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ISSN: 1516-3687
revistapsico@mackenzie.br
Universidade Presbiteriana Mackenzie
Brasil
Marlene Matos
Carla Machado
Sónia Caridade
Maria João Silva
Universidade do Minho – Portugal
pós-teste) e um dos ensaios incluiu ainda uma avaliação follow -up. Uma
una situa ción de violencia por la pareja; informar acerca de los recursos
creencias
violence in both males and females. At the end of the paper major
future research.
Introdução
que já foram alvo de violência no namoro e que procuram ajuda para essa
não é uma problemática rara (e.g., PRICE, BYERS & DATING VIOLENCE
íntimas: 15,5% referiu ter sido vítima de pelo menos um acto abusivo
outros enfatizam o seu papel indirecto pelo impacto que tem nos jovens
al., citados por Cox e Stoltenberg (1991) e Dutton (1999) sugerem ainda
esse tipo de aprendizagem por parte dos filhos de casais em que existe
quer como vítimas quer como agressores. Os estudos não são, contudo,
(e.g., impedir contactos sociais com os pares) são alguns dos sinais de
pobre envolvimento e fraca supervisão por parte dos pais. De acordo com
vitimados, mas também na forma como cada género acaba por gerir essa
condição.
Black e Weiz (2003) fazem referência a alguns autores que alertam para o
abusiva.
comunicação.
(MATOS, em preparação).
uma maior adesão a crenças tolerantes face aos maus-tratos com maior
como agressores, pelo que a alteração de tais atitudes seria uma forma de
relações íntimas não tem sido acompanhado da mesma forma por estudos
estes dados como sendo uma reação defensiva do sexo masculino face à
intervenção.
dos grupos).
Método
sessão de prevenção foi projetada para durar uma hora e meia e envolveu
1
Este instrumento serviu apenas para caracterizar o nível socioeconômico das amostras.
2
O terceiro momento, o mais exte nso no tempo, devido à sua componente mais prática e
intera tiva, foi aquele em que os alunos evidenciaram uma maior reflexão, um maior empenho e
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Marlene Matos, Carla Machado, Sónia Caridade, Maria João da Silva
Amostra
com 16 anos; 20% com 17 anos; 2,5% com 18 anos). Esta amostra era
entusiasmo face ao tema, o que se refletiu num grande número de questões e variabilidade de
dúvidas.
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Prevenção da violência nas relações de namoro: intervenção com jovens em contexto escolar
seres humanos.
encontrava na faixa etária dos 15 anos (seguido dos 16 anos com 33,8%,
dos 17 anos com 10,5%, dos 18 anos com 3,8%, em menor e com igual
masculino.
dos 14 aos 16 anos e 41 dos 17 aos 19 anos; 141 do sexo feminino e 109
instituições de apoio).
up). Este só foi, cont udo, possível levar a cabo no primeiro ensaio.
Instrumento de avaliação
(e.g., "Algumas mulheres merecem que lhes batam", "Os insultos são
pelo somatório direto das respostas a cada um dos itens. Desta forma, a
Descrição de resultados
Avaliação de resultados
teste. Esta análise, com base num teste paramétrico (t test para amostras
pós-teste).
analisadas pelo ECVC (veja a Tabela 2), com um valor médio que variou
entre 61,5 e 57,7 (em uma escala cuja pontuação total podia variar entre
Tabela 3).
anos: 178 alunos; 17-19 anos: 32 alunos), o que poderá ter influenciado
uma diminuição das médias dos scores totais do pré-teste para o pós-
Média t p Média t p
teste. Assim, no ensaio 1 a média dos scores totais diminuiu do pré para o
Média t p
Pré-teste 61,5
Pós-teste 56,9 3,300 0,002
Pré-teste 61,5
Ensaio 1 Follow-up 56,2 3,486 0,001
Pós-teste 56,9
Follow-up 56,2 0,514 0,610
Pré-teste 57,7
Ensaio 2 Pós-teste 47,0 12,89 0,000
Avaliação formativa
futuro, 51% do total da amostra referiu que não se deveria mudar nada.
rapazes e moças.
maior ênfase nos conteúdos que integram estes dois últimos fatores.
alunos mais velhos (11º ano). A tendência para que esse suporte diminua
temas.
vítimas de maus tratos pelo parceiro que nos alertam para o valor destes
follow-up foi curto (apenas dois meses). Esta avaliação esteve ausente no
cada vez mais cedo, seria útil envolver adolescentes mais novos (por
Conclusões
recorrer.
tipo noutros países (MATHEWS, 2000). Só por meio de uma atuação mais
Referências
GLASS, N.; FREDLAND, N.; CAMPBELL, J.; YONAS, M.; SHARPS, P.; KUB,
J. Adolescent dating violence: Prevalence, risk factors, health outcomes
and implications for clinical practice. Jognn Clinical Issues, v. 32, p.
227-238, 2003.
MAGDOL, L.; MOFFITT, T. E.; CASPI, A., FAGAN, J.; SILVA, P. A. Gender
differences in partner violence in a birth cohort of 21-year-olds: Bridging
the gap between clinical and epidemiological approaches. Journal of
Consulting and Clinical Psychology, v. 65, n. 1, p. 68-78, 1997.
PRICE, E. L.; BYERS, E. S.; Dating violence research team. The attitudes
towards dating violence scales: Development and initial validation.
Journal of Family Violence, v. 14, n. 4, p. 387-415, 1999.
Contato:
Marlene Matos
Campus de Gualtar
4710 – Braga – Portugal
e-mail: mmatos@iep.uminho.pt
Tramitação:
Recebido em setembro de 2005
Aceito em janeiro de 2006