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ARTIGO ARTICLE
da criança e do adolescente: contribuições para
a elaboração de propostas de ação
Michael E. Reichenheim 1
Maria Helena Hasselmann 2
Claudia Leite Moraes 1
Abstract In Brazil, the magnitude of family vi- Resumo No Brasil, o conhecimento sobre a di-
olence is not yet fully known. Nevertheless, there mensão da violência familiar é ainda escasso.
is some evidence supporting that the issue Todavia, existem evidências apontando para
should be immediately addressed. The article um cenário merecedor de enfrentamento ime-
underlines the need for research, explicitly at- diato. Nesta perspectiva, o presente artigo des-
tempting to bridge the gap between generated taca o campo das investigações sobre o tema,
knowledge and effective proposals for action. procurando explicitamente fazer uma ponte en-
The article is divided in five parts. It opens with tre a apropriação do conhecimento gerado e efe-
an overview concerning the importance of the tivas propostas de ação. O artigo divide-se em
problem of violence among children and adoles- cinco partes. Inicialmente, é discutida a impor-
cents. The following section presents a typology tância da violência familiar no cenário de mor-
regarding main research lines on family vio- bi-mortalidade de crianças e adolescentes A se-
lence. In the third section, one of those research guir, procura-se mapear as principais linhas de
lines is further detailed, especifically covering investigação sobre o tema, sugerindo uma tipo-
investigations dealing with the consequences of logia de estudos da área. A terceira sessão ex-
family violence. The conection between some of plora com mais ênfase as investigações que ava-
the findings and their use as subsidiaries for ac- liam as conseqüências do fenômeno na saúde de
1 Departamento
de Epidemiologia
tual action proposals is addressed in the fourth crianças e adolescentes. Na quarta seção, são dis-
do Instituto de Medicina section. The last section provides some com- cutidos os possíveis elos entre o conhecimento a
Social e Núcleo de Pesquisa ments about the importance of focusing violence ser gerado nesse âmbito e as propostas de ação
das Violências,
Universidade do Estado
at the family level as opposed to the individual para o enfrentando da violência familiar. Na
do Rio de Janeiro. level; the importance of handling the problem última seção, são feitas algumas considerações
Rua São Francisco Xavier, on a multi-professional basis; and the need to sobre a importância do enfoque familiar em
524, 7o andar, bl. D,
20599-900 Rio de Janeiro,
integrate agencies and services involved with oposição ao individual; do multidisciplinar, em
RJ, Brasil family violence. vez da abordagem compartimentalizada; e sobre
michael@ims.uerj.br. Key words Family Violence; Child Abuse; Vio- a necessidade de integração das várias agências
2 Departamento
de Nutrição Social
lence against Adolescents; Prevention Strate- e serviços envolvidos com a violência familiar.
do Instituto de Nutrição, gies; Epidemiologic Studies Palavras-chave Violência Familiar; Violência
da Universidade Federal contra a Criança; Violência contra Adolescen-
do Rio de Janeiro e Núcleo
de Pesquisa das Violências,
tes; Estratégias de Prevenção; Estudos Epide-
Universidade do Estado miológicos
do Rio de Janeiro
110
Reichenheim, M. E.; Hasselmann, M. H.; Moraes, C. L.
Uma quarta linha de pesquisa é represen- vez que a tipologia nos servirá para buscar os
tada pelos estudos sobre os possíveis determi- possíveis elos entre o conhecimento a ser gera-
nantes/fatores de risco para a violência fami- do e as propostas de ação para o enfrentamen-
liar. De acordo com a revisão bibliográfica rea- to da violência familiar.
lizada, os estudos abordam, principalmente, A próxima seção é dedicada a algumas das
os fatores pessoais/psicológicos dos indivíduos evidências já observadas nos estudos da área.
envolvidos; a história de violência em gera- São enfocadas, especificamente, as pesquisas
ções anteriores ou em idades mais precoces; sobre as conseqüências da violência na saúde
fatores ambientais e sócio-econômico-cultu- da criança e do adolescente.
