
f) Triptofano - (essencial)
É a fonte de serotonina, daí suas deficiências estarem diretamente envolvidas
no processo de depressão. O deficit de serotonina acarreta agressividade, insônia,
depressão, “desejos por açucar”. Participa da sintese de melotonina que é
antiestressante e antioxidante. Participa também da síntese de vitamina B3. É usado
no tratamento da depressão. Tem melhor efeito quando administrado conjuntamente
com glicídios (hidratos de carbono). Daí o motivo de usarmos frutas conjuntamente.
A vitamina B6 e o ácido fólico favorecem sua ação. Quando temos baixos
níveis de B6 e Magnésio (estresse, uso de anticoncepcionais e depressão) o triptofano
se transforma em ácido xanturêmico que se combina com a insulina diminuindo-lhe a
atividade. Por isso, mulheres tomando pílula apresentam nível glicêmico (curva
glicêmica) alterado (aumentam a taxa de glicose no sangue) o que não ocorre se
administrarmos vitamina B6.
O triptofano provoca liberação do hormônio do crescimento (GH) atuando sobre o
metabolismo muscular exercendo efeito anabólico. Nos EUA grande número de atletas
usaram o triptofano como anabólico. Um laboratório japonês lançou um novo triptofânio
por engenharia genética com alteração em sua molécula. Com isso, várias pessoas, espe-
cialmente os atletas tiveram quadros de destruição muscular, levando até a morte (Síndrome
de eosinofilia mialgia). Por isso, o FDA proibiu o triptofano até melhores esclarecimentos.
Continua proibido apesar da constatação de que houve falha na fabricação.

g) Aminoácidos com cadeia ramificada - Leucina - Isoleucina - Valina (essenciais)


São 3 aminoácidos essenciais chamados BCAA (“Branched Chain Amino
Acids”). Sua falta causa a doençado Bordo em que a urina dos pacientes tem o odor
desta substância. Nesta doença, eles tem que ser retirados da alimentação por causa
da sua metabolização deficiente.

h) Arginina e Citrulina - (não essenciais)


Arginina é poderoso liberador do Hormônio do crescimento (GH). É formadora
de massa muscular. A arginina forma o óxido nítrico que é um potente vasodilatador.
Diminui o colesterol sangüíneo. Tem ação oncostática (inibidora do crescimento do
câncer). É usado com sucesso no tratamento da infertilidade.

i) Fenilalanina - (essencial)
Se houve forma em tirosina com papel importante da vitamina C e ácido fólico nesta
reação. Sua deficiência causa fenilcetonúria (oligofrenia fenilpirúvica). É usado no
tratamento da depressão pois sintetiza catecolaminas. A fenilalanina também forma
feniletilamina, que é uma substância importante na gênese do prazer. Daí ser freqüente
encontrar-se depressão por carência desta. O interessante é que o chocolate é rico
em feniletilamina e há casos de depressão por deficiência desta, em que pacientes,
41
instintivamente, aumentam a ingestão de chocolate. O uso de fenilalanina é restrito
em casos de câncer do tipo melanoma, já que participa ativamente da síntese de
melanina. Ao contrário, em casos de Vitiligo, têm sido prescrita com real êxito. Não
deve ser usada em pacientes tomando inibidores da MAO (mono-amino oxidade).
A fenilalanina provoca a liberação de colecistoquinina, hormônio gastrintestinal, que
além de sua conhecida ação digestiva (aumento da secreção pancreática e contração da
vesícula biliar), tem importante ação anorexígena (inibição do apetite) e antidepressiva.
O aspartame contém fenilalanina.

j) Tirosina - (não essencial)


É precursor das catecolaminas (adrenalina, noradrenalina e dopamina) e da
melanina, assim como dos hormonais tireoidianas. Ela se transforma em dopamina
cujo excesso tem papel importante na genese da esquizofrenia. Os antipsicóticos blo-
queiam esta conversão.
A tirosina diminui no estresse e sua administração causa melhora do mesmo.
Em alguns tipos de depressão, há uma grande diminuição da formação de
catecolaminas. Como o produto final do metabolismo das cotelaminas é o MHPG
(metoxi-hidroxifenilglicol) esse metabólito estava com níveis baixos. Esse nível abaixo
do normal é um excelente marcador desta forma de depressão e a administração da
tirosina provoca melhora clínica com elevação de MHPG.
A tirosina tem sido moda principalmente por via sublingual, como afrodisíaco,
especialmente em associação com a ioimbina.

k ) Lisina - (essencial)
Forma a cetrulina. Tem sido usada no tratamento do herpes simples, provavel-
mente competindo com a arginina, que parece ser necessária ao crescimento deste
virus. Por isso, restingue-se o uso de alimentos ricos em arginina (chocolate, gelatina,
nozes, amêndoas, amendoim, castanha-de-cajú, avelã) em pessoas acometidas deste
mal. É imunoestimulante. Aumenta a liberação de hormônio do crescimento (G.H.).
Há diminuição de lisina no estresse e na osteoporose.

l) Carnitina - (não essencial)


É usada como tônico cardíaco, e como coadjvante no tratamento da obesidade.
Atua também nos distúrbios do Sistema Nervoso, especialmente na doença de Alzheimer.
Sua falta pode dar câimbras. Na hemodiálise seus níveis estão diminuídos. Sua
injestão melhora o exercício muscular, assim como a musculatura em geral (especial-
42
mente no hipotiroidismo). Outras indicações - alcoolismo, infertilidade masculina (au-
menta motilidade dos espermatozóides) arritmas, anginas, fraqueza muscular em geral.
É importante para aumentar o colesterol HDL (bom) e diminuir o LDL (ruim).
Alimentos ricos em carnitina: carne vermelha, ovos, laticínios.

m)Histidina (não essencial)


Têm sido usada no tratamento da artrite reumatóide. Forma a Histamina que
possue ação vasodilatadora potente e provoca ereção peniana.
Sua deficiência causa histapenia (diminuição do número de basófilos no sangue
para menos de 15/mm3) e agitação que pode ser tratado com Vitamina B12 e ácido
fólico. Em contra partida, o uso destas vitaminas é contra indicado em pacientes
histadélicos com contagem de basófilos sangüíneos superiores a 40/mm3 com um
quadro de depressão as vezes grave. Contudo, o uso de Cálcio, Vitamina C e Metionina
provoca melhora clínica acentuada na histadelia.
Na catarata é comum estar diminuido os níveis de histidina.

n) Prolina e Hidroxiprolina - (não essenciais)


A prolina tem papel importante no metabolismo do colágeno, transformando-se
em hidroxiprolina. No cérebro, a presença de hidroxiprolina pode indicar um estresse
oxidativo poderoso.
A prolina pode ser sintetizada a partir da ornitina ou do ácido glutâmico. A
dosagem de hidroxiprolina na urina é utilizada como marcador de destruição do colágeno
(doenças dos ossos, pele e músculos).
Também a ingestão de proteínas (gelatina, carne) em quantidade “excessiva”
pode aumentar-lhe a excreção, assim como a febre. No alcoolismo, especialmente na
cirrose, encontramos níveis altos de prolina, o mesmo ocorrendo no câncer. A prolina
se acha envolvida na cicatrização e faz parte da molécula de um peptídeo neurotrans-
missor: a substância P.

o) Ácido aspártico e asparagina - (não essenciais)


O ácido aspártico exerce um efeito excitatório no cérebro. O magnésio exerce,
neste caso, um efeito inibidor.
No câncer, há um excesso de formação de asparagina, sendo que o ácido aspártico
tem efeito imunoestimulante, assim como antifadiga (aspartato de potássio e magnésio).
O ácido aspártico, junto com a fenilalanina, faz parte do edulcorante aspartame.

43
p) Aminoácidos sulfurados - (não essenciais)
Os três mais importantes são: cisteína - metionina - taurina

Oxida-se a cisteína facilmente formando cistina (no organismo a vitamina C


protege-a da oxidação).
Reagindo com a glicina e o ácido glutâmico, forma um tripeptídeo glutatião
(ácido glutâmico + cisteína + glicina). O glutatião desempenha papel de enorme rele-
vância no organismo, protegendo as células do estresse oxidativo.
A cisteína tem sido usada no tratamento da psoríase e da queda de cabelos. O
principal agente terapêutico, não obstante, é a cisteína sob forma acetilada (N-
acetilcisteína), em que ela é muito mais absorvida e se transforma mais facilmente em
glutatião. Váios periódicos de renome têm publicado trabalhos visando à administra-
ção preventiva de N-acetilcisteína no câncer e, principalmente, na AIDS. Como as
células ricas em glutatião são extremamente resistentes ao vírus da AIDS, este agen-
te parece ser uma grande promessa no tratamente desta condição.
Aliás, estudos de Dröge comprovam que antioxidantes como a N-acetilciasteína,
ácido lipóico e succinato de tocoferol impedem a transcrição do fator NF Kappa-B
(NFKB), que é indispensável à replicação do HIV.
A cisteína minora os problemas com fumo e poluição, melhora a artrite
reumatóide e é usada como agente preventivo do câncer e catarata, assim como
aumenta a resistência à infecções e melhora a cicatrização tissular.

q) Metionina - ( essencial)
A metionina combina-se com a adenosina formando S-adenosil metionina (SAM)
que é um poderoso agente metilante. O SAM tem sido usado como agente
antidepressivo e também na terapia do parkinsonismo, já que aumenta a formação de
dopamina a partir da L-dopa.
A metionina em condições de deficit de B6, forma a homocisteína, a qual é
aterogênica, aumentando a agregação de plaquetas. Pode participar da gênese de qua-
dros psicóticos que respondem bem ao tratamento com megadoses de piridoxina (vita-
mina B6). De modo inverso, em outras formas de esquizofrenia a metionina não pode
ser usada, já que há excesso de metilação, formando-se uma substância alucinógena
(dimetiltriptamina). Quando o nível desta triptamina está elevado na urina, ad-
ministramos Nicotinamida (vitamina B3) que vai varrer os Radicais Livres Metila e
ser excretada na urina como metilnicotinamida. Em poucas semanas há recuperação
total do paciente.

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r) Taurina - (não essencial)
É abundantemente encontrada no coração, sistema nervoso central e músculo
esquelético, sendo o mais abundante aminoácido da retina e do cérebro.
É importante para a visão e tem sido usada no tratamento antioxidante da dege-
neração macular da retina. É formada a partir da cisteína, numa reação B6 dependen-
te, e desempenha, no cérebro, um papel inibidor .
A taurina tem sido usada como ansiolítico e melhora as arritmias e a insuficiên-
cia cardíaca. Junto com outros antioxidantes, tem real efeito terapêutico no prolapso
da válvula mitral. Baixa os níveis de colesterol.
Aumenta a motilidade dos espermatozóides e atua nas disbioses intestinais.
Na epilepsia tem sido usada como substância inibidora.
O monossódioglutamato (MSG), tempero usado nos restaurantes chineses, bai-
xa a formação da taurina, enquanto o zinco auxilia na formação da mesma.
Existe um sal usado no tratamento da hipertensão, sem sódio, constituído por
ornitina e taurina.

s) Glutatião - (não essencial)


É um tripeptídio constituído de três aminoácidos, a saber:
- Glicina
- Cisteína
- Ácido glutâmico
É um marcador de saúde celular já que, potente antioxidante, impede o estresse
oxidativo celular.
Há duas enzimas importantes em seu metabolismo, que são:
- Glutatião peroxidade (selênio-dependente) - catabolisa os peróxidos.
- Glutatião redutase (B2-dependente) - sintetiza o glutatião reduzido (for-
ma ativa) a partir do oxidado.
É estimulante da imunidade e anti-hemolítico, auxiliando na eliminação de me-
tais pesados.
Neutraliza radiações e Radicais Livres, tendo ação anticâncer. É preventivo da
catarata.
É importante no tratamento de doenças renais e na doença de Wilson, já que
retira o cobre livre. Alguns trabalhos sugerem a possibilidade de o glutatião ser um
neurotransmissor.
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Substâncias tóxicas eliminados pelo glutatião (GSH).
Grupo Substância
Nitrogenados Nitratos - Nitrosaminas - Nitritos
Solventes Clorofórmio
Tetracloreto de carbono Organofosforados - Malathion
Fungicidas Derivados clorofenólicos
Quinonas Antiquinonas
Cádmio
Metais pesados Mercúrio
Chumbo
Fumo Derivados quinônicos
Asbestos
Poluentes atmosféricos e da água Metais
Solventes, etc.

Para finalizar o capítulo sobre proteínas, farei aqui um breve resumo das principais
ações dos aminoácidos. Todos na forma L, com exceção da metionina e fenilalanina (DL).
⇒ Diminuem o colesterol e os triglicérides:
arginina - carnitina - glicina - metionina - taurina
⇒ Promovem a liberação do hormônio do crescimento (GH):
arginina - glicina - triptofano - valina - ornitina - lisina
⇒ Promovem o aumento da massa muscular:
arginina - carnitina - alanina - leucina - isoleucina - valina
⇒ Aumento da histamina:
carnitina - dimetilglicina
⇒ Ajudam a abaixar a pressão sangüínea:
GABA - taurina - triptofânio
⇒ Diminuição da dor:
metionina - triptofano - DL-fenilalanina
⇒ Melhora dos sintomas da doença de Parkinson:
triptofano - tirosina - L-Dopa - metionina - GABA - treonina
⇒ Insônia:
triptofano - GABA - taurina - glicina
⇒ Agressividade (promove melhora nos sintomas):
triptofano - GABA - taurina

Um grama de proteína fornece 4 calorias ou 16.8 Joules.


46
MINERAIS

São elementos inorgânicos necessários ao organismo, para atuarem como


catalisadores (aceleradores) nas reações bioquímicas. Portanto, assim como as vitami-
nas, funcionam como coenzimas (catalisadores) possibilitando que o corpo realize rápi-
da e precisamente suas atividades. São necessários à composição adequada dos fluidos
corporais, formação do sangue e ossos e manutenção da saúde do sistema nervoso. Os
minerais são elementos que ocorrem naturalmente, encontrados na terra. As formações
rochosas são feitas de sais minerais. Em milhões de anos de erosão, as rochas e pedras
vão sendo quebrados em pequenos fragmentos, pó e areia vão sendo acumulados e
forma-se a base do solo. Além desses ínfimos cristais de sais minerais, o solo está
repleto de micróbios que os utilizam. Os minerais são então passados do solo às plantas,
que são consumidas por animais herbívoros. O homem, por sua vez, obtém esses mine-
rais utilizados pelo organismo ao consumir essas plantas ou animais herbívoros.
A importância dos minerais para o nosso organismo constitui ponto pacífico e
sem discussão para a ciência médica.
Alguns são necessários em quantidades maiores - os macrominerais - Eles
são requeridos em quantidades de 100 mg ou mais por dia.

Macrominerais
Cálcio, Fósforo, Sódio, Potássio, Magnésio, Cloro, Enxôfre.

Outros são indispensáveis para o organismo, porém em quantidades bem me-


nores os oligoelementos - Somente poucos miligramas ou traços são necessários
diariamente. São também conhecidos como “elementos traço”.

Oligoelementos
Cobalto, Cobre, Cromo, Estanho, Ferro, Flúor, Iodo, Manganês, Mo-
libdênio Selênio , Silício, Zinco.
Outro grupo, os minerais possivelmente essenciais, encontra-se sob constante
investigação científica para identificação de suas funções biológicas:
Boro, Estrôncio, Germânico, Lítio, Níquel, Rubídio, Vanádio.
Vários desses possivelmente essenciais já foram associados com funções defi-
nidas, como é o caso do Boro na formação óssea, o Vanádio no metabolismo lipídico
e glicídico, o Estrôncio na formação da matriz óssea.

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Resta relacionar o grupo dos minerais tóxicos, aqueles para os quais foram
descritos quadros de intoxicação aguda ou crônica e não apresentam funções biológi-
cas conhecidas.
Neste grupo, os principais são:
Alumínio, Arsênico, Cádmio, Chumbo, Mercúrio.

Como melhorar a absorção de minerais


As formas queladas e complexidas de minerais (ligadas a uma molécula protéica
que os transporta para o sangue para melhorar sua absorção) são as que apresentam
melhor absorção pois o metal (ou mineral) encontra-se protegido no interior da molé-
cula, não sendo passível de ataque por parte do ácido estomacal. Os minerais podem
ser quelados com aminoácidos ou com ácidos orgânicos nutrientes. As formas com
aminoácidos são muito absorvidas devido ao grande número de receptores existentes
à nivel intestinal.
A utilização de sais orgânicos dos minerais (lactato, gluconato, fumarato etc)
permite uma boa absorção, pois os ácidos orgânicos selecionados, sendo parte de
nossa dieta e encontrados na alimentação, facilitam a entrada do metal na circulação.
Os suplementos minerais ingeridos durante a refeição são em geral quelados
automaticamente no estômago durante a digestão. Há controvérsias quanto ao tipo de
mineral a tomar.
Na minha clínica preferimos usar os preparados quelados tendo como sais or-
gânicos os “orotatos” e os “arginatos”.
Citarei a seguir, suscintamente, algumas funções dos minerais:

Cálcio
Importante para condução de estímulos nervosos
Contração dos músculos
Controle da freqüência cardíaca
Em excesso pode provocar cálculos renais ou piorar a tensão pré-menstrual.
Café e comidas muito salgadas aumentam a perda de cálcio pela urina.
Níveis fisiológicos sangüíneos de cálcio (7 a 10 mg / 100 ml) são mantidos
através da glândula paratireóide. Os hormônios da paratireóide estimulam a absorção
intestinal, reabsorção pelos rins e mobilização de cálcio ósseo. A vitamina D facilita a
absorção do cálcio.
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Sendo o cálcio mais solúvel em meio ácido, sua absorção decai com a idade
pelo decréscimo da secreção gástrica de ácido clorídrico.
Fontes: sardinha, siri e salmão (com esqueleto), legumes, nozes, ver-
dura, gema de ovo, fígado, leite e derivados.

Magnésio
Dificulta a formação de cálculos renais. Em grande quantidade é laxante. Pro-
move o relaxamento muscular em repouso.
Sua deficiência causa insônia, nervosismo, depressão, fraqueza muscular. No
meio extracelular das células nervosas, o cálcio faz o papel de estimulador enquanto o
magnésio, o de relaxador.
Fontes: tofu, germe de trigo, castanha de caju, batata, espinafre, peito
de frango, leite, pão branco.

Sódio
Seu excesso pode causar inchaço, pressão alta, falta de potássio, problemas
renais e cardíacos. Está presente em todos os alimentos. Uma colherzinha de chá de
sal de cozinha (cloreto de sódio) contém 2 gramas de sódio. Recomenda-se para
quem não tem problema de hipertensão + ou - 5 gramas por dia.

Potássio
Participa da contração muscular, condução nervosa, batimentos cardíacos, pro-
dução de energia e síntese de proteínas.
Alimentos ricos em potássio combatem a pressão alta.
Melhora o desempenho de atletas.
O potássio trabalha com o magnésio como um relaxante muscular em oposição
ao cálcio que causa a irritação e contração muscular.
O potássio extracelular afeta os músculos estriados e pode causar paralisia
quando em excesso.
Fontes: abacate, espinafre, passas, feijão preto, leite, cebola, batata,
laranja.

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Ferro
É o mineral mais importante no processo de produção de energia no organismo.
Enzimas ricas em ferro participam do processo de queima de açúcar.
A hemoglobina é rica em ferro. Sua falta causa a anemia ferropriva (microcítica).
Fontes: melado, ovos, vísceras, frango, germe de terigo, fígado.

Fósforo
Participa da produção e armazenamento de energia, transmissão de informa-
ções biológicas, contração cardíaca.
Em atletas aumenta a resistência e combate a fadiga.

Cobre
Também faz parte da hemoglobina (responsável pelo transporte de oxigênio no
organismo). Em excesso estimula o efeito dos Radicais Livres podendo induzir o câncer.

Zinco
Principal protetor de sistema de defesa do organismo. Com a idade o zinco vai
diminuindo. Aumenta a potencia sexual masculina e a libido (desejo sexual).
Participa da formação da insulina. A presença do Zinco é necessária em mais
de 70 enzimas, sendo o mineral envolvido no maior número de funções metabólicas
que conhecemos.
Fontes: ostras, germe de trigo, carne vermelha, fígado, amendoim, lei-
te, queijo, ricota.

Boro
É importante para a prevenção e tratamento da osteoporose na menopausa.
Auxilia o desenvolvimento da musculatura. Acredita-se que o Boro auxilie a absorção
do Cálcio no tubo digestivo. Parece ser útil na artrite.
Fontes: frutas, verduras, legumes e leguminosas
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Cromo
É considerado o mineral-traço (ou oligoelemento) mais importante para evitar a
intolerância à glicose (hipoglicemia, hiperglicemia ou diabetes).
Fontes: levêdo de cerveja, carne, fígado, trigo integral, batata, ostras maçã es-
pinafre e ovos.

Mânganes
Importante eliminador de Radicais Livres.
Sua deficiência está relacionada com a fragilidade dos ossos, problemas cardía-
cos, arritmias cardíacas, diminuição da produção de insulina.
Fontes: cereais integrais, espinafre, queijo, manteiga e algumas frutas,
especialmente a maçã.

Selênio
Sua deficiência leva à catarata, distrofia muscular, depressão, necrose de fíga-
do, infertilidade, doenças cardíacas e câncer.
É um excelente antioxidante pois tem a capacidade de eliminar o peróxido de
hidrogênio dos tecidos e de proteger os eritrócitos (células vermelhas do sangue -
hemáceas) do acúmulo do mesmo.
Protege o organismos dos metais pesados e outras toxinas.
Fontes: castanha-do-pará, cogumelos, salmão, leite, queijo, alho, ovos,
carne vermelha, germe de trigo.

Flúor
É o microelemento mais abundante do organismo depois do ferro
Combate as cáries. Também ajuda no combate à osteoporose (fluoreto).

Enxofre
É componente das vitaminas do complexo B. Não há descrições específicas
sobre sua deficiência ou sobre seu excesso.
51
Iodo
É o componente básico dos hormônios da tireóide.
A deficiência de iodo no período fetal ou no recém-nascido pode causar
cretinismo. A deficiência em crianças e adultos resulta em bócio (aumento da tireóide
para poder compensar a falta de iodo). Iodo em excesso pode resultar em bócio
tóxico (aumento da tireóide devido ao hipertireoidismo).
Fontes: sal iodado, alimentos marinhos, aditivos alimentares.

Molibdênio
Participa na formação óssea. crescimento e metabolismo.
Excesso de molibdênio parece interferir com o metabolismo do cobre.
Fontes: grãos integrais, frutas e vegetais.

Cobalto
Componente da vitamina B12. Esta vitamina é a única fonte nutricional conhe-
cida deste micromineral. É absorvido na porção distal do intestino delgado, dependen-
do da presença do fator intrínseco produzido no estômago. O Cobalto inorgânico apre-
senta baixa absorção, e pode ser tóxico.
Fontes: carne vermelha, fígado, ostras, leite e derivados.

Vanádio
Mineral que recentemente foi aceito como necessário ao ser humano, está envol-
vido com o metabolismo dos carbohidratos, especialmente da glicose, dos lipídios e das
datecolaminas. Estudos demonstraram que a ausência do mineral na dieta provoca pro-
blemas com o crescimento e na reprodução. Sua deficiência relaciona-se à altos níveis
de colesterol e triglicérides no sangue.
Atenção: A água mineral IBIRÁ (cidade à 400 Km à noroeste de São Paulo)
é considerada de maior teor de Vanádio do “mundo”.

52
VITAMINAS

O termo Aminas vem da química orgânica onde assim denominamos as substân-


cias químicas que possuem em uma de suas extremidades o radical NH2 (1 átomo de
nitrogênio ligado a 2 átomos de hidrogênio). Em 1920, cientistas descobriram que algu-
mas aminas eram essenciais para a vida porém o organismo não era capaz de sintetizá-
las, ou seja, era fundamental que fossem obtidas através dos alimentos. Eram as aminas
vitais ou Vitaminas. Conforme elas iam sendo descobertas, eram classificadas de acor-
do com as letras do alfabeto. Assim, foram surgindo as vitaminas A, B, C, D, E etc.
As vitaminas são essenciais à vida. Elas regulam o metabolismo e ajudam os proces-
sos bioquímicos que liberam a energia do alimento digerido. São consideradas micronutrientes,
pois o organismo necessita de quantidades relativamente pequenas de vitaminas em compa-
ração à outros nutrientes como carbohidratos, proteínas, lipídios e água.
Em nosso organismo, as reações químicas que ocorrem de forma contínua são
ativadas (catalisadas) pelas enzimas (toda enzima é uma proteína). As vitaminas atuam
junto com essas enzimas (como coenzimas), permitindo assim que todas as atividades
que ocorrem no organismo aconteçam de forma rápida e precisa.
As vitaminas podem ser divididas em 2 grandes grupos:

1- Hidrossolúveis

2- Lipossolúveis
Esses grupos possuem características importantes: As vitaminas hidrossolúveis
devem ser ingeridas diariamente pois não podem ser armazenadas e são expelidas
dentro de um a quatro dias. Elas não resistem ao cozimento. Como exemplo citamos
a vitamina C e as vitaminas do complexo B.
As vitaminas lipossolúveis podem ser armazenadas por períodos maiores no
tecido adiposo e no fígado. Elas são solúveis em gordura e geralmente são resistentes
ao cozimento. Dentre essas encontram-se as vitaminas A, D, E e K.
As vitaminas lipossolúveis devem ser administradas antes das refeições e as
vitaminas hidrossolúveis entre ou após as refeições.
Os estudos têm demonstrado que suplementos ligados à proteína são absorvi-
dos, utilizados e retidos nos tecidos melhor do que os suplementos que não são ligados
à proteína. Nos alimentos, as vitaminas e minerais são combinados à proteínas, lipídios,
carbohidratos e bioflavonóides.
53
Usar uma forma natural de vitaminas e minerais em suplementos nutricionais é
o objetivo do processo de ligação à proteínas. Ingerir os suplementos nas refeições
oferecerá os nutrientes necessários e também uma melhor assimilação.
A luz solar pode reduzir a potência da maioria das vitaminas. Por isso, o frasco
que as contém deve ser escuro, impedindo a luz solar. Elas devem ser mantidas em
lugar fresco e escuro
A Recomendação Diária de Nutrientes (RDA - “Recommended Daily
Allowance”) foi instituída há mais de 40 anos pelo Conselho Norte Americano de Ali-
mentos e Nutrição para determinar a quantidade diária de vitaminas necessárias para a
prevenção de doenças. Infelizmente o que eles definiram nos dá apenas o mínimo ne-
cessário para evitar doenças como raquitismo, beriberi. escorbuto e cegueira noturna.
Não consideram a quantidade necessária para manter uma saúde excelente e sim uma
saúde duvidosa. Hoje sabemos que vários estudos mais recentes indicam que doses
maiores dessas vitaminas ajudam nossos corpos a funcionar melhor. Portanto, podemos
melhorar nossa própria saúde ingerindo uma porcentagem maior que a recomendada.

Sinergia
Sinergia é a combinação de duas ou mais vitaminas a fim de potencializar o
efeito da vitamina. Por exemplo, para que os bioflavonóides funcionem adequada-
mente (eles evitam hematomas e sangramentos de gengivas), devem ser ingeridos
junto com vitamina C.
Relacionaremos a seguir, em ordem alfabética para melhor efeito didático, as
vitaminas, suas funções, fontes e possíveis restrições ou advertências.

Vitamina A - (Beta-caroteno)
O Beta-caroteno contido no alimento é convertido em vitamina A no fígado.
De acordo com relatórios recentes, o beta-caroteno ajuda a prevenção ao câncer. O
beta-caroteno não provoca hipervitaminose, embora a pele possa ficar levemente
amarelo-alaranjada.
Ações ou funções em nosso organismo:
- Evita a cegueira noturna
- Melhora a acne
- Aumenta a imunidade
- Pode curar úlceras gástricas
- Protege contra a poluição e a formação do câncer
- Importante à manutenção e regeneração do tecido epitelial
- Importante na formação dos ossos e dentes

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- Ajuda o armazenamento de gorduras
- Protege contra resfriados, gripes e infecções
- Retarda o processo de envelhecimento
Principais fontes:
Óleo de fígado de peixe, fígado de outros animais, frutas verdes e amarelas,
hortaliças.
Alimentos com quantidade significativa de vitamina A:
- Damasco, manteiga, brócolis, manga, papaia, cenoura, ovo, alface, fígado,
pêssego, pimentão, abóbora, espinafre, creme de leite.
Advetência:
Pessoas que sofrem de problemas de fígado não devem consumir grandes quan-
tidades de vitamina A na forma de comprimidos ou óleo de fígado de bacalhau.
Antibióticos, laxantes e alguns remédios para reduzir colesterol interferem na
absorção de vitamina A. Os diabéticos assim como as pessoas com hipotireoidismo
devem evitar o beta-caroteno pois não são capazes de convertê-lo em vitamina A.

Complexo vitamínico B
Vitamina B1 - (tiamina)
Se perde com a cocção e é depletada pelo uso de açucar, café, tanino (chá
preto), nicotina e alcoól.
Ações ou funcões em nosso organismo
- Melhora a circulação
- Ajuda na produção de ácido clorídrico
- Ajuda na formação do sangue
- Ajuda no metabolismo dos carbohidratos
Principais fontes:
Favas secas, arroz integral, gema de ovo, miúdos, amendoim, ervilha, suínos,
peixes, aves, farelos de arroz e soja, germe de trigo e grãos integrais, aspargo, bróco-
lis, maioria das nozes, passas e abacate.

Vitamina B2 - (riboflavina).
Suas funções em nosso organismo:
Participa dos processos de produçào de energia nas células.
É antioxidante.
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Favorece o crescimento na adolescência.
Melhora desempenho dos atletas.
Protege contra o câncer.
Protege contra anemia para aumentar absorção de ferro em nosso sistema digestivo.
Quando existe deficiência desta vitamina surgem sinais como rágades (estrias),
vermelhidão da língua e eczema (irritação e descamação da pele) na face e nos genitais.
A deficiência é causada por:
Dieta inadaqueda.
Alcoolismo.
Hipotireoidismo (diminuição do funcionamento da tireóide).
Uso de quimioterápicos.
Uso de psicotrópicos.

A riboflavina pode ser encontrada no leite e derivados (queijo, iorgure), folhosos


e vegetais verdes, frutas, pão, cereais e carnes (especialmente vísceras). Convém
lembrar que a luz solar destrói a riboflavina do leite.

Vitamina B3 - (niacina ou ácido nicotínico)


Ações ou funções em nosso organismo:
Reduz o colesterol e triglicérides e aumenta o HDL, o colesterol “bom”.
Reduz o risco de morte em cardiopatas.
Ajuda no tratamento da esquizofrenia.
É desintoxicante.
A manifestação de sua deficiência máxima é a pelagra - doença dos 4 D:
demência, dermatite, diarréia e depressão.

Principais fontes:
Carnes magras, peixes e aves.

Vitamina B5 - (ácido pantotênico)


É considerada a vitamina anti-stress.
É muito importante no metabolismo geral, funcionando como parte da coenzima A.
A fadiga é o sintoma mais comum de deficiência de ácido pantotênico.

Principais fontes:
Levêdo, gema de ovo, peixe, galinha, cereais integrais, queijo, amendoim, ver-
duras, legumes e feijão.
56
Vitamina B6 - (piridoxina)
Ações ou funções em nosso organismo:
Necessária para o funcionamento de mais de 60 enzimas.
Participa do processo de multiplicação celular.
Participa da formação das hemácias (células vermelhas do sangue que trans-
portam oxigênio).
Participa da formação de células do sistema imunológico.
Converte o Triptofano em Niacina e Serotonina.
Interfere em vários níveis da neurotransmissão (transmissão de estímulos entre
as células nervosas).
Há experiências promissoras de seu uso no tratamento do melanoma, o mais
agressivo dos cânceres de pele.
Combate a TPM (tensão pré menstrual).
Ajuda a controlar o Diabetes.
Inibe a formação de catarata.
Combate vômitos e tonturas da gravidez.
Importante na formação de mielina.
Sua deficiência severa causa anemia, distúrbios nervosos e problemas de pele.
Principais fontes:
Carne, grãos integrais e o levêdo de cerveja.

Vitamina B9 - (ácido fólico).

Ações ou funções em nosso organismo:


Combate a anemia.
Auxilia a síntese do DNA.
Protege contra o câncer do pulmão.
Benéfico no tratamento da ateroesclerose.
A deficiência de ácido fólico produz sensação de fraqueza generalizada, fadiga
fácil, câimbras e irritabilidade.

Principais fontes:
Folhas escuras (brócolis, alface romana), laranja, arroz, feijão, levêdo de cer-
veja e fígado.
57
Vitamina B12 - (cianocobalamina)
Ações ou funções em nosso organismo:
Útil em estados de convalescência, estresse, fadiga, e no tratamento da anemia.
Alivia distúrbios neuro psiquiátricos.
Protege contra o câncer do pulmão.
Protege contra toxinas alimentares.
É cofator essencial na síntese do DNA.
É exclusivamente animal. A Cobamamida, forma coenzimática da B12 é ampla-
mente utilizada em clínica.
Principais fontes:
Queijo roquefort, queijo, marisco, ovo, arenque, leite, frutos do mar, rim, fígado
e tofu.

Vitamina B15 - (dimetilglicina - DMG)


É controvertida já que não existe certeza de que seja indispensável ao homem.Na
Rússia verificou-se que seu uso causava baixa do ácido lático, diminuindo a fadiga
muscular em atletas.
É um poderoso antioxidante.

Principais fontes:
Cevada, milho, aveia e germe de trigo.

Vitamina B17 - (laetrile)


É outra controvertida. O laetrile (ou amigdalina) é composto por 4 moléculas:
2 açúcares
1 benzaldeído
1 grupo cianeto
A célula cancerosa é muito vulnerável ao laetrile.
Principais fontes:
Amêndoa, brôto de feijão, trigo mourisco e feijão.

Vitamina C - (ácido ascórbico)


Ações ou funções em nosso organismo:
Manutenção do colágeno.
Atua no metabolismo do ácido fólico e do triptofano.
58
Atua no metabolismo da tirosina.
Estimula a supra-renal.
Auxilia a síntese dos hormônios tireoidianos e do metabolismo do colesterol.
Estimula o sistema imune.
Inibe a liberação de histamina.
Estimula a ação dos fagócitos.
Inibe a oxidação da LDL.
Combate a artrite.
Só homem, macaco e cobaia não sintetizam vitamina C, tendo que obtê-lo a
partir de frutas, verduras e legumes crus, pois o calor a destrói rapidamente.

Vitamina D - (ergocalciferol, D2, e colecalciferol, D3).


Ações ou funções em nosso organismo:
Proteção contra o câncer (intestino e mamas).
Melhora a hidratação de pele e mucosas.
Melhora a psoríase.
Proteção contra osteoporose e osteomalácia.
Prevenção do raquitismo.
Principais fontes:
Peixes gordurosos, fígado e gema de ovo.

Vitamina E - (tocoferol).
Ações ou funções em nosso organismo:
Proteção contra doenças neurológicas.Melhora a capacidade imunológica.
Proteção do sistema cardiovascular.Proteção contra substâncias tóxicas.
Melhora da tensão pré-menstrual.Melhora do desempenho sexual.
Aumento da espectativa de vida.

Principais fontes:
Grãos, ovos, óleos vegetais, leite, batata-doce, amêndoas e folhas verdes.

Vitamina K - (filoquinona)
Ações ou funções em nosso organismo:
Essencial para a coagulação sangüínea.
Importante na formação óssea e na prevenção do câncer.

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Principais fontes:
Vegetais e laticínios (iogurte).

Vitamina F - (ácidos graxos essenciais).


Os ácidos graxos poliinsaturados (essenciais) são também derivados da vitami-
na F; os mais importantes são o Ômega-6 (derivado do ácido linoleico) e Ômega-3
(encontrado nos peixes de água gelada: eicosapentaenóico e decosahexaenóico).

