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A Essência Da Constituição
A Essência Da Constituição
RESENHA CRTICA
LASSALE, Ferdinand. A Essncia da Constituio. 9. ed Rio de Janeiro: Editora
Lmen Jris. 2010, 48 p.
Resenhado por Ivonaldo da Silva Mesquita1
Maria do Rosrio de Ftima Melo Silva 2
Nessi da Silva Torres Reis3
CREDENCIAIS DO AUTOR
RESUMO DA OBRA
Em A ESSNCIA DA CONSTITUIO Ferdinand Lassalle procura responder
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vigentes. , portanto, uma fora ativa, constituda pelos fatores reais de poder de uma
determinada sociedade, que influi de tal forma na essncia das outras leis e as obriga a
ser o que so e como so sem a possibilidade de alternativas. Em relao aos fatores
reais que efetivamente influenciam o cotidiano de uma sociedade, LASSALE explica
que so originrios dos segmentos que a integram, portanto, se constituem em partes
legtimas de uma Constituio. Visando fornecer maior visibilidade sobre essa tese, ou
seja, sobre a influncia dos desses fatores, integrantes de uma sociedade, o autor supe
hipoteticamente que, em uma determinada nao de regime de governo monarquista,
devido a um grande incndio, todas as suas leis vigentes foram destrudas, perdendo
total e definitivamente todo o seu aparato jurdico. Em decorrncia do fato, para a
elaborao da uma nova Constituio seria legtimo envolver cada segmento que
compe aquela sociedade no seu processo de construo, para que pudesse ser
produzido um instrumento que representasse a vontade de todos. Tais segmentos
seriam: o rei, a aristocracia, a grande burguesia, os banqueiros, a pequena
burguesia, a classe operria, a conscincia coletiva e a cultura geral do povo.
Segmentos esses, que ele denominou ora de fragmento, ora de parte, ou de partcula de
uma Constituio. Uma vez no atendidas a essas foras, vislumbra-se uma Carta
Constitucional que no possibilita o atendimento das demandas, anseios e expectativas
da sociedade, e, portanto, no indicaria formas de soluo para seus conflitos, ao
contrrio, pode aprofund-los. No hipottico Estado, cujo sistema de governo seria
monarquista, a nova Constituio teria que contemplar todos os segmentos do tecido
social ao qual serviria. O rei, a quem as foras coercitivas esto subordinadas uma das
partes da Constituio; a nobreza, os grandes proprietrios agrcolas, enquanto grupo
com forte influncia na Corte, tambm; os grandes industriais que, uma vez negados
os seus interesses, suas industriais poderiam sofrer problemas que acarretaria srios
prejuzos para o Estado; os banqueiros tendo em vista que um segmento que viabiliza
investimentos; a pequena burguesia e a classe operria enquanto uma das foras que
impulsiona o processo de produo tambm com seus interesses. Acrescenta-se ainda, a
conscincia coletiva, a cultura geral do povo que ao longo dos tempos definem
costumes, tradies, e valores. Todos esses segmentos representam partculas da
Constituio e constituem um complexo sistema de interesses, subjetividades e
Caderno de Estudos Cincia e Empresa, Teresina, Ano 8, n. 2, nov. 2011.
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de uma Nao. LASSALE chama ateno, ainda, sobre o fenmeno de, as vezes, uma
Constituio se transformar em um simples pedao de papel. Tal fato decorre no caso de
uma promulgao prematura, sem a participao das foras que compem a sociedade a
que vai servir. Em no sendo prevista a sua essncia, certamente os fatores reais e
efetivos do poder existentes no pas foram ignoradas e as chances de ser uma
constituio representativa so, praticamente, nulas. Afirma o autor De nada servir o
que se escrever numa folha de papel, se no se justifica pelos fatos reais e efetivos do
poder.