rais dessas famílias; e as características situa-
cionais presentes nos momentos de violência
familiar; estes últimos, os efetores mais dire- Conseqüências da violência familiar
tos na ocorrência da violência. na saúde da criança
Pesquisas aglutinando estudos que discu-
tem questões relacionadas às propostas de ação Os primeiros estudos na área abordavam, prin-
para o enfrentamento do problema formam cipalmente, as conseqüências traumáticas do
um quinto grupo. Essas investigações englo- abuso físico. Mais recentemente, este campo
bam a literatura sobre diretrizes, políticas e de investigação se ampliou e passou a incor-
estratégias, globais ou locais, com vistas à re- porar um grande número de pesquisas que fo-
dução da violência familiar. Pode-se incluir calizam também as conseqüências psicológi-
aqui também os estudos de avaliação das pró- cas da violência familiar na saúde de suas víti-
prias estratégias. Tais pesquisas objetivam ana- mas (Kempe et al., 1962; Garbarino et al.,
lisar os processos envolvidos nas ações ou a 1988). No entanto, ainda são bastante escas-
análise de resultados e impacto das ações im- sas as investigações sobre o efeito indireto e
plementadas. As pesquisas que avaliam a prá- complementar da violência familiar em pro-
tica de profissionais de saúde na assistência cessos de adoecimento mais complexos ou so-
às famílias vítimas de violência, ou as que ex- bre os efeitos na saúde da criança em conse-
ploram as relações entre as instituições envol- qüência do testemunho de violência entre ou-
vidas no atendimento das vítimas, são exem- tros membros da família. Um dos possíveis
plos de estudos de processos. No outro con- motivos para a carência de pesquisas desse ti-
junto, pode-se citar os estudos sobre mudan- po é a dificuldade de isolar o efeito da violên-
ças nos conhecimentos, atitudes e práticas de cia familiar em processos envolvendo fatores
profissionais de saúde após campanhas edu- de risco relacionados entre si, nos quais o es-
cativas sobre violência familiar, ou os que ava- tabelecimento de hierarquia entre os mesmos
liam a redução da incidência ou prevalência é problemático.
de violência familiar após uma intervenção Independentemente da forma de apresen-
específica. tação da violência, quer física, psicológica, se-
Uma sexta categoria tipológica é constituí- xual ou por negligência (Brasil, 1997), um ex-
da pelos estudos que têm como objetivo cons- pressivo número de autores aponta que as
truir e avaliar a validade e confiabilidade de principais conseqüências dos maus-tratos na
instrumentos elaborados para a captação da infância ocorrem no desenvolvimento infantil
violência familiar no nível empírico. Vale res- nas esferas física, social, comportamental,
saltar que essas pesquisas se dedicam, priori- emocional e cognitiva (Kashani et al., 1992;
tariamente, aos instrumentos de cunho quan- Straus & Gelles, 1995; Gelles, 1997). Essas in-
titativo, capazes de rastrear as possíveis ocor- vestigações sugerem que a intensidade do pro-
rências de violência familiar em investigações blema depende da conjunção de vários fato-
epidemiológicas ou de casos. res, tais como o desenvolvimento psicológico
Por fim, identifica-se um sétimo grupo de e a capacidade intelectual da criança; o víncu-
investigações, composto por estudos que abor- lo afetivo entre o agressor e a vítima; a repre-
dam as conseqüências da violência familiar. sentação do abuso para a criança e a duração
Tais pesquisas analisam, entre outros, os cus- do mesmo; a natureza da agressão; ou ainda,
tos sociais e econômicos, além de explorar as as medidas em curso para a prevenção de abu-
possíveis repercussões da violência no estado sos futuros.
de saúde de suas principais vítimas. Este gru- Para facilitar a apresentação desta breve re-
po de estudos é de especial interesse aqui, uma visão, as conseqüências da violência familiar
113
blemas de saúde vão desde dificuldades adap- a utilização de tratamento profilático para al-
tativas até a própria morte. São citados o iso- gumas dessas patologias em instituições de re-
lamento social, a insegurança, a depressão, os ferência nacionais para o atendimento de ado-
distúrbios do sono, a baixa auto-estima, a pre- lescentes e mulheres vítimas de violência se-
sença de dores abdominais recorrentes, lom- xual (Santos, 1991; Levitt, 1993).
balgias crônicas, cefaléia, contusões locali- Também vem sendo debatido intensamen-
zadas e distúrbios psicossomáticos (Heise, te o papel da violência durante a infância e a
1994; Minayo, 1994; Valdez-Santiago & Sa- adolescência na reprodução da violência fa-
nín-Aguirre, 1996). Outras investigações têm miliar (Belsky, 1993). Um dos principais fato-
indicado uma importante associação entre o res de risco para a ocorrência dessa violência é
fenômeno e o uso de álcool, fumo e drogas ilí- a história pregressa de brutalidade durante a
citas (Mc Farlane et al., 1996; Martin et al., infância, em um ou mais membros da família.