Vitamina P - (bioflavonóides)
São solúveis em água, a exemplo da vitamina C, com a qual coexistem nos
mesmos alimentos. Têm funções similares à vitamina C. O nome P se deve a
“permeabilidade” já que tanto a integridade quanto a permeabilidade capilar são me-
lhorados com esta vitamina. Existem mais de 500 bioflavonóides na natureza, dentre
os quais se destacam a quercetina, a hesperidina e a rutina.
Principais fontes:
Frutas cítricas, pimentão verde, brócolis, tomate, trigo sarraceno e o própolis.

Colina
Aumenta a utilização das gorduras.
Pode ser destruída pela cocção.
Faz parte da acetilcolina.
Remove gorduras em excesso no fígado. Pode ser sintetizada a partir da glicina.
Principais fontes:
Lecitina, gemas de ovo, levêdo, germe de trigo, peixe, amendoim, algumas ver-
duras e fígado, carneiro, batata, aspargo, repolho, lentilha, caviar.

PABA - (ácido para-aminobenzóico)


É uma vitamina do complexo B e faz parte da molécula do ácido fólico.
Estimula a produção de ácido fólico.
Estimula o crescimento dos cabelos e a retomada de sua côr natural.
Principais fontes:
Fígado, germe de trigo, cereais integrais e ovos.
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Inositol
Associa-se intimamente com a colina.
Ajuda a emulsificar gorduras. Mantém a integridade da membrana celular es-
pecialmente no cérebro.
Auxilia o crescimento dos cabelos.
Desempenha papel importante na neuropatia diabética.
A cafeína provoca sua depleção.
Principais fontes
Feijão, repolho, couve-flor, queijo, frutas, lentilhas, fígado e inhame.

Biotina
Vitamina do complexo B cujos sintomas de deficiência foram descobertos em
indivíduos ingerindo clara de ovo crua. Sua deficiência é rara.
Desempenha papel fundamental na síntese de ácidos graxos.
Têm sido usada em problemas de eczemas ou dermatites.
Sinais de carência: náuseas, perda do apetite, dores musculares, fadiga e de-
pressão.
Segundo alguns autores, megadoses de 1 mg/dia provocam melhoria acentuada
em diabéticos.
Principais fontes:
Amêndoa, feijão, levêdo, manteiga, couve-flor, castanha se caju, ovo e ervilha.

Os benefícios de alimentos frescos e crus.


As frutas e hortaliças frescas contém mais vitaminas e enzimas do que as
frutas e hortaliças muito maduras ou que estão guardadas há muito tempo. Quanto
mais tempo o alimento fica armazenado, mais nutrientes perde.
Os alimentos mais saudáveis são aqueles que foram cultivados organicamente.
Esses alimentos são cultivados sem o uso de inseticidas, herbicidas, fertilizantes arti-
ficiais ou produtos químicos que estimulam o crescimento. Os alimentos cultivados
sem agrotóxicos podem ser encontrados em algumas lojas de produtos naturais e nos
supermercados maiores.
Todos os alimentos devem ser completamente lavados antes de serem ingeridos
para que fiquem livres de inseticidas ou outros resíduos. Use uma escova macia para

61
escovar os alimentos e depois deixe-os mergulhados na água durante 10 minutos. Você
também pode limpar os alimentos com preparados atóxicos, disponíveis nas boas lojas de
produtos naturais. Contudo, se forem alimentos sem agrotóxicos, água e escôva são pro-
vavelmente os únicos itens necessários.
Embora a maioria das pessoas esteja acostumada a comer quase todos os alimen-
tos cozidos, frutas, verduras e legumes devem ser ingeridos crus sempre que possível. As
vitaminas e enzimas são extremamente sensíveis ao calor e são destruídas durante o
processo de cozimento. Se não puder comer os alimentos crus, use alimentos congelados;
contudo, não use alimentos processados, enlatados ou em caixas. Se achar difícil comer
alimentos crus, cozinhe-os levemente no vapor ou use uma wok (panela chinesa).
A maioria das frutas, verduras e legumes deve ser ingerida inteira, pois pos-
suem nutrientes valiosos em todas as suas partes. Com exceção das frutas cítricas,
coma as cascas e a polpa. Coma a parte branca dentro da pele das frutas cítricas para
obter vitamina C e bioflavonóides. Contudo, excetuando-se o limão, limite ao mínimo
sua ingestão de frutas cítricas. O suco de limão é um agente curativo eficaz. Acres-
cente ao suco uma xícara de água morna todos os dias pela manhã.

Utensílios de cozinha
Não utilize utensílio de alumínio. Os sais de alumínio são hidrossolúveis e facil-
mente assimilados pelo corpo. Esses sais de alumínio não tem nenhum efeito benéfico
conhecido no organismo. Os alimentos cozidos no alumínio produzem um cloreto tóxi-
co, neutralizam os sucos digestivos e produzem acidose e úlcera. O alumínio indesejado
é depositado nos tecidos do cérebro e sistema nervoso e continuam sendo acumulado
nessas partes. Quantidades excessivas de alumínio têm sido constatadas em pessoas
que sofrem do mal de Alzheimer.

O sal não é o tempero da vida


O sal de mesa comum é nocivo ao corpo de inúmeras maneiras. Em altas con-
centrações, faz com que seja alterado o delicado equilíbrio entre líquidos e minerais do
corpo. Muito sal no organismo pode causar acúmulo excessivo de líquido e pode criar
alta pressão hidrostática nos tecidos. Isso pode levar à pressão alta e, por fim, a sérios
problemas cardíacos e infarto. O sangue é responsável por carregar nutrientes e oxigê-
nio a todas as células do corpo. O sangue também transporta detritos metabólicos a
serem expelidos pelo corpo. Essa função é extremamente importante em qualquer esta-
do de enfermidade. O aumento de água nos tecidos devido ao consumo de sal digiculta
esse processo essencial de excreção de detritos.
62
NUTRIÇÃO

Adotaremos aqui o conceito do Conselho de Alimentos e Nutrição da Associa-


ção Médica Americana que define: Nutrição é a ciência que se ocupa dos alimentos,
dos nutrientes e outras substâncias que eles contêm, sua ação, interação e balanço em
relação com a saúde e a enfermidade; assim como os processos por meio dos quais o
organismo ingere, digere, absorve, transporta, utiliza e excreta as substâncias alimen-
tícias. Além disso, a ciência da nutrição deve ocupar-se de alguns aspectos sociais,
econômicos, culturais e psicológicos relacionados com os alimentos e a alimentação.

Alimentação
É o ato de proporcionar ao corpo humano os alimentos.

Necessidades nutritivas
Devido às diferenças genéticas e metabólicas, as necessidades nutritivas va-
riam entre as pessoas. Espera-se que essas necessidades cumpram certos objetivos;
entre as crianças, as metas evidentes são o crescimento satisfatório e a profilaxia dos
estados de carência. A boa nutrição contribui para a prevenção de enfermidades
agudas e crônicas e para o desenvolvimento dos potenciais físico e mental, e deve
proporcionar reservas para o stress.
Existem cotas estabelecidas para certas substâncias, capazes de prevenir esta-
dos de deficiências para a maioria da população. Essas cotas serão vistas mais à frente,
em outro capítulo. Já que outras substâncias essenciais não foram identificadas, parece
prudente, exceto nas crianças muito pequenas, obtê-las através de uma dieta variada.
Exceto para o caso do leite materno, nenhum alimento parece suprir todos os elementos
essenciais, para determinado grupo etário, durante um período prolongado. Visto que
algumas substâncias são mais rapidamente armazenadas no organismo que outras, cer-
tos elementos essenciais podem ser supridos periodicamente, e outros diariamente.
Ainda que os limites da boa nutrição sejam consideravelmente variáveis, é bom
lembrar que o leve excesso de nutrientes ou calorias pode mostrar-se tão indesejável
quanto as deficiências leves, porém, a abstenção de ingestão calórica e gordurosa
excessiva parece ser aconselhável em qualquer idade.

Energia
O alimento é ingerido, digerido e absorvido com o principal propósito de produzir
energia. A unidade usada para medir tal energia é a caloria, que é também conhecida
como quilocaloria e abreviada como Kcal. Uma caloria ou grande caloria é a quantidade

63
de energia calorífica necessária para elevar a temperatura de 1 quilograma de água
em um grau centígrado (Celsius). Uma pequena caloria, no caso c, representa 1/1000
da caloria; é também chamada grama-caloria.
No sistema métrico, a unidade de energia é o joule (J). Uma quilocaloria é igual a
4,184 joules, que é comumente arredondado para 4,2 joules. A maioria das tabelas sobre
composição dos nutrientes nos Estados Unidos continua a usar a caloria; entretanto,
este valor é facilmente convertido a joules, multiplicando-se o valor calórico por 4,2.

Metabolismo
É o conjunto de processos químicos por que passam os alimentos após a sua
introdução no organismo. Compõe-se das seguintes etapas: digestão, transformação,
aproveitamento e excreção.

Metabolismo básico ou basal


É a quantidade de energia gasta pelo organismo em repouso, fisica e mental-
mente, com pelo menos 12 horas de jejum e correspondente à atividade dos orgãos
internos e à manutenção da temperatura corporal.

Valor calórico total (V.C.T.)


Corresponde à energia gasta pelo organismo no período de 24 horas e varia
fundamentalmente com a atividade exercida. Hoje está sendo chamado de Valor
energético total (V.E.T.).
O requerimento energético do ser humano é diferente de pessoa para pessoa e
é influenciado por vários fatores:
- Idade
- Tamanho do corpo
- Temperatura do corpo
- Atividade física
- Temperatura ambiental
- Taxa de crescimento
- Sexo
- Estado nutricional
- Estado emocional
- Ingestão de alimentos

64
O total das necessidades energéticas de uma pessoa vem a ser a resultante do
conjunto de fatores acima descritos, que reflete o tamanho e a composição do corpo,
as necessidades basais para a atividade celular, aumentadas ou reduzidas pelo ambiente,
atividade, estados físico e emocional e dos alimentos que se dispõe; e o estado nutricional
do organismo, em qualquer tempo.

¾ Se os requerimentos energéticos são satisfeitos, a pessoa mantém seus níveis


de atividade, sem modificar seu peso.

¾ Se maior quantidade de alimentos que a necessária para a energia é ingerida,


a pessoa ganha peso; se menor, a pessoa perde peso.

¾ O organismo obtém seus requerimentos energéticos pela ingestão de proteínas,


lipídios, hidratos de carbono e alcoól.

¾ Vitaminas e minerais interferem nos fenômenos de liberação de energia.

Dieta normal ou Dieta balanceada


Corresponde a uma dieta calculada para o indivíduo e que forneça as quantida-
des necessárias à manutenção de sua boa saúde, isto é, que satisfaça as exigências
nutricionais do organismo, determinadas por características inerentes ao indivíduo e
pelo meio em que vive.

Necessidades energéticas
É o valor correspondente à energia gasta pelo organismo no período de 24
horas, valor este que se modifica de acordo com a atividade exercida. Por exemplo:
um atleta em treinamento vai ter uma necessidade energética maior que um profissio-
nal liberal.

Como calcular as necessidades energéticas (V.E.T. ou V.C.T.)


De acordo com orientação da OMS e da FAO, de 1985, o valor calórico total
(VCT) ou Valor energético total (VET) de um indivíduo em 24 horas, deve
ser calculado a partir do Metabolismo Basal (necessidade energética consumida
pelo organismo em repouso e em jejum de 12 horas).Para que se faça este cálculo,
em 1º lugar calculamos a taxa do metabolismo basal de acordo com idade, peso e
altura da pessoa seguindo a tabela a seguir:

65
Sexo Idade Equação (T.M.B.)

10 - 18 anos................16,6 P + 77 A + 572

Homens { 18 - 30 anos................15,4 P + 27 A + 717

30 - 60 anos.............. 11,3 P + 16 A + 901

mais que 60 anos........ 8,8 P + 1.128 A - 1071

10 - 18 anos................. 7,4 P + 482 A + 217

Mulheres { 18 - 30 anos............... 13,3 P + 334 A + 35

30 - 60 anos............... 8,7 P - 255 A + 865

mais que 60 anos........ 9,2 P + 637 A - 302

P = peso em kg. A = altura em metros


fonte - OMS/FAO - 1985.

Exemplo 1: Paciente sexo masculino, com 75 kg., medindo 1,70 metros, com 26 anos
de idade. Então:

15,4 P (75) + 27 (1,70) + 717 =


1.155 + 45,9 + 717 = 1.917,9

Portanto, a taxa de metabolismo basal (T.M.B.) deste paciente é de 1.917,9 e, usando


a regra de arredondamento = 1.918 Kcal/dia.

Exemplo 2: Paciente sexo feminino, com 65 Kg, medindo 1,58 metros, com 42 anos
de idade.
Então:
8,7 P (65) - 255 A (1,58) + 865=
565,5 - 402,9 + 865 = 1.027,6

Novamente, usando a regra de arredondamento teremos como resultado no exemplo 2-


T.M.B. = 1.028 Kcal/dia.

66
Após termos calculado o metabolismo basal, passamos à 2º fase que é o cálculo do
Valor Energético Total (V.E.T.) que segue a seguinte fórmula:
V.E.T. = T.M.B. x Coeficiente de atividade.
Para que se use esta fórmula, as atividades ocupacionais foram classificadas pela
OMS/FAO de acordo com os seguintes índices:

Atividade Leve Moderada Intensa


Homens 1,55 1,78 2,10
Mulheres 1,56 1,64 1,82

Paciente acamado = 1,27

Atividades ocupacionais

Leve = executivo, professores, profissionais liberais, dona de casa (com aparelhos


domésticos).

Moderada = trabalho em indústria leve, motoristas, estudantes.

Intensa = agricultor não motorizado, soldado, atletas.

Exemplo de cálculo de V.E.T.

Paciente sexo masculino, 1,70 altura, peso de 65 Kg, 32 anos, com atividade média.

1º calcular o M.B.-

11,3 (65) + 16 (1,70) + 901 = 734,5 + 27,2 + 901 = 1.662,7

Portanto, M.B. = 1.662,7 Kcal / dia

Logo:

V.E.T. = M.B. x coef. de atividade

V.E.T. = 1.662,7 x 1,78 (moderado)

V.E.T. = 2.959,6 Kcal / dia


67
Se este mesmo paciente estivesse acamado, o gasto energético seria:

V.E.T. = 1.662,7 x 1,27 = 2.111,6 Kcal / dia

Considerando o exemplo acima onde vemos o V.E.T. do indivíduo em sua ativida-


de normal (2.959,6) e o V.E.T. do mesmo indivíduo acamado (2.111,6) fica bem explícito
o valor da atividade física (exercícios) em uma dieta alimentar para emagrecimento.
Entende-se por ganho de peso, o acúmulo de gordura corpórea, ou seja, quando
uma pessoa ingere uma quantidade maior de calorias do que a que ele vai gastar em
sua atividade fisica diária, dando origem a um equilíbrio energético positivo. A obesi-
dade ocorre exatamente quando a ingestão da energia excedeu o seu gasto por um
longo período de tempo.

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PIRÂMIDE ALIMENTAR

A pirâmide de alimentos foi criada pelo Departamento de Agricultura e Depar-


tamento de Saúde dos Estados Unidos para servir de orientação nutricional de como
formular a dieta do cotidiano. Ela estabelece uma hierarquia entre os alimentos de
acordo com a sua importância para qualquer indivíduo. Esta orientação prima por uma
dieta saudável com a ingestão de todos os nutrientes necessários ao nosso dia a dia.

Óleos
gorduras
e Doce
(uso moderado)

Grupo dos Grupo das


lacticínios carnes
2-3 porções 2-3 porções

Grupo das verduras Grupo das


e legumes frutas
3-5 porções 2-4 porções

Grupo dos cereais


6 - 11 porções

Grupo 1 - Hidratos de carbono - Alimentos energéticos e fibras

Eles são a base da pirâmide portanto, devem ser consumidos em maior quanti-
dade. A este grupo pertencem os carbohidratos complexos (carbohidratos de absor-
ção lenta), minerais e fibras que são responsáveis pela produção de energia. Eles nos
fornecem a maior parte das calorias diárias. Eles têm importância fundamental até
para o aproveitamento das proteínas.

69
Alimentos:
Cereais = Arroz, trigo, cevada, aveia
Massas = simples ou com verduras (canelones. raviolis)
Pães = Integrais, brancos, francês, de forma
Vegetais feculentos = Batata, milho, mandioca

01 porção deste grupo (90 - 100 calorias) EQUIVALE A:


01batata pequena (100 gr)
01 xícara de chá de macarrão cozido
¾ de xícara de chá de arroz cozido
¾ de xícara de chá de leguminosas cozidas
10 raviolis de legumes ou 7 de ricota
01 xícara de polenta cozida
01 pão árabe ou 01 pão de hot dog
01 pãozinho de 40 gramas
06 grissinis biskui
1/3 de xícara de chá de All Bran ou flocos de aveia
01 xícara de chá de sucrilhos sem açúcar

Grupo 2 e 3 - Vegetais (verduras e legumes) e Frutas - Alimentos


reguladores.

São fontes de vitaminas, sais minerais e fibras. Protegem nosso organismo


contra doenças. São necessárias também para regular as funções do organismo.
Devemos salientar que na pirâmide os vegetais estão no segundo e terceiro grupo,
acima da base, pois constituem-se nos alimentos que devem ser ingeridos em quanti-
dades crus ou cozidos.

Grupo 2 - (3 a 5 porções) - Verduras e legumes

01 porção deste grupo (50 calorias) EQUIVALE A


Quantidade livre de saladas verdes cruas
01 prato de sopa de saladas cruas de várias côres com predomínio do verde.
01 xícara de chá de beterraba ou cenoura ralada crua
01 xícara de chá de vegetais de folhas cozidos ou cubos de beringela ou palmitos
¾ de xícara de chá de beterrabas ou cenouras em cubos cozidos

70
Grupo 3 - (2 a 4 porções) - Frutas
Ricos em vitaminas A e C, ácido fólico e potássio.

01 porção deste grupo (50 calorias) EQUIVALE A


01 laranja pequena
01 kiwi
01 pote de morangos (150 grs)
08 grãos de uvas
½ pêssego ou ½ banana pequena
01 xícara de chá de salada de fruta diet
01 rodela de abacaxi
01 fatia de melão

Grupo 4 e 5 - Proteínas - Alimentos plásticos

Este grupo esta formado pelas carnes e pelos queijos. Ambos contém proteínas
de alto valor nutritivo, ferro, cálcio, zinco, fósforo e vitamina B12, B2, B6, niacina,
magnésio. Por conter colesterol e gordura saturada, o consumo deste grupo deve ser
moderado.

Grupo 4 (2 a 5 porções) - Carnes

A melhor distribuição de carnes pela semana é: 1 a 2 vezes frango; 2 vezes peixe


e 3 vezes carne vermelha. A carne de vaca contém o dobro de ferro que o frango.
Carnes vermelhas magras: vaca, porco e coelho
Carnes de aves sem pele: frango e peru
Peixes e mariscos: todos tipo de pescado fresco (preferir atum, salmão, cavala, sardi-
nha, anchova), mariscos (mexilhões, lula e polvo), Kani Kama e peixes enlatados ao natural.
Frios magros: presunto crú ou cozido sem gordura, pastrami, paleta e rosbife.
Clara de ovo
01 ovo equivale a 50 grs de carne
Leguminosas: ervilhas, grão-de-bico, lentilhas, feijão

01 porção deste grupo (135 calorias) EQUIVALE A:


01 bife médio (100 grs) de carne vermelha
01 filé de peixe

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01 lata de atum, merluza ou cavala ao natural
½ peito de frango ou 01 coxa com sobrecoxa pequena
03 salsichas ligth
06 pedaços de Kani Kama
02 fatias médias de peito de peru
03 fatias médias de presunto cozido sem gordura
02 costeletas de porco sem gordura
01 bife de hamburguer de 100 grs
¾ de xícara de chá de leguminosas cozidas

Obs: Não devemos esquecer que as proteínas vegetais são incompletas e que, para
cumprir sua função plástica necessita de complementação. Para isso, há necessidade
de ser realizada a mistura protéica (ver capítulo sobre proteínas).

Grupo 5 - (2 a 3 porções) - Queijos

Os queijos compactos têm mais cálcio que os brancos desnatados. Observe


por serem gorduras, não estão incluídos neste grupo a manteiga e a nata.

01 porção (100 a 110 calorias) EQUIVALE A:


03 colheres de sopa de ricota desnatada
01 colher de sopa de queijo cremoso
02 fatias de queijo prato
50 grs. de queijo magro compacto
02 colheres de queijo ralado
30 grs de queijo quartiolo, muzzarela ou port salud
02 fatias médias de queijo minas fresco

Lácteos (integrante do grupo 5) - Leite e Iogurte


Contém cálcio, proteínas de excelente valor nutritivo, fósforo e vitaminas A, D e B2.
Alguns produtos estão enriquecidos com mais cálcio ou ferro.
Leite semi-desnatado - 1,5% de gordura.
Leite desnatado 0% de gordura.
Iogurte e leite fermentado - desnatados (0% de gordura); dietéticos (sem açú-
car), com sabor, com cereais, com frutas.

72
01 porção (65 a 110 calorias) EQUIVALE A:
01 copo de 200 ml de leite desnatado, semi-desnatado ou integral
01 pote de 200 ml de iogurte fermentado
06 colheres de café de leite em pó

Finalmente no ápice da pirâmide encontramos as gorduras e os açúcares refi-


nados. Esse ápice foi proposto pela Associação de Diabete Americana para que
saibam que essses alimentos devem ser consumidos em menor quantidade pois são
alimentos de risco para a formação das enfermidades metabólicas (aumento de peso,
aumento do colesterol e aumento da pressão) e o Diabetes. Esse ápice também per-
mite exemplificar melhor a diferença entre os açúcares (in natura) e os hidratos de
carbono que entram na composição de outros tipos de alimentos como o pão e a
massa. Devemos diminuir as quantidades dos açúcares e aumentar a dos hidratos de
carbono sempre na proporção das recomendadas para os nutrientes energéticos.
Gorduras e doces estão naturalmente em muitos alimentos. Evite alimentos ricos em
açúcar: doces e refrigerantes.

Grupo 6 (uso moderado) - Gorduras, óleos e doces.

Alimentos deste grupo: margarinas, manteiga, óleo, maionese, bolos, chocola-


tes, tortas doces e geléias.Contém vitamina E e ácidos graxos essencial para forma-
ção de hormônios e o bom funcionamento do organismo.

01 porção (90 a 100 calorias ) EQUIVALE A:


01 colher de chá rasa de azeite ou manteiga ou margarina ou maionese
02 colheres de chá rasa de margarina diet ou manteiga diet ou maionese diet
05 colheres de sopa de creme de leite diet
03 unidades de nozes
15 unidades de avelãs ou amendoas
18 unidades de amendoim ou azeitonas

Acessórios
São alimentos que completam o plano de alimentação; sua ausência não produz
nenhum tipo de carência.

Adoçantes Artificiais
Aspartame, sacarina, ciclamatos, etc.
73
Sal
Uma colher de chá rasa de sal contém 2300 mg de sódio. O organismo requer
cerca de 250 mg por dia. O consumo ideal é de 1000 a 3000 mg / dia. Todos os
alimentos contém naturalmente sal. O sal marinho contém sódio igual ao sal de mesa.

Os itens a seguir podem ser consumidos à vontade:


Condimentos:
Alho, açafrão, mostarda, orégano, suco de limão, ervas aromáticas, páprica,
tomilho, pimenta, vinagre, etc.
Caldos desengordurados de verduras frescas ou desidratadas, de carnes, ca-
seiros sem sal, caldos instantâneos dietêticos.

Infusões
Café sem cafeirna, chá.

Bebidas
água, água mineral com ou sem gás, refrigerantes dietéticos, sucos dietéticos.

Gelatina Dietética
com sabor de fruta.

Para que você possa fazer uma dieta saudável e balanceada, faça uma escolha
variada dos alimentos, escolhendo pelo menos 01 porção de cada grupo da nossa pirâmide
alimentar. Dê preferência a alimentos com baixos teores de gordura saturada e colesterol.
Não se esqueça que a gordura é necessária em qualquer dieta. Indivíduos adultos neces-
sitam de pelo menos 30 gramas de gordura por dia para fornecimento de energia, absorção
de algumas vitaminas e síntese de certos hormônios. Dê preferência às poliinsaturadas e
monoinsaturadas pois estas não promovem o aumento do colesterol. Consuma as gordu-
ras saturadas em menor quantidade pois são prejudiciais ao nosso organismo favorecendo
o depósito de gorduras nas artérias. As gorduras da carne de boi, porco e carneiro são as
que contêm maiores teores de gordura saturada. Aves e peixes contêm menos. Portanto,
alterne o consumo de carnes vermelhas e brancas para melhor equilíbrio da ingestão de
gorduras. Modere o consumo de açúcar, sal e sódio. Evite ou use moderadamente bebidas
alcoólicas e não deixe de incluir as fibras nas suas refeições.
74
OBESIDADE
DIAGNÓSTICO E MÉTODOS DE AVALIAÇÃO

A obesidade é uma doença que atinge um grande número de brasileiros adultos


e crianças. Três em cada dez adultos e uma em cada seis crianças tem peso acima do
desejável. Isto se deve a:
1 - Hábitos alimentares
2 - Sedentarismo
3 - Opção por alimento de alto valor calórico.
Para não haver dúvidas, antes de mais nada vamos diferenciar sobrepeso de
obesidade. Portanto, sobrepeso se refere a um aumento exclusivo do peso enquanto
que obesidade se refere ao aumento da gordura corporal.
“A obesidade é uma enfermidade crônica que se caracteriza pelo acúmulo
excessivo de gordura relacionado a massa magra, a nível tal que comprometa
a saúde”.
Devemos ter em conta também que os indivíduos obesos se diferenciam com
relação a distribuição regional da gordura corporal. Por exemplo: o excesso de gordu-
ra abdominal é um fator de risco mais do que outros tipos de distribuição gordurosa.

Composição corporal

Nosso percentual de água (compartimento aquoso) tem uma relação inversa


com a idade enquanto que o compartimento gorduroso e muscular tem uma relação
direta. Esses fatores são importantes principalmente na infância e adolescência, perío-
dos em que se observam as maiores flutuações. Existem também as diferenças a
partir da puberdade, quando a mulher terá um compartimento gorduroso maior que o
homem.

Métodos de avaliação da obesidade


1) Métodos clínicos

a) Peso Corporal - O aumento do peso corporal pode definir a maior parte dos
obesos já que o tecido adiposo é um dos componentes que quantitativamente mais
importante do peso corporal.

75
b) Relação Peso / Altura. I.M.C. (índice de massa corporal).
Tem o incoveniente de não distinguir o aumento de gordura, do muscular nem
sua distribuição.
O índice de massa corporal foi proposto por Quetelet, astrônomo Belga de
século passado e por isso é conhecido como índice de Quetelet.

I.M.C. = _____Peso em Kilos____


Altura x Altura (em metros)

Os valores do IMC modifica-se com a idade. O NAHNES (National Health


and Nutrition Examination Survey) considerou os seguintes valores para diagnóstico
de excesso de peso em adolescentes:

Idade Homens Mulheres


12 a 14 anos 23,8 Kg/m2 23,4 Kg/m2
15 a 17 anos 24,3 Kg/m2 24,8 Kg/m2
18 e 19 anos 25,8 Kg/m2 25,8 Kg/m2

De acordo com a O.M.S., citaremos o índice de massa corporal adequado e o


médio para o adulto.
Adequado Médio
Homem 20,1 - 25,0 22,0
Mulher 18,7 - 23,8 20,0

IMC e a altura
O IMC não distingue a altura baixa da alta nem a massa gordurosa da massa magra.
IMC iguais podem apresentar alturas e pesos diferentes.

c) Peso Relativo.

Peso Relativo = Peso observado x 100


Peso populacional de menor mortalidade
É menos utilizado que o IMC.

2) Classificação de obesidade relacionada com a distribuição de gordura.

Se a gordura se acumula acima do umbigo, chamamos “obesidade superior”


ou andróide ou em forma de maçã.
76
Se a gordura predominar abaixo do umbigo ou seja, na metade inferior do cor-
po, denomina-se ginóide ou em forma de pêra.

a) Relação Cintura / Quadril:

RCQ = Perímetro da cintura


Perímetro do quadril

A Organização Mundial de Saúde considera cintura a metade da distância en-


tre a última costela e a crista ilíaca em posição de expiração e o quadril, o perímetro
no nível do trocânter maior do fêmur.
Uma relação menor que 1,0 para homens e menor que 0,85 para as mulheres,
pode ser aceita como excluída da área de risco.
Quando no homem é maior que 1,0 e na mulher maior que 0,85, temos distribui-
ção Andróide.
Se for menor que 0,75 na mulher e menor que 0,85 no homem, temos distribui-
ção Ginóide.

b) Perímetro da Cintura (P.C.)

Tem se considerado o P.C. como melhor indicador de risco que a relação cintu-
ra / quadril.

Valores = Homem > (maior) que 100


Mulher > (maior) que 90

Indica um acúmulo de gordura visceral que corresponde a uma superfície de


pelo menos 130 cm2 valor relacionado com anormalidades metabólicas de risco
(síndrome de gordura visceral).

c) Diâmetro Sagital

Indivíduo em repouso. Mede-se a distância entre o ponto de apoio da espádua


e a superfície do abdomem no seu ponto mais superior.Não deve ser maior que 25 cm.
Este método não é recomendado.

77
3) Métodos Antropométricos

a) Perímetro - Avalia a massa muscular através da circunferência do braço.


b) Dobras cutâneas - Medidas através de Calibres ou Ultrassom.
Calibres - Pinça graduada que comprime uma prega da pele e permite interpre-
tar sua espessura entre os extremos das ramificações.
Ultrassom - pode ser útil na substituição do Calibre de uso mecânico.
c) Densidade corporal
Indica as proporções de massa magra e gordura que constituem o organismo.
d) Medição da água corporal total
Estabelece - se o valor da água total (por exemplo = 73%), conseqüentemente,
os 27% restantes serão gordura.
e) Medida do potássio corporal

f) Condutividade elétrica
g) Impedância Bioelétrica Tetrapolar

h) Interactância Infravermelha
i) Ativação de Neutrons

j) Tomografia Computadorizada - É o melhor método.


k) Ressonância Nuclear Magnética
l) Absorciometria de Fótons

m) Excreção Urinária de Creatinina


Sua produção e excreção reflete indiretamente a massa muscular.
17,9 Kg de músculo produzem uma eliminação de 1000 mg/dia de creatinina.

Exames de laboratório mínimo para o diagnóstico da obesidade.


1 - Biometria hemática- Hemograma completo
2 - Química sangüínea - Uréia, creatinina, ácido úrico e glicemia
3 - Colesterol total e frações + triglicérides
4 - Exame de urina
78
Obesidade - Classificação e formas clínicas
Quando se classifica a obesidade deve se levar em conta que ela é uma enfer-
midade heterogênea, multifatorial, sua etiopatogenia, suas características anatomo-
patológicas, a apresentação e evolução de seu quadro clínico, assim como a
concomitância ou não de fatores de risco para a saúde, o que determina que se clas-
sifique-a em várias formas, dependendo do fator a considerar.

1) Segundo o grau de obesidade


De acordo com a OMS, o I.M.C. corresponde a:
Classificação I.M.C.(Kg/m2) Risco de doença associada
Baixo peso < que 18,5 Baixo
Normal 18,5 - 24,9 Médio
Pré obeso 25,0 - 29,9 Aumentado
Obeso classe I 30,0 - 34,9 Moderado
Obeso classe II 35,0 - 39,9 Severo
Obeso classe III > que 40 Muito severo
De acordo com o consenso Latino Americano de Obesidade 1998.

2) Segundo a distribuição de gordura


a - Andróide ou abdominal ou central
Se associa com distúrbios metabólicos. É a distribuição característica da gor-
dura nos homens e em algumas mulheres pós- menopausadas.
b - Ginóide ou femoroglútea
A gordura predomina na metade inferior, infraumbelical. Tem menor repercus-
são metabólica embora, maiores repercussões mecânicas. É característica de mulhe-
res pré menopáusicas embora possa ter em pós menopausadas e, ocasionalmente em
homem.
c - Generalizada

3) Segundo a idade de início


a - Início na infância
b - Adolescência
c - Início na idade adulta
79
Classificação etiológica da obesidade.
1 - Obesidade por disbalanço nutricional:
a - Dietas altas em gorduras
b - Dietas “doces”

2 - Obesidade por inatividade física:


a - Sedentarismo
b - Inatividade por incapacidade física (deficiente físico)
c - Velhice

3 - Obesidade secundária à alterações neuroendócrinas:


a - Síndrome hipotalâmica
b - Síndrome de Cushing
c - Hipotireoidismo
d - Ovários policísticos
e - Pseudohipoparatireoidismo
f - Hipogonadismo
g - Déficit de hormônio de crescimento
h - Hiperinsulinismo e insulinoma

4 - Obesidade secundária a drogas:


a - Psicotrópicos, glicocorticóides, antidepressivos tricíclicos,
ciproheptadina, lítio, fenotiazinas, medroxiprogesterona
b - Cirurgia hipotalâmica

5 - Obesidade genética:
O I.M.C. tem sido usado para avaliar o risco de morbimortalidade derivada da
obesidade. Essa risco aumenta se a obesidade coexiste com algumas das seguintes
situações ou “fatores de risco”:
1- Relação cintura / quadril elevados
2- Diabete
3- Hipertensão
4- Hiperlipidemia
5- Hipertrofia ventricular esquerda
6- Apnéia do sono
7- Hirsutismo
8- Tabagismo

A relação cintura / quadril e a gordura visceral aumentam com a idade e são fatores
de risco, independente do excesso de peso.

80
Papel da alimentação na gênese da obesidade

Vimos então que a obesidade se desenvolve em pacientes quando expostos a


um balanço energético positivo ou, quando a sua suscetibilidade torna este balanço
positivo.
Citarei abaixo a participação de cada nutriente no risco potencial para a gênese
da obesidade.

⇒ Gordura - Sua capacidade de depósito é ilimitada. Tem baixa oxidação


mesmo com ingesta elevada. 96% do excesso de energia ingerido é estocada
como tecido gorduroso. Fornece 9 kcal por grama.

⇒ Alcoól - Não se estoca no organismo. Todo alcoól ingerido é rapidamente


oxidado ou seja, gasto em forma de energia. Fornece 7 kcal por grama.

⇒ Proteína - Sua capacidade de depósito é limitada e corresponde a 1/3 do


total da calorias armazenadas. Fornece 4 kcal por grama.

⇒ Carbohidratos - Muito pouca capacidade de armazenamento (depósito)


como glicogênio (500 a 1000 gr). Tem alta oxidação. 60 a 80% do excesso
de energia pode ser estocado. Fornece 4 kcal por grama.

⇒ Fibras - Não são absorvidas. Fornecem 1,5 kcal por grama.

Por este pequeno resumo, concluimos que a gordura é o nutriente de maior


potencial para desenvolver a obesidade. Outros fatores agravantes são:
- Maior palatabilidade da gordura (é muito mais saborosa que outros nutrientes)
- Fácil mastigação e deglutição
- Tem baixo poder de causar saciedade (menor poder sacietógeno)

Existem vários trabalhos científicos mostrando um crescente aumento da ingesta


de gorduras nas populações de quase todos os países do mundo neste último século. O
aumento do número de indivíduos obesos também vem crescendo na mesma maneira
o que nos leva a concluir que existe uma relação direta entre o aumento da ingesta de
gorduras e o aumento da prevalência da obesidade.
81
O excesso de ingestão de proteínas e carbohidratos impedem que a gordura se
oxide e portanto, a gordura ingerida é estocada e a endógena é retida, contribuindo
com isso para o ganho de gordura corporal.
Dessa maneira, fica fácil concluir o porque de optarmos por um programa ali-
mentar flexível em hidratos de carbono e proteínas e reduzido em gorduras pois como
vimos, a gordura é o único alimento que pode manter um desequilíbrio crônico entre
ingesta e oxidação, e que contribui diretamente para a formação do tecido gorduroso.
Os outros alimentos citados acima participam indiretamente através de suas
contribuições para o balanço energético total e, consequentemente, para o balanço
lipídico.

