Você está na página 1de 12

Universidade Federal do Ceará

Centro de Tecnologia – Curso de Engenharia de Energias e Meio Ambiente


Disciplina: Física Fundamental I – professora: Talita
Nome: __________________________________________ Data: ___/___/___

Movimento Retilíneo

Vetores

Um pica-pau bate repetidamente o bico contra o tronco de uma árvore para procurar insetos
para comer, para criar um depósito ou para anunciar que está à procura de uma parceira. O
movimento em direção ao tronco pode ser muito rápido, mas a desaceleração quando o bico se
choca com a madeira é quase instantânea, e seria fatal para um ser humano. Na verdade, um
pica-pau deveria cair da árvore morto ou inconsciente, toda vez que batesse o bico no tronco.
Entretanto, ele não só sobrevive como repete o movimento. Como o pica-pau pode sobreviver aos violentos
impactos de seu bico em uma árvore? Você encontrará a resposta desta e de outras perguntas intrigantes nesta
aula.

1. Movimento retilíneo

Por razões obvias, estudar o movimento dos corpos é de extrema relevância para compreendermos a
natureza. O mundo, e tudo que está nele, se move. O entendimento deste movimento pode ser a resposta para
diversas questões que sempre intrigaram a humanidade. Os engenheiros da NASCAR são fanáticos por esses
aspectos da física quando determinam o desempenho dos seus carros antes e durante uma corrida. Os geólogos
usam esta física para estudar o movimento de placas tectônicas na tentativa de prever terremotos. Os médicos
necessitam desta física para mapear o fluxo de sangue em um paciente quando examinam uma artéria
parcialmente obstruída, e motoristas a usam para tentar reduzir a velocidade e escapar de uma multa quando
percebem um radar à frente. Nesta aula, estudamos a física básica do movimento nos casos em que o objeto
(carro de corrida, placa tectônica, célula sanguínea, automóvel) está se movendo em linha reta. Ou seja, vamos
estar o movimento retilíneo ou movimento unidimensional. Isto significa que:
1. O movimento acontece sobre uma reta (trajetória retilínea). Esta trajetória pode ser vertical (por
exemplo, uma bola de basquete lançada para cima) ou horizontal (por exemplo, um automóvel
numa estrada plana).
2. A causa do movimento (empurrões ou puxões) não será, por enquanto, investigada.
3. O objeto em movimento pode ser uma partícula (caso onde sua dimensão é insignificante
comparada a outros parâmetros) ou um corpo extenso.
2. Posição e deslocamento

Como sabemos, localizar um objeto significa


determinar sua posição em relação a algum ponto de
referência, chamado de origem, como mostrado na
figura ao lado. O sentido positivo do eixo está no
sentido dos números crescentes (direita). O sentido
oposto é o sentido negativo. Uma partícula localizada,
por exemplo, em x = 5 está a 5 metros da origem do
sentido positivo. Uma partícula localizada em x = -5
também se encontra a 5 metros da origem, mas no sentido oposto.
Se a partícula, então, sai de um ponto do eixo, dizemos que ela se deslocou. Definimos, portanto, o
deslocamento como sendo:
∆x = x 2 x 1

Como vimos na aula passada, o deslocamento é uma grandeza vetorial, possuindo módulo, direção e
sentido. Neste capitulo, como estudamos o movimento retilíneo, o vetor deslocamento, dado por
r
x = x x iˆ + x y ˆj + x z kˆ possuirá apenas uma componente.

3. Velocidade média

Uma forma compacta de descrever a posição de um objeto é desenhar um


gráfico da posição x em função do tempo t, ou seja, um gráfico de x(t). Como um
exemplo simples, a figura a seguir mostra a função posição x(t) para um tatu em
repouso (tratado como uma partícula) durante um intervalo de tempo de 7 segundos.
A posição do animal tem sempre o mesmo valor, x = -2m.
A figura a seguir é mais interessante, já que envolve o movimento. O
tatu é aparentemente avistado em t = 0, quando está na posição x = -5m. Ele se
move no sentido de x = 0, passa por este ponto em t = 3s e continua a se
deslocar para maiores valores positivos de x. A figura (b) abaixo mostra o
movimento real do tatu em linha reta, que é a trajetória que você veria. O
gráfico da figura (a) abaixo é mais abstrato e bem diferente daquilo que você
realmente veria, mas é muito mais rico em informações. Ele também revela com
que rapidez o tatu se move.
Um parâmetro importante a ser definido é justamente a rapidez com que
um corpo se desloca. Esta “rapidez” recebe o nome de velocidade.
Quando você vem por uma rua em um veículo, ao olhar o velocímetro você perceberá diferentes valores
da velocidade ao longo do trajeto. Quando o valor indicado no velocímetro é baixo você demora mais para
percorrer um trecho da rua. À medida que se aumenta o valor você percorre o trecho mais rapidamente. Ora,
podemos dizer, então, que a velocidade é uma medida da rapidez com que um objeto se desloca.
Agora, vamos supor que você esteja parado em um
determinado ponto de uma pista de corrida e que de repente
dois carros entrem simultaneamente no trecho em que você se
encontra. Ao carro que passar primeiro por você podemos
atribuir-lhe maior velocidade? Bem, durante o trajeto, nada
impede que o veículo que passou por último tenha, em alguns
instantes, alcançado uma velocidade maior que o outro. Isso
poderia ser constatado claramente se tivéssemos visto os velocímetros de ambos. Então, se a velocidade é uma
medida da rapidez com que um objeto se desloca, podemos afirmar que, na média, o veículo que chegou
primeiro até você teve maior velocidade que