1996; Gelles, 1997). O estresse permanente, a Apesar de não ser consensual, a hipótese de
decepção com o companheiro e a falta de es- transmissão entre gerações tem um grande nú-
perança de modificação da situação de vio- mero de adeptos entre os pesquisadores da
lência são os principais precursores da aquisi- área. Segundo estudos norte-americanos, as
ção ou intensificação desses hábitos de vida taxas de abuso de mulheres é mil vezes maior
(Giffin, 1994). em homens que presenciaram violência fami-
Observando-se a variada gama de conse- liar em suas infâncias do que nos que não a
qüências da violência familiar na saúde das presenciaram (Straus et al., 1980). Além dis-
mulheres que vivenciam essa experiência, é so, alguns autores que trabalham com mulhe-
possível questionar sua plena capacidade de res vítimas de violência indicam uma maior
educar e criar as crianças de forma adequada. dificuldade nas mulheres que presenciaram
Como será discutido nas considerações finais violência grave entre os pais para romper o ci-
do artigo, apesar de a possibilidade da violên- clo da violência e se afastarem dos maridos
cia familiar vitimizar diretamente apenas um agressores (Jaffe et al., 1990). Segundo Belsky
integrante da família, indiretamente, seus efei- (1993), os opositores à idéia de transmissão
tos são observados em todos os membros do da violência entre gerações se baseiam nas crí-
núcleo familiar. Possivelmente, tais repercus- ticas metodológicas cabíveis na maioria dos
sões são preferencialmente observadas nas estudos sobre o tema. Tais críticas envolvem o
crianças menores, em função do conhecimen- reduzido tamanho amostral das pesquisas; a
to existente sobre as estreitas relações entre o excessiva confiança depositada em informa-
estado de saúde físico e mental materno e o ções retrospectivas; o grande número de pes-
crescimento e desenvolvimento infantil nos quisas sem um grupo controle ou com con-
primeiros anos de vida (Beautrais et al., 1982; troles inadequados; e o possível viés de infor-
Fergusson et al., 1984; Freeman, 1984). mação decorrente do conhecimento da atual
Também merecem menção algumas con- situação de agressor nos estudos que avaliam
seqüências da negligência não abordadas ante- a ocorrência de violência na infância, através
riormente: os atrasos ou falha completa no es- de entrevistas não estruturadas.
quema de vacinação, que aumentam o risco
das doenças imunopreviníveis; os hábitos hi-
giênicos inadequados, que aumentam o risco Elo entre as informações geradas
de doenças diarreicas, dermatológicas ou bu- por investigações sobre as conseqüências
cais; e a falta de adesão a prescrições ou au- da violência familiar e ações sanitárias
sência de tratamento adequado pelos pais, le-
vando ao agravamento da doença em questão Ao longo do texto foram descritas as linhas de
(Abrapia, 1992). investigação sobre violência familiar no âm-
Outro ponto que tem sido discutido con- bito da saúde coletiva e uma atenção especial
cerne às conseqüências de estupros e outros foi dada aos estudos interessados em suas con-
abusos sexuais. Além da gravidez, quase sem- seqüências na saúde da criança e do adoles-
pre indesejada, merece menção o potencial ris- cente. Mesmo levando em conta que muitas
co de se contrair doenças sexualmente trans- dessas informações ainda são precárias e in-
missíveis, destacando-se a infecção pelo HIV. suficientes, é sempre interessante procurar en-
Estudos apontam para um risco aumentado tender a conexão entre um possível conheci-
em contrair infecções, o que vem justificando mento e as práticas de saúde que dele se bene-
117
Figura 1
Modelo esquemático das ações relativas à violência familiar no âmbito da Saúde Coletiva.
primária v v imediato
Momento 1 Momento 2
v v v v
“Sentinela” “Confirmação” Ações para debelar Supervisão continuada
o episódio (sentinelas) para detecção
de reincidência
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Reichenheim, M. E.; Hasselmann, M. H.; Moraes, C. L.
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