82
TRANSTORNOS E ENFERMIDADES ASSOCIADAS
COM A OBESIDADE

Endocrinológicos e metabólicos:
- Síndrome metabólica - Diabetes Mellitus - Dislipidemias - Hiperuricemia - Disfunção
ovárica - Hipogonadismo

Cardiovasculares e respiratórias:
- Hipertensão arterial - Cardiomiopatia - Hiperventilação crônica
- Aterosclerose: (coronária, cerebrovascular, periférica)
- Apnéia / Hipopnéia do sono

Câncer:
- Endometrial- Mamário - Colonorretal - Ovárico - Vesícula biliar - Próstata

Obstétricos:
- Diabetes gestacional - Infecções - Tromboses venosas - Distócias de parto

Digestivos:
- Colelitíases - esteatoses - Refluxo gástrico

Psicosociais:
- Discriminação - Efeitos psicológicos - Trantornos da conduta alimentar

Outros:
- Osteoartroses, varizes, hemorróidas, hérnias, infertilidade masculina

83
Peso ideal (Kg) para altura em adultos.
Fonte - Metropolitan Life Insurance Co. - 1960.

HOMENS MULHERES

Altura PMG PMG

142 41,8 45,0 49,5


143 42,3 45,3 49,8 Observação: P M G significam compleição do
144 42,8 45,6 50,1 indivíduo em questão.
145 43,2 45,9 50,5
146 43,7 46,6 51,2
147 44,1 47,3 51,8
148 44,6 47,7 52,3
149 45,1 48,1 52,8
150 45,5 48,6 53,2
151 46,2 49,3 54,0
152 46,8 50,0 54,5
153 47,3 50,5 55,0
154 47,8 51,0 55,9
155 50,0 53,6 58,2 48,2 51,3 55,9
156 50,7 54,3 58,8 48,9 52,3 56,8
157 51,4 55,0 59,5 49,5 53,2 57,7
158 51,8 55,5 60,0 50,0 53,6 58,3
159 52,2 56,0 60,5 50,5 54,0 58,9
160 52,7 56,4 60,9 50,9 54,5 59,5
161 53,2 56,8 61,5 51,5 55,3 60,1
162 53,7 57,2 62,1 52,1 56,1 60,7
163 54,1 57,7 62,7 52,7 56,8 61,4
164 55,0 58,5 63,4 53,6 57,7 62,3
165 55,9 59,5 64,1 54,5 58,6 63,2
166 56,5 60,1 64,8 55,1 59,2 63,8
167 57,1 60,7 65,6 55,7 59,8 64,4
172 60,7 64,4 69,8 59,4 63,4 68,0
173 61,4 65,0 70,5 60,0 64,1 68,6
174 62,3 65,9 71,4 60,9 65,0 69,8
175 63,2 66,8 72,3 61,8 65,9 70,9
176 63,8 67,5 72,9 62,4 66,5 71,7
177 64,4 68,2 73,5 63,0 67,1 72,5
178 65,0 69,0 74,1 63,6 67,7 73,2
179 65,9 69,9 75,3 64,5 68,6 74,1
180 66,8 70,9 76,4 65,5 69,5 75,0
181 67,4 71,7 77,1 66,1 70,1 75,6
182 68,0 72,5 77,8 66,7 70,7 76,2
183 68,6 73,2 78,6 67,3 71,4 76,8
184 69,8 74,1 79,8
185 70,9 75,0 80,9
186 71,5 75,8 81,7
187 72,1 76,6 82,5
188 72,7 77,3 83,2
189 73,3 78,0 83,8
190 73,9 78,7 84,4
191 74,5 79,5 85,0

75

84
OBESIDADE NA CRIANÇA E NO ADOLESCENTE

É um transtorno freqüente e representa mais de um terço das consultas dos


endocrinologistas pediatras e, com prevalência crescente, com repercussão no desen-
volvimento psicosocial e que predispõe à obesidade no adulto.
Se define como um excesso de gordura corporal total em relação ao peso
corporal. O desenvolvimento do tecido adiposo (gorduroso) humano se inicia durante
a fase pré-natal.

Existem 3 períodos críticos para o desenvolvimento da obesidade e


suas complicações:
1- Durante a gestação e primeiro ano de vida
2- Entre os cinco e sete anos de idade que é o “período de rebote da obesidade”
3- Na adolescência

A obesidade que se desenvolve nesses períodos, especialmente no segundo, se


caracteriza pela sua persistência e complicações.
A obesidade é o resultado do desequilíbrio permanente e prolongado entre
ingestão calórica e gasto energético onde o excesso de calorias se armazena como
tecido gorduroso.
O gasto energético total na criança e no adolescente se compõe de:
⇒ Metabolismo basal
⇒ Termogênese
⇒ Atividade física
⇒ Crescimento

Classificação
Do ponto de vista causal, a obesidade na criança e no adolescente se divide em:
1 - Obesidade de causa nutricional ou exógena.
2 - Obesidade secundária a uma síndrome ou endógena.
3 - Obesidade genética de causa conhecida.
85
A distribuição regional do excesso de gordura classifica a obesidade em:
⇒ Generalizada
⇒ Andróide
⇒ Ginóide
A forma generelizada é a distribuição mais freqüente nas crianças e nos adolescentes.

Neste capítulo vamos falar especialmente da obesidade exógena que é a que


interessa no momento.
Suas principais causas são fatores genéticos e ambientais.

Fatores genéticos
Quando os pais são obesos, 80% dos filhos podem sê-lo, porém, se somente um
dos pais é obeso, essa freqüência cai para 40%, chegando até 14% quando nenhum
dos pais são obesos. Fica claro nesses valores o fator herança genética.
A busca de genes relacionados à obesidade exógena tem tido grandes avan-
ços. O gene mais importante descoberto até agora é o gene obeso (OB) no
cromossomo 7, que codifica para a síntese de Leptina.
A Leptina é uma proteína produzida pelas células gordurosas e que vai até o
cérebro (hipotálamo) onde induz à saciedade, reduzindo a síntese do neuropeptídeo Y
(mais potente estimulante do apetite que se conhece).

Outros genes relacionados à obesidade:


⇒ Gene diabético (DB) no cromossomo 1
⇒ Gene Amarelo (AY) no cromossomo 20
⇒ Gorduroso (FAT) no cromossomo11
⇒ Tubby (TUB) no cromossomo 4
⇒ Receptores de Propiomelanocortina (PMOCR)
Melanocortina (MC4R)
Proconvertase (PC1).

Fatores ambientais
O meio ambiente, os fatores culturais, econômicos e sociais, o fácil acesso aos
alimentos, a ingesta de alimentos de alto valor calórico, a diminuição da atividade física,
a estrutura da família e os fatores emocionais, cada vez mais permitem que os fatores
genéticos da obesidade sejam expressos, ou seja, se completam e se estimulam.
86
Como diagnosticar
Se chega facilmente ao diagnóstico da criança obesa pelo seu aspecto físico.
De acordo com Marshall “toda criança que não se pareça fraca, é obesa”.

As técnicas mais usadas na clínica para diagnosticar obesidade são:


⇒ Relação altura x peso
⇒ Medição das pregas cutâneas
⇒ Bioimpedância
O critério clínico mais sensível para caracterizar obesidade na criança ou ado-
lescente é o gráfico padrão de altura e peso.
Quando a intersecção das retas se dá acima do porcentil 90, está caracterizada
a obesidade.

Tratamento da obesidade infantil.


A maioria dos programas para obesidade infantil consiste em:
1- Dieta que reduza a ingesta calórica diária da criança
2- Aumento da atividade física
3- Modificações comportamentais
4- Ajuda ou participação ativa dos pais

Orientação alimentar para crianças


Devo ressaltar que antes de mais nada, o simples fato da criança estacionar o
peso já seria muito importante uma vez que ela está em fase de crescimento. Deve-
mos levar em conta que a criança está engordando porque está apresentando hábitos
alimentares errados e portanto deverão ser sanados.
Procure saber se a criança não está exagerando em suas “idas” à lanchonete
ou nas suas refeições fora de hora.
Diminua a ingestão de gorduras em geral tais como frituras, maioneses, choco-
lates creme de leite manteiga ou margarina. Procure oferecer leites e laticínios em
geral sempre desnatados ou com pouca gordura. Na sobremesa, dê preferência à
frutas frescas. Você pode inclusive, usar a tabela de alimentos que apresentamos no
capítulo de manutenção onde pode se comer de tudo desde que se respeite a quanti-
dade de calorias diárias e as porções estabelecidas.

87
A perda de peso - uma proposta boa seria a perda de 500 gramas semanais,
combinando diminuição de ingesta calórica e aumento do gasto calórico através da
atividade física.
Com relação a quantidade de calorias para a perda, na minha clínica nós opta-
mos por dietas de 1200 até 1600 calorias ou se preferir, reduzir de 30 a 40% da ingesta
atual. No capítulo de perda de peso você encontrará os modelos de dietas desde 1200
até 1600 calorias / dia. No capítulo de manutenção, temos a tabela dos diversos ali-
mentos onde existem as “guloseimas” que poderão ser consumidas, é claro, com
moderação e sempre seguindo o número de calorias propostos.
É importante também que você não permita que seu filho coma na frente da
televisão ou no computador.
Procure evitar estoques de guloseimas em casa, tais como chocolates, sobre-
mesas com alto teor de gordura, bolachas recheadas.

Atividade física
É importante a atividade física principalmente para que a perda de peso se
deva à perda de gordura e não de massa magra.
Devemos incentivar a atividade física, programada ou não, como andar de pa-
tins, de bicicleta, brincar com os amigos, freqüentar clubes para práticas esportivas
enfim, todo tipo de atividade ao alcance da criança.
Quero concientizar os pais de que a obesidade é uma doença que tem várias
causas como já vimos. Além do mais, existe uma dificuldade muito grande de tratar o
adulto obeso. Por isso, é muito importante tratar o mais precocemente possível as
crianças obesas, principalmente aquelas com forte componente genético tanto de obe-
sidade como de doenças cardiovasculares, assim como de diabetes.

Tratamento dietético do adolescente

A estratégia está baseada no estado de maturidade biológica de cada um e


também no perfil lipídico encontrado (colesterol total e frações e triglicérides).
Aqueles com potencial alto de crescimento de acordo com Tanner, mantém-se
o peso por período de 6 meses a um ano. O próprio crescimento abaixará o IMC sem
perder massa muscular nem diminuir o metabolismo. Com isso, não prejudicamos o
crescimento.
88
Aqueles em estágios mais avançados de Tanner (pós-estirão pubertário) a per-
da de peso é necessária. Mesmo os adolescentes apresentando proporções compatí-
veis com as dos adultos, devem receber tratamento diferenciado devido as suas con-
dições biopsicossociais.
É muito importante o adolescente saber que não existe alimentos “ruins” ou
proibidos (que engordam). Ele deve saber que pode comer de tudo porém, é necessá-
rio que aprenda o conceito de calorias para saber diferenciar nos alimentos, aqueles
que tem mais, daqueles que tem menos calorias.
Com isso também introduzimos a redução da quantidade de alimentos consumi-
dos em excesso e, as proporções consideradas ótimas:

55 a 65% de Hidratos de carbono


15% de Proteínas
25 a 30% de Gorduras

Incentivamos a prática de esportes e incentivamos a redução da ingestão de


alimentos ricos em lipídios.
Não se recomenda o uso de edulcorantes e dietéticos.

Obesidade na gravidez e Lactação

A gravidez representa uma prova de esforço metabólico importante que tende


a adaptar o organismo para otimizar a passagem de nutrientes através da placenta.
Em algumas ocasiões, o ganho excessivo de peso pode favorecer o apareci-
mento de patologias associadas como o Diabetes gestacional, Hipertensão arterial e/
ou pré-eclâmpsia.
A mulher obesa é aquela que inicia sua gestação com uma quantidade de gor-
dura corporal maior do que aquela recomendada como normal, definida em função do
IMC igual ou maior a 27.

89
O ganho de peso na gestação está condicionada por fatores como a estatura e
o peso pré-gestacional, a idade, o número de partos e a raça.

Tratamento

Dietoterapia
Durante o primeiro e segundo trimestre de uma grávida não obesa, há a utiliza-
ção acelerada de glicose, produzindo-se uma diminuição da glicose materna.
O aumento de peso deve estar de acordo ao IMC. Para a mulher obesa se
aceita um ganho de 9 kilos.
A maior parte do aumento de peso durante a gravidez é atribuída ao feto e seus
anexos, esse aumento de massa de forma significativa é a partir da segunda metade
da gestação. As reservas maternas de gorduras e proteínas se formam com rapidez
antes da metade da gravidez e depois, aumentam pouco, para completar entre 3 e 4
kilos extras no final da gravidez.

Atividade física
- Se a paciente praticava antes da gravidez, deve continuar
- Se não praticava antes, poderá efetuar caminhadas e natação, não competitivas
A indicação deve ser individual e a alimentação deve prevenir hipoglicemia e
cetose.

Complicações da obesidade na gestação


Principalmente o Diabete Gestacional pela resistência a insulina aumentada,
defeito genético e a idade.

90
TRANSTORNOS ALIMENTARES ASSOCIADOS
COM A OBESIDADE

O obeso apresenta um sofrimento psicológico decorrente dos problemas relati-


vos ao preconceito social com a obesidade e também com características peculiares
do seu comportamento alimentar.
A quarta edição do Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais
da Associação Psiquiátrica Americana (DMS-IV) classificou os transtornos alimen-
tares conforme comentaremos a seguir:
Os transtornos alimentares são enfermidades psiquiátricas caracterizadas por
alterações do comportamento alimentar.

1 - Anorexia nervosa
Uma das características essenciais da síndrome é a recusa em manter um peso
corporal mínimo aceitável para a idade.
Geralmente se inicia em mulheres jovens.
O início é marcado por uma restrição dietética progressiva com a eliminação
de alimentos considerados “engordantes” como os carbohidratos.
Os pacientes reclamam que se sentem obesos apesar de muitas vezes se en-
contrar até emagrecidos. O medo de engordar é uma característica da Síndrome. Os
pacientes passam a viver exclusivamente da dieta, comida, peso e forma corporal. Vai
havendo uma perda progressiva e continuada de peso. Os pacientes se recusam a
reconhecer o seu estado corporal atual o que leva ao gradativo isolamento social do
paciente.

Critério diagnóstico para Anorexia Nervosa (DSM-IV).

a - Recusa em manter o peso corporal acima do peso mínimo considerado normal


para a idade e altura
b - Medo intenso de ganhar peso
c - Disturbio na forma com a qual o indivíduo vivencia seu peso ou forma corporal,
negando a seriedade do baixo peso atual

91
d - Ausência de menstruação por no mínimo 3 ciclos em mulheres que normalmente
menstruam

Também especifica os tipos:


Restritivo
Durante o episódio, o indivíduo não se envolve em episódios de compulsão
alimentar ou comportamento purgativo (vômitos, uso de laxativos, diuréticos ou enemas).

Purgativo
Durante o episódio de Anorexia Nervosa o indivíduo envolve-se em episódios
recorrentes de compulsão alimentar ou comportamento purgativo.
O paciente com Anorexia Nervosa, pela perturbação que apresenta, pode
procurar o profissional que trata obesidade mesmo estando as vezes até abaixo do
peso.

2 - Bulimia Nervosa
É característica de mulheres jovens e ocorre em 1% da população. O episódio
de compulsão alimentar é a característica principal do transtorno. Esses episódios
ocorrem às escondidas na grande maioria das vezes e são acompanhados de senti-
mento de vergonha, culpa e desejo de auto punição.
Outra característica é que o paciente come geralmente sem prestar atenção ao
gosto dos alimentos, come apressadamente, come sem estar com fome, prefere ali-
mentos com elevados teores calóricos (doces, sorvetes, biscoitos). A quantidade de
calorias ingeridas em média oscila entre 2 e 5 mil calorias.

Critérios diagnósticos para Bulimia Nervosa (DMS-IV).


1 - Episódios recentes de compulsão alimentar
a) comer num período limitado, muito mais do que a maioria das pessoas
comeria nas mesmas circunstâncias
b) Sentimento de falta de contrôle sobre os episódios

2 - Comportamentos compensatórios inadequados com a intencão de evitar o


ganho de peso (vômitos, laxantes etc.)

92
3 - Os episódios ocorreram ao menos 2 vezes por semana nos últimos 3 meses

4 - A auto-avaliação está exageradamente associada a forma ou peso corporal

5 - O quadro não ocorre exclusivamente durante períodos de anorexia nervosa

Tipos:
Purgativo - Nos episódios de Bulimia Nervosa a pessoa envolve-se com vô-
mitos ou laxantes ou diuréticos ou enemas.
Não purgativos - Nos episódios, a pessoa utiliza outros comportamentos como
jejum ou exercícios abusivos mas não utilizam vômitos ou laxantes.
O vômito auto induzido é a forma de comportamento compensatório mais
freqüentemente observado na Bulimia Nervosa em cerca de 90% dos casos.
Outros mecanismos que são utilizados pelos Bulímicos para controle do peso
após uma ingestão exagerada são:

√ Uso de laxantes
√ Diuréticos
√ Agentes anorexígenos
√ Hormônios tireoidianos
√ Enemas
√ Jejum prolongado
√ Exercícios físicos exagerados

A paciente normalmente sente-se feia e gorda apesar de estar com o peso


normal ou até abaixo do mínimo para a idade.

3 - Transtornos do BINGE ou Transtorno de CompulsãoAlimentar.

A compulsão alimentar é caracterizada por episódios do tipo “Binge eating”


que significa grosseiramente “ataque de comer”.

Critérios diagnósticos para Trantorno Compulsivo Alimentar (DSM-IV)


1 - Episódios recorrentes de compulsão alimentar. Um episódio é ca-
racterizado por:

93
a) Comer num determinado tempo uma quantidade muito maior do que a
maioria das pessoas comeria durante um período similar
b) Sentimento de falta de controle sobre os episódios

2 - Os episódios de compulsão alimentar estão associados a pelo menos 3 ou


mais dos seguintes itens:
a) Comer mais rápido que o normal
b) Comer até sentir-se inconfortavelmente “cheio”
c) Comer grandes quantidades de comida sem sentir fome
d) Comer sozinho por se sentir constrangido com a quantidade que está comendo
e) Sentir-se culpado após a super ingestão

3 - O episódio provoca grande desconforto

4 - Episódios em média 2 vezes por semana e durante 6 meses

5 - O episódio não está associado a comportamento compensatório (uso de


laxantes, diuréticos etc.)

Outras anormalidades do comportamento alimentar:

- Nibbling, Beliscar ou Entre comidas


Ingestas repetidas, sem fome ou desejo, de pequenas quantidades de alimen-
tos. Tem caráter progressivo.

- Craving, Ânsia ou Picoteos


Vontade súbita de comer com urgência um alimento em particular, fora das
refeições. A deficiência de Serotonina seria a responsável pelo comportamento deno-
minado “Carbohydrate craving” ou ânsia por carbohidratos. Esses pacientes ten-
dem a usar determinados alimentos ricos em carbohidratos para compensar uma ati-
vidade defeituosa de Serotonina.

94
- Binge eating, Compulsão alimentar ou Atracones
Os episódios de “binge eating”podem ocorrer sem a ocorrência de todos os
critérios diagnósticos para o Trantorno Compulsivo Alimentar.

- Síndrome de comer noturno


Comer demais à noite, insônia e falta de apetite de manhã. É mais freqüente no
sexo masculino. Não se deve confundir com aqueles pacientes que têm insônia e que
comem porque não conseguem dormir. Neste caso, o transtorno alimentar é secundá-
rio ao transtôrno do sono.

Depressão

Quero abrir um espaço neste capítulo, para falar a respeito de um assunto que
considero de fundamental importância, principalmente por estar, de acordo com a
minha experiência em consultório, tomando rumos alarmantes.
Aproximadamente 18 milhões de pessoas por ano sofrem de alguma forma de
depressão e muitas sentem os efeitos da depressão na família. “Felizmente, para
maioria das pessoas, o tratamento pode diminuir a gravidade e a extensão dos episó-
dios depressivos”.
A depressão afeta todos os tipos de pessoas sendo certo que existem grupos
mais predispostos como por exemplo as mulheres. As crianças e os adolescentes tam-
bém podem sofrer desta doença. No adolescente, além dos sintomas comuns, também
podem incluir comportamentos inadequados ou fracasso no desempenho escolar.
Nenhum fator isolado causa depressão. Certos acontecimentos na vida,
como por exemplo, morte na família ou um divórcio podem desencadear os sintomas
depressivos. Entratanto algumas pessoas podem ficar deprimidas mesmo quando tudo
está correndo bem, sem problemas em sua vida. Em muitos casos de depressão, isto
parece ser um fator genético (herdado).
As causas orgânicas podem contribuir para o desenvolvimento da depressão e
acredita-se que os sintomas também possam ser desencadeados por um desequilíbrio
ou bloqueio de substâncias químicas importantes (chamadas neurotransmissores -
estes incluem a Serotonina e a Noradrenalina) ou dos sinais que elas carregam
até o cérebro. Atualmente, muitos dos medicamentos antidepressivos funcionam re-
gulando o nível destes neurotransmissores. Outras doenças, o uso de certas drogas ou
o abuso de bebidas alcoólicas podem contribuir para o desenvolvimento da depressão.
95
As causas da depressão são individuais. Portanto, é importante para toda a
família entender que a depressão não é “culpa” do indivíduo e que simplesmente
“tentar muito” não resolverá o problema. Qualquer que seja a causa, a maioria das
pessoas tratadas de depressão começa a se sentir melhor em algumas semanas. A
depressão não é causada por fraqueza da pessoa ou perda de contrôle - é uma doença
que precisa ser tratada.
O transtôrno depressivo maior envolve a perda do interesse pelas coisas que
eram prazeirosas anteriormente, ou sentimento de tristeza, melancolia, além de, pelo
menos, um dos seguintes sintomas:
Perda ou ganho de peso - Algumas pessoas passam a se alimentar em gran-
des quantidades e dessa forma ganham peso e tornam-se obesas. Em outros casos a
pessoa fica sem apetite, vai emagrecendo e se expõe a uma série de outras doenças.
Insônia ou excesso de sono - Alguns pacientes acordam freqüentemente
durante a noite e não conseguem dormir. Outros passam a ter um sono cansativo e
durante todo o tempo passam a ter sonhos e pesadelos. Existe uma terceira categoria de
pessoas que dormem demais, a ponto de perderem a hora para seus compromissos.
Agitação ou retardo psicomotor - As pessoas que têm um quadro depressivo
são agitadas, inquietas ou ansiosas. Esta ansiedade pode causar nervosismo excessi-
vo, fazendo com que o convívio no trabalho passe a ser dificílimo.
Sensação de cansaço ou indisposição - A “fadiga” freqüentemente faz
com que os pacientes com depressão vivam cansados o dia inteiro, mesmo sem ter
trabalhado durante o dia. É característico no paciente com depressão chegar em casa
sem vontade de brincar com os filhos, sentindo-se irritado com tudo o que eles fazem.
Outro fator a considerar é o desinteresse sexual que o paciente deprimido passa a ter
pelo (a) parceiro (a). Todos esses fatores somados fazem com que o ambiente fami-
liar fique tenso, agravando o quadro de depressão.
Sentimento de inferioridade - Os pacientes sentem que o presente é algo
dificílimo e o futuro uma incógnita negativa e sem perspectiva. Passam a não acredi-
tar neles mesmos, achando que são inúteis, que não têm função nenhuma e que nin-
guém se interessa por eles. O que acontece na verdade é que a pessoa deprimida
deixa de viver bem com ela mesmo. O ambiente familiar fica comprometido pois a
convivência passa a ser difícil.
Distúrbios de concentração - A depressão dificulta a capacidade das pes-
soas em pensar claramente. A insegurança na hora de tomar decisões, mesmo nas
pequenas coisas, passa a ser cada vez mais freqüente. Desta forma, os pacientes
com depressão passam a ser menos eficientes, os sentimentos de fracasso são gran-
des e o desgosto toma conta da vida.

96
Pensamentos suicidas - Esta vontade de se matar acontece com o paciente
deprimido. Esta talvez possa ser, na visão dele, a maneira mais fácil que o paciente
encontra para terminar com seus problemas de dor, sofrimento e a angústia que ele
carrega.
Existe um tipo diferente de transtôrno do humor apresentado por algumas pes-
soas, conhecido como transtôrno bipolar ou psicose maníaco-depressiva onde apre-
sentam episódios de mania como humor anormal ou persistentemente elevado, expan-
sivo ou irritado, além de outros sintomas, que podem ser acompanhados de um episó-
dio depressivo maior.
De uma maneira ou de outra, o importante é que a depressão responde bem ao
tratamento. Hoje em dia, existem muitas opções de tratamento eficazes e a maioria das
pessoas deprimidas pode esperar sentir-se bem melhor como resultado da terapia.
A psicoterapia pode ser usada para que o indivíduo e a família aprendam novos
comportamentos e estratégias para lidar com a depressão.
Os medicamentos usados no tratamento da depressão são chamados de
antidepressivos. É importante para os membros da família estarem cientes de que
pode demorar algum tempo para se perceber que o medicamento está resolvendo -
seja paciente e lembre que um tratamento eficaz pode trazer grandes benefícios.
Existem vários medicamentos antidepressivos.
Na minha clínica, nós usamos antidepressivos associados com algum tipo de
anorexígeno. Com isso, além do efeito de “tirar a fome”, propiciam um bem estar ao
paciente, combatem os possíveis episódios de compulsão alimentar, melhoram a auto-
estima e, com tudo isso, fornecem um estímulo psicológico maior para que o indivíduo
vá à luta. Tenho tido também vários relatos de pacientes do sexo feminino que tiveram
uma melhora no desempenho sexual concomitante ao uso do antidepressivo.

Algumas estratégias para toda a família.


Com relação ao sono:
• Estabeleça horário para deitar e levantar
• Reduza ou elimine a ingestão de cafeína
• Durma em ambiente arejado
• Evite exercícios cansativos antes de ir deitar
• Use a cama apenas para ir deitar ou para suas atividades sexuais. Nunca
para assistir TV, ler ou trabalhar

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Estilo de vida
• Evite a ingestão de alcoól
• Pratique exercícios regularmente
• Fique atento à ingestão de alimentos principalmente o apetite diminuído ou
atração pelos chocolates ou doces em geral

⇒ Saiba que a pessoa está doente e que o tratamento é uma prioridade.

⇒ Reconheça que os sintomas da depressão podem alterar o comportamento


do indivíduo.

⇒ Fique atento, pois o deprimido tem uma visão negativa de tudo.

⇒ Reconheça que os membros da família podem necessitar ajustar-se às


responsabilidades.

⇒ Reconheça que os familiares também estão passando por um período


estressante.

⇒ Discuta o progresso e os efeitos do tratamento abertamente com o


médico.

E as crianças?
A pessoa deprimida deve conversar diretamente com a criança, ou deixar isto
por conta de um amigo ou familiar querido. A idade e a maturidade da criança decidi-
rão o quanto contar.

Não faça:
• Não exclua a pessoa deprimida dos problemas ou discussões familiares
• Não tente fazer tudo para a pessoa com depressão, mesmo que isto pareça
ser a melhor forma de ajudar.Não critique ou repreenda o indivíduo pelo seu
comportamento deprimido
• Não espere que a pessoa simplesmente “saia da situação”
• Não tome decisões importantes em sua vida (casamento, divórcio, etc...)
durante uma crise depressiva; se for possível, evite-as

98
Métodos construtivos para enfrentar a depressão.
√ Aumente o tempo dedicado à pessoa querida realizando atividades agradáveis
√ Realize ações que demonstrem sentimentos positivos ou de carinho
√ Faça um esforço para ouvir. Resuma o que a outra pessoa disse para
certificar-se de que entendeu e faça perguntas claramente
√ Faça um esforço para tentar resolver os problemas em conjunto
√ Tenha o hábito de expressar carinho e preocupação pelos membros da
família sinta-se à vontade para elogiar e observar o que os entes queridos
têm de “bom”

Atividade física e exercício


De acordo com o consenso da OMS (Organização Mundial da Saúde) e da
ACSM (American College of Sports Medicine) consideramos:
1 - Atividade física é qualquer movimento do corpo produzido pelos músculos
esqueléticos que resulta em um incremento do gasto energético
2 - Exercício é uma atividade física planejada e estruturada com o propósito de
melhorar ou manter o condicionamento físico
3 - Esporte é uma atividade física que envolve competição

Determinantes da Atividade Física na Obesidade


As pessoas obesas são usualmente inativas.
A falta de tempo é a dificuldade mais comum citada para não fazer atividade física.
A atividade física de baixa e moderada intensidade é mais provável de ser
continuada do que a de alta intensidade

Efeitos da atividade física no tratamento da obesidade.


Existem várias evidências científicas apontando que o controle da ingestão ali-
mentar junto com atividade física regular são mais efetivos no controle do peso corpo-
ral do que apenas dieta. Os efeitos que a literatura científica aponta para esse bene-
fício do exercício são:
- Aumento do gasto energético. Estímulo à resposta termogênica: aumento
na capacidade de mobilização e oxidação da gordura
- Melhora do condicionamento físico e da circulação cardíaca, diminuição da
pressão sangüínea, aumento da capacidade vital

99
- A sensação de fome, embora de pouca duração, foi suprimida significativa-
mente logo após os exercícios físicos intensos
- Mobilização da gordura abdomino-visceral
- Aumento do colesterol HDL e diminuição do LDL
- Efeitos psicológicos com melhora da auto-estima, auto-imagem, ansiedade
e depressão

Efeitos no peso, alimentação, composição corporal, tecido adiposo e


gorduras circulantes
- Os pacientes obesos perdem mais rapidamente peso tanto de tecidos graxos
como de massa magra
- Melhora a relação massa gorda/massa magra, alterada no obeso
- Diminuição do IMC

Efeitos do exercício sobre a alimentação.


- Diminui a produção de insulina
- Diminui o apetite
- Nivela os níveis de Serotonina

Recomendações de atividade física no tratamento da obesidade.


Dentre os fatores comportamentais mais associados à saúde, estão os hábitos
alimentares, o contrôle do estresse e, aqui chamamos a atenção à atividade física
regular.A proposta internacional é a promoção de um estilo de vida ativo estimulando
a população a totalizar pelo menos 30 minutos de atividade física por dia, de intensida-
de leve a moderada, o equivalente a 2,4 a 3,2 Km em 30 minutos de caminhada.

Planejamento
Uma vez identificados os benefícios da atividade física, resta-nos discutir de
que forma vamos executá-los. Pode ser atividade física não programada ou atividade
física programada.

Atividade física não programada


Aumento da atividade física espontânea. Modificação de coisas simples
como reduzir o uso do controle remoto da televisão, de telefones sem fio, de elevado-
res e escadas rolantes, sair a pé de vez em quando deixando o carro em casa etc.

100
Atividade programada

A avaliação clínica do obeso é indispensável nestes casos. O paciente deve ser


orientado apropriadamente para reduzir as chances de lesões, utilizando roupas e
sapatos adequados. O exercício tem que ser agradável ao paciente. A maioria dos
obesos não gosta de expor o corpo, evita locais muito movimentados ou da moda ou,
que exijam roupas especiais. A atividade física prescrita ao obeso segue as regras da
população em geral. Deve incluir a definição de tipo, duração, intensidade e freqüência
do exercício físico.

Tipos de exercícios físicos


a) Aeróbico
A caminhada é o método mais seguro. O gasto energético depende do peso e
da velocidade porém o custo energético por distância independe da velocidade ou
seja, andar 2 kilômetros devagar ou rápido dispende quantidades de calorias seme-
lhantes apesar da diferença em custo calórico por minuto.Outros exercícios aeróbicos
incluem: bicicleta ergométrica, natação e hidroginástica.

b) Anaeróbicos
Aqui incluem-se levantamento de peso e musculação. Essa modalidade de exer-
cício físico proporciona resistência, força e muitas vezes o aumento da massa muscu-
lar que previne a redução acentuada do metabolismo basal.

Intensidade do exercício

O exercício deve ser feito mantendo-se a freqüência cardíaca abaixo de 70%


da freqüência cardíaca máxima. (a freqüência cardíaca máxima é = 220 - idade).
Ex: Paciente com 40 anos, sua freqüência cardíaca máxima será:
220 - 40 (idade) = 180 batimentos por minuto.

101
Cálculo da Gordura Corporal
Nosso organismo é constituído de ossos, músculos, água e outros tecidos que
chamamos de peso magro ou massa magra.
Entre os diversos tecidos temos como suporte a gordura que além disso cons-
titui a reserva de energia para os gastos energéticos da atividade corporal.
A tabela abaixo contém os valores normais de gordura por Kg de peso segundo
a idade.

Tabela 1 - Valores normais de gordura por Kg de peso total segundo a idade para
ambos os sexos.
Homens adultos Peso de gordura em Kg / idade
Peso total 25 anos 45 anos 65 anos 85 anos
60 Kg 9,6 12,0 14,5 17,0
80 Kg 18,1 21,3 24,5 27,8
100 Kg 29,1 33,2 37,2 41,3
120 Kg 42,8 47,6 52,5 57,3
140 Kg 59,1 64,7 70,3 76,1
Mulheres adultas
60 Kg 17,9 19,8 21,8 23,5
80 Kg 29,5 32,0 34,6 37,1
100 Kg 44,0 47,1 50,3 53,4
120 Kg 61,3 65,1 68,9 72,6
140 Kg 81,4 85,8 90,3 94,6

Tabela 2 - Medida de porcentagem de gordura existente no corpo humano para o


peso normal.
Porcentagem de gordura
Idade em anos Masculino Feminino
20 10,3 23
25 13,4 25
30 16,2 29
35 18,6 30
40 20,7 35
45 22,5 33
50 23,9 42
55 25,0 38

102
Vejamos alguns exemplos:
1- Homem de 1,75 m. de altura, 25 anos, pesando 80 Kg.
Peso ideal facilitado = 1,75 - 1,00 = 75 - 5% = 71,25 Kg (peso ideal).

(lembrando que o peso ideal facilitado no homem é 5% a menos do total de


centimetros da altura menos 100 e na mulher é de 10% menos 100.)

Massa gorda - 80 Kg x 13,4 (tabela% gordura para 25 anos - homem)


= 10,7 Kg de gordura.

Massa magra - 80 Kg - 10,7 Kg (massa gorda) = 69,3 Kg de massa magra.

Portanto, nosso paciente tem 10,7 Kg de gordura e 69,3 Kg de massa


magra.
Para seu peso ideal, sua massa gorda deveria ser:
71,25 Kg (peso ideal) x 13,4 (tabela) = 9,54 Kg

Na verdade, nosso paciente tem 69,3 Kg de massa magra e se somarmos com


sua gordura ideal que é 9,54 Kg teremos 78,8 Kg. Então, na verdade, nosso paciente
tem que perder 1,2 Kg de gordura e não 8,75 Kg de peso.

Portanto, para que você possa fazer seus cálculos e calcular a sua massa gor-
da, utilize a tabela acima.

Observação: Conforme vimos acima, esse cálculo é baseado em estatísticas


e portanto, não é totalmente preciso, pelas variações de pessoa para pessoa.
Na minha clínica nós fazemos essa medida através de um aparelho que emite
uma pequena corrente elétrica e de acordo com o encontrado, nos fornece a propor-
ção de massa gorda do indivíduo pesquisado. Esse exame se chama Bioimpedância e
é usado de rotina nas clínicas de tratamento da obesidade.
103
DÚVIDAS...

Gostaria, antes de começar a parte 2 do livro, de esclarecer algumas dúvidas


muito comuns entre as pessoas que de uma maneira ou de outra, desejam emagrecer.
Vou desenvolver esse inicio em forma de bate papo, onde tentarei comentar essas
dúvidas da maneira mais simples possível.
Começo dizendo que normalmente no consultório, uma das maiores dúvidas
dos pacientes em geral, é o tipo de exercício que deverá ser feito para que o mesmo
se adapte a um programa de atividade física. Nesse ponto, e acredito que aja uma
unanimidade entre os profissionais da área, o mais adequado é o tipo dinâmico (aeróbico)
onde se utiliza grandes grupos musculares como ciclismo, caminhada e natação. Os
exercícios com aparelhos fortalecem os músculos e confirmam os volumes existen-
tes. Por isso, devemos começar com aeróbios e após atingir determinada perda, asso-
ciar os aparelhos.
Outra dúvida muito comum é a liberação ou não de suplementos dietéticos no
plano alimentar de perda de peso.
Eu inclusive estimulo essa prática principalmente a ingestão de levêdo de cer-
veja e farelo de trigo que proporcionam nutrientes necessários sem interferir na dieta.

E a perda brusca de peso?


Eu não aprovo a perda brusca porque o organismo tem uma “memória” do
peso. Ele está “programado” para ter uma quantidade de kilos determinada e, para
que se mude essa “programação” é necessário tempo. Do contrário, quando se
abandona a dieta, o organismo fará o possível para voltar ao peso que a memória
conserva. Também a perda brusca de peso, não só leva a perda de gordura como
também massa muscular (massa magra) fato esse que não interessa ao paciente.
É comum quando o paciente começa a fazer exercícios, sentir-se mais “afina-
do”, porém, sem muitas modificações na balança. Esse fato se deve ao ganho de
massa muscular pelo exercício apesar da perda de gordura.
Por isso, nos vemos melhor diante do espelho porém, com peso mais ou menos igual.
Existem muitas dúvidas com relação à restrição da atividade física por causa
da idade. Afirmo que o exercício não só é bom como imprescindível. Qualquer
idade é adequada para começar, sempre que se escolha uma atividade de acordo
com a idade e estado físico. As caminhadas bem programadas, por exemplo, são
boas para todos.

104
Faço aqui uma restrição: Na primeira etapa, deve se evitar exercícios que
necessitem saltar ou pular para evitar produzir problemas nas articulações (pelo peso).
Uma outra dúvida bastante comum entre as mulheres é o porque dos homens
perderem peso com mais facilidade que as mulheres.
A explicação é simples: Os homens são hormonalmente mais estáveis. As mulhe-
res, ao contrário. têm trocas hormonais importantes durante o mês e isto, por exem-
plo, faz com que no período pré menstrual, possam engordar até 10 kg, mesmo fazen-
do dieta. Porém esses kilos se perdem assim que começa a menstruação e aumenta a
diurese (urina).

Por que é bom comer várias vezes ao dia?


Porque obrigamos o organismo a gastar calorias na digestão e, além disso, se
mantém os níveis de glicose no sangue que evitará aumentos bruscos de insulina.
Com ralação à metas e prazos que a maioria das pessoas colocam, é de funda-
mental importância, porém, devem ser metas possíveis de se alcançar. Devemos lem-
brar que o corpo não responde à nossa vontade e sim, à suas proprias “ordens”. Por
esta razão, se nos programamos para perder 7 kg em dois meses e não conseguimos,
nos sentiremos muito frustrados e correremos o risco de atirar a dieta pela janela. Tam-
bém não é bom encontrar motivação fora. Estas devem surgir do fundo de nós mesmos.
“Quero estar 10 kg. mais magra para a festa de Fulano”, não é uma boa
motivação porque responde a um fato exterior a nós mesmos. Se a festa for cancela-
da ou se não formos convidados a ela, imediatamente nos desmotivaremos. Portanto,
é muito importante sabermos quanto devemos emagrecer para poder sentir que pouco
a pouco vamos nos aproximando da meta.
Muitos pacientes, especialmente do sexo feminino, sempre perguntam e, com
isso, me levando a acreditar que talvez seja a principal dúvida das mulheres, o porque
de algumas crises emocionais as levarem a engordar.
É porque a comida é uma satisfação substitutiva de outras. Por isso, se tivermos
sofrido, por exemplo, uma perda importante, a compensaremos comendo. Além disso,
ainda que ninguém goste de estar gordo, a nível psicológico profundo e inconciente, o
sobrepeso atua como um elemento protetor frente a um mundo que se apresenta hostíl.
Você alguma vez já escutou alguém falar que está fazendo anotações de tudo
aquilo que come durante o dia. Essa é uma maneira da pessoa saber exatamente o
tanto de calorias que se come num dia. É muito importante porque é uma forma de
autocontrole. Todos nós acreditamos que comemos menos do que na realidade come-
mos. Há coisas que não registramos, não recordamos ou as que não damos importân-
cia. O bom de registrar o que comemos é que nos faz tomar conciência de que, em
geral, comemos demais.

105
Vai aqui uma recomendação final: Se por um acaso você “quebrou” a sua
dieta, não se preocupe. O importante é seguir adiante com o plano de alimentação e
tratar de não voltar a errar. Um tropêço não é uma queda. O melhor é continuar com
a dieta, não tentar compensar nem dizer “começo amanhã de novo”.
Acredito que nessas poucas linhas consegui tirar muitas dúvidas. Para comple-
mentar esse capítulo de dicas e dúvidas, citarei “normas” para que seu programa seja
realizado sem que tenha dúvidas ou faça algo que não condiz com a situação.

1 - Anote tudo que você comer no dia.

2 - Não coma lendo ou assistindo TV.

3 - Evite a alimentação “automática” - comer sem necessidade, só porque os


outros estão comendo.

4 - Procure se pesar a intervalos regulares.

5 - Mantenha um gráfico de peso.

6 - Siga um esquema alimentar previamente definido.

7 - Alimente-se em um local apropriado, tranquilo.

8 - Abaixe os talheres na mesa entre uma garfada e outra.

9 - Só faça compras de mercado depois de ter se alimentado.

10 - Faça uma lista antes de sair de casa e só compre o que estiver relacionado.

11 - Mantenha os alimentos mais “engordativos” fora da sua visão e, de pre-


ferência, fora do alcance.

12 - Mantenha visíveis os alimentos mais saudáveis.

13 - Levante-se da mesa após terminar a alimentação.

14 - Desenvolva técnicas para evitar exageros, quando comer fora de casa. Por
exemplo: quando for a um churrasco, coma bastante salada e pouca carne.
Troque a cerveja pelo refrigerante dietético, etc...

15 - Prepare-se com antecedência para eventos especiais, como festas e viagens.


Tente planejar sua alimentação.

106
16 - Planejar com antecedência para situações de alto risco. Por exemplo: se vai
a uma festa de casamento, tente planejar antes o que vai comer e beber.

17 - Tenha sempre em mente os benefícios de um programa alimentar e de ativi-


dade física.

18 - Procure se exercitar mais, de preferência, de maneira prazeirosa como: cami-


nhadas ao ar livre, bicicleta etc.

19 - Você sabe que qualquer atividade por menor que seja gasta caloria então,
procure subir escadas, parar o carro um pouco mais longe do local que está
indo, evitar o uso de controle remoto etc.

20 - Evite a ingestão de gorduras.

21 - Conheça cada tipo de alimento e saiba a quantidade de calorias de cada um.

22 - É muito importante que sua família participe da sua perda. Peça a eles que
tomem conhecimento desses conselhos. Envolva-os em seu programa de ati-
vidades físicas.

23 - Procure ingerir carbohidratos em todas as refeições. Evite açúcar e gorduras.


Não fique longos períodos sem se alimentar.

24 - Não considere um tropeço como fracasso do tratamento. Se teve um tropeço,


exagerou nas calorias, não desanime. Recupere imediatamente o contrôle da
situação. Não deixe para “recomeçar” na 2º- feira.

25 - Lembre-se sempre de que o objetivo principal do tratamento é a mudança de


hábitos de vida. Os antigos hábitos contribuíram para fazê-lo engordar.

26 - Comer tudo é diferente de comer de tudo. O primeiro leva à obesidade, o


segundo conduz ao prazer de uma boa e farta alimentação.

27 - Fazer apenas uma refeição por dia, quando esta refeição é muito intensa,
pode engordar mais do que se a mesma quantidade de alimentos for distribu-
ída em 3 ou 4 refeições.

28 - Aumente a quantidade de fibras na sua alimentação, ingerindo bastante verduras.

29 - Estabeleça objetivos realistas para o seu programa de emagrecimento. Evite


a pressa.

107
30 - Conheça o gasto calórico de cada tipo de exercício. Mantenha um diário de
exercícios, anotando cada atividade física, especificando a duração e a
intensidade.

31 - Não persiga metas impossíveis. Peso ideal é aquele que você consegue atin-
gir e manter, de forma saudável.

108
Parte 2

Plano
Alimentar para
Perda de Peso

109
INTRODUÇÃO À PARTE 2

Agora que já temos algumas noções a respeito de alimentos, sua composição,


valor calórico e também, algumas definições sobre obesidade, vamos começar a se-
gunda parte que diz respeito à perda de peso.
Nos capítulos adiante, veremos como planejar um programa alimentar de baixas
calorias para começarmos a perda propriamente dita. Eu costumo falar que se a pessoa
não está se sentindo bem com o peso ou com o corpo em geral, é porque existe a neces-
sidade de mudanças. Isto significa dizer que sua alimentação e seus hábitos de vida não
estão de acordo com os ideais. Deixo claro que estou me referindo à obesidade.
Antes de mais nada, programe-se!
Você tem no capítulo seguinte, 2 modelos de planos ou programas alimentares
onde muda apenas a quantidade de calorias, porém, segue a orientação nutricional do
Consenso Latino Americano de Obesidade de 98 que propõe a proporção de:
25 a 27% de gorduras - sendo que deste total, no máximo 30% deve ser
saturada.
50 a 55% de hidratos de carbono - principalmente os complexos (frutas e
vegetais).
22 a 25% de proteínas.
Tem também, o capítulo de planejamento da atividade física que é fundamental
para o êxito da perda e, para complementar a parte da perda, algumas dicas e conselhos.
É importante saber que um bom tratamento, que inclua um programa alimentar
adequado e consiga uma mudança estável (mesmo que moderada) no peso do pacien-
te, é clinicamente favorável:
Reduz os níveis de glicose e de insulina no sangue tanto em jejum quanto após
a ingestão de carbohidratos;
Diminui os níveis de pressão sangüínea;
Diminui as taxas de triglicérides e ajuda a aumentar a taxa de HDL que é o
colesterol bom.
Também melhora a função cardíaca, diminui os níveis de cortisol e melhora o
funcionamento articular.
Destaco também a contribuição psicológica que a perda de peso proporciona,
onde melhora a auto-estima e as relações sociais do paciente.
É muito importante que você aprenda as técnicas que, resumidamente, apre-
sentarei a seguir. Essas técnicas são chamadas de conduta.
111
Bray demonstrou que “... qualquer que seja a abordagem nutricional adotada,
esta deve estar acompanhada por técnicas de conduta “. Por exemplo:
É importante realizar as refeições em lugar habitual, por exemplo: em casa,
em restaurante ou bares em que está habituado e que saiba que não haverá
“tentações”. Deve se evitar locais de “risco” como lanchonetes, docerias
ou mesmo bares e restaurantes desconhecidos e que também possam ser
prejudiciais ao programa alimentar estabelecido justamente por induzir à
tentação alimentar.
Procure programar as refeições, o que se tem na geladeira e as despesas.
Evite ir ao supermercado antes das refeições. Fatalmente será “atacado”
por tentações de comprar guloseimas e, com isso atrapalhar o programa.
Procura deixar à vista na geladeira somente alimentos desejáveis evitando
expor os alimentos calóricos.
Aprenda comer devagar para que se possa ter melhor percepção do reflexo
da saciedade. O comer devagar (slow food) inclui uma mudança profunda
no modo de vida, desde a escolha dos alimentos até o modo de se alimentar
(sentado, tranquilo, saboreando os alimentos).
Deve se aprender a comer também os alimentos calóricos. O nosso dia a
dia é repleto de tentações calóricas, consequência inclusive do avanço
tecnológico do mundo atual. Quem é que não passa em frente à lanchonetes
ou bares ou qualquer tipo de comércio que seja do ramo alimentício? Você
vai ficar o resto da vida sem comê-los? É óbvio que não. Então, aprenda a
se policiar e ser moderado. Não precisa deixar de comê-los. Coma os com
moderação. Compense em outra refeição. Substitua uma das partes de suas
refeições diárias por hortaliças ou legumes crus. Não que esse tipo de con-
duta seja ideal mas, sejamos realistas e admitamos: antes assim!!!
Outro item que eu acho de fundamental importância é o fato de se ter sem-
pre a mão algum tipo de alimento alternativo ou de baixa caloria para que
possa ser ingerido naqueles períodos em que exista até um descontrole do
apetite. Eu oriento meus pacientes que sempre que tiver um episódio deste
tipo que procure “enganar”o estômago ou a fome com frutas ou saladas
do tipo tomate e pepino ou mesmo hortaliças. Existe uma sopa que se vende
nos supermercados que se chama Express e que contém apenas 55 ca-
lorias e é uma boa alternativa para essas horas.
Por último e, talvez a maior causa de interrupção no processo de perda são
os compromissos sociais incluindo aperitivos, jantares etc. Nesses casos é
muito importante você aprender a se programar. Por exemplo: Antes de ir a
um jantar “perigoso” procure enganar o estômago em casa com algum
alimento pouco calórico. Coma um prato de salada de tomate e pepino ou
um pedaço de mamão com aquela mistura de fibras que ensinei no capítulo
de hidratos de carbono. Isso dará maior contrôle sobre as refeições calóricas
fazendo com que você coma menos calorias no seu compromisso.
112
Programação Alimentar para o Emagrecimento

“A perda”

Antes de mais nada, é importante ter em mente a necessidade de criar um novo


hábito alimentar, que irá assegurar a manutenção do peso após o término do período
de perda.
Esqueça aquelas dietas que representavam um período de sacrifício, fome,
fraqueza e mau humor. Hoje em dia a tendência mundial é a recomendação de pro-
gramas ou planos alimentares flexíveis, onde as quantidades planejadas de cada ali-
mento não precisam ser rigorosamente respeitadas nem o paciente é obrigado a evitar
compromissos sociais onde alimentos “proibidos” serão servidos.

Alimentação sob medida


Temos que avaliar o metabolismo para saber:
1 - Se você come pouco e tem dificuldade para emagrecer, sabemos que tem um
gasto metabólico ou gasto energético baixo ou baixo metabolismo. A quanti-
dade de calorias calculadas para seu processo de perda deverá ser de 1000
a 1200 Kcal.
2 - Se você consome uma quantidade exagerada de calorias e quando, durante
um período de contenção alimentar, perde peso rapidamente, seu metabolis-
mo consome muita energia. Portanto, sua dieta deverá conter entre 1500 e
1800 Kcal.

Equilíbrio
Emagrecer não é fechar a boca.
A alimentação deve ser voltada para o equilíbrio do metabolismo.
Deve ter proporções apropriadas de carbohidratos, proteínas e gorduras.
Para você seguir esse programa, fornecerei a seguir uma tabela dos alimentos.
Os horários não precisam ser rigorosos mas é importante que não se fique mais de 4
horas sem comer.
113
O programa ideal deve conter 6 refeições diárias:
Desjejum
Colação (lanche matinal)
Almoço
Lanche
Jantar
Ceia (lanche noturno)

Se você costuma dormir logo após o jantar, não é necessário incluir a ceia.
Lembre-se, é importante comer pelo menos cada 4 horas pois parte importante
do nosso gasto energético vem da própria metabolização dos alimentos.

Tabela de alimentos equivalentes


É uma tabela onde todos os alimentos de um mesmo grupo se equivalem ou
seja, possuem as mesmas proporções de hidratos de carbono, proteínas e gorduras.
Ela é usada para que você possa ter variedade de alimentos e assim, buscar um
comportamento alimentar diferente daquele que o levou a engordar.
A tabela oferece grandes possibilidades de substituições para que você possa
elaborar seu cardápio mantendo-o sempre atrativo e saboroso.
A unidade básica da tabela é chamada “porção” , que é a quantidade de cada
alimento listado em um grupo.

Exemplo:
Se você tem no seu programa alimentar, no almoço por exemplo, 2 porções do
grupo 4, então você deve consumir:
2 colheres de arroz (1 porção) + 4 colheres de feijão (1 porção)
ou
2 colheres de sopa de macarrão (1 porção) + 1 panqueca (1 porção)
ou
2 fatias de pão de forma (2 porções) 1 fatia = 1 porção

Se no almoço você tem também 3 porções do grupo 5, poderá comer além


daqueles alimentos:
114
1 bife de tamanho médio
(cada porção corresponde a um terço do bife)
ou
1 posta de peixe + 1 ovo
ou
2 fatias de queijo (cada porção dá para 1 fatia)
+
2 fatias de presunto
e assim por diante.

Obs: Não pode trocar alimentos de grupos diferentes. Porém, pode se transfe-
rir um determinado alimento de uma refeição para outra, desde que seja mantida, em
todas as refeições, pelo menos uma porção dos grupos 3 ou 4, que contém mais
carbohidratos.
Apenas os alimentos do grupo 1 e 8 podem ser consumidos à vontade, mesmo
onde eles não aparecerem no programa.

Grupo 1 e 2 - Acrescentam fibras à alimentação e são pobres em calorias.


Grupo 3 - São as frutas constituídas basicamente de carbohidratos. O abacate
não está relacionado por possuir muita gordura.
Grupo 4 - Também são constituídos principalmente por carbohidratos. Fique
atento à massas e pizzas, porque na cobertura ou no molho elas podem ter grandes
quantidades de gordura.
Grupo 5 - São as proteínas e gorduras. O teor de gordura no entanto é variá-
vel. Prefira os queijos brancos como a ricota, cottage e o próprio queijo minas. Tam-
bém as carnes brancas são menos gordurosas que as vermelhas. Evite a pele do
frango e de peixes. Lagosta e camarão são ricos em colesterol, assim como a gema
do ovo. Preferir sempre as carnes grelhadas, assadas ou cozidas. Evite frituras.
Grupo 6 - Gorduras. Devem ser evitadas na medida do possível.
Grupo 7 - Leite e derivados. Dar preferência aos desnatados.
Grupo 8 - Vários alimentos, temperos e bebidas com valor calórico desprezí-
vel, porém seu consumo excessivo pode trazer mal à saúde.
115
Tabela de alimentos equivalentes

Grupo 1 - Vegetais de baixíssimo teor calórico


Abobrinha - Acelga - Agrião - Aipo - Alface - Almeirão - Azedinha - Bertalha -
Brócolis - Caruru - Chicória - Couve - Escarola - Espinafre - Maxixe - Nabo -
Pepino - Pimentão - Rabanete - Repolho - Salsão - Serralha - Taioba - Tomate

Grupo 2 - Vegetais de baixo teor calórico.


(cada porção corresponde a 2 colheres de sopa)
Abóbora - Aspargo - Beringela - Beterraba - Cebola - Cenoura - Chuchu -
Cogumelo - Couve-flor - Ervilha - Palmito - Quiabo - Vagem.

Grupo 3 - Frutas
Abacaxi - 1 rodela pequena Jambo - 4 frutas
Acerola - 1 pequena Kiwi - 1 médio
Água de côco - 1 copo pequeno Laranja - 1 pequena
Ameixa - 2 médias Lima da pérsia - 1 pequena
Amora - meio copo Maçã - 1 média
Banana d’água - meia fruta Mamão - 1 fatia pequena
Banana maçã - 1 pequena Manga - 1 pequena
Banana ouro - 1 pequena Melancia - 1 fatia média
Banana prata - 1 pequena Maracujá - 1 pequeno
Cajá-manga - 1 pequena Melão - 1 fatia pequena
Caju - 1 médio Morango - 10 frutas
Caqui - 1 pequeno Nectarina - 1 média
Carambola - 1 média Nêspera - 3 pequenas
Cereja - 6 frutas Passa - 1 colher de sopa
Damasco - 2 médios Pera - 1 pequena
Figo - 1 médio Pêssego - 1 médio
Framboesa - 10 frutas Pitanga - meio copo
Fruta-do-conde - meia fruta Romã - meia fruta
Grapefruit - meia fruta Tâmara - 2 médias
Goiaba - 1 pequena Salada de frutas - 3 colheres
Jabuticaba - 10 frutas Tangerina - 1 média
Jaca - 4 bagos Uva - 10 frutas
116
Grupo 4 - Cereais - Pães - Biscoitos e Massas.
Aipim - 1 pedaço médio Macarrão - 2 colheres de sopa
Arroz - 2 colheres de sopa Maisena - 1 colher de sopa
Aveia - 3 colheres de sopa Milho verde - 4 colheres de sopa
Batata doce - 1 pequena Nhoque - 2 colheres de sopa
Batata inglêsa - 1 média Panqueca - 1 pequena
Biscoito cream craker - 2 unidades Pão de centeio - 1 fatia
Bolacha água e sal - 2 unidades Pão de forma - 1 fatia
Corn flakes - 1 colher de sopa Pão de graham - 1 fatia
Empada - 1 pequena Pão integral - 1 fatia
Farinha - 2 colheres de sopa Pão francês - meio pequeno
Farofa - 1 colher de sopa Pastel - 1 médio
Feijão - 4 colheres de sopa Pipoca - 1 pacote pequeno
Germe de trigo - 3 colheres de sopa Pirão - 2 colheres de sopa
Grão-de-bico - 2 colheres de sopa Pizza - 1 fatia pequena
Lazanha - 2 colheres de sopa Torrada - 6 das pequenas
Lentilha - 2 colheres de sopa Tremoços - 3 colheres de sopa

Grupo 5 - Carnes - Queijos e Ovos


Cabrito - 1 terço de bife Ovo de codorna - 3 unidades
Camarão - 2 médios Ovo de galinha - 1 unidade
Carneiro - 1 terço de bife Paio - 1 pedaço pequeno
Carne seca - 1 pedaço pequeno Pato - 1 terço de bife
Caviar - 1 colher de sobremesa Peru - 1 terço de bife
Coelho - meio bife Peixe - meia posta pequena
Dobradinha - 2 colheres de sopa Polvo - 1 porção média
Fígado - 1 terço de bife Presunto magro - 2 fatias
Fondue de queijo - 25 gramas Queijo - 1 fatia
Frango - 1 terço de bife Queijo cottage - 2 colheres
Lagosta - 1 pedaço pequeno Requeijão - 1 colher de sopa
Linguiça - 1 pedaço pequeno Ricota - 2 fatias finas
Lula - 1 porção média Salame - 1 fatia pequena
Mexilhão - 1 porção pequena Salsicha - 1 pequena
Mortadela - 2 fatias finas Siri - 3 do tamanho médio
Ostras - 1 porção pequena Vaca - 1 terço de bife
117
Grupo 6 - Gorduras
Azeite - 1 colher de chá Maionese light - 2 colheres de chá
Azeitona - 4 médias Manteiga - 1 colher de chá
Bacon - 1 fatia pequena Margarina - 1 colher de chá
Creme de leite - 1 colher de sopa Óleo vegetal - 1 colher de chá
Maionese - 1 colher de chá Patê - 1 colher de chá

Grupo 7 - Leites
Coalhada - meio copo Leite integral - meio copo
Iogurte natural - 1 copo Leite integral em pó - 1 colher
Iogurte diet - 2 frascos Pudim diet - 1 pequeno
Leite desnatado - 1 copo Sorvete diet - 1 bola

Grupo 8 - Bebidas - Condimentos e Dietéticos


Adoçantes - Alho - Café - Canela - Chá - Cebolinha - Cominho - Cravo -
Erva - doce - Gelatina dietética - Hortelã - Limão - Limonada - Mate -
Orégano - Pimenta - Refrigerante dietético - Sal - Salsa - Vinagre

118
Parte prática do planejamento para perda de peso.

Conforme explicado no começo do capítulo, você já sabe o tanto de calorias


que vai ingerir durante o seu processo de perda de peso.
Então, é só seguir um dos exemplos abaixo:

Exemplos de cardápio de 1.200 e 1.500 calorias.

1.200 calorias
Café da manhã 1 porção do grupo 7
1 porção do grupo 4
1 porção do grupo 5
1 porção do grupo 3

Lanche da manhã 1 porção do grupo 3


1 porção do grupo 2

Almoço 3 porções do grupo 5


1 porção do grupo 4
1 porção do grupo 3

Lanche da tarde 1 porção do grupo 4


2 porções do grupo 2

Jantar 3 porções do grupo 5


1 porção do grupo 4
1 porção do grupo 6
1 porção do grupo 3

Ceia 1 porção do grupo 3

Obs: Os grupos 1 e 8 podem ser utilizados à vontade, em qualquer horário.


119
1.500 calorias
Café da manhã 1 porção do grupo 7
1 porção do grupo 4
1 porção do grupo 5
1 porção do grupo 3

Lanche da manhã 1 porção do grupo 3

Almoço 2 porções do grupo 2


3 porções do grupo 5
2 porções do grupo 4
1 porção do grupo 3

Lanche da tarde 1 porção do grupo 4

Jantar 2 porções do grupo 2


3 porções do grupo 5
1 porção do grupo 4
1 porção do grupo 6
1 porção do grupo 3

Ceia 1 porção do grupo 3

Obs: Os grupos 1 e 8 podem ser utilizados à vontade, em qualquer horário.

Você deverá seguir esse programa alimentar até atingir a sua meta de perda de
peso que deverá ser de acordo com o escolhido por você, quer seja baseado em
tabelas ou, conforme comentado anteriormente, aquele peso que você se sentir “ma-
ravilhosamente bem”.
Na seqüência, fornecerei a dieta que recomendo a meus pacientes em minha
Clínica particular. Observe que o cardápio permite uma flexibilidade muito grande,
fato este que na maioria das vezes, serve de estímulo para aquele paciente que está
começando um programa de perda de peso. Este programa alimentar oferece ao
paciente todos os nutrientes necessários à saúde física, mental e nutricional.

120
O programa, apresenta um modelo diário de alimentos a serem ingeridos. A
cada refeição, deverá ser ingerido todos os itens relacionados àquela refeição
Observe que todos os itens colocados no cardápio, estão discriminados na pá-
gina seguinte e, em negrito, para que o paciente possa efetuar as devidas trocas,
sempre de acordo com sua vontade ou necessidade no momento.
Por exemplo: O primeiro item do desjejum é 01 xícara de chá de leite
desnatado. Pois bem, se não gostar de leite ou quiser mudar, basta ir até a página
seguinte e, no item correspondente à 01 xícara de chá de leite desnatado, encontrará
várias opções para substituição.
O paciente poderá trocar todas as sugestões ou trocar apenas uma ou até
mesmo não trocar nenhuma. Existe total liberdade para confecção do cardápio diário
e isso passa a ser um grande estímulo a você que deseja e precisa perder peso.
Acrescente a esse programa alimentar um planejamento de atividade física e boa
sorte! Só resta aguardar os resultados que, com toda certeza serão bastante animado-
res e fará de você uma pessoa feliz com a vida e principalmente com você mesmo.

Cardápio
Desjejum Lanche Matinal
01 xícara de chá de leite desnatado 01 unidade pequena depera
03 unidades de bolacha cream cracker
01 colher de chá de margarina
Café com adoçante - 01 xícara

Almoço Lanche da Tarde


03 unidades de almôndegas com molho 01 xícara de chá ou café com adoçante
04 colheres de sopa de arroz 02 unidades de bolacha cream cracker
03 colheres de sopa de vagem refogada
01 prato de sobremesa de salada de alface
01 taça pequena de salada de frutas

121
Jantar Lanche Noturno
01 prato de sobremesa de salada de escarola 01 copo 150 ml de suco de
02 filés médios de frango grelhado melão ralo
03 colheres de sopa de arroz 01 fatia de queijo branco
01 pires de chá de couve-flor cozida 02 unidades de bolachas
01 fatia média de mamão cream-cracker

Observações: Esta dieta foi elaborada para que você faça restrição alimentar
sem comprometer sua nutrição. Você deve observar o horário estabelecido para as
refeições regulares e as pequenas refeições (lanches). O horário da ingestão de ali-
mentos é tão importante quanto o aporte total das calorias. É permitido fazer substitui-
ções somente por ocasião de uma mesma refeição, normal ou pequena. Se mesmo
assim você tiver fome, coma quanto quiser de tomates, pepinos e / ou alface ( horta-
liças), pois isso ajudará “enganar” seu organismo e fornecerá fibras para você.
É proibido o uso de açúcar, devendo ser usados adoçantes artificiais. Refrige-
rantes dietéticos são permitidos à vontade porém, devem ser evitados durante as
refeições (outros líquidos também) pois deixará seu estômago “dilatado”.
Substitua a manteiga por margarinas que contêm ácidos graxos poliinsaturados.
Lembre-se de que todos os ácidos graxos poliinsaturados ajudam a diminuir a taxa de
colesterol “ruim”.

122
TABELA DE SUBSTITUIÇÕES

01 XÍCARA DE CHÁ DE LEITE DESNATADO


01 colher de sobremesa de requeijão, ½ copo de 150 ml de iogurt diet, 1 e ½
fatia de mussarela fina, 01 fatia fina de queijo branco light ou prato, ½ xícara de
chá de leite integral.

03 UNIDADES DE BOLACHA CREAM CRACKER


01 fatia de pão integral, 02 fatias de pão light, 03 unidades de torradas, 02
unidades média de pão de queijo, 01 e ½ unidade pequena de croissant, 01
pãozinho francês de 50 gramas.

01 COLHER DE CHÁ DE MARGARINA


½ copo de 200 ml de iogurte natural, 01 fatia fina de queijo provolone, ½ fatia média
de queijo gorgonzola, 01 polenguinho, 01 xícara de chá de leite integral, 01 fatia de
queijo branco, 01 colher de chá de maionese,15 unidades de amendoim, azeitonas
ou nozes 6 unidades, manteiga 01 colher de chá.

01 FATIA FINA DE QUEIJO BRANCO LIGHT


01 colher de sobremesa de requeijão, ½ fatia média de queijo prato ou ricota,01
xícara de chá de leite desnatado.

01 UNIDADE PEQUENA DE PÊRA


01 cacho pequeno de uva, 01 fatia de mamão ou melão, 01 pires de sobremesa
de morango, 01 unidade pequena de laranja ou maçã ou banana, 01 tangerina,
01 pêssego médio.

01 PRATO DE SOBREMESA DE ALFACE


01 prato de sobremesa de agrião, almeirão ou escarola ou qualquer hortaliça crua.

03 UNIDADES DE ALMÔNDEGAS COM MOLHO


01 bife médio de carne ou fígado de boi, ½ concha de estrogonoff, 02 fatias finas de
lombo assado, 01 filé médio de bacalhau, 02 bifes pequeno à role, 02 ovos fritos, 02
salsichas, 02 linguiças médias, 03 fatias de presunto ou frios, 01 hamburguer médio,
02 filés de peixe fresco, 03 nuggets de frango, 04 colheres de sopa de carne moída,
02 sardinhas de lata em óleo, 02 filés médios de frango grelhado.
123
04 COLHERES DE SOPA DE ARROZ
02 colheres de sopa de batatas sauté ou macarrão ao sugo, ½ colher de sopa de
farofa, 02 colheres de sopa de risoto de frango, 01 prato de sopa de legumes, 01
batata grande assada, 3 colheres de arroz e 1/4 de concha de feijão ou ervilha
ou lentilha, 2 colheres de arroz e 1/2 concha de feijão ou ervilhas ou lentilhas, 2
colheres de sopa de purê de batatas.

03 COLHERES DE SOPA DE VAGEM REFOGADA


01 pires de acelga ou abobrinha ou brocolis ou chuchu ou couve-flor ou repolho
ou cenoura ou espinafre ou escarola ou couve.

01 TAÇA PEQUENA DE SALADA DE FRUTAS.


½ fatia média de mamão ou melão, ½ goiaba ou manga pequena, 01 nectarina
pequena, 03 cerejas.

02 UNIDADES DE BOLACHA CREAM CRACKER


01 fatia de pão de forma, ½ fatia de pão integral, ½ unidade de pão francês, 02
torradas, 01 croissant pequeno.

01 PRATO DE SOBREMESA DE SALADA DE ESCAROLA


01 prato de sobremesa de agrião ou almeirão ou alface.

02 FILÉS MÉDIOS DE FRANGO


01 bife médio de fígado ou carne de boi, 01 filé de frango à milanesa, 04 fatias
de lagarto assado, 03 salsichas.

03 COLHERES DE SOPA DE ARROZ


01 e ½ colher de sopa de batata sautè ou de rizoto de frango, 03 e ½ colheres
de purê de batatas, 01 panqueca pequena de espinafre, 01 prato de sobremesa
de espaguete, 03 colheres de sopa de polenta, 01 concha de nhoque, 02 unida-
des de canelone de ricota, 01 pão francês 50 gr

01 PIRES DE CHÁ DE COUVE-FLOR COZIDA


01 pires de chá de acelga ou abobrinha ou brocolis ou vagem todos cozidos.
124
01 FATIA MÉDIA DE MAMÃO
02 colheres de sopa de abacate, 01 pires de chá de morango, 01 taça grande de
salada de frutas, ½ unidade de banana, 02 unidades média de lima, 02 unidades
pequenas de nectarina.

01 COPO DE SUCO DE MELÃO


02 copos de 150 ml de suco de acerola, 01 copo de 200 ml de suco de limão.

Planejamento da atividade física

Você agora vai escolher uma das opções que apresentarei a seguir e com isso
organizaer o seu programa de atividade física.
Seja qual for a sua escolha, não tenha pressa em atingir seus objetivos. Exercí-
cios físicos muito intensos podem prejudicar sua saúde de diversas maneiras. No caso
de aeróbicos como caminhada, corrida, bicicleta e natação, deve-se calcular a
frequência cardíaca máxima durante a atividade. Basta subtrair a idade de 220.

Freqüência cardíaca máxima = 220 - idade

Recomenda-se em geral uma freqüência cardíaca em torno de 70% da máxi-


ma. Para atletas muito bem condicionados, a freqüência pode chegar a 90% da máxi-
ma. Para iniciantes, pode-se começar com apenas 60%.

Por exemplo:
um indivíduo de 45 anos, sedentário, que vai iniciar um programa de exercícios:
FCM = 220 - 45 = 175
60% da FMC = 175 x 0,6 = 105 batimentos por minuto.

Após algum tempo de atividades, agora mais bem treinado, poderia passar a
70% da FCM.Para medir a freqüência cardíaca, pode-se colocar os dedos indicador
e médio sobre a artéria radial, localizada no pulso, do lado do polegar. Pode-se então
contar as pulsações ao longo de um minuto inteiro ou contar por 15 segundos e multi-
plicar por 4.
125
A caminhada light
(Para eliminar o sobrepeso caminhando)

Caminhar permite queimar tantas gorduras como fazer um exercício intenso.


Ajuda baixar o peso e mantê-lo. Descubra como implementar um plano de caminha-
das inteligente para obter bons resultados com pouco esforço.

A atividade física tem importantes consequências para o metabolismo. Ema-


grecer com inteligência significa, precisamente, adotar uma atividade física que per-
mita restituir o equilíbrio de nosso “set point”.
Porém, o que devemos entender por atividade física?
Não significa que devamos “malhar” na academia até ficarmos esgotados.
Caminhar constitue uma atividade aeróbica primordial, que melhora sensivel-
mente a queima de gorduras, diminue o apetite e permite a produção de endorfinas
(hormônios analgésicos produzidos no cérebro. Gera uma reação de relaxamento). O
mesmo acontece com o ciclismo. Caminhar e/ou pedalar se tornam, pois, fundamen-
tais na primeira parte da dieta. Em uma segunda fase, quando já temos um certo
“preparo físico”, estaremos em condições de começar com exercícios próprios para
combater a flacidez, aumentando o tônus muscular. Pode-se fazer os dois tipos, po-
rém se você não se sentir em condições, uma atitude inteligente consistirá em não
exigí-los.
Escolha bem o caminho para chegar a sua meta
Segundo o treinador Beth Rothenberg, personal trainer de muitas das mais
afamadas estrêlas de Hollywood, existe uma forma de caminhar que permite gastar
mais calorias, aumentar a massa muscular em detrimento à perda de massa gorduro-
sa, e, obter um bom ritmo cardíaco.

Estes são seus conselhos de ouro:

√ Eleja um caminho com muitas árvores

√ Prefira os caminhos que tenham curvas e paredes baixas

√ Seja autoexigente. Não se distraia olhando vitrines

√ Tenha em conta que o ritmo da caminhada é importante. Este deve ser


intenso, porém, sem chegar a correr

126
Programa de caminhada de 15 semanas

Para começar seu programa de caminhada, comece aos poucos até atingir o
objetivo desejado. É importante que você vá se adaptando à caminhada, aumentando-
a aos poucos até atingir as 30 quadras ou 3 km de acordo com o planejado.
Atenção: a melhor maneira de você atingir esse objetivo é seguir o quadro
abaixo. Lembre-se: você levará 15 semanas, de acordo com o quadro, para se adap-
tar ao programa e, após isso, mantê-la por tempo indeterminado (se possível, para
sempre).

SEMANA QUADRAS MINUTOS


CAMINHADAS GASTOS
1 5 9 - 11
2 5 7-9
3 10 17 - 19
4 10 15 - 17
5 10 13 - 15
6 15 29 - 31
7 15 22 - 24
8 15 18 - 20
9 20 23 - 25
10 20 20 - 22
11 20 18 - 20
12 25 27 - 29
13 25 25 - 27
14 30 30 - 37
15 30 28 - 35

Você já sabe como vai proceder para sua adesão ao programa de atividade
física.

Agora, por ultimo, darei as 5 regras em forma de “dicas” para que obtenha
sucesso e desfrute o máximo de seu programa tanto física como mentalmente:
127
1 - Comece caminhando a passo vivo. Tenha em conta que a velocidade que será
desenvolvida dependerá de seu estado físico. Memorize bem essa regra de
ouro: “se enquanto caminha, não puder falar, é porque você está caminhando
muito rápido.
2 - Quando se sentir cansado não pare de uma vez. Faça o seguinte: Coloque as
mãos na cintura (nas laterais), respire fundo, levante 45 graus uma perna e
com ela descreva dez semicírculos. Faça a mesma coisa com a outra.
3 - Apoie as mãos nas coxas. De pé, com os pés no solo, afaste a perna esquerda
para trás. Abaixe e levante o corpo flexionando a perna direita e mantendo a
esquerda extendida. Faça em movimentos breves e rápidos por 10 vezes (10
flexões). Troque a posição e flexione agora a perna esquerda também por 10
vezes.
4 - Salte três vezes sobre a perna esquerda, com a direita flexionada para trás
(como se brincasse de Saci-pererê). Após três saltos, troque de posicão e vai
saltando até que se sinta cansado.
5 - Caminhe sobre o cordão da avenida ou rua (guia da sarjeta), sobre um
tronco ou sobre um muro baixo com os braços abertos para manter o equi-
líbrio. Este exercício melhorará sua coordenação e fará que seu corpo seja
mais “gracioso”.

Esportes

Se você, ao invés de caminhar, optou por praticar algum esporte, leia com
atenção as recomendações abaixo:
Para escolher o esporte ideal, lembre-se que ele deve ajudar na queima de
gordura e também na manutenção ou aumento da musculatura.O gasto metabólico de
qualquer pessoa é proporcional à sua massa muscular. Se alguém emagrece perdendo
músculo, vai diminuir o gasto metabólico basal e tender a recuperar a gordura que foi
eliminada. Caso o esporte escolhido não preencher estas duas necessidades, uma
ótima solução é associar duas atividads diferentes:
uma aeróbica, com longa duração e sem muita intensidade e outra que
ajude mais no desenvolvimento muscular.
Seria o caso, por exemplo, da associação caminhada + musculação, ou corrida
+ remo. Lembre-se, principalmente, de que qualquer que seja sua escolha, ela só
surtirá os efeitos desejados se for adotada como um hábito de vida.
É fundamental, portanto, que você sinta prazer no que está fazendo, para que o
esporte não acabe apenas como um sacrifício temporário.
128
Valores calóricos da atividade física

Você sabe quanto queima de calorias quando está andando de bicicleta?


O que queima mais calorias: nadar, correr ou andar de bicicleta?

Você matará sua curiosidade no quadro que mostrarei abaixo. Observe com
atenção e notará que qualquer atividade gasta energia (calorias), de modo que qual-
quer aumento da atividade pode ajudar. Mesmo algo tão simples quanto ficar em pé
ao invés de sentar pode gastar algumas calorias a mais. Outra coisa: as pessoas mais
gordas queimam mais calorias do que as outras quando estão fazendo a mesma ativi-
dade, porque é necessário mais energia para mover mais peso. Importante: várias
atividades do dia-a-dia, como subir escadas e caminhar, são métodos úteis de queimar
calorias. No quadro abaixo, é muito importante saber que os valores são para a quan-
tidade de calorias queimadas por 10 minutos de atividade contínua.

Peso corporal

Atividade 70 Kilos 100 Kilos 140 Kilos

Necessidades pessoais
Dormir 10 14 20
Sentar (assistindo TV) 10 14 18
Sentar (conversando) 135 21 30
Tomar banho 26 37 53
Ficar em pé 12 16 24

Locomoção
Descer escadas 56 78 111
Subir escadas 146 202 288
Caminhar a 3 Km/H 29 40 58
Caminhar a 6 Km/H 52 72 102
Correr a 9 Km/H 90 125 178
Correr a 11 Km/H 118 164 232
Correr a 20 Km/H 164 228 326
Andar de bicicleta a 9 Km/H 42 58 83
Andar de bicic. a 20 Km/H 89 124 178

129
Tarefas domésticas
Fazer a cama 32 46 65
Lavar o chão 38 53 75
Lavar as janelas 35 48 69
Tirar a poeira 22 31 44
Preparar as refeições 32 46 65
Jardinagem leve 30 42 59
Cortar a grama (manual) 38 52 74

Ocupação sedentária
Sentar (escrevendo) 15 21 30
Serviço leve de escritório 25 34 50
Datilografar (elétrica) 19 27 39
Ficar em pé 20 28 40

Peso corporal
Atividade 70 Kilos 100 Kilos 140 Kilos

Trabalho leve
Consertar o carro 35 48 69
Carpintaria 32 44 64
Pintar a casa 29 40 58
Tarefas de construção 32 44 64
Montar o anzol 20 28 40
Alvenaria 28 40 57

Trabalho pesado
Cortar madeira 60 84 121
Arrastar troncos 158 220 315
Perfurar carvão 79 111 159
130
Recreação
Jogar peteca 43 65 94
Baseball 39 54 78
Basquete 58 82 117
Boliche (sem parar) 56 78 111
Canoagem 90 128 182
Dança moderada 35 48 69
Futebol 69 96 137
Hipismo 56 78 112
Ping-pong 32 45 64
Squash 75 104 144
Natação (costas) 32 45 64
Natação (crawl) 40 56 80
Tênis 56 80 115
Vôlei 43 65 94

Termino este capítulo, dizendo que seja qual for a opção para sua atividade
física, procure fazer com satisfação e vontade. Lembre-se que que “se mexer” no dia
a dia é também muito importante para que se queime calorias. Não se esqueça de
subir escadas de vez em quando e, tentar parar o carro um pouco mais longe do local
para onde está se dirigindo.

No mais, boa sorte e boas caminhadas!

131
132
Parte 3

Manutenção

133
134
MANUTENÇÃO

Chegamos ao capítulo mais importante do livro; e é o que mais me preocupa,


pois se após uma série de sacrifícios, de tratamentos, de um trabalho sério, consegui-
mos chegar ao nosso peso ideal, à harmonia perdida e, por um pequeno descuido
perdermos o terreno conquistado, seria como perder a guerra.
Compreendo que as tentações em nosso mundo de tradições e na cultura do
consumo desaforado em que vivemos são excessivos e tem que haver muita força de
vontade para não cairmos. Porém, é lamentável que por um minuto de debilidade,
deixemos escapar pelas mãos o esforço de meses.

Prepare-se para assumir a realidade!

Você perdeu peso. Você conseguiu a harmonia. Agora vamos mantê-los.

Ao mesmo tempo que começamos nossa manutenção com o PLANO ALI-


MENTAR, utilizamos também nossa fórmula de cálculo de calorias para organizar-
mos nossa dieta. Para efeito prático, colocamos vários Planos com totais de calorias
diferentes para que possa escolher aquela que melhor se adapte à sua necessidade
diária calculada abaixo.
Em primeiro lugar vamos calcular a sua Taxa de Metabolismo Basal (T.M.B)
de acordo com tabela no capítulo 1. Portanto:
Idade =.............. Altura =................. Sexo =............... Peso atual =...............
Não se esqueça que o peso atual é aquele que você conseguiu com a sua dieta
de emagrecimento. No caso, não usaremos as medidas padrões para definir seu peso
ideal pois eu entendo que o peso ideal não é uma grandeza física e sim um estado de
espírito de cada um.
Se de acordo com as tabelas de Peso x Altura o seu peso saudável for 70 Kg e
com 75 Kg você se sente otimamente bem, então, com toda a certeza, seu peso ideal
será 75 Kg.
Isso têm uma explicação filosófica muito simples e de fundamental importância
na vida de todos nós: - Antes do que qualquer pessoa, você tem que se amar e amar
seu corpo. Quem mais tem que gostar de você é você mesmo. A partir do momento
que você se gostar, você vai pensar duas vezes antes de sair do esquema ou seja, ter
uma “recaída” do nosso tratamento.
135
Por esta razão, salvo algumas exceções, eu considero o peso ideal de cada
paciente como sendo aquele peso que ele possui quando se sente bem fisicamente e
“no espelho” (não existe quem não se olha todos os dias no espelho, principalmente
após o banho). Meus pacientes sabem muito bem o que estou dizendo pois não canso
de orientá-los sobre isto.
Pois bem, de acordo com a fórmula de T.M.B. do capítulo 1 chegamos a um
valor próprio.
Ótimo, calculado a T.M.B. agora vamos então finalmente calcular o seu gasto
diário de calorias através do V.E.T. (valor energético total).

V.E.T. = T.M.B. X Coeficiente de atividade.

De volta ao capítulo 1, vamos à tabela de atividade, veja o coeficiente para seu


tipo de atividade (leve, moderada ou intensa) e multiplique pela taxa de metabolismo
basal (de acordo com a tabela acima) calculada no primeiro item.

Portanto, atualmente seu V.E.T. é = ..................

Achado este valor, sabemos então que esta taxa é o número de calorias que
você deverá consumir por dia para não ganhar e nem perder peso, ou seja, para
manter-se.
Agora já temos nosso gasto diário então vamos à dieta que mais se aproxima
do seu gasto (de acordo com o valor calórico) e então teremos sua dieta que será sua
“parceira” a partir de agora.

Por exemplo:
Se o seu V.E.T. foi de 2.575 Kcal. então, o programa alimentar de manuten-
ção que mais se aproxima deste valor é o de 2.600 calorias e é este que você deverá
seguir a partir de agora.
É muito importante que você siga a dieta de perda que você usou quando per-
deu peso, pelo menos uma vez cada 15 dias. Habitue-se também a se pesar toda
semana para evitar surpresas desagradáveis.

Ao menor sinal de aumento de peso, aumente a frequência de dias em


que vai seguir a antiga dieta de perda.

136
Exemplo:
Se está pesando 78 Kg, seguindo a orientação de fazer restrição calórica (1000
ou 1200 calorias) cada 15 dias e, quando vai se pesar, percebe que engordou 1 Kg na
última semana, então, ao invés de fazer as “1200” cada 15 dias, passe a fazê-la a cada
10 ou mesmo a cada 5 dias até seu peso voltar aos níveis anteriores (78 Kg).
Agora, você já tem o número de calorias que vai ingerir diariamente, já esco-
lheu o plano alimentar que se adapta ao seu gasto diário então, a seguir encontrará
alguns modêlos de dietas para segui-las.
Todas as dietas abaixo contém o valor calórico de cada item à sua direita. Ex:

Alimento Medidas caseiras Substituição Calorias


Pão francês 01 Unidade 02 Equivalentes grupo 2 150 Cal.

↑ ↑
Obs: Prestar atenção no total de equivalentes na substituição. No caso acima
usamos 2 equivalentes assim como podemos usar 1 ou ½ ou 3 dependen-
do de cada dieta. Outro detalhe importante é que temos na coluna da
direita o número de calorias que contém o alimento em questão. Isso é
muito importante pois, permitirá a você saber o número de calorias que
estará ingerido ao comer aquele alimento e com isso, permitir a sua subs-
tituição. Essa substituição, que você já usou durante o período de perda,
é mais liberal, uma vez que permite que se use alguns alimentos que não
fazem parte de nenhum programa alimentar. Esses alimentos estarão no
final das tabelas no item denominado “outros”.

Observação importante:
Conforme já vimos nos capítulos anteriores, a gordura é o alimento que
se oxida menos e portanto, a maior responsável pelo nosso ganho de
peso. Com isso, fica fácil saber porque às vezes um alimento tem a
mesma quantidade de calorias que o outro porém suas composições são
diferentes e sua oxidação também . Isso faz com que eles tenham pode-
res diferentes de “armazenar” gorduras ou seja, fazer com que o indi-
víduo ganhe peso. Nessas tabelas à seguir, tive a preocupação de colo-
car os alimentos agrupados de tal maneira que tenham aproximadamen-
te a mesma composição química.
137
Observe sempre nos rótulos ou embalagens dos alimentos, aquele que contém
gorduras e açúcares em menor quantidade.
Note também que esse programa além de bastante flexível, é totalmente dife-
rente do programa de perda de peso pois, entendo que dessa maneira, você terá mais
“liberdade” para desenvolver seu programa.
Outra coisa muito importante é que você quando optar por comer algo que
esteja na tabela “outros” ou não esteja nas tabelas normais, procure saber a quanti-
dade de calorias que esse alimento contém e, tente substituir ou compensar deixando
de comer algum outro que esteja no programa normal.

138
2.200 CALORIAS

DESJEJUM SUBSTITUIÇÃO CALORIAS


½ porção do grupo leite qualquer item do grupo 5 75 Cal.
02 porções do grupo pão qualquer item do grupo 2 (2X) 150 Cal.
01 porção do grupo gordura qualquer item do grupo 6 55 Cal.
01 porção do grupo leite qualquer item do grupo 5 150 Cal.
01 porção do grupo fruta qualquer item do grupo 7 50 Cal.
Chá ou café c/ adoçante à vontade xxxxxxxxxx xxxx

LANCHE DA MANHÃ SUBSTITUIÇÃO CALORIAS


02 porções do gr fruta /sobremesa qualquer item do grupo 7 (2X) 100 Cal.

ALMOÇO SUBSTITUIÇÃO CALORIAS


02 porções do grupo carne qualquer item do grupo 3 (2X) 400 Cal.
02 porções do grupo amido qualquer item do grupo 2 (2X) 150 Cal.
01 porção do grupo leguminosa qualquer item do grupo 4 75 Cal.
01 porção do grupo vegetal cozido qualquer item do grupo 1 35 Cal.
Grupo 0 à vontade xxxxxxxxx xxx
01 porção do gr frutas / sobremesa qualquer item do grupo 7 50 Cal.

LANCHE DA TARDE SUBSTITUIÇÃO CALORIAS


01 porção do grupo pão qualquer item do grupo 2 75 Cal.
01 porção do grupo gordura qualquer item do grupo 6 55 Cal.
01 porção do grupo leite qualquer item do grupo 5 150 Cal.
Chá ou café c/adoçante à vontade xxxxxxxxx xxx

139
JANTAR SUBSTITUIÇÃO CALORIAS
01 porção do grupo carne qualquer item do grupo 3 200 Cal.
03 porções do grupo amido qualquer item do grupo 2 (3X) 225 Cal.
01 porção do grupo vegetal cozido qualquer item do grupo 1 35 Cal.
Vegetais do grupo 0 à vontade xxxxxxxxx xxx
01 porção do gr fruta / sobrem. qualquer item do grupo 7 50 Cal.

LANCHE DA NOITE SUBSTITUIÇÃO CALORIAS


01 porção do grupo pão qualquer item do grupo 2 75 Cal.
01 porção do gr fruta / sobrem. qualquer item do grupo 7 50 Cal.
Chá ou café c/ adoçante à vontade xxxxxxxxx xxx

140
2.400 CALORIAS

DESJEJUM SUBSTITUIÇÃO CALORIAS


½ porção do grupo leite qualquer item do grupo 5 75Cal.
02 porções do grupo pão qualquer item do grupo 2 (2X) 150Cal.
01 porção do grupo gordura qualquer item do grupo 6 55Cal.
01 porção do grupo leite qualquer item do grupo 5 150Cal.
01 porção do grupo fruta qualquer item do grupo 7 50Cal.
Chá ou café / adoçante à vontade xxxxxxxxx xxx

LANCHE DA MANHÃ SUBSTITUIÇÃO CALORIAS


02 porções do gr fruta / sobremesa qualquer item do grupo 7 (2X) 100 Cal.

ALMOÇO SUBSTITUIÇÃO CALORIAS


02 porções do grupo carne qualquer item do grupo 3 (2X) 400 Cal.
02 porções do grupo amido qualquer item do grupo 2 (2X) 150 Cal.
01 porção do grupo leguminosa qualquer item do grupo 4 75 Cal.
01 porção do grupo vegetal cozido qualquer item do grupo 1 35 Cal.
Grupo 0 à vontade xxxxxxxxxxxx xxx
01 porção do gr frutas / sobremesa qualquer item do grupo 7 50 Cal.

LANCHE DA TARDE SUBSTITUIÇÃO CALORIAS


01 porção do grupo pão qualquer item do grupo2 75 Cal.
01 porção do grupo gordura qualquer item do grupo 6 55 Cal.
01 porção do grupo leite qualquer item do grupo 5 150 Cal.
Chá ou café c/ adoçante à vontade xxxxxxxxxxxx xxx

JANTAR SUBSTITUIÇÃO CALORIAS


02 porções do grupo carne qualquer item do grupo 3 (2X) 400 Cal.
03 porções do grupo amido qualquer item do grupo 2 (3X) 225 Cal.
01 porção do grupo vegetal cozido qualquer item do grupo 1 35 Cal.
Vegetais do grupo 0 à vontade xxxxxxxxx xxx
01 porção do gr.fruta / sobremesa qualquer item do grupo 7 50 Cal.

LANCHE DA NOITE SUBSTITUIÇÃO CALORIAS


01 porção do grupo pão qualquer item do grupo 2 75 Cal.
01 porção do gr.fruta / sobremesa qualquer item do grupo 7 50 Cal.
Chá ou café com adoçante à vontade xxxxxxxxx xxx
141
2.600 CALORIAS

DESJEJUM SUBSTITUIÇÃO CALORIAS


½ porção do grupo leite qualquer item do grupo 5 75 Cal.
02 porções do grupo pão qualquer item do gr 2 (2X) 150 Cal.
01 porção do grupo gordura qualquer item do grupo 6 55 Cal.
01 porção do grupo leite qualquer item do grupo 5 150 Cal.
01 porção do grupo fruta qualquer item do grupo 7 50 Cal.
Chá ou café c/adoçante à vontade xxxxxxxxx xxx

LANCHE DA MANHÃ SUBSTITUIÇÃO CALORIAS


02 porções do gr fruta / sobremesa qualquer item do grupo 7 (2X) 100 Cal.

ALMOÇO SUBSTITUIÇÃO CALORIAS


02 porções do grupo carne qualquer item do grupo 3 (2X) 400 Cal.
03 porções do grupo amido qualquer item do grupo 2 (3X) 225 Cal.
01 porção do grupo leguminosa qualquer item do grupo 4 75 Cal.
01 porção do grupo vegetal cozido qualquer item do grupo 1 35 Cal.
Grupo 0 à vontade xxxxxxxxx xxx
01 porção do gr frutas / sobremesa qualquer item do grupo 7 50 Cal.

LANCHE DA TARDE SUBSTITUIÇÃO CALORIAS


02 porções do grupo pão qualquer item do grupo 2 (2X) 150 Cal.
01 porção do grupo gordura qualquer item do grupo 6 55 Cal.
01 porção do grupo fruta / sobremesa qualquer item do grupo 7 50 Cal.
01 porção do grupo leite qualquer item do grupo 5 150 Cal.
Chá ou café com adoçante à vontade x x x x x x x x x xxx

142
JANTAR SUBSTITUIÇÃO CALORIAS
02 porções do grupo carne qualquer item do grupo 3 (2X) 400 Cal.
03 porções do grupo amido qualquer item do grupo 2 (3X) 225 Cal.
01 porção do grupo vegetal cozido qualquer item do grupo 1 35 Cal.
Vegetais do grupo 0 à vontade xxxxxxxxx xxx
01 porção do grupo fruta / sobremesa qualquer item do grupo 7 50 Cal.

LANCHE DA NOITE SUBSTITUIÇÃO CALORIAS


01 porção do grupo pão qualquer item do grupo 2 75Cal.
01 porção do grupo fruta / sobremesa qualquer item do grupo 7 50 Cal.
Chá ou café c/ adoçante à vontade xxxxxxxxx xxx

143
2.800 CALORIAS

DESJEJUM SUBSTITUIÇÃO CALORIAS


½ porção do grupo leite qualquer item do grupo 5 75 Cal.
02 porções do grupo pão qualquer item do grupo 2 (2X) 150 Cal.
01 porção do grupo gordura qualquer item do grupo 6 55 Cal.
01 porção do grupo leite qualquer item do grupo 5 150 Cal.
01 porção do grupo fruta qualquer item do grupo 7 50 Cal.
Chá ou café c/ adoçante à vontade xxxxxxxxx xxx

LANCHE DA MANHÃ SUBSTITUIÇÃO CALORIAS


02 porções do gr fruta / sobremesa qualquer item do grupo 7 (2X) 100 Cal.

ALMOÇO SUBSTITUIÇÃO CALORIAS


02 porções do grupo carne qualquer item do grupo 3 (2X) 400 Cal.
04 porções do grupo amido qualquer item do grupo 2 (4X) 300 Cal.
01 porção do grupo leguminosa qualquer item do grupo 4 75 Cal.
01 porção do grupo vegetal cozido qualquer item do grupo 1 35 Cal.
Grupo 0 à vontade xxxxxxxxx xxx
01 porção do gr.frutas / sobremesa qualquer item do grupo 7 50 Cal.

LANCHE DA TARDE SUBSTITUIÇÃO CALORIAS


02 porções do grupo pão qualquer item do grupo 2 (2X) 150 Cal.
01 porção do grupo gordura qualquer item do grupo 6 50 Cal.
01 porção do grupo fruta / sobremesa qualquer item do grupo 7 50 Cal.
01 porção do grupo leite qualquer item do grupo 5 150 Cal.
Cháou café com adoçante à vontade xxxxxxxxx xxx

144
JANTAR SUBSTITUIÇÃO CALORIAS
02 porções do grupo carne qualquer item do grupo 3 (2X) 400 Cal.
04 porções do grupo amido qualquer item do grupo 2 (4X) 300 Cal.
01 porção do grupo vegetal cozido qualquer item do grupo 1 35 Cal.
Vegetais do grupo 0 à vontade xxxxxxxxx xxx
01 porção do grupo fruta / sobremesa qualquer item do grupo 7 50 Cal.

LANCHE DA NOITE SUBSTITUIÇÃO CALORIAS


01 porção do grupo pão qualquer item do grupo 2 75 Cal.
01 porção do grupo fruta / sobrem. qualquer item do grupo 7 50 Cal.
01 porção do grupo gordura qualquer item do grupo 6 55 Cal.
Chá ou café c/ adoçante à vontade xxxxxxxxx xxx

145
A seguir, você encontrará a lista dos grupos e substituições:

Grupo - 0 - Vegetais Crus

Verduras e Legumes Crus:

Podem ser consumidos à vontade

Grupo - 1 - Vegetais Cozidos


Acelga, Abóbora, Aipo, Abobrinha - 4 colheres de sopa -
Alcachofra - 1/2 unidade - Aspargo, Almeirão, Beringela,
Bertalha, Beterraba - 4 colheres de sopa - Brócolis - 3
ramos - Brôto de bambu, Brôto de feijão, Catalônia, Cebola,
Couve, Cenoura, Chuchu, Couve-de-Bruxélas, Cogumelo,
Erva-doce - 4 colheres de sopa - couve-flor - 3 ramos -
Escarola, Ervilhas frescas, Espinafre, Jiló, Folhas de
beterraba, Palmito, Pimentão, Mostarda, Quiabo, Repolho,
Vagem - 4 colheres de sopa

146
Grupo - 2 - Pães
Crotton 03 colheres de sopa , Pães peq. (muffins) 1/2 unidade, Pão canela
c/ passa 01 fatia, Palitos de pães 02 palitos, Pão de centeio 01 fatia, Pão
de aveia 01 fatia, Pão de forma 01 fatia, Pão fancês 1/2 unidade, Pão de
glúten 01 fatia, Pão integral 01 fatia, Pão de Graham 01 fatia, Pão Italiano
01 fatia peq., Pão de Hamburguer 1/3 de unidade, Pão leite 01 fatia , Pão
de hot dog 1/3 de unidade, Pão queijo 01 unidade média, Pão de milho 01
fatia, Pão Sírio 01 unidade peq., Pão diet / light 01 fatia, Torradas pão light
02 unidades.

Grupo - 2 - Amidos
Aipim, Cará, Inhame 2 colheres de sopa - All bran* 3 colheres de sopa
Angu fubá ou arroz 1 colh. sobremesa - Arroz à grega, Arroz branco e Arroz
integral 2 colh. de sopa - Aveia flocos 2 colh. de sopa - Batata doce 1
unidade pequena - Batata inglêsa 1 unidade média - Bisc. doce recheado
1unidade - Bisc. doce s/ recheio 2 unidades - Biscoito maizena 4 unidades
- Biscoito saltines 3 unidades - Biscoito triggy 4 unidades - Bol. cream
cracker 3 unidades - Bolo simp.s/ recheio 1 fatia de 1 cm. - Canelone 1
unidade média- Canjica br./ amarela 1/2 xícara - Capeleti cozido1 pires de
chá - Corn flackes* 2 colh. de sopa - Creme de milho 1 colher de sopa -
Farelo de trigo, Farinha em geral, Farofa, fubá 2 colheres de sopa - Germe
de trigo 1 colher de sopa - Granola*, Lazanha 2colheres de sopa - Macarrão
cozido 1 concha - Maizena 1 colher de sopa - Mandioca, Mandioquinha 2
colheres de sopa - Milho cozido 3 colheres de sopa - Müsli* 2 colheres de
sopa - Nhoque 1 concha - Panqueca 1 pequena - Pastel 1 médio - Pipoca
estourada - 1 xícara de chá - Pizza 1 fatia pequena - Polenta 2 colheres
de sopa - Purê de batata 2 colheres de sopa -Risoto 1 e 1/2 colh.de sopa
- Sucrilhos 1 colher de sopa.

147
GRUPO 3 - CARNES E PEIXES
Almôndegas Peru 3 unidades Pescada branca 1 filé médio
de Frango 3 unidades Picadinho carne 4 colh.de sopa
de Carne 3 unidades Pintado 1 posta peq.
Atum lata s/ óleo 5 colh. de sopa Presunto de Peru 2 fatias
Bacalhau 01 posta média Presunto ou frios 3 fatias
Bife de Boi 01 unid. média Quibe assado 1 porção
Bife rolet 2 unid. pequ. Quibe cru 4 colh.de sopa
Blanquet de peru 7 fatias finas Rosbife 4 fatias
Cabrito 5 fatias finas Salmão 1 posta peq.
Cação 1 posta pequena Salmão defum. 5 fatias finas
Camarão 5 unidades médias Salsicha Califórnia 3 unidades
Carne assada 1 bife pequeno Salsicha tradicional 2 unidades
Carne de porco 2 fatias finas Sardinha em tomate 4 unidades
Carne de soja 1 hamburguer Sardinha fresca 5 unidades
Carne moída 4 colh. de sopa Sardinhas em óleo 2 unidades
Carne seca 2 colh. de sopa Truta 1unidade peq.
Carpaccio 1 prato sobremesa Vieira 1 pires de chá
Clara de ovo 6 unidades
Coração de frango 15 unidades
Coxa de frango 1 unidade
Fígado de boi 1 filé pequeno
Filé de frango 1 unidade média
Fraldinha 1 fatia média
Hamburguer 1 unidade
Hamburguer frango 1 unidade
Linguiça 2 unidades peq.
Lula frita 1 pires de ch Grupo - 4 Leguminosas
Maminha 1 fatia média
Marisco 1 pires de chá Feijão branco 2 colh.de sopa
Nuggets de frango 3 unidades Feijão cozid 1concha rasa
Ostras 6 unidades Feijão fradinho 1colh. de sopa
Ovo de codorna 8 unidades Feijão preto cozido 1 concha

148
Ovo de galinha 2 unidades Grão-de-bico cozido 1 concha rasa
Peito peru assado 6 fatias finas Lentilha cozida 1 concha rasa
Peito Peru Califórnia 3 fatias Ervilha cozida 1 concha rasa
Peixe fresco 2 filés Fava 2 colh. de sopa

GRUPO 5 - LEITE E DERIVADOS


Aluete natural 1 colh.sopa cheia Leite vaca desnat. 2 copos (de 200 ml)

Brie 1 fatia grande Leite vaca integ. 1 copo (de 250 ml)

Camembert 2 fatias finas Leite em pó integral 1e1/2 colh. de sopa

Catupiry 2 fatias finas Leite semi-desnat. 1e1/2copo(200ml)

Cheddar 2 fatias Muzzarela 3 fatias finas

Coalhada fresca 1 copo Muzzarela Búfala 2 nós

Coalhada seca 2 colh. de sopa Palmira 1 fatia

Cottage 3 colh. de sopa Parmesão 2 colh. sopa rasa

Cream cheese 2 colh. de sopa Polenguinho* 2 unidades

Cream cheese light 3 colh. de sopa Provolone 2 fatias finas

Edam 2 fatias Queijo fundido 1 fatia

Ementhal 2 fatias Queijo light Danúbio* 3 fatias médias

Golda 2 fatias Queijo Minas fresco 2 fatias médias

Gorgonzola 1 pedaço peq. Queijo prato 2 fatias finas

Gruyére 2 fatias finas Queijo prato light 3 fatias finas

Iogurte c/ sabores 1 frasco Requeijão 2 colheres de sopa

Iogurte desnatado 1 e 1/2 frascos Requeijão light 3 colheres de sopa

Iogurte light / diet 2 frascos Ricota fresca 3 fatias médias

Iogurte natural 1 frasco Roquefort 2 fatias finas

Leite de cabra 1 copo Suiço 50 gramas

Leite de soja 1/2 copo (de 200 ml) Queijo de soja 1 pires de chá

149
GRUPO 6 - GORDURAS
Azeite de oliva 1 colher de chá Maionese light 2 colheres de chá
Azeitona preta gr 3 unidades Manteiga 1 colher de chá
Azeitonas ver/preta 5 unidades Margarina comum 1 colher de chá
Bacon 1 fatia pequena Margarina light 2 colh.de chá
Banha de porco 1 colh. de chá rasa Molho tártaro 1 colher sobrem.
Creme de leite 1 colh.de sopa rasa Molho para salada 1 colher sobrem.
Creme de leite light 2 colh. sopa rasa Óleos vegetais 1 colher de chá
Maionese 1 colher de chá Patê 1 colher de chá

GRUPO - 7 - FRUTAS E SOBREMESAS


Abacate 1 c olh. sopa cheia Pêssego 1 unidade grande
Abacaxi 1 Fatia grossa Romã 1/2 fruta
Acerola 12 Unidades Tangerina 1 unidade média
Ameixa 2 Unidades Uva Itália / Rubi ou 7 grãos
Amora 1/2 copo Moscatel / niágara 15 grãos
Banana Maçã 1 unidade peq.
Banana Nanica 1/2 Grande SOBREMESAS
Banana Ouro 1 unidade peq.
Banana Prata 1 unidade peq.
Caju 1 médio Água de côco 1 copo
Caqui 1 unidade peq. Ameixa seca 3 unidades
Carambola 2 unidades peq. Bala diet 12 unidades
Cereja 12 unidades Banana passa 1/2 unidade
Damasco 2 unidades Capuccino diet 2 colh. de sobrem.
Figo 1 unidade Chocolate - pó diet 1 colher de chá
Framboesa 1/2 copo Damasco seco 2 unidades
Fruta-do-conde 1 pequeno Doce em compota 1 colher de sopa
Goiaba 1 unidade média Figo seco 1 unidade
Jabuticaba 10 unidades Frutas cristalizadas 1 colher de sopa
Gelatina comum 1 taça

150
FRUTAS SOBREMESAS
Jaca 4 bagos Gelatina diet 2 taças
Kiwi 1 unidade média Geléia diet 2 colheres sobrem.
Laranja 1 unidade média Leite condensado 1 colh. de sobrem.

Laranja Lima 2 unidades médias Maçã seca 1/2 xícara


Lima da Pérsia 1 pequena Mel 1 colh. de sobrem.
Maçã 1 unidade média Pé-de-moleque 1 unidade peq.

Mamão 1 fatia média Pera seca 1/3 de xícara


Mamão Papaya 1/2 unidade média Picolé de frutas 1 unidade
Manga Espada 1/2 unidade média Pudim dietético 1 taça

Maracujá 1 pequeno Refresco diet 2 copos


Melancia 1 fatia média Sagu 2 colh. de sopa
Melão 1 fatia média Salada de frutas 1 porção média
Morango 10 unidades Sorv.de massa 1 bola pequena

Nectarina 1 média Sorvete diet Kibon* 1 bola


Nêspera 3 pequenas Sorvete diet Linea* 2 bolas
Pera 1 unidade média Uva passa 1 colher de sopa

Esta lista tem sua complementação no capítulo sobre “quantidade de calorias


dos diversos alimentos” mais à frente.

151
Combinações alimentares

As responsáveis pelo fenômeno de sentir o sabor dos alimentos são as papilas


gustativas da língua. Embora elas diminuam em quantidade e vão se deteriorando com
a idade, em lugar de diminuir o consumo, o “comedor” aumenta a quantidade de sal
e outros temperos para continuar tendo o prazer de sentir o sabor dos alimentos.

Sentimos 4 sabores básicos que são: azedo, salgado, amargo e doce.


Quando colocamos na boca qualquer comida ou bebida, na realidade o que diferencia
uma da outra é a combinação dessas quatro possibilidades.
Apesar dessa aparente limitação, a língua analisa tão finamente os alimentos
que pode detectar milhões de possibilidades de sabor e diferenciar procedências - é
surpreendente no caso dos vinhos -, aliando-se ao olfato para uma maior perfeição da
análise.
O que a língua não pode captar em nenhum caso é o valor nutritivo dos alimen-
tos, porém a moderna ciência pode nos fornecer essa informação e com isso nos dar
condições de recomendar a cada paciente aquilo que se resultará em benefício para
sua saúde e conveniente para o seu peso e harmonia.
Seguindo a filosofia desse livro, vou descrever os pormenores da assimilação
alimentar com o fim de atrair o interesse do leitor para que faça seu próprio projeto
nutritivo.
O aparelho digestivo não é mais que um tubo muito longo, formado por vários
orgãos separados: introduzimos a comida por um extremo e eliminamos os dejetos por
outro extremo final do tubo. Claro que o que acontece no intermediário é algo mais
complicado.
O objetivo da digestão consiste em decompor os alimentos em unidades mais
simples a fim de que possam passar através desse tubo até o sangue e nutrir nosso
organismo. Portanto, na realidade, o homem não se nutre do que come e sim do que
digere e absorve. Em outras palavras, não é suficiente dispor de alimentos e come-los
sem digeri-los, isto é, transforma-los em substância assimiláveis que beneficiam nossa
saúde. Esse processo de transformação e assimilação dos alimentos está determina-
do pela qualidade do alimento, sua mastigação, ensalivação e deglutição; tem também
a máxima importância o controle nervoso e a combinação desses alimentos.
Tenho certeza que você tenha tido mais de uma vez acidez no estômago (azia,
queimação), flatulências (gases), dispepsias (má digestão em suma), sem que soubes-
se a razão. Será talvez, que a combinação dos alimentos não tenha sido correta?

152
A transformação dos alimentos no processo digestivo se efetua sob a ação de
fermentos orgânicos denominados enzimas. Essas enzimas tem a função de decom-
por os alimentos que ingerimos em nutrientes que passarão ao sangue para serem
distribuídos em todas as células do organismo.
Os amidos (hidratos de carbono) serão transformados em glicose, as proteínas
em aminoácidos, os lipídios em ácidos graxos.
O conhecimento e a prática de combinações alimentares corretas nos farão
obter uma alimentação mais saudável e nos evitarão muitos transtornos digestivos.

Associações incorretas
Ácido - Amido
Devemos comê-los separados, já que um ácido destroe - total ou parcialmente
- a secreção de ptialina salivar, tão necessária na pré-digestão dos amidos.
Por exemplo: os tomates muito ácidos com batatas, arroz ou pão.
Como regra geral, se recomenda comer os ácidos sozinhos, longe de qualquer
outra ingesta.

Proteína - Amido
A proteína se assimila em um meio digestivo ácido enquanto o amido, em um
meio alcalino; portanto, a ingestão dos dois associados pode provocar transtornos
digestivos muito evidentes (acidez, flatulência, má digestão...).
A melhor forma de ingerir esta associação é acompanhada de saladas.

Açúcar - Amido
Os açúcares, tanto os naturais das frutas e, principalmente os de origem industrial
(marmeladas, açúcar refinado etc) fermentam no estômago quando existe junto um
amido devido a seus diferentes tempos de digestão.
Quando ingerimos açúcar, há salivação excessiva, porém, sem ptialina pela
qual a digestão do amido não pode iniciar de forma conveniente na boca, fermentando
em seu posterior transito no estômago.
Não recomendo mel ou qualquer doce tipo goiabada, marmelada ou outro, so-
bre o pão, por possuirem tempos diferentes de digestão. O único truque que abranda
esta incompatibilidade é a presença de alguma gordura (manteiga etc) que, ao retar-
dar o processo digestivo, permite uma certa, ainda que imperfeita, adaptação enzimática.
153
Associações neutras

Proteínas - Gorduras - Amidos

São combinações mediamente compatíveis.


- Cereais + ovo ou queijo gordo
- Pão integral + queijo gordo
- Pão + maionese
- Cenoura + queijo ralado
- etc...

Gorduras - Proteínas
Aconselho a comer esta combinação em pequenas quantidades e, sempre que
possível, combinada com hortaliças.
Açúcar - Proteína
O açúcar apenas sofre modificações na boca e estômago (por exemplo: fru-
tas). Assim, sua digestão se efetua no intestino.

Amido - Amido
Não são incompatíveis à princípio, ainda que presupõe-se um excesso de ali-
mentação (calorias).

Proteína - Proteína
A digestão de duas proteínas distintas faz com que o processo digestivo se
modifique para atender aos requerimentos de cada alimento proteico. Portanto, deve-
mos comer um só alimento que contenha proteína na mesma refeição.

Associações corretas
Frutas
Todas elas exceto as misturas de frutas muito doces com as frutas muito ácidas
como banana com laranja, etc...
Hortaliças - Proteínas
É uma excelente combinação uma vez que as hortaliças e verduras contém
vitaminas, sais minerais e água para uma correta assimilação proteica.

154
Hortaliças - Amido
Muito recomendada uma vez que os vegetais e especialmente os verdes, faci-
litam a digestão dos amidos.

Amido - Gorduras
Se trata de uma associação totalmente aceitável já que a gordura não destroi a
ação da ptialina nem a ação da amilase pancreática necessária para digerir os amidos.
Por exemplo: Colocar azeite em salada de vegetais ou colocar azeite em batata com
maionese.

Enzimas e digestão

ENZIMA - Ptialina
LUGAR DE SECREÇÃO - Boca - Glândulas parótidas, submaxilares e sublinguais.
Atua sobre a pré digestão (na boca) dos amidos. Proporcionam dissacarídeos
(sacarose).

ENZIMA - Amilase
LUGAR DE SECREÇÃO - Pâncreas, estômago e fígado.
Atua sobre os amidos e açúcares em geral. Proporcionam açúcares simples
(glicose) e de reserva (glicogênio hepático).

ENZIMA - Pepsina
LUGAR DE SECREÇÃO - Estômago, pâncreas.
Atua sobre as proteínas. Proporcinam aminoácidos.

ENZIMA - Lipase
LUGAR DE SECREÇÃO -Estômago, fígado.
Atua sobre as gorduras. Proporcionam ácidos graxos.
A ptialina é destruída facilmente por um ácido ou por uma reação muito alcali-
na. Ela só pode atuar em um meio moderadamente alcalino. Por isso, comer frutas
ácidas com pão, por exemplo, vai causar fermentação a ambos.

155
A Pepsina somente atua em um meio ácido e, é destruída imediatamente quan-
do em um meio alcalino. E mais, uma baixa temperatura como a produzida pela ingestão
de bebidas frias, atrasa e as vezes chega a suspender sua ação.

156
Regras de ouro para não voltar a engordar

1 - Quando sentir desejo de comer algo que engorda, faça substituições inteli-
gentes, de acordo com a seguinte tabela:

Desejo Substituição
Açúcar Mel
Chocolate Mel de arroz, malte de cevada
Carne de vaca ou porco Carnes brancas: frango, peixe
Queijo, leite Leite e queijo de soja
Suco de frutas artificiais Sucos de frutas da época
Licor, vinho, cerveja Bebidas alcoólicas produzidas de
forma artesanal, de grãos
orgânicos e em pequena quantidade
Maionese comum Maionese dietética

2 - Pese uma vez por semana. Desta forma terá melhor contrôle sobre o peso.
3 - Permita -se comer uma vez por semana aquilo que tiver vontade. Por exemplo:
Se quiser fazer um churrasco ou mesmo ir à uma churrascaria, programe-se para ir
no domingo. E, é claro, procure não exagerar e coloque em prática todas as dicas que
lhe foram dadas.
4 - Tome conciência que a tendência metabólica da obesidade pode subsistir
apesar de você estar magro. Não pense que você tem que seguir fazendo dieta e,
sobretudo, não a tome como castigo. Você deve ter em conta que terá que se ajustar
a um plano alimentar amplo, racional e adequado à sua preferência.
5 - Faça do exercício uma forma de vida. Desça do ônibus um ponto antes para
caminhar umas quadras, trate de utilizar o automóvel o menos possível, mova-se o
quanto possa.
6 - Não use roupa demasiadamente folgada porque lhe dará a sensação de que
está magro (a) quando na realidade não está.
157
7 - Olhe-se no espelho e se reconcilie com seu corpo. Desta maneira, quererá
preservar sua forma.
8 - Trate de buscar aliados: um familiar ou uma amiga ou amigo poderá alertar-
lhe que está se excedendo em algo, se você o (a) orientou previamente, que tem
momentos em que você come compulsivamente.

Tenho certeza que esses itens são mais que suficientes para que você faça sua
manutenção sem problemas. Se sentir falta de algum outro alimento, procure no capí-
tulo seguinte onde descreverei, a título de curiosidade, os mais diversos tipos de ali-
mentos incluindo “fast food” (pizza hut etc.), bebidas e até alguns pratos considerados
“exóticos”.

Até lá!

158
Parte 4

Dietoterapia
nas
Doenças Afins
(Comorbidades)

159
160
Hiperuricemia

(aumento do ácido úrico no sangue)


A hiperuricemia ocorre quando a concentração plasmática do urato atinge
seu nível de saturação que é em torno de 7 mg%. Este aumento do urato pode em
alguns casos levar a um quadro que se denomina Gota úrica. Apesar de não ter
muito fundamento a restrição alimentar pois a alimentação contribue somente com
8 a 12% do ácido úrico total, darei aqui um modelo de dieta restritiva. É importante
evitar bebidas alcoólicas e também, procurar reduzir o peso.

Alimentos proibidos Grupo 1

Carnes Vitela, bacon, cabrito, carneiro

Miúdos em geral Fígado, coração, língua, rim,


miolo

Peixes e frutos do mar Sardinha, salmão, truta, cavala,


bacalhau, arenque, anchova,
ovas de peixe, mexilhão

Aves Galeto, peru, pombo, ganso

Alimentos de uso moderado Grupo 2

Carnes Vaca, frango, porco, coelho,


presunto

Peixes e frutos do mar Peixes não citados no grupo 1,


além de camarão, ostra, lagosta,
carangueijo

161
Leguminosas Feijão, soja, grão-de-bico,
ervilha e lentilha

Verduras Aspargo, cogumelo, couve-flor,


espinafre

Cereais integrais Todos, a exemplo de arroz


integral, trigo em grão, centeio,
aveia

Oleaginosas Coco, nozes, amendoim,


castanha do pará, castanha de
caju

Alimentos permitidos Grupo 3

Gerais Leite, chá, café, chocolate,


queijos, ovos, manteiga e
margarina

Cereais Pão, macarrão, sagu, fubá,


tapioca, araruta, arroz, milho

Vegetais Legumes e verduras (exceto as


incluídas no grupo 2)

Doces Açúcar e doces.

Frutas Todas, inclusive sucos naturais

Sal e líquidos Devem ser evitados excessos


alcoólicos. A redução de peso é
útil. Evitar “stress” psíquico e
físico. Recomenda-se ingerir
grandes quantidades de líquido

162
Sugestão do cardápio diário
(2.200 calorias)

Alimento Quantidade Equivalente a:

Café da manhã
Café com leite/ ou chá/ ou iogurte/
ou coalhada/ ou leite 200 ml 1 copo 200 ml 1 copo
Açúcar 20 gr 1 colher de sopa
Queijo fresco ou prato/ou muzzarela/ou ricota 30 gr 1 fatia média
Frutas ou sucos naturais 100 gr ½ copo
Pão/ ou biscoito/ ou torradas 50 gr 1 pãozinho

Almoço
Arroz ou macarrão 30 gr 3 colheres de sopa
Carne (vaca/ ou frango/ ou porco/ ou
carangueijo/ ou peixes
(não citados no grupo 1) 50 gr 1 fatia ou ped.peq.
Legumes (exceto os do grupo 2) 100 gr XXX
Salada: tomate 50 gr 1 tomate médio
alface ou outros 30 gr

Sobremesa:
frutas 200 gr XXX
Óleo para temperos e frituras: milho/ ou arroz 15 ml 1 colher de sopa
Líquido (não calórico) à vontade XXX
Sal com moderação XXX

Lanche da tarde
Café com leite/ ou iogurte 200 ml. 1 copo
Açúcar 20 gr 1 colher de sopa
Pão/ ou torradas/ ou biscoitos 50 gr 1 pãozinho
Mel/ ou geléia/ ou melado 20 gr 1 colher de sopa

163
Jantar
Arroz ou macarrão 30 gr 3 colheres de sopa

Ovo:
Cozido, quente, poché, omelete,
mexidos ou frito 50 gr 1 ovo
Legumes: batata ou outros legumes
(exc.. do grupo 2) 100 gr 2 batatas médias

Salada:
agrião ou outros legumes
(exc. do grupo 2) 30 gr XXX

Sobremesa:
bananada ou outros doces/ ou fruta 50 gr 1 fatia média
Óleo para temperos e frituras: milho/ou arroz 15 ml 1 colher de sopa
Líquido (não calórico) à vontade XXX
Sal com moderação XXX

164
Dislipidemias

Colesterol e / ou Triglicérides aumentados

Atualmente, quase todos os jornais ou revistas fazem alguma menção ao


colesterol. Todo mundo se preocupa em diminuir seu colesterol e a maioria das pes-
soas quer saber como fazê-lo. Primeiro seria interessante saber como o colesterol é
produzido e usado pelo corpo.
O colesterol é na verdade uma substância cristalina que consiste em lipídeos
(gorduras). É encontrado naturalmente no cérebro, em nervos, fígado, sangue e bile,
tanto de seres humanos quanto de animais vertebrados. É por isso que as pessoas que
desejam diminuir seu colesterol têm que se afastar de carne e outros alimentos que
contenham produtos animais ou derivados de animais. Estudos revelam que as dietas
do Terceiro Mundo, que consistem em grãos , frutas e hortaliças, produzem menos
colesterol no sangue. Nos Estados Unidos, Finlândia e Noruega, onde as pessoas
dependem muito de lacticínios e carne, há índices extremamentes altos de doenças
cardíacas e circulatórias. Nesses países, até mesmo crianças apresentam doença
vascular progressiva devido ao excesso de colesterol no sangue.
O colesterol é necessário ao funcionamento adequado do corpo e é produzido
principalmente no fígado (colesterol natural). É usado pelas células para criar mem-
branas, é o substrato para fabricação de hormônios sexuais e também, como auxiliar
na digestão. Esse colesterol natural sai do fígado pela corrente sangüínea, dirigindo-se
para as células. As células usam o necessário e, o excesso de colesterol muitas vezes
forma placas, que se aderem às paredes arteriais e podem acabar causando doenças
cardíacas.
Os pesquisadores descobriram que há dois tipos de colesterol: as lipoproteínas
de baixa densidade (LDL) e as lipoproteínas de alta densidade (HDL).
As LDL são colesterol ruim; as HDL são colesterol bom. Uma análise da
função de cada uma explicará o porquê.
As lipoproteínas de baixa densidade (LDL) são obtidas pela dieta, origi-
nando-se de produtos animais. O organismo não pode usar esse tipo de colesterol pois
está em uma forma indesejada e muitas vezes forma placas nas paredes arteriais.
Independente da quantidade obtida pela dieta, o organismo continua produzindo seu
próprio colesterol natural, que ele pode utilizar.
165
As lipoproteínas de alta densidade (HDL) removem o excesso de colesterol
do sangue e tecidos e é por isso que são consideradas “boas”. Sua função exata
ainda é desconhecida e também não se sabe se atuam em cooperação com outros
elementos do organismo. A pesquisa sobre a função das HDL continua. Sabe-se que
as pessoas com altos níveis de HDL e níveis relativamente baixos de LDL correm
pouco risco de ter doenças cardíacas. Nas pessoas que já tem artérias obstruídas ou
que já sofreram um ataque cardíaco, o aumento nos níveis de HDL e um decréscimo
nos níveis de LDL resultam em uma melhora na obstrução arterial.
Depois que as HDL circularam pela corrente sangüínea e coletaram o excesso
de colesterol, voltam ao fígado, onde muitas vezes - embora não se saiba ainda a fre-
qüência - são convertidas em LDL. Já que as LDL não são desejadas, é imperativo que
cada um de nós perceba a importância da dieta para diminuir os níveis de colesterol.
O azeite puro ajuda a reduzir o colesterol no sangue. Uma dieta rica em
ácidos graxos monoinssaturados que inclua azeite talvez seja a explicação dos níveis
tão baixos de colesterol no sangue de pacientes na Itália e Grécia.
O programa Norte-Americano de Educação sobre o Colesterol estabeleceu
que o nível “seguro” de colesterol no sangue é de 200 mg/dl (mg/dl = miligramas por
decilitro). Isso combina os níveis de HDL e LDL. Um resultado acima de 200 indica
potencial para desenvolver doenças cardíacas. Um nível entre 200 e 239 é o limite e
as pessoas que têm um nível superior a 249 correm grande risco.
O nível de HDL normal em homens adultos nos Estados Unidos é 45-50 e 50-
60 para mulheres. Sugere-se que níveis superiores, como 70 ou 80, protegem contra
doenças cardíacas. Um nível de HDL inferior a 35 é considerado arriscado. Portanto,
se tiver 200 de colesterol e seu nível de HDL for 80 e o de LDL for 120, você corre
pouco risco de desenvolver doenças cardíacas. Com a diminuição do seu nível de
HDL, seu potencial para desenvolver doenças cardíacas aumenta, mesmo que seu
colesterol total esteja em uma faixa segura.
Seria lógico que diminuindo nosso consumo de produtos animais, diminuísse-
mos nossos níveis de colesterol. Há contudo outras fontes que aumentam o colesterol:
açúcar e alcoól aumentam o nível de colesterol natural (produzido pelo corpo). Embo-
ra precisemos dessa substância, não precisamos produzi-la em excesso, e, é isso que
acontece quando consumimos açúcar e alcoól. O stress e ansiedade também re-
sultam na produção excessiva de colesterol natural. Portanto, podemos combater doen-
ças cardíacas ao evitarmos o consumo de produtos animais, açúcar alcoól e stress.

Orientação para uma dieta saudável:

• Coma menos alimentos gordurosos.


• Reduza o consumo de gorduras para apenas 30% do total de calorias
consumidas diariamente.

166
• Substitua a gordura saturada pela insaturada, limitando a gordura saturada
em 8 a 10% do total de calorias diárias.
• Reduza a ingestão de colesterol para 300 mg. diários, no máximo.
• Escolha alimentos ricos em fibras, preferencialmente os carboidratos
complexos
• Evite o consumo de bebidas alcoólicas.

Na hora de escolher alimentos menos gordurosos, faça as seguintes


perguntas:
1- A gordura é o principal ingrediente do produto?
Observe o rótulo dos produtos. Evite aqueles com quantidades elevadas de
gordura saturada e colesterol como ovos, banha animal ou vegetal, queijos, miúdos e
manteiga.

2 - Existe mais de um ingrediente gorduroso no produto?


Ao ler o rótulo, se você perceber que existe uma variedade de ingredientes
muito gordurosos, o produto também será bastante gorduroso.

3 - O tamanho da porção é apropriado?


Quando você for considerar o índice de gordura, certifique-se de que esse
índice é relativo ao tamanho da porção que você irá consumir.

- Lembre-se que o colesterol é encontrado nas carnes e nos produtos


de origem animal.
9 Os alimentos de origem vegetal normalmente não contêm colesterol, a menos
que este tenha sido adicionado durante a preparação (óleo, gorduras, leite,
ovo).
9 A gordura do côco e a de outras palmáceas, embora produtos vegetais, são
fontes de gordura saturada.
9 A carne para o uso na dieta não deve ter gordura entremeada e deve ter a
gordura visível retirada integralmente. Deve se escolher o cozimento no
preparo.
9 Molhos deverão ser evitados, a menos que toda a gordura da carne tenha sido
removida.
9 Produtos de pastelaria fritos em casa, que contenham leite desnatado, clara
de ovo e óleos especiais (de açafroa, girassol e de milho) podem aumentar a
variedade de alimentos permitidos na dieta.
167
Dieta de baixo teor de Colesterol

Carne, Aves, Peixes e Crustáceos


(até 6 porções de 30 gr por dia)

Escolha: Carnes magras, Aves, Peru sem pele, Peixes.


Cuidado: Crustáceos.
Evite: Carne gorda, Ganso, Pato, Fígado, Rins, Salsichas, Linguiças, Bacon,
Lanches rápidos, Hot dog.

Laticínios
(3 ou mais porções por dia)

Escolha: Leite desnatado com 1% de gordura, iogurte desnatado, queijo bran-


co magro, ricota, “cottage”.
Cuidado: Leite tipo B e C, iogurte, queijos rotulados como light ou diet,
creamcheese light e coalhada light.
Evite: Leite integral, produtos que imitem iogurte integral, queijos amarelos
cremosos (prato, provolone, requeijão etc.).

Ovos

Escolha: Claras de ovos e substitutos livres de colesterol.


Cuidado: Gema de ovo (3 a 4 por semana).
Evite: Alimentos que contenham ovos na sua composição.

168
Gorduras e óleos
(aproximadamente 2 colheres de sopa por dia)

Escolha: Milho, oliva, canola, girassol, soja e halvarinas (veja o rótulo).

Cuidado: Nozes, sementes, abacate, azeitonas, óleo de amendoim.


Evite: Gorduras saturadas, manteiga, gorduras de bacon, coco, óleo de palma
e chocolates.

Pães, cereais, massas e leguminosas


(6 ou mais porções)

Escolha: A maioria dos pães, biscoitos de água e sal, cereais quentes e frios,
qualquer cereal integral, lentilha, grão-de-bico, soja, ervilhas secas, feijões, espaguetti,
talharim e batatas cozidas.

Cuidado: Biscoitos recheados, doces confeitados e caseiros, bolos e produtos


prontos.

Evite: Croissant, pães doces, rôscas com frutas, cereais de granola feitos com
óleo saturado, massas com ovos, macarrão e arroz na manteiga e molho branco bran-
co, batatas na manteiga.

Frutas e vegetais
(6 ou mais porções)

Escolha: Frutas ou vegetais frescos ou congelados.

Cuidado: Batatas fritas, amêndoas, castanha do Pará, nozes, avelã.

Evite: Batata frita em gordutra inadequada, abacate, coco, salgadinhos.


169
Diversos
(em quantidades bem limitadas)

Escolha: Picolés de frutas, iogurte gelado com baixo teor calórico (frozen
yogurt), barra de cereais, geléia de baixa caloria, pipoca, suco de frutas.

Cuidado: Sorvetes cremosos, biscoitos recheados e caseiros, tortas prepara-


das com óleos não saturados.

Evite: Doces, chocolates, batatas fritas, tortas e bolos prontos, milk shakes,
bolos, refrigerantes.

170
Dieta especial para o paciente diabético

O diabete é caracterizado por um metabolismo hidrocarbonado desordenado,


devido à deficiência de insulina. Geralmente, o metabolismo das proteínas e das gor-
duras é também afetado, levando à cetose e à acidose.
Faltando insulina, acontece uma série de reações no organismo, porque a glicose
não pode ser transportada do sangue para dentro da célula; sem glicose, as células
não têm fonte de energia, sendo forçadas a usar a proteína do músculo e a gordura do
tecido adiposo (gorduroso), como fontes de energia.
A glicose ficando “presa” no sangue, causa hiperglicemia (aumento da taxa
de açúcar no sangue). Com isso, a pressão osmótica dentro do vaso sangüíneo é
aumentada e “suga” líquidos das células para o sangue, acarretando uma desidrata-
ção celular.
Quando a quantidade de glicose no sangue ultrapassa certo valor (+ ou - 170
mg/dl), a glicose passa para a urina, originando glicosúria (presença de glicose na
urina). Essa glicosúria aumenta a pressão osmótica da urina e impede a reabsorção
tubular de água, levando a desidratação extracelular. Essas modificações fisiológicas
produzem os clássicos sintomas do diabete: poliúria (aumento da quantidade de
urina), polidipsia (muita sede) e polifagia (comer demais).
A perda de peso está associada com o início do diabete juvenil e a obesidade é
um sinal comum de início de diabete no adulto.
Após essas explicações, darei como exemplo a seguir duas dietas: uma de 2000
calorias e outra de 2500 calorias.
Lembre-se: Você já sabe calcular a sua dieta. Para rememorar, vá ao capítulo
específico e calcule a quantidade de calorias que você necessita por dia. Não se
esqueça que, se for para manter o peso, você se orienta no capítulo de manutenção
(cálculo das calorias diárias). Se você achar necessário a perda de peso (faça o seu
I.M.C.) vá ao capítulo referente à perda.
Após saber a quantidade de calorias diárias que vai necessitar, você poderá
usar os exemplos que darei ou então, montar a sua própria dieta com os dados que
fornecerei a seguir.
Vamos lá!
Primeiro de tudo, seguiremos as orientações do Comitê da Associação Ameri-
cana de Diabete e da Associação Americana de Dietética, em cooperação com o
Instituto Nacional de Artrite, Metabolismo e Doenças Digestivas e o Instituto Nacio-
nal do Coração e Pulmão dos E.U.A.

171
Sua dieta deve ter:
50% de hidratos de carbono
30% de gorduras
20% de proteínas

Essa proporção deverá ser dividida em 18 partes:

Desjejum 4 / 18
Lanche da manhã 2 / 18
Almoço 5 / 18
Lanche 1 / 18
Jantar 5 / 18
Lanche 1 / 18

Por exemplo: Se o cálculo do seu gasto diário de calorias deu 2.520, você vai
dividir esse valor por 18 e então teremos:

2.520: 18 = 140.

Ok. Então agora faremos os cálculos da quantidade de calorias para cada re-
feição de acordo com a regra dos 18.

Desjejum 4 / 18 4 x 140 = 560 calorias


Lanche da manhã 2 / 18 2 x 140 = 280 calorias
Almoço 5 / 18 5 x 140 = 700 calorias
Lanche 1 / 18 1 x 140 = 140 calorias
Jantar 5 / 18 5 x 140 = 700 calorias
Lanche 1 / 18 1 x 140 = 140 calorias

Volto a lembrá-lo: não se esqueça das proporções 50, 30 e 20.

Pois bem! Você já sabe quantas calorias vai comer por refeição. Agora vamos
montar a sua dieta ou mais precisamente, o seu planejamento alimentar. Os grupos
que fornecerei abaixo, apresentam seu total de hidratos de carbono, proteínas e gor-
duras para que a proporção esteja de acordo com o planejado.
172
Equivalente LEITE

Leite integral - 1 equivalente = 12 gramas de hidratos de carbono


170 calorias 8 gramas de proteínas
10 gramas de gorduras

Leite de baixo teor de gordura - 1 equivalente = 12 gramas de hidratos carbono


125 calorias 8 gramas de proteínas
5 gramas de gorduras

Leite desengordurado - 1 equivalente = 12 gramas de hidratos de carbono.


80 calorias 8 gramas de proteínas.
traços de gordura.

Leite desengordurado
Leite desengordurado, Iogurte feito com leite desengordurado - 01 xícara.
Leite de baixo teor em gordura (abater 1 equiv. gordura).
Leite com 2% de gordura, Iogurte feito com leite 2% de gordura - 01 xícara.
Leite integral (abater 2 equivalentes gordura).
Leite integral, Iogurte feito com leite integral - 01 xícara.
Nenhum destes produtos contêm açúcar.

Equivalente VEGETAL
01 equivalente vegetal contêm cerca de: 5 gramas de hidratos de carbono
25 calorias 2 gramas de proteínas

01 equivalente vegetal corresponde à ½ xícara dos seguintes vegetais:


Abóbora, Abobrinha, Aspargos, Berinjela, Beterraba, Brócoles, Broto de fei-
jão, Cebola, Cenoura, Chucrute, Couve, Couve-flor, Dente-de-leão, Espinafre, Mos-
tarda, Nabo, Pimentão, Quiabo, Ruibarbo, Suco de vegetal, Tomate, Vagem.

Os vegetais seguintes podem ser consumidos à vontade:


Agrião, Alface, Chicória, Escarola, Pepino, Picles, Rabanete.
173
Equivalente FRUTA

01 equivalente fruta contêm = 10 gramas de hidratos de carbono


40 calorias

Abacaxi e suco de abacaxi (½ xícara), Ameixas e ameixas pretas (2 médias),


Banana (½ pequena), Caqui (01 pequeno), Cerejas (10 grandes), Damasco fresco (2
unidades), Damascos secos (4 metades), Figo fresco ou seco (01 unidades), Grapefruit
(½ unidade), Laranja (1 pequena), Laranja suco (½ xícara), Maçã (01 pequena), Ma-
mão (¾ de xícara), Manga (½ pequena), Melão (02 fatias), Morangos (¼ de xícara),
Nectarina (01 pequena), Passas (02 colheres das de sopa), Pera (01 pequena), Pês-
sego (01 médio), Tâmaras (02 unidades), Tangerina (01 média), Uvas (12 unidades),
Uvas suco (¼ de xícara).

Equivalente PÃO (inclui pães, cereais e vegetais ricos em amido).

01 equivalente pão contêm cerca de = 15 gramas de hidratos de carbono


70 calorias 2 gramas de proteínas

Pães feitos com farinha de trigo branca ou integral (01 fatia), Torradas (04
unidades finas).
Cereais - Arroz cozido, Corn-flakes e massas cozidas (½ xícara) Pipoca sem
gordura (03 xícaras), Farinha de milho, de trigo e maizena (02 colheres das de sopa),
Germe de trigo (¼ de xícara).
Bolachas - Bolachas cream-crackers ou água e sal (02 unidades).
Feijões, ervilhas e lentilhas cozidos (½ xícara).
Vegetais ricos em amido - Aipim, cará, inhame e batata-doce (¼ de xícara),
Batata inglesa (01 média), Milho verde (1/3 de xícara).
Alimentos preparados (contendo gorduras) - Pão de minuto, Pão de milho,
Panqueca, Waffles (01 unidade - Abater 01 equivalente gordura).
Batata frita (08 unidades - Abater 01 equivalente gordura). Batata frita em
pacote (15 unidades - Abater 02 equivalentes gordura).

174
Equivalente CARNE

Carnes “magras”
01 equivalente carne “magra” (30 gramas) contêm:
7 gramas de proteínas
3 gramas de gorduras

Retirar toda a gordura visível. Ao planejar uma dieta pobre em gordura saturada
e colesterol, usar os seguintes equivalentes:

Todos os tipos de carne sem gorduras (frango, porco, peixe etc) e todos os
tipos de queijo dando preferência para os mais brancos - 30 gramas.
Feijões secos e ervilhas: ½ xícara.

Quando usar estes alimentos, omitir 1 equivalente pão.


Carnes com taxa média de gordura

01 equivalente carne “média” contêm: 7 gramas de proteínas


75 calorias 5 gramas de gorduras

Carne de vaca: carne moída, costela, filé mignon, chã-de-dentro, corned beef, ossobuco
- 30 gramas.

Vísceras: fígado, coração e rins - 30 gramas.

Porco: pernil, lombo, costeletas, presunto cozido, bacon, tender - 30 gramas.

Pescados: corvina, cação, barracuda, caviar - 30 gramas.

Carneiro: lombo, costeletas - 30 gramas.

Queijos: Muzzarella, prato, neufchatel, parmesão, requeijão cremoso - 30 gramas.

Ovos de galinha - 01 unidade.

175
Manteiga de amendoim - 2 colheres de sopa.

Carnes “ricas” em gorduras

Um equivalente carne “rica” em gordura contêm: 7 gramas de proteínas


100 calorias 8 gramas de gorduras

Carne de vaca: carne moída (com mais de 20% de gordura) hamburgueres


comerciais, cortes de carne com gordura (peito), contrafilé, lagarto etc.
Frios em fatias (03 fatias), Salsichas (01 pequena ou 03 coquetel).

Vísceras: língua, miolos.


Carneiro: partes gordas.
Porco: lombo, costeletas, presunto gordo, presunto cru e outros.
Vitela: peito.
Aves: galo capão. ganso, pato, galinha gorda, marreco, peru gordo.
Pescados: sardinha, arenque, atum, tainha, anchova (peixes azuis).
Frios em fatias: 01 fatia.
Salsichas: 01 pequena ou 03 de coquetel.
Queijos: edam, roquefort, suiço, parmesão azul, requeijão do norte, cremelino,
catupiry - 30 gramas.

Equivalente GORDURA

01 equivalente de gordura contêm: 5 gramas de gordura


45 calorias
Margarina becel (a), Óleo de milho (a), soja (a), açafrôa (a), girassol (a), algo-
dão (a), oliva (b) - 01 colher das de chá.
176
Azeitonas (b) (05 unidades), Amêndoas (b) (10 unidades), Amendoins (b) (15
unidades).

Nozes e outras frutas secas (b) - 06 pequenas.


Castanha do Pará e de caju (b) - 04 unidades .
Margarina comum, Manteiga, Banha e Maionese - 01 colher das de chá.
Bacon - 01 fatia.
Creme de leite: 02 colheres das de sopa.
Queijo creme: 01 colher das de sopa.
Banha: 1 colher de chá.
Maionese: 1 colher de chá.
a) Os itens que estão acompanhados com esta letra contêm ácidos graxos
poliinsaturados.
b) As gorduras neles contidas contêm principalmente ácidos graxos
monoinsaturados.

Exemplo de dieta de 2.000 calorias

Desjejum Calorias H. de C. Prot. Gord.

01 equivalente fruta 40 10 X X

03 equivalentes pão 210 45 6 X

01 equivalente gordura 45 X X 5

01 equivalente leite 80 12 8 X

01 xícara de café com adoçante

total 375 67 14 5

177
Lanche matinal Calorias H. de C. Prot. Gord.

02 equivalentes vegetal 50 10 4 X

02 equivalentes pão 140 30 4 X

total 190 40 8 X

Almoço Calorias H. de C. Prot. Gord.

04 equivalentes carne 220 X 28 12

03 equivalentes pão 210 45 6 X

01 equivalente vegetal 25 5 2 X

Vegetais permitidos à vontade

01 equivalente fruta 40 10 X X

02 equivalentes gordura 90 X X 10

total 585 60 36 22

Jantar Calorias H. de C. Prot. Gord.


04 equivalentes carne 220 X 28 12

03 equivalentes pão 210 45 6 X

01 equivalente vegetal 25 5 2 X

Vegetais permitidos (à vontade)

01 equivalente fruta 40 10 X X

02 equivalentes gordura 90 X X 10

total 585 60 36 22

178
Ceia Calorias H. de C. Prot. Gord.
01 equivalente leite 80 12 8 X
02 equivalentes pão 140 30 4 X
01 equivalente gordura 45 X X 5
total 265 42 12 5

Na dieta anterior de 2.000 calorias temos:


Hidratos de carbono = 269 gramas ⇒ 1076 calorias
Proteínas = 106 gramas ⇒ 436 calorias
Gorduras = 54 gramas ⇒ 486 calorias

Exemplo de dieta de 2.500 calorias

Desjejum Calorias H. de C. Prot. Gord.


01 equivalente fruta 40 10 X X
04 equivalentes pão 280 60 8 X
03 equivalentes gordura 135 X X 15
02 equivalentes leite 160 24 16 X
01 xícara de café com adoçante X X X X
total 615 94 24 15

Lanche matinal Calorias H. de C. Prot. Gord.


02 equivalentes vegetal 50 10 4 X
01 equivalente fruta 40 10 X X
01 equivalente gordura 45 X X 5
02 equivalentes pão 140 30 4 X
total 275 50 8 5

179
Almoço Calorias H. de C. Prot. Gord.
04 equivalentes carne 220 X 28 12
04 equivalentes pão 280 60 8 X
02 equivalentes vegetal 50 10 4 X
Vegetais permitidos à vontade
01 equivalente fruta 40 10 X X
03 equivalentes gordura 135 X X 15
total 725 80 40 27

Jantar Calorias H. de C. Prot. Gord.


04 equivalentes carne 220 X 28 12
03 equivalentes pão 210 45 6 X
01 equivalente vegetal 25 5 2 X
Vegetais permitidos à vontade
01 equivalente fruta 40 10 X X
03 equivalentes gordura 135 X X 15
total 630 60 36 27

Ceia Calorias H. de C. Prot. Gord.


01 equivalente leite 80 12 8 X
02 equivalentes pão 140 30 4 X
01 equivalente gordura 45 X X 5
total 265 42 12 5

Na dieta anterior de 2.500 calorias temos:


Hidratos de carbono = 326 gramas ⇒ 1304 calorias
Proteínas = 120 gramas ⇒ 480 calorias
Gorduras = 79 gramas ⇒ 711 calorias
180
Pacientes diabéticos e atividade física
Considerando que o diabetes esteja bem controlado (isto é, que exista bom
controle dos níveis de glicose sangüínea), pacientes diabéticos podem fazer a maioria
das coisas que as outras pessoas fazem. Pacientes podem ser encorajados para a
prática de exercícios, já que isto é uma parte essencial do tratamento do diabetes tipo
2.Os benefícios são físicos (melhora da saúde de uma forma geral, possível controle
da glicemia) e psicológicos (melhora do humor e satisfação geral com a vida).

Esportes permitidos para os pacientes diabéticos


Há um consenso geral de que os diabéticos não devam participar de atividades
nas quias a hipoglicemia pode colocar em perigo sua vida, inclusive a dos espectado-
res, por exemplo: mergulho submarino, corrida de moto, paraquedismo etc ).

Os pacientes diabéticos devem:


• Evitar atividades que os façam prender a respiração por muito tempo (isto
aumenta a pressão arterial).
• Usar calçados confortáveis para proteger os pés de qualquer dano ou injúria.
• Nunca ir nadar sozinhos, e ter sempre uma fonte de açúcar com eles. (um
chocolate por exemplo).
• Não participar de montanhismo sozinhos, ou sem cordas.
• Evitar hipotermia.
Se eles praticam esportes de grupo, avisar sempre ao treinador e colegas de
equipe, que são diabéticos, e explicar o que fazer se apresentarem hipoglicemia.
Antes de praticar qualquer exercício, os pacientes devem ser capazes de man-
ter o controle da glicemia e evitar episódios de hipoglicemia. Deve antes consultar o
médico.

Em geral, pacientes precisarão de:


• Comer uma quantidade maior de carbohidratos com alto teor de fibras, al-
gumas horas antes dos exercícios para ter um suplimento de reserva de
glicose (exceto durante dietas para redução de peso).
• Consumir alguns tipos de glicose de rápida absorção (por exemplo, chocola-
te, doces ou bebida doce) imediatamente antes e durante o exercício.
• Levar sempre consigo alguma forma de açúcar de ação rápida para uso,
caso suspeitem de hipoglicemia.
181
• Beber muito líquido para evitar desidratação.
• Consumir carbohidratos adicionais algumas horas após o exercício.

Medicamentos e o controle da glicemia


Com exercícios regulares, os músculos se tornam mais sensíveis à insulina. Os
pacientes, com isso, precisarão de menos comprimidos, ou menos insulina para con-
trolar a glicemia.
Quando os pacientes começam um novo esporte, eles precisarão determinar
qual a necessidade de comprimidos e alimentação, e o que deverá ser mudado. Eles
devem monitorar a glicose antes e após o exercício, e em intervalos após, até que os
novos padrões se tornem claros.

Planejamento antes de viagens


Os pacientes devem consultar o médico com antecedência para obter:

• Prescrições para náusea / diarréia.


• Orientações para ajustar a necessidade de comprimidos / insulina para uso
com diferentes fusos horários, no caso de vôos mais longos.
• Prescrições extras dos medicamentos em uso, ou insulina.
• Para os usuários de insulina, uma carta explicando porque eles precisam de
seringas e equipamentos de exames de sangue (do contrário, agentes de
fronteiras podem suspeitar que são usuários de drogas).
• Vacinados 2 a 3 meses antes para que qualquer reação seja monitorada
antes da partida.

182
Parte 5

Calorias
dos diversos
alimentos
+
GUIA DE
“FAST FOOD”

183
184
GUIA DE FAST FOOD

Burger King
DESCRIÇÃO

CALORIA PROT. HID CARB. GORD.


Hamburgeres
Gigante 640 27 45 39
Gigante com queijo 730 33 46 46
Gigante duplo 870 46 45 56
Gigante duplo com queijo 960 52 46 63
Hamburger 330 20 28 15
Cheeseburguer 380 23 28 19
Cheeseburguer duplo 600 41 28 36
Cheeseburguer duplo c/ queijo 640 44 28 39

Sanduiches c/ acompanhamentos
CALORIA PROT. HID CARB. GORD.
Big sand. de peixe Bk. 700 26 56 41
Sanduiche gal.grelhada Bk. 550 30 41 29
Sanduiche de galinha 710 26 54 43
Tenders de gal. - 8 pedaços 310 21 19 17
Salada de galinha grelhada 200 21 7 10
Salada verde 100 6 7 5
Salada mista 60 3 4 3
Batatas fritas (média) 370 5 43 20
Batatas fritas rech. (média) 340 0 43 17
Rodelas de cebola frita 310 4 41 14
Torta de maça holandesa 300 3 39 15

185
BEBIDAS
CALORIA PROT. HID CARB. GORD.
Milk shake de baunilha 300 9 53 6
Milk shake de chocolate 320 9 54 7
Milk shake de morango 420 9 83 6

CAFÉ DA MANHÃ
CALORIA PROT. HID CARB. GORD.

Croissant c/ salds., ov. e queijo 600 22 25 46


Biscuit com salsicha 590 16 41 40
Biscuit c/bacon, ovos e queijo 510 19 39 31
Torradas 500 4 60 27

McDonald’s
SANDUICHES, BATATAS & GALINHA
CALORIA PROT. HID CARB. GORD.
Hamburguer 270 12 34 10
Cheeseburguer 320 15 35 14
Quarteirão 430 23 37 21
Quarteirão com queijo 530 28 38 30
Big Mac 530 25 47 28
Arch Deluxe 570 29 43 31
Arche Deluxe com bacon 610 33 43 34
Galinha crocante Deluxe 530 27 47 26
Filé de peixe Deluxe 510 24 59 50
Batatas fritas (pequeno) 210 3 26 10
Batatas fritas (grande) 450 6 57 22
Batatas fritas (super) 540 8 68 26
Chicken McNuggets (4 ped.) 190 12 10 11
Chicken McNuggets (6 ped.) 290 18 15 17
Chicken McNuggets (9 ped.) 430 27 23 26
186
Café da Manhã e Saladas
CALORIA PROT. HID CARB. GORD.

Egg Mcmuffin (c/ovo) 290 17 27 12


Sausage Memuffin (c/salsicha) 360 13 26 23
Sausage Memuffin c/ovo 440 19 27 28
Muffin inglês 140 4 25 2
Sausage biscuit 430 10 32 29
Sausage biscuit com ovo 510 16 33 35
Bacon, ovos e biscuit de queijo 440 17 33 26
Biscuit 260 4 32 13
Salsicha 170 6 0 16
Ovos mexidos (2) 160 13 1 11
Panquecas (puras) 310 9 53 17
Panquecas (marg.+ calda) 580 9 100 16
Burrito 320 13 23 20
Muffin de farelo de maçã 300 6 61 3
Danish de maçã 360 5 51 16
Danish de queijo 410 7 47 22
Pãozinho de canela 400 7 47 20
Salada verde 35 2 7 0
Salada de galinha grelhada 110 21 5 1

Sobremesas / Lanches
CALORIA PROT. HID CARB. GORD.
Sorv. de casq. de baun. l.f. 120 4 23 5
Sundae de morango l.f. 240 6 5 11
Sundae c/ calda de caram.l.f 300 7 62 3
Sundae c/ calda de choc. 290 8 53 5
Castanhas (sundae) 40 2 2 3,5
Torta de maçã assada 260 3 34 13
Cookie c/ pedaços de choc. 170 2 22 10
McDonaldland cookies 180 3 32 5
Milk-Shake baunilha l.f. peq. 340 12 62 5
Milk Shake de mor. l.f. peq. 340 12 61 5
187
Pizza Hut
01 fatia média
CALORIA PROT. HID CARB. GORD.
Queijo
Massa fina e crocante 205 11 21 8
Massa feita à mão 235 13 29 7
Massa grossa 261 12 28 11

Carne
Massa fina e crocante 229 13 21 11
Massa feita à mão 260 15 29 9
Massa grossa 286 14 28 9

Presunto
Massa fina e crocante 184 10 21 7
Massa feita à mão 213 12 29 5
Massa grossa 239 11 28 9

Pepperoni
Massa fina e crocante 215 11 21 10
Massa feita à mão 238 12 29 8
Massa grossa 265 11 28 12

Salsicha italiana
Massa fina e crocante 236 11 21 12
Massa feita à mão 267 13 29 11
Massa grossa 293 12 27 15

188
Com carne de porco
Massa fina e crocante 237 12 21 12
Massa feita à mão 268 14 29 10
Massa grossa 294 13 28 18

Meat Lover’s
Massa fina e crocante 288 15 21 13
Massa feita à mão 314 17 29 6
Massa grossa 340 16 28 18

Veggie Lover’s
Massa fina e crocante 186 9 22 7
Massa feita à mão 216 11 30 6
Massa grossa 243 10 29 10

Pepperoni Lover’s
Massa fina e crocante 289 15 22 16
Massa feita à mão 306 16 30 14
Massa grossa 332 15 28 17

Supreme
Massa fina e crocante 257 14 21 13
Massa feita à mão 284 16 30 12
Massa grossa 311 15 28 17

Super Supreme
Massa fina e crocante 270 14 22 14
Massa feita à mão 296 16 30 13
Massa grossa 323 15 28 17
189
China in box
Prato Medida Calorias
Camarão ao molho apimentado 990 gr 1.190
Camarão empanado 120 gr 350
Carne ao molho curry 740 gr 1.065
Carne apimentada com tofu 925 gr 1.850
Carne com brócolis 860 gr 1.105
Carne com cebola 825 gr 1.015
Carne com legumes 1.030 gr 1.090
Carne com moyashi 825 gr 1.205
Chop suey 740 gr 1.290
Frango à passarinho 340 gr 1.435
Frango ao molho agridoce 750 gr 1.000
Frango ao molho de gengibre 630 gr 1.225
Frango com legumes 820 gr 865
Frango empanado 600 gr 1.095
Frango xadrez 800 gr 1.310
Frutas caramelizadas 270 gr 120
Lombo agridoce 915 gr 1.690
Lombo com missô 825 gr 1.375
Lombo empanado 450 gr 1.490
Lombo frito 455 gr 2.430
Lombo xadrez 850 gr 1.435
Rolinho primavera = 01 unidade 60 gr 95
Salada china in box 370 gr 450
Yakimeshi 750 gr 785
Yakissoba 810 gr 1.220
190
Baked Potato (valor por unidade)
Prato Calorias
Batata inglêsa c/ manteiga 730
Batata inglêsa c/ bacon 522
Batata inglêsa c/ camembert 623
Batata ingl. c/ champignon 523
Batata inglêsa c/ frango 706
Batata ingl. c/ gorgonzola 724
Batata inglêsa c/ provolone 624
Batata inglêsa c/ requeijão 721
Batata inglêsa c/ strogonoff 673
Pão de batata pizza 234
Pão de batata queijo 234
Pão de batata requeijão 245

Casa do pão de queijo


Prato Calorias
Folhado doce, banana 159
Folhado doce, maçã 197
Folhado salg., espinafre e ric./ 323
Folhado salg., frango 325
Folhado salg., peru ou presunto 375
Pão de queijo 164
Pão de queijo recheado, médio 195

Molhos & Temperos


Molho Medida Calorias
Catchup 01 colher de sopa 36 calorias
Maionese 01 colher de sopa rasa 144 calorias
Molho à bolonhesa 03 colheres de sopa 180 calorias
Molho branco 02 colhees de sopa 180 calorias
Molho de soja 04 colheres de sopa 90 calorias

191
Bebidas
Medida Calorias
Água de coco 01 copo 36 calorias
Batidas 1/2 copo 250 calorias
Caldo de cana 01 copo 160 calorias
Caninha 01 dose (50 ml) 145 calorias
Cerveja ou chopp 01 copo 85 calorias
Gatorade 01 copo 50 calorias
Licor 01 cálice 85 calorias
Refrigerante 01 copo 80 calorias
Sakê 1/2 copo 145calorias
Suco de laranja 03 laranjas 120 calorias
Suco de tomate 01 copo 55 calorias
Vinho ou Vermute 01 copo 180 calorias
Whisky, Gin, Vodka 01 dose (50 ml) 145 calorias

Lanches
Americano 01 unidade 540 calorias
Batata frita grande 01 unidade 400 calorias
Batata frita pequena 01 unidade 290 calorias
Bauru 01 unidade 325 calorias
Beirute sem maionese 01 unidade 500 calorias
Big Mac 01 unidade 560 calorias
Cheeseburguer 01 unidade 315 calorias
Chicken Mc Nuggets 06 pedaços 270 calorias
Mc chicken 01 unidade 495 calorias
Sanduiche de presunto 01 unidade 220 calorias
Sanduiche de peito de peru 01 unidade 220 calorias
Sanduiche de queijo quente 01 unidade 340 calorias
sanduiche de rosbife 01 unidade 353 calorias

192
Outros alimentos - Quantidades e calorias
Alimento Quantidade Calorias
Amendoim torrado com sal 50 gramas 300
Batatas chips 80 gramas 234
Bife à parmegiana 01 porção 486
Biscoito de polvilho 50 gramas 216
Camarão com catupiry 02 colheres de sopa 180
Castanha de caju torrada 50 gramas 300
Castanha-do-Pará 50 gramas 340
Caviar 04 colheres de sopa 235
Croissant 01 unidade pequena 180
Croquete, quibe, esfiha. 01 unidade pequena 145
Empadinha, coxinha, pastel 01 unidade pequena 145
Feijoada 02 colheres de sopa 90
Fondue de queijo 1/2 xícara de chá 270
Homos 01 colher de sopa 110
Kafta 01 espetinho 215
Lazanha 01 fatia média 600
Nozes 50 gramas 340
Pamonha 1/2 pamonha 250
Panqueca com molho tomate 01 unidade 250
Patê de berinjela 01 colher de chá 35
Patê de fígado 01 colher de chá 55
Patê de galinha 01 colher de chá 35
Pinhão cozido 100 gramas 305
Pipoca 01 caneca 235
Pistache 01 xícara de café 325
Pizza 01 pedaço 250
Salada de batata 100 gramas 235
Sashimi 110 gramas 90

193
Semente de abóbora 50 gramas 280
Strogonoff 02 colheres de sopa 200
Sufle de legumes,queijo 01 porção 180
Sushi 01 unidade 55
Tabule c/ azeite 03 colheres de sopa 70
Torresmo 01 colher de sopa 110
Torta salgada 01 pedaço 180
Vatapá 01 porção 125

194
Parte 6

Dietas
Especiais

195
196
Uma dieta para cada personalidade
Emagrecer com inteligência significa, entre outras coisas, seguir uma dieta fei-
ta sob medida, que se adapte a nosso físico, nosso metabolismo, nosso modo de vida e
nossas preferência na hora de comer. Em síntese, a dieta ideal é a que se adpta a
nosso estilo de vida. Responda este teste e eleja sua dieta justa.
Para emagrecer existe um novo conceito desenvolvido pelos cientistas da Uni-
versidade de Cleveland: a biopersonalidade.
Nossa identidade personal esta conformada por detalhes particulares que nos
definem em diversas áreas: a emocional, a racional....... e também a gastronômica.
Nenhuma característica personal deve ser excluída no momento de eleger um plano
de emagrecimento. Para eleger um plano de emagrecimento, tanto são importantes
nossas preferências à mesa, como a forma em que fazemos amor ou limpamos a
casa, ou seja, a maneira em que realizamos o nosso gasto energético.
Nosso peso é o resultado não somente do que ingerimos mas também, de mui-
tíssimos fatores da vida cotidiana que jamais levamos em conta. Todos eles formam
nossa biopersonalidade. Emagrecer com inteligência significa descobrí-los.

1 - Se foi convidado (a) para um jantar romântico à luz de velas, você elegeria:
a - Um bom prato de massa italiana, o melhor afrodisíaco
b - Uma generosa porção de frango ao creme e sorvete de sobremesa
c - Um bife grande, tendo presunto com salada russa de entrada
d - Aspargos gratinados e salada de frutas como sobremesa
e - Risoto e arroz doce de sobremesa
f - Somente peixe ou presunto. Não gosto de fazer misturas
g - Por que não escolhemos entre nós e dividimos? Aí cada um prova o prato do
outro
h - Nada de massas, nem pão
i - Comi demais no almoço por isso, comerei algo leve para não exceder a
quantidade de calorias no dia de hoje
j - Como entrada ovos recheados e como sobremesa doce de goiaba com queijo
197
2 - O melhor lugar para fazer amor é para você....
a - Um quarto de hotel bem luxuoso, com frigobar e outros
b - Um lugar no campo, ao ar livre
c - Qualquer lugar se tenho vontade
d - Um lugar sem poluição ambiental, onde me sinto bem ao respirar
e - Hoje aqui, amanhã lá. Não tenho lugar fixo. Gosto de experimentar todos
f - Um trem ou num camarote de um barco
g - Um lugar onde ninguém nos descubra
h - Na praia

3 - Depois de fazer amor o melhor é.....


a - Tomar uma ducha e sair para comer
b - Comer algo doce
c - Cair na cama e dormir até o dia seguinte
d - Respirar pausadamente, espreguiçar-se e conversar com você mesmo
e - Tomar um banho de imersão com óleos aromáticos
f - Ler um jornal, assistir um bom filme, quem sabe, sair e caminhar um pouco
g - Tomar um whisky
h - Fumar um cigarro
i - Tomar uma ducha para espantar a preguiça
j - Tomar um licor doce

4 - A atividade física que você mais gosta é:


a - Correr
b - Exercícios em academia
c - Caminhar vendo vitrines
d - Fazer amor
e - Alongamentos
f - Jogar tênis
g - Levantar cedo e sair para respirar ar fresco
h - Nenhuma
i - Depende da hora e do estado de ânimo
j - Andar de bicicleta

198
5 - Sua relacão com a temperatura ambiente é:
a - Péssima, sempre tenho frio
b - Terrível, sempre tenho calor. O que mais gosto no verão é estar ao lado do
ar condicionado
c - Só tenho frio porém, quando ando ou me agito um pouco começo a ter calor
d - Muito frio no inverno. Muito calor no verão. Nunca estou de “acordo”
e - Sou indiferente à temperatura. Não sofro demasiado frio nem calor
f - Só tenho frio porém não me desagrada. Uso casacos leves porque não
aguento roupa pesada. Me sinto bem no inverno ainda que tenha frio
g - Detesto o verão porque me incham os pés. Detesto o inverno porque me
resfrio muito
h - Sou feliz na neve. Viveria em um lugar com inverno bastante cruel
i - Não me importa a temperatura contanto que faça sol. Não suporto dias
cinzas
j - Os dias ensolarados me melhoram o ânimo. Sempre busco o sol

6 - Seus períodos menstruais são:


a - Abundantes e regulares
b - Irregulares
c - Muito dolorosos
d - Muito longos. Duram quase sete dias
e - Normais
f - Terríveis, principalmente pelos sintomas pré-menstruais
g - Maus pois me saem espinhas no rosto
h - Me incomodam porque me doem muito as coxas e a cintura
i - Quase não os sinto. Sou um desastre. Me esqueço de marcar os dias, não
dou importância a essas coisas
j - Foram muito irregulares na minha adolescência mas agora estão melhor

7 - Como dorme?
a - Muito bem, o único problema é ter que me levantar. Se pudesse, seguiria
dormindo
b - Muito mal, tenho pesadelos
c - Sofro de insônia quando estou preocupada
d - Demora para pegar no sono
e - Durmo muito bem até as quatro da manhã e depois, me desperto
f - Acordo muito cedo, porém com a sensação de ter descansado bem

199
g - Mal, acordo esgotado (a)
h - Tenho sono muito pesado, não escuto nada
i - Acordo até com o vôo de uma mosca
j - Durmo bem porém não preciso despertador. Me desperto pontualmente
todos os dias a mesma hora

8 - Como são seus sonhos?


a - Tranqüilos
b - Jamais os recordo
c - Só recordo os que me causam angústia
d - Recorrentes, tenho um sonho que se repete sempre
e - Sem “pé nem cabeça”
f - Pesadelos
g - Só recordo fragmentos. Não tem cores brilhantes
h - Muito variados. Às vezes me dou conta de que tem um significado
i - Depende do que comi antes de dormir
j - Sonhos com cores muito intensas

10 - Sua pele é:
a - Muito fina com tendência à vermelhidão
b - Mista: oleosa no nariz, na testa e no queixo e seca nas bochechas
c - Seca e opaca
d - Oleosa e com poros dilatados
e - Muito sensível. Não tolera qualquer tipo de maquiagem
f - Com tendência a ter acne ou outro tipo de infecção
g - Normal
h - Resistente
i - Muito seca
j - Oleosa

11 - Seu momento de maior lucidez no dia é:


a - De manhã
b - Quando tem fome
c - À noite
e - Após ter comido bem
f - Às primeiras horas da tarde, quando está fazendo digestão

200
f - Mais ou menos às 6: 00 horas da tarde quando está para terminar o dia de
trabalho
g - Depois de ter praticado alguma atividade física
h - Quando acorda
i - Depois que sai do banho
j - Antes de dormir

12 - Os odores que mais lhe agradam são:


a - Os de comida caseira
b - Os bons perfumes franceses
c - Os perfumes doces
d - Os perfumes pesados com sabor de madeira ou especiarias
e - Os perfumes cítricos
f - Os que recordam coisas de infância
g - Os que dão sensação de frescor como a menta
h - Os que dão sensação de limpeza como as lavandas
i - Os que estão relacionados com alguma atividade doméstica, como por exem-
plo, o odor de cêra
j - Cheiro de tinta de parede

13 - Os odores que mais desagradam ou que lhe dão dor de cabeça:


a - Odor de pintura
b - Ovo estragado
c - Odor de naftalina
d - Odor de cêra de chão
e - Cheiro de hospital
f - Odor de umidade
g - Odor de coisa velha que sai dos livros empoeirados
h - Odor de lugar fechado
i - Odor de carne na churrasqueira
j - Cheiro de queimado

14 - Que relação você tem com seu corpo?


a - Muito boa, somos grandes amigos
b - O ignoro. O trato como se fora um corpo alheio
c - Péssima. Não gosto de nada
d - Trato de cuidá-lo para conservá-lo
e - Estou comendo demais e fazendo pouca atividade física
201
f - Eu o submeto a todo tipo de dieta que encontro pois não quero engordá-lo
g - Sinto que estou preso dentro dele
h - Tenho um mal relacionamento com ele. Sempre me dói e estou sempre
contraída
i - Duvido que eu tenha um corpo
j - Não me olho no espelho porque o detesto

15 - Suas unhas são:


a - Fortes
b - Quebradiças
c - Só se vê a meia lua esbranquiçada da base da unha. O resto é transparente
d - Crescem para baixo
e - Com muita cutícula
f - Com manchinhas brancas
g - Tortas
h - Largas
i - Sua cutícula está sempre avermelhada
j - Eu as como quando fico nervosa

16 - Sua sensibilidade é:
a - Extrema. Choro por qualquer coisa
b - Seletiva. Alguns problemas me fazem sofrer outros me deixam indiferente
c - Explosiva. Me irrito com facilidade e subo o tom de minha voz
d - Delicada. Se lhe dão uma notícia muito forte é capaz de desmaiar
e - Caprichosa
f - Imprevisível. Nunca se sabe como vai reagir
g - Silenciosa. Sempre se guarda e não diz o que pensa
h - Autoagressiva. Não exterioriza os sentimentos e acaba ficando doente
i - Reflexiva. Sabe quais são as coisas que lhe fazem mal e trata de evitá-las
j - Não sabe. Não pensa a respeito desta tema

Resultados:
Anote ao lado de cada pergunta deste teste a resposta escolhida. Some as
quantidades de respostas e veja qual o item que apareceu mais vezes nas suas respos-
tas e então veja qual a dieta que corresponde a você de acordo com sua personalidade.
A seguir daremos os tipos de dietas e mais a frente encontrará a mesma em detalhes.
202
Maioria de A - Dieta mediterrânea rica em hidratos de carbono.
Você é uma pessoa biológicamente forte. Seu metabolismo é acelerado porém,
por alguma razão nos ultimos tempos, modificou seu funcionamento e agora tem ten-
dência ao sobrepeso. Precisa uma dieta que o desperte de sua letargia e o (a) ponha
novamente em um ponto ótimo. A comida mediterrânea é ideal para você: massas,
azeitonas, bom azeite de oliva e tomates são os alimentos que seu organismo precisa
porém, deve aprender a dosificá-los e combiná-los em seu benefício, para perder
peso. Seu temperamento é sangüíneo. Sua biopersonalidade precisa muito “combus-
tível”. Emagrecer com inteligência significará para você se adaptar à dieta medi-
terrânea ou dos hidratos de carbono. Com esta dieta perderá peso de maneira
lenta, porém progressiva e não voltará a engordar.

Maioria de B - Dieta francesa rica em gorduras.


Seu metabolismo não responde adequadamente à dietas “standars”. Às ve-
zes emagrece vários quilos e, logo volta a engordar. Continuamente começa e inter-
rompe dietas. Isto o (a) desanima e acaba por abandoná-la totalmente. Seu metabolis-
mo é muito lento, porém sempre pede mais combustível. Por isso, acontece um
desequilíbrio entre o que se consome e o que se gasta e ocorre sobrepeso. Uma dieta
para sua personalidade tem de ser variada e não pode sentir que está em “dieta
rigorosa”. O prazer deve ser sua principal meta. Nenhum plano alimentar terá exito
se não for regido por esses mandamentos. Não se esforce demais exigindo o que não
pode cumprir. Emagrecer com inteligência significa para você adotar a dieta francesa
ou seja, rica em gorduras. Desta forma obterá melhores resultados. Porém, deverá
ter paciência para esperar que seu organismo seja capaz de voltar a se equilibrar.

Maioria de C - Dieta das proteínas.


As proteínas são excelentes para reparar os tecidos do organismo, porém um
excesso delas pode sobrecarregar os rins e produzir retenção de ácido úrico.Emagrecer
com inteligência para você consistirá em adotar a dieta das proteínas. Para evitar o
excesso de ácido úrico será conveniente que se substitua as carnes vermelhas por
frango e peixes em abundância. Esta dieta acelerará seu metabolismo e lhe permitirá
perder vários quilos, porém não deve fazê-la de forma rígida por mais de uma sema-
na. Quando for fazê-la, deverá seguir por uma semana e depois, alterná-la com algu-
ma dieta hipocalórica (ver páginas 109 e 110 - dietas de 1.200 e 1.500 calorias).

Maioria de D - Dieta verde.


Os alimentos mais convenientes à sua biopersonalidade são os vegetais. Ema-
grecer com inteligência consistirá para você, adotar uma dieta que os contenha em
203
abundância. Opte por um plano alimentar vegetariano, porém alterne-o com uma dieta
proteica uma semana por mês. Desta forma compensará o deficit proteico que poderá
ocorrer por comer quase que exclusivamente vegetais. É provavel que além de sobrepeso
você também tenha algum tipo de intoxicação. As verduras e as frutas o (a) permitirão
fazer uma boa desintoxicação. Para eliminar toxinas com maior facilidade, beba bastan-
te água. Três litros de água é o ideal para aumentar convenientemente a diurese, elimi-
nar o ácido úrico e desinchar as zonas mais susceptíveis quando obeso.

Maioria de E - Dieta sushi.


Você precisa restabelecer o mecanismo perdido do seu organismo, é dizer,
voltar a encontrar o equilíbrio do yin e yang. Deve ingerir os cereais em quantidades
consideráveis que o ajudarão no geral e também a perder o peso que necessita. Ema-
grecer com inteligência significará para você, adaptar uma dieta do tipo macrobiótico.
Coma a dieta sushi, que lhe proporciona exatamente o que seu corpo necessita. Para
não ter deficiências de proteínas, alterne o plano alimentar macrobiótico com a dieta
das proteínas.

Maioria de F - Dieta dissociada.


Provavelmente seu excesso de peso não se deva a um abuso de calorias e sim,
a uma inadequada mistura dos alimentos. Para você, emagrecer com inteligência
significará adotar uma dieta dissociada com uma combinação alimentar muito restrita.
“Nem tudo pode se misturar com tudo”. Se não seguir esse conselho, terá dificul-
dade para emagrecer. Deverá ser muito rigoroso no começo, para que possa perder
alguns quilos. Logo, poderá começar a fazer combinações mais livres, ao menos uma
vez por semana até perder os quilos que faltam.

Maioria de G - Dieta Rosemary - Consley.


A maior vantagem desta dieta é que permite muitas liberdades, como por exem-
plo, saltá-la um dia e retomá-la em forma mais restrita no dia seguinte. Exige em troca
muito auto-contrôle e responsabilidade uma vez que na hora de preparar seu menu
você terá uma grande variedade de opções a sua disposição.

Maioria de H - Dieta Scardale.


Esta dieta se adapta a sua biopersonalidade e a seu perfil de costumes. Com
ela poderá ingerir proteínas porém, também uma proporção de gorduras, o que o
deixará satisfeito (a) e não sofrerá o problema comum dos regimes hipocalóricos de
“beliscar” fora de hora.

204
Maioria de I - Dieta das calorias.
Você é uma pessoa responsável e sistemática. Deve ter em conta que não é
bom comer só um alimento, ainda que se complete adequadamente o requerimento
diário de calorias. Se você ingere diariamente 1.200 calorias de um alimento como
chocolate, se privará de nutrientes que são essenciais para o corpo, e a perda de peso
se realizará a custa da harmonia e da saúde.

Maioria de J - Dieta de Warren - Dale.


Esta dieta está baseada na ingestão de fibras - pelo menos 50 gramas diá-
rias - e permite entre uns 15 a 20% de gorduras. Para você será uma atitude inteli-
gente elege-la sempre que a utilize para perder somente os primeiros quilos. Logo
deverá passar a uma dieta mais ampla até chegar ao peso que lhe corresponde.

Um plano alimentar para cada personalidade

18 dietas - A medida para emagrecer e não voltar a engordar.

Se você respondeu o teste do capítulo anterior, já sabe qual a sua personalidade


biológica e, como conseqüência, qual a dieta que corresponde. Siga passo a passo as
indicações e comece hoje mesmo a emagrecer com inteligência.
O conceito de biopersonalidade está revolucionando a forma de fazer dieta.
Hoje se sabe que emagrecer significa seguir um plano alimentar personalizado, que
respeite todas as características típicas e as preferências culinárias. Nestas páginas
encontrará sua dieta sob medida. Em alguns casos, encontrará mais de uma dieta no
mesmo item. Portanto, pode eleger qualquer uma delas. Se nas respostas houve em-
pate, também pode optar por qualquer uma das escolhidas.

1 - Dietas Mediterrâneas

Estão integradas da seguinte forma:

- 85 a 90% de hidratos de carbono


- 10 a 15% de gorduras e proteínas
205
a - Dieta de batata

Café da manhã Café ou chá sem açúcar


Pão integral com margarina de baixas calorias
Queijo branco
Mel ou marmelada dietética

Almoço Batatas com ovo cozido e espinafre


Batatas com margarina baixas calorias ou
batatas assadas com uma fatia de presunto magro
100 gramas de fígado ou filé de peixe com vegetal cozido

Jantar Salada de batatas com ovos cozidos


Batatas assadas com queijo branco

Bebidas Suco de frutas frescas


Suco de tomates
Água mineral
Meio copo de vinho

Observação: A batata contêm hidratos de carbono complexos em forma de


amidos e fibras. É um dos alimentos mais nutritivos porque é muito rica em minerais,
proteínas, vitaminas B e C.
A reação metabólica que produz é a de desintegrar o glicogênio e provocar a
perda de gordura e água.
Nunca se deve consumir as batatas fritas.

b - Dieta de arroz integral

Café da manhã Café ou chá sem açúcar


Arroz com leite
ou
Marmelada dietética com um pouco de mel
206
Almoço ¼ de frango com arroz
Arroz com verduras
ou
Filé de peixe com arroz
Flan de arroz com uma fruta da época

Jantar Filé de peixe com arroz


Arroz com leite e uma fruta da época

Bebidas Água mineral


Suco de frutas
Meia taça de vinho
ou
Meio copo de cerveja

Observação: O arroz integral é superior nutricionalmente ao arroz branco


porque as proteínas, vitaminas e minerais se concentram no germe e na casca do grão
e também possui grande quantidade de fibras.
Igual a dieta das batatas, a reação metabólica que produzem é a desintegração
do glicogênio, com a consequente perda de gordura e água.

c - Dieta de fibras do Dr. Haas

Café da manhã Muesli de cereais com frutas


Café ou chá com adoçante

Almoço Frango grelhado com salada.


Batatas com hortaliças e uma porção de arroz
Jantar Filé de peixe com batatas assadas
ou
Purê de batatas com 1 fatia de presunto e 1 ovo
01 fatia de pão integral

Bebidas Suco de frutas frescas


Suco de tomates, suco de verduras
Meio copo de vinho misturado com água mineral

207
Observação: Esta dieta está especialmente indicada para as pessoas que que-
rem emagrecer fazendo muita atividade física.
As reações metabólicas que produz consiste em produzir um deficit de glicose,
o que o organismo compensa mobilizando as reservas de gorduras acumuladas.

d - Dieta de fibras do Dr. Liberman

Café da manhã Muesli de cereais com frutas


Café ou chá com adoçante

Almoço Frango cozido com arroz integral


Suflê de verduras com uma porção de massa integral ou
01 bife de boi com salada

Jantar Carne assada.


01 rabanada de pão integral

Bebidas Água mineral, suco de frutas frescas

Observação: Esta dieta se baseia na ingestão de 50 gr diárias de fibras e


permite uma porção de gordura.
Esta dieta deve ser seguida por duas semanas e, alternada com qualquer uma
das dietas mediterrânea também por duas semanas.

Vantagem das dietas mediterrâneas

- Produzem energia
- Melhoram o rítmo cardíaco
- São elaboradas para emagrecer gradualmente, porém em um prazo mais ou
menos curto
- A dieta do Dr. Haas esta especialmente indicada quando houver gordura
localizada na barriga

208
- Contribuem para acelerar o metabolismo
- Permitem realizar exercícios sem restrições porque fornecem muito com-
bustível ao organismo
- Não apresentam riscos para a saúde. Em caso de segmento em um tempo
prolongado, terá que ingerir duas vezes por semana alimentos ricos em pro-
teínas como carne ou peixe
- Dão à pele um tom rosado
- Asseguram um emagrecimento por igual de todas as áreas do corpo
- Regulam o funcionamento instestinal, sobretudo as que são ricas em fibras
- Se adaptam muito bem ao biotipo mediterrâneo: mulheres de quadris largos
e pernas fortes
Esta dieta é considerada pelos especialistas Europeus como “a melhor medi-
cina para seu fígado”. O fígado é o principal desintoxicante de nosso organismo, já
que neutraliza e elimina toxinas, os medicamentos, a nicotina e o alcoól da corrente
sangüínea. Este orgão é programado para suportar os “estragos”a que nos submete-
mos. Porém, sua paciência tem um limite e, se suas células são agredidas seriamente,
as consequências podem ser fatais. Uma dieta baixa em gorduras, alcoól e açúcares
é a chave para manter um fígado saudável

Dietas Francesas
a - Dieta do Dr. Atkins

Café da manhã Ovos com presunto


Café ou chá à vontade

Almoço Bife com salada


Truta com espinafre ou
Bife de boi com queijo gratinado e tomates refogados

Jantar Bife com salada


Frango assado com salada ou
Carne de cordeiro com hortaliças

Bebidas Água mineral, suco de tomates, suco de frutas frescas

209
Observação: Com esta dieta deve se evitar, na medida do possível, a ingestão
de fibras já que estas impedem a absorção de gorduras no intestino.
Pode provocar constipação, aumento do colesterol e do ácido úrico e, em
conseqüência o acúmulo de resíduos metabólicos, por isso, não é conveniente fazê-la
por mais de vinte dias.
Sua maior vantagem é que satisfaz a fome e permite baixar o peso sem sacri-
fícios.

b - Dieta do Dr. Lutz


Café da manhã Café ou chá com adoçante
01 fatia de pão integral com 01 fatia de presunto e 01 ovo
cozido

Almoço Filé de peixe com verdura cozida ou


Bife de boi com salada.

Jantar Frios sortidos


Filé de peixe com arroz e ovo cozido.
Bebidas Suco de frutas frescas, água mineral, suco de tomates ou de
hortaliças, meia taça de vinho

Observações: Esta indicada para fazer em um prazo mais prolongado que a


do Dr. Atkins.
Consome somente os hidratos de carbono que o organismo necessita
diariamente, evitando assim um excesso de glicose que fatalmente se transformaria
em gordura.

Vantagem das dietas ricas em gorduras

- Evitam as tentações
- Favorecem as peles demasiadamente secas
- Reduzem a obesidade localizada na parte superior do corpo, ou seja da
cintura para cima
- Permitem emagrecer sem esforço
- Geram grande sensação de saciedade
210
Dietas das proteínas

Estão integradas da seguinte forma:


50% de proteínas vindas dos legumes, cereais integrais, frutas secas, carne
magra, peixe e produtos lácteos.

a - Dieta da NASA

Café da manhã Café ou chá com leite desnatado


01 fatia de pão com queijo ou
01 iogurte com 01 ovo
Almoço Frango, peru ou peixe grelhado com ervilhas e arroz

Bebidas - Água mineral, suco de frutas, suco de verduras.

Observações: O mecanismo de ação é simples: ao restringir os hidratos de


carbono e as gorduras, o organismo recorre ao glicogênio armazenado no fígado e nos
músculos para obter energia. Uma vez que este é esgotado, recorre as gorduras e as
proteínas e começa a emagrecer.

b - Chicken diet

Café da manhã Café, chá ou leite


01 fatia de pão com peito de peru fatiado

Almoço Frango com arroz branco


Peito grelhado com batatas
Sopa de verduras com carne de frango assado com salada

Jantar Salpicão de frango


Fondue de frango com salada
Frango assado com salada

Bebidas Suco de frutas, suco de hortaliças, leite desnatado

211
c - Dieta Mayo

Café da manhã Café ou chá com adoçante


Pão integral com margarina diet
Queijo fresco com ovos pouché.

Almoço Frango com arroz integral ou


Bife com batatas assadas

Jantar Frios com torradas


ou
Coxa de frango assada com batatas

Bebidas Leite, água mineral, suco de frutas natural

Observação: Esta dieta não é aconselhada para quem sofre de hipertensão ou


gota pois aumenta o nível de ácido úrico no sangue ainda que seja efetiva para abaixar
os quilos rebeldes.

Vantagem das dietas das proteínas

- Fortalecem os ossos, portanto são muito convenientes quando se quer ema-


grecer na menopausa, ou quando há uma tendência à osteoporose
- Dão brilho à pele a aos cabelos
- São muito digestivas porque além de carne contém verduras e frutas. Por
esta razão estão indicadas quando é preciso reduzir o abdomen
- Permitem reduzir as zonas difíceis como o quadril e as coxas

Dietas verdes

Está integrada da seguinte forma:


75 a 80% de hidratos de carbono e fibras com escassas proteínas e gorduras.

212
a - Dieta ovo - lacto - vegetariana
Café da manhã Café ou chá com adoçante (poucas gôtas)
01 xícara pequena de leite desnatado
Muesli de cereais

Almoço Batatas com ovo e espinafre


ou
01 prato de macarrão com molho de tomate natural

Jantar Hortaliças cruas à vontade


Muzzarela com tomates
Papa de aveia com compota

Bebidas Leite, suco de frutas, água mineral, suco de verduras e chás

Observação: Para aumentar a presença de cálcio na dieta, pode acrescentar


algas, que contêm dez vezes mais cálcio que o leite
As algas também contêm vitamina B12, o que não ocorre nos outros vegetais
Quando quiser fazer lanche, este deverá ser igual ao café da manhã

b - Dieta Diamone
Está indicada dia a dia durante uma semana.
Dia 1
Café da manhã Suco de laranja
Pão integral com queijo branco light ou marmelada diet

Merenda 01 iogurte

Almoço Salada de cenouras, tomates, alface e duas colheres de queijo


cottage

Merenda Chá ou café com 02 bolachas de arroz com queijo light

Jantar Sopa de verduras


01 filé de peixe grelhado com purê de abóboras
Bebidas Água mineral
213
Dia 2

Café da manhã Suco de laranja e maçã

Merenda 01 copo de leite com cereais

Almoço Sopa de verduras


¼ de frango assado com tomates e alface
Gelatina diet

Merenda Chá ou café com leite desnatado


02 bolachas de arroz com queijo light branco
01 fruta

Jantar Suflê de acelga ou espinafres


01 prato de salada
01 porção de frutas em compotas

Bebidas Água mineral

Dia 3

Café da manhã Suco de laranja


02 bolachas de trigo integral com queijo branco

Merenda 01 fruta

Almoço Caldo de verduras


01 prato de salada de verdura e 01 bife pequeno.

Merenda 01 iogurte

Jantar Caldo de verduras.


Arroz com ervilhas
01 fruta.

Bebidas Água mineral

214
Dia 4

Café da manhã Chá


03 bolachas de trigo integral com queijo branco.

Merenda 01 fruta

Almoço Caldo de verduras


Salada de cenouras, tomates e 01 ovo

Merenda Suco de frutas sem açúcar

Jantar Caldo de verduras


Purê de abóboras com ¼ de frango
01 porção de frutas em compota

Bebidas Água mineral

Dia 5

Café da manhã Suco de laranja


01 fatia de pão integral com queijo cottage.
Merenda 01 fruta

Almoço Caldo de verduras


01 tomate recheado de arroz e atum
01 fruta

Merenda Chá com ou sem leite desnatado


01 bolachas de arroz com queijo light
01 iogurte

Jantar Caldo de verduras


01 Hamburguer caseiro com salada de tomate e cenoura
01 fruta

Bebidas Água mineral

215
Dia 6

Café da manhã Chá com leite desnatado


02 bolachas integrais com queijo light

Merenda 01 fruta

Almoço Caldo de verduras


01 prato de salada de aipo, palmitos, maçãs e cenouras
01 gelatina diet

Merenda Chá
01 fatia de pão integral com queijo cottage
01 suco de laranja

Jantar 01 filé de peixe com arroz


01 fruta

Bebidas Água mineral

Dia 7

Café da manhã 01 suco de melão

Merenda 01 iogurte

Almoço Caldo de verduras


01 bife com 01 porção de purê de batatas
01 gelatina diet

Merenda 03 bolachas integrais com geléia diet


Suco de frutas sem açúcar e chá

Jantar Caldo de verduras


01 hamburguer caseiro com salada de tomates e cenouras
01 fruta

Bebidas Água mineral

216
Observação: os componentes desta dieta ajudam a diminuir a quantidade de
gorduras do corpo e ao mesmo tempo, a desintoxicar o organismo da ingestão de
alimentos muito processados e de difícil digestão.

Vantagens das dietas verdes

- São um grande aliado a beleza da pele, pois a eliminação de tóxinas a torna


mais saudável.
- São benéficas para os rins pois as frutas e verduras contribuem por si mes-
mas a estimular a diurese e não têm resíduos tóxicos.
- Por melhorarem o rítmo intestinal, contribuem para reduzir o abdomen.
- Melhoram a celulite.

Dieta Sushi
(macrobiótica)

Esta integrada da seguinte forma:


Mais de 50% de cereais integrais como: aveia, centeio, milho, trigo e cevada.
25 a 30% de verduras frescas.
10% de legumes como a soja ou o tofu (queijo de soja).
A dieta se completa com peixe (filé magro) duas vezes por semana.

a - Dieta Suchi

Café da manhã Café ou chá sem açúcar


Muesli integral

Almoço Tofu com arroz e legumes verdes com verduras


ou
Filé de peixe com batatas

Jantar Torta de milho


ou
Filé de truta com salada

Bebidas Suco de frutas ou suco de verduras

217
Observação: Esta dieta é usada com freqüência pois ajuda a prevenir enfermidades.
Sua elevada porcentagem de hidratos de carbono e a considerável quantidade
de fibras permitem eliminar através do intestino todo resíduo tóxico.

Vantagens da dieta Sushi

- Devido a elevação da diurese, afinam os tornozelos.


- Melhora o funcionamento instestinal.
- A dieta Sushi ajunda a mobilizar os depositos de gordura do organismo, e por isso
é ideal não so para emagrecer em geral como também para combater locais
difíceis de perda, que são resistentes a qualquer plano de emagrecimento.

Dieta Dissociada
Se baseia nos seguintes fatos:
Os hidratos de carbono requerem para sua digestão um meio ácido.
As proteínas para sua digestão requerem um meio alcalino.
Devem portanto serem consumidos separadamente, nunca de uma só vez, por-
que isto dificulta a absorção de nutrientes, produem enfermidades e promovem o
aumento de peso.

a - Antidieta

Café da manhã Fruta fresca, salada de frutas ou suco

Almoço 01 prato de verduras cozidas ou cruas com ricota


Farelo de trigo

Jantar Frango assado ou peixe frito com champignon


ou
01 prato de massas com verduras

Bebidas Água mineral, suco de frutas, suco de hortaliças, chá de ervas

Observação: os criadores desta dieta afirmam que os sucos ácidos e básicos


do aparelho digestivo se neutralizam e com isso, atrasa a digestão, sendo necessário
218
produzir maior quantidade de sucos gástricos no estômago. Para evitar isto, se come
hidratos de carbono no café e no almoço e, as proteínas no jantar.
A antidieta é muito eficaz para emagrecimento à curto prazo.

b - Dieta de Montignac

Café da manhã Café descafeinado com leite desnatado


Pão integral com ricota
01 fruta ou cereais integrais

Almoço Sopa de cebola


Peixe assado com ervilhas
Salada de alface
Jantar Arroz integral com molho de tomate
Peito de peru com salada
ou
Suflê de queijo

Bebidas Água mineral, café descafeinado, suco de frutas ou hortaliças,


chás de ervas

Observação - Esta dieta tem várias regras básicas:


- Não misturar hidratos de carbono com gorduras em uma refeição.
- Abolir totalmente o consumo de açúcar.
- Evitar a farinha refinada e comer somente pão integral.
- Esperar cinco horas depois de comer gorduras para ingerir hidratos de carbono.
- Incluir muitas fibras.
- Evitar café se não for descafeinado.

Vantagens das dietas dissociadas


- Dão brilhos aos olhos.
- Permitem perder grande quantidade de água, por isso afinam os tornozelos.
- Fortalecem os músculos, por isso estão indicadas quando há problemas de flacidez.
- Melhorom a pele.
219
Dieta mista de Miss Smith.

Está integrada da seguinte forma:


- Se trata de uma dieta mista fornecendo uma proporção mais equilibrada de
hidratos de carbono, gorduras e proteínas
- Se baseia em uma redução significativa de calorias
- Permite a ingestão de grande variedade de frutas e verduras

a - Dieta de Miss Smith

Café da manhã Café ou chá sem açúcar


Muesli com mel ou com frutas
Uma maçã

Almoço Peixe com arroz branco


ou
Frango ao curry com arroz integral

Jantar Filé de merluza com salada


ou
Presunto magro com pão integral

Bebidas Água mineral, limonada, suco de hortaliças, ½ iaça de vinho

Observação: É efetiva a longo prazo. Os alimentos que esta dieta proibe são
os ovos, os queijos gordurosos, a manteiga, a margarina, as frutas secas, as carnes
gordas, as frituras, os molhos com gorduras, as batatas fritas e os embutidos.

Vantagens da dieta de Miss - Smith

- É ideal para os cabelos finos.


- Favorecem a irrigação de sangue a todos os orgãos, e incrementa o rendi-
mento intelectual
220
Dieta Scardale
Esta composta da seguinte forma:
Poucos hidratos de carbono.
Muitas proteínas e gorduras.

a - Scardale

Dia 1

Café da manhã Café ou chá sem leite nem açúcar


01 torrada
01 laranja ou 01 maçã
Almoço Carne cozida (grando, boi, língua)
Salada de tomates
Café ou chá

Jantar Peixe cozido ou assado


Salada mista
01 fruta da estação
Chá ou café

Bebidas Água mineral ou tônica diet

Dia 2

Café da manhã Café ou chá sem leite nem açúcar


01 torrada
01 laranja ou 01 maçã

Almoço Salada de frutas


Chá ou café

Jantar Hamburguer caseiro na chapa


Verdura cozida ou crua
Café ou chá

Bebidas Água mineral ou tônica diet


221
Dia 3

Café da manhã Café ou chá sem leite nem açúcar


01 torrada
01 laranja ou 01 maçã

Almoço Salada de atum sem azeite com tomates e escarola


01 fruta da estação

Jantar Bife de boi na chapa


Salada mista
Chá ou café

Bebidas Água mineral ou tônica diet

Dia 4

Café da manhã Café ou chá sem leite nem açúcar


01 torrada
01 laranja ou 01 maçã

Almoço 02 ovos cozidos


Queijo magro
Legumes cozidos
01 fatia de pão integral

Jantar Frango assado ou cozido


Espinafre ou pimentão
Café

Bebidas Água mineral ou tônica diet

Dia 5

Café da manhã Café ou chá sem leite nem açúcar


01 torrada
01 laranja ou 01 maçã
222
Almoço Queijos variados (magros)
Espinafre
01 fatia de pão integral
Café ou chá

Jantar Peixe cozido ou assado


Verdura cozida ou salada mista
01 fatia de pão integral
Chá ou café

Bebidas Água mineral ou tônica diet

Dia 6

Café da manhã Café ou chá sem leite nem açúcar


01 torrada
01 laranja ou 01 maçã

Almoço Salada de frutas sem açúcar


Chá ou café

Jantar Frango ou peru assado


Tomates, cenouras, couve-flôr ou brócolis
01 fruta da estação
Chá ou café

Bebidas Água mineral ou tônica diet

Dia 7

Café da manhã Café ou chá sem leite nem açúcar


01 torrada
01 laranja ou 01 maçã

Almoço Frango ou peru assado


Tomates, cenouras, couve-flôr ou brócolis
01 fruta da estação
Chá ou café
223
Jantar Um bife magro de boi
Salada mista
Chá ou café

Bebidas Água mineral ou tônica diet

Vantagens da dieta Scardale

- Aumenta o trânsito intestinal

- Melhora a visão

- Tonifica os músculos

- Afina a cintura

- Hidrata a pele

- Combate a retenção de líquidos sendo importante na prevenção e tratamen-


to das celulites

Dieta dos pontos

A filosofia desta dieta é a seguinte:

- Cada alimento tem um valor numérico .

- Não importa o que coma, o importante é que entre todos os alimentos con-
sumidos no dia, não ultrapasse o total de pontos permitidos.

- Para emagrecer com rapidez deverá somar 40 pontos no dia.

- Para emagrecer gradualmente deverá somar 50 pontos no dia.

- Para manter o peso deverá somar 60 pontos no dia.


224
Tabela de valor dos alimentos
Alimento porção pontos
Fiambres
Presunto cru 100 gr 10
Salsichão 100 gr 12
Mortadela 100 gr 8
Caviar 100 gr 1
Salmão defumado 100 gr 1
Melão com presunto 01 porção 7
Pizza napolitana 01 porção 30
Atum em azeite 100 gr 1
Salada russa 250 gr 19

Pratos principais
Caldo de carne 1 prato 3
Canelone 01 unidade 8
Macarrão 60 gr 8
Risoto 100 gr 18
Nhoque 100 gr 17
Bife grelhado 100 gr 5
Lasanha 100 gr 20
Ovos pouché 02 1
Omelete de queijo (2 ovos) 02 ovos 8
Peixe frito 200 gr 7
Carne assada 100 gr 4
Escalopes 100 gr 8
Batatas fritas 100 gr 15
225
Batatas cozidas 170 gr 4
Hamburguer caseiro 100 gr 12
Espinafre cozido 125 gr 1
Espinafre na manteiga 250 gr 5

Lácteos
Queijo freco 100 gr 2
Camembert 50 gr 2
Queijo ralado 100 gr 2
Iogurte 200 gr 7

Frutas
Nozes 100 gr 23
Melão 100 gr 4
Cerejas 100 gr 6
Figos cada um 12
Abacaxi 01 rodela 5
Ameixas cada um 4
Maçãs 100 gr 3
Laranja cada um 2
Melancia 01 fatia 1
Bananas cada um 12
Peras cada um 10

Vantagens da dieta dos pontos

- Proporciona grande liberdade a quem está fazendo.


- É ideal para as pessoas disciplinadas porque permite comer praticamente
de tudo, sempre observando para não ultrapassar os pontos estipulados na
dieta.
- Por comer bastante variado, proporciona ao organismo os nutrientes neces-
sários para o seu bom funcionamento.

226
Dietas de Warren - Dale

Está composta da seguinte maneira:


- Tem muitas fibras
- É muito hipocalórica
- Tem somente entre 15 e 20% de gorduras

Café da manhã Café ou chá sem açúcar


01 taça de muesli com frutas

Almoço Frango cozido com arroz integral


ou
suflê de verduras com 01 fatia de pão integral
ou
01 bife de boi com salada

Jantar Carne assada com salada

Bebidas Água mineral e suco de frutas

Observação: Esta dieta é ideal para seguir fielmente durante duas semanas
porque ajuda a começar a perder peso quando não está se conseguindo. Porém, não
deve ser feita durante mais tempo porque produz muita sensação de fome e isto
poderia ser contraproducente.

Vantagens da dieta Warren - Dale

- Permite a perda rápida de peso


- Afina a cintura
- Rompe com o estado de “baixo metabolismo” pois constitue um forte
choque para o organismo
- Favorece a diurese causando um desinchaço dos tornozelos e um bem estar
a quem está fazendo

227
A Dieta dos Nutripontos
Esqueça para sempre a palavra caloria (que traumatizou dezenas de pessoas).
Agora, se quer emagrecer, não tem mais que conseguir uma calculadora e, como se
tratasse de uma promoção comercial, ponha-se a somar pontos. Apresento agora à
vocês, o regime que obteve o maior sucesso na Europa, principalmente na Espanha:
- A dieta dos Nutripontos.
A caloria morreu. Viva o ponto! Este poderia ser o slogan de um regime que
não só é efetivo como também alcançou o que parecia impossível: Divertir-se en-
quanto emagrece.
A dieta dos nutripontos foi idealizada pelo Dr. Roy E. Vartabedian, especialista
em Ciências da Saúde, e é praticada na Clínica Cooper, no Texas (Estados Unidos).
Neste método, o que se conta são os pontos em vez das calorias, podendo
comer de tudo, porém o que se come e se bebe é calculado e anotado em pontos
(nutripontos). Sobre esssa idéia foram elaboradas tabelas que ajudam a seguir a dieta,
baseadas nas recomendações mínimas nutricionais da FDA Americana.
Cada alimento foi classificado segundo seu alto conteúdo em nutrientes, poucas
calorias e equilíbrio e foram dotados de uma pontuação. Quanto mais alto é este número
(pontuação), mais baixo é seu conteúdo em gorduras e mais rico é em nutrientes, en-
quanto que, quanto mais manipulado está o alimento, menor valor nutricional ele tem.
Por existir diferenças climáticas, de costumes e cultura em geral, eu precisei
fazer algumas adaptações para não alterar o conteúdo dos alimentos e ao mesmo
tempo, trocar alguns itens para que seja acessível à nós brasileiros. Portanto, nossa
dieta passa a ser então, a dieta de nutripontos do Dr. Roy E. Vertabedian modificada
ou adaptada pelo Dr. Carlos Augusto Abrahão.

“Mais é menos”
A filosofia que sustenta esta dieta é a seguinte:
Muitos dos alimentos são bons, porém escassos na dieta diária; outros são bons po-
rém os consumimos em excesso, enquanto que outros são maus e deveríamos evitá-los.
Temos que nos alimentar de maneira saudável e comer nutrientes em abundância, o que não
significa mais calorias, já que para perder peso, os ingeridos devem ser menores que os
gastos.
Este método cumpre os requerimentos da Associação Dietética Americana e
incorpora as recomendações básicas para a prevenção de enfermidades:
228
♦ Realizar uma alimentação variada
♦ Manter o peso ideal
♦ Evitar a ingestão excessiva de gorduras saturadas
♦ Não beber alcoól de alta graduação
♦ Reduzir o açucar e o sal
♦ Comer alimentos ricos em fibras
♦ Evitar os alimentos defumados ou curados em sal ou com nitratos

Este método se adapta também às recomendações da Sociedade Americana


do Coração: menos de 300 mg de colesterol por dia e menos de 3000 mg de sódio.
O resultado é que temos que abusar dos alimentos ricos em nutrientes: verdu-
ras, frutas, cereais, legumes e proteínas de qualidade.

Raio X do regime

Rompe moldes:
É um método original e inteligente, indicado principalmente para aquelas pes-
soas que protestam eternamente porque têm que vigiar sua ingestão de calorias, aju-
dando-as a se disciplinar um pouco.
Cria hábitos:
É vital criar hábitos saudáveis; este método obriga a vigiar o que se come e
como se come (manipulação industrial ou caseira).
De todos e para todos:
Em geral, pode fazer a dieta todos que precisam perder peso, normalizá-lo ou
mante-lo. Só é contra-indicado em diabéticos sem vigilância médica.
Lento, porém seguro:
Chega a perder até 5 quilos por mês, porém sem necessidade de passar fome.

Tudo a 100
Há necessidade de consumir obrigatoriamente 100 nutripontos diários como
mínimo, que garantem uma dieta rica em nutrientes, pobre em calorias (de 1000 a
1200) e, sobretudo, equilibrada. Chegamos a essa quantidade somando os valores dos
alimentos que comemos ao longo do dia. As recomendações diárias para conseguir os
100 nutripontos são:

229
4 porções de vegetais
3 porções de frutas
2 porções de cereais
1 porção de legumes
2 porções de lácteos
1 porção de carne / pescado / ave

Com 150 pontos conseguiremos realizar uma dieta de 1500 - 1800 calorias, necessitando
para isso:
6 porções de vegetais
4 porções de frutas
3 porções de cereais
2 porções de legumes
2 porções de lácteos
2 porções de carne / pescado / ave

Valores abaixo de 100 pontos não realizam perdas, muito pelo contrário,
incrementam as calorias. Se passarmos um pouco de 100, não haverá nenhum pro-
blema. Reduza o máximo o consumo de bebidas alcoólicas: pontuam negativamente.
Como última recomendação, tente respeitar sempre o horário das refeições
realizando um lanche, se for necessário, entre o café e o almoço, entre o almoço e
o jantar.
Visto tudo isso, passamos agora à tabela dos nutripontos:

Tabela de Nutripontos (por porções)

Vegetais Pontos Quantidade


azeitonas 0 4 unidades
alface 33 2 pratos
pepino 20 1 unidade
cogumelos 32 1 pires
acelga 42 1 prato
aspargos 44 8 unidades
couve-flor 41 1 prato
cebola 17 1 pires
espinafre 75 2 pires

230
nabos 67 1 pires
ervilhas verdes 15 1 pires
tomate 30 1 unidade
cenoura 35 1 unidade
brócoles 38 1 pires
repolho 42 1 pires
alcachofra 12 1 unidade
beterraba cozida 56 1 pires
aipo 20 8 unidades
rabanetes 29 1 pires
abóboras 24 1 pires
molho de tomate 0,5 1/2 xícara
berinjela cozida 17 1/2 pires
purê de batatas 1 1/4 de pires

Frutas
abacate 16 1 unidade
amoras 26 1 pires
bananas 15 1 unidade
ameixa 12 2 unidades
cereja 5,5 10 unidades
figo 10 1 unidade
laranja 13 1 unidade
kiwi 17 1 unidade
melão 29 2 fatias
melancia 11 2 fatias
morango 19 1 pires
maçã 4,5 1 unidade
marmelo 26 1 unidade
pera 4,5 1 unidade
pinha 16 1/2 unidade
uvas 4,5 20 bagos

As frutas em calda ou em conserva são pontos negativos.

Ovos
cozidos ou fritos -12,5 2 unidades
tortilhas francesas -11 1 unidade
tortilhas de batata -15 1 unidade

231
Pescados
Arenque 3 1 pires
filé de pescada 1,5 1 filé
atum ao natural 13 1 pires
lulas 3 250 gr
lagosta 7 500 gr
mariscos na concha 8 250 gr
ostras 13 12 unidades
mexilhões no vapor 5,5 500 gr
linguado 6 1 posta
sardinhas 4,5 3 unidades
salmão 5,5 1 filé

Carnes
hamburguer 3 1 unidade
frango 10 1 filé
peru assado 14 250 gr
vitela 3,5 1 filé
bife de boi - 0,5 90 gr
cordeiro 3,5 1 filé
fígado 7 1 filé
suíno 3 1 filé
embutidos 1 4 fatias

Legumes, frutas secas e sementes


ervilhas 14 1 pires
grão-de-bico 16 1 pires
feijão 6 1/2 concha
lentilhas 8 1 pires
arroz cozido 6 1 pires
amêndoas 1,5 18 unidades
nozes 0 12 unidades

Cereais
corn flakes 57 1 pires
all bran 53 1 pires
muesli 10 1 pires
flocos de arroz 2,5 1 pires
232
Sopas
legumes 12 1 prato
caldo de carne 1 1 prato
sopa de galinha 1,5 1 prato
sopa de cebola -1,5 1 prato

Lácteos e derivados
leite desnatado 9,5 1 copo
iogurte light 10,5 2 unidades
queijo fresco 3,5 60 gr
queijo “gordo” -1 30 gr
manteiga -6 1 colher chá

Doces e massas
bolachas 1 1 unidade
açúcar -6 2 colheres sobr..
pasta cozida 3 1 pires
mel - 5,5 2 colheres chá
pizza 2 1/2 pedaço
pão 4 1 unidade

Temperos e molhos
azeite de oliva -3 1 colher sobr.
maionese light 0,5 1 colher sobr.
mostarda - 0,5 1 colher sobr.
sal, limão, vinagre 0 1 colher sopa

233
234
Parte 7

Curiosidades

235
236
Farmacoterapia da Obesidade
O que temos nas prateleiras

A minha intenção neste capítulo é trazer a título de curiosidade os diversos medi-


camentos que usamos nos casos de obesidade. Fiz questão de colocar esse título na
parte de curiosidades pois não é intenção deste livro discutir tratamento farmacológico.
Portanto, a título de conhecimentos gerais, é importante que o leitor saiba:
O tratamento farmacológico da obesidade pode ser dividido em itens de acordo
com a meneira de agir de cada droga.

1- Anorexiantes ou anorexígenos

Têm a propriedade de inibir a ingesta alimentar. Podem ser divididos em 2


grandes grupos:

a - Catecolaminérgicos.
São os clássicos inibidores do apetite. Eles agem reduzindo a fome.
b -Serotoninérgicos.
Reduzem a ingesta alimentar por aumentar a saciedade. São também cha-
mados de “Sacietógenos”.

Catecolaminérgicos

O primeiro foi a “anfetamina”que na verdade foi desenvolvida para substituir


a Efedrina como descongestionante nasal. Percebeu-se que ela causava euforia e
tinha propriedades estimulantes e então começaram a estudá-la como antidepressivo.
Porém, os pacientes tratados apresentavam emagrecimento e tinham anorexia (per-
da do apetite) como efeito colateral. Então, em 1937, passou-se a usá-la como
anorexígeno (inibidor do apetite).
Pelo seu efeito estimulatório, a anfetamina começou a ser usada inclusive como
“droga” (as famosas bolinhas) e com isso, acabou sendo retirada do mercado.
Várias drogas apareceram e com isso, a FDA americana passou a listá-las em
4 grupos em ordem decrescente, segundo sua capacidade de induzir dependência. O
que temos no mercado brasileiro alinha-se no grupo 4 e portanto tem baixo poder
para induzir dependência.
237
São elas:
1 - Dietilpropiona
2 - Femproporex
3 - Mazindol
4 - Fenilpropanolamina

Serotoninérgicos
Atuam através da Serotonina. A primeira foi a Fenfluramina. Foi o primeiro
agente que atuava no Sistema Nervoso Central, não induzia dependência.
A ingesta de carboidratos eleva naturalmente a relação entre o Triptofano e
outros aminoácidos essenciais, facilitando a produção de Serotonina.Isso explica o
motivo de muitas pessoas, que estão ou se acham deprimidas, sentirem necessidades
de comer doces ou mesmo chocolates.
Por sua vez, a Serotonina promove saciedade, determinando uma menor ingesta
de carboidratos na refeição seguinte. As fenfluraminas agem aumentando a liberação
de Serotonina e diminuindo sua recaptação.
Foi retirada do mercado por suspeita de causar lesões valvulares no coração.
Hoje tem se estudado inibidores específicos da recaptação da Serotonina usa-
dos no tratamento da Depressão.
A mais importante é a Fluoxetina.
Ela também promove o controle de alterações metabólicas e fatores de risco
vascular. Sua maior indicação é em obesos com algum estado depressivo ou compor-
tamento do tipo comer compulsivo.

Novos medicamentos
Sibutramina - Atua como inibidor da recaptação da Nor-adrenalina e da
Serotonina. Não tem poder de induzir dependência.

Medicamentos calorígenos

a - Drogas de ação no Sistema nervoso Simpático.


a -1- Beta adrenérgicos
238
Fenilpropanolamina
a -2 - Beta adrenérgicos associados a Metilxantinas.
Cafeína, Teofilina, Aminofilina, Teobromina, etc.

b -hormônios Tireoidianos.

Outras drogas termogênicas:


Hormônio do crescimento
Dietilpropiona
Femproporex
Sibutramina

Outras drogas
Orlistat
Tem a capacidade de inibir as Lipases que agem no tubo intestinal. Com isso, efetua-
se uma menor absorção intestinal de gorduras.Como regra, essa inibição se dá no
máximo em torno de 30%.

Para o futuro
Leptina
Aventa-se que a Leptina tem como papel, regular a massa adiposa, aumentando a
termogênese e o gasto energético. Ainda em estudo.

Cirurgia
A cirurgia é indicada nos casos de:
- Morbidade resultante da Obesidade.
- Excesso de mais de 45 Kilos ou IMC acima de 40.
- Fracasso em outros métodos
- Ausência de causas endócrinas.

Na maioria dos serviços de cirurgia, faz-se a redução da câmara gástrica com


restrição pelo anel de SILASTIC e derivação em Y de Roux.

239
Nutracêuticos

Curiosamente, o estado nutricional das populações dos países industrialmente


desenvolvidos, é caracterizado por um pior estado nutricional de seus habitantes, onde
temos um excessivo consumo de gorduras, principalmente saturadas, de açúcar e sal
e ainda, uma diminuição considerável do consumo de amido e fibras dietéticas. Vários
estudos feitos à nivel mundial têm comprovado este fato, inclusive indicando deficits
no consumo de ácidos graxos poliinsaturados, proteína de alto valor biológico, vitami-
nas, cálcio, ferro, iodo, flúor, selênio e zinco.
Esta carência nutricional tem originado elevadas incidências de doenças crôni-
cas, dentre elas, a obesidade infanto-juvenil e do adulto.
Assim, se de um lado se torna impossível modificar hábitos alimentares não
saudáveis principalmente dos obesos, podemos no entanto, modificar os alimentos
reduzindo o seu teor de gordura, principalmente saturada, consequentemente, redu-
zindo o seu teor calórico.
A US Dietary Supplement Health and Education Act of 1994 definiu ALI-
MENTO como um produto consumido primariamente pelas características de sabor,
aroma e nutrição básica e MEDICAMENTO como produto usado para curar, ate-
nuar ou prevenir doenças, adotado pela Food and Drug Administration (McNamara,
1997).

NUTRACÊUTICO é alguma substância, que pode ser um alimento ou parte


do alimento, que fornece um benefício medicinal e/ ou para a saúde, incluindo a pre-
venção e tratamento de doenças. É uma descrição genérica de alimentos funcionais
que podem ser “desenhados” (design food) também para suprimir o apetite, aumen-
tar a saciedade pelas modificações do “bolo alimentar” ingerido.
Dentre os alimentos para controle do peso, os “SHAKES” possuem uma mé-
dia de 15% de fibras alimentar, concentrado proteico do soro do leite (substitui a
gordura) que gera 4 Kcal/g. além de espessantes como a goma guar compondo um
produto com característica “sacietógena”.
Quando os óleos de soja e/ ou canola são tratados quimicamente, eles dão
origem a triglicerídeos, acompanhado pelos ácidos acético, propiônico ou butírico nas
suas ligações. Essa gordura é mal absorvida em torno de 55% em relação ao soja/
canola, resultando 4,7 a 5,1 Kcal/g. A excreção dessa gordura nas fezes não provoca
perdas de cálcio, magnésio ou zinco.

240
Os polióis, nome genérico, são derivados por obtenção de açúcares como a
lactose, a glicose, a frutose e a xilose, empregados como ingredientes nos chocolates,
doces de leite, balas, pastilhas e biscoitos da linha light.Assim como os chocolates, os
sorvetes, iogurtes e mistura em pó para bolos podem utilizar um ingrediente a base de
polidextrose que é uma proteína modificada com características de gordura que gera
1 Kcal/g., tornando esse alimento light.
O maior problema na fabricação destes alimentos é encontrar um ingrediente
que possua o “corpo” do açúcar e/ou gordura, que seja gostoso (palatável) e compe-
titivo no preço para manter a adesão dos pacientes à dieta.
Além da composição química ou nutricional na embalagem dos alimentos, va-
mos identificar ingredientes e/ou aditivos como extrato insolúvel de soja, concentrado
proteico de soro de leite, polidextrose, proteína vegetal, cacau lecitinado, polióis, celu-
lose microcristalina, etc. caracterizando alimentos que podem trazer benefícios à saú-
de, no caso de obesidade, reduzindo a gordura e as calorias. São os nutracêuticos
integrando as dietas biogênicas recuperando a saúde pelo combate à obesidade e suas
comorbidades (hipertensão, diabetes, dislipidemias, etc.).

Diet ou Light

De acordo com a portaria SUS/MS número 122 de 24/11/1996, alimentos Diet


são especialmente formulados e/ou produzidos de forma que sua composição atenda
às necessidades dietoterapêuticas específicas de pessoas com exigências físicas,
metabólicas, fisiológicas e/ou patológicas particulares. Portanto, alimentos Diet fo-
ram preparados para atender as necessidades específicas de pessoas que de uma
maneira ou de outra não podem consumir gorduras, ou sal, ou açúcar, ou determina-
dos aminoácidos ou proteínas. Deixo bem claro que os alimentos Diet não são neces-
sariamente alimentos com poucas calorias e, portanto, nem todos os Diet servem
para emagrecer.
As pessoas interessadas em perder peso, devem consumir de preferência, ali-
mentos Light. Para que um alimento seja considerado Light, basta que ele possua
25% menos de um dos componentes (açúcar, gordura, sódio, aminoácidos ou proteí-
nas) que seu similar convencional. É importante tomar cuidado pois nem todos irão
ajudá-lo a emagrecer. Hoje temos uma legislação específica a respeito de “rótulos”
e isso veio a favorecer o consumidor final no sentido de poder tomar conhecimento
daquilo que está comprando e principalmente do que vai comer. Leia sempre o rótulo
dos produtos Light ou Diet, para saber o que eles estão lhe oferecendo.
A seguir, vou citar alguns exemplos de alimentos Light e Diet para que pos-
sam compará-los e fazer uma melhor compreensão do citado:
241
Alimento Quantidade Diet Convencional
Calorias Calorias
pudim chocolate 1 porção 48,3 117,4
achocolatado 2 colh. de sopa 100,6 220,4
iogurte de morango 100 gramas 42,0 98,0
chocolate 100 gramas 350,0 540,0
sorvete de morando 100 gramas 131,0 180,0
cobertura de caramelo 100 gramas 117,0 275,0

Alimento Quantidade Light Convencional


Calorias Calorias
pão de forma 100 gramas 240,0 244,0
leite 100 ml 36,1 60,4
iogurte 100 gramas 51,0 77,0
requeijão 100 gramas 158,0 246,0
margarina 100 gramas 360,0 740,0
queijo prato 100 gramas 230,0 388,0
Coca-Cola 1 copo 200 ml menos de 1 50,0
Cerveja 1 copo 200 ml 42,0 63,0

Prezado (a) leitor (a):


Espero com esse livro ter conseguido passar um pouco da minha experiência
profissional na área de Nutrologia principalmente no tópico Obesidade. O caminho
é tortuoso, cheio de obstáculos e provações mas, temos que ter pensamento positivo
e caminhar sempre olhando para a frente. Boa sorte a todos e, se gostaram do
trabalho que apresentei, não deixem de ler “A dieta dos nossos tempos” que é um
livro que aborda como se alimentar e se nutrir saudavelmente num tempo em que os
venenos adicionados aos alimentos que comemos não estão sendo levados à sério.
Este livro também aborda o papel da dietoterapia nas enfermidades que necessitam
alimentação especial principalmente as alérgicas e as doenças do sistema digestório.
Até lá!!!!

E-Mail = drcarlosaugusto@bol.com.br
www.carlosaugustoabrahao.com.br

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Clínica de Endocrinologia, Nutrição e
Medicina Ortomolecular
Dr. Carlos Augusto Anselmo Abrahão
· Programa de emagrecimento e
manutenção.
· Diagnóstico, tratamento e prevenção
da osteoporose.
· Tratamento dos distúrbios da tireóide.
· Programa multidisciplinar para o
diagnóstico, tratamento e acompanha-
mento por equipe multiprofissional do
diabetes e suas complicações.
· Programa de avaliação, diagnóstico e
tratamento da andropausa (menopausa
masculina).
· Acompanhamento do crescimento e
do peso em crianças e adolescentes.
· Puberdade precoce.
· Tratamento nutricional e medica-
mentoso dos distúrbios de colesterol e
triglicérides.
Dietoterapia na
OBESIDADE
e doenças afins

Este livro não tem o intuito de substituir a consulta médica, nem


a pretensão de impor situações definitivas.
A vida é uma constante mutação e, como tal, os conceitos sobre
os diversos tipos de enfermidades e seus respectivos tratamentos
ento por equipe multiprofissional do também evoluem.
É dever de todo pesquisador ter a sua mente aberta a novas
ratamento da andropausa (menopausa
conquistas, caso contrário, cairá na banalidade daqueles que, no
decorrer da história, foram incapazes de admitir novas descobertas.
Acompanhamento do crescimento e O tempo os colocou no “ridículo”. zilian Association for Study of the Obe-
s.
Pretendo, com esse livro, transmitir informações não só de
Puberdade precoce. caráter científico como também de experiência profissional.
ional e medica- Acredito que a partir do momento que o público leigo tomar
túrbios de colesterol e conhecimento das informações oferecidas neste livro, nós, pro-
fissionais da saúde, teremos mais chances de trabalhar em prol do
bem-estar da comunidade.

Dr. Carlos Augusto Anselmo Abrahão


AMB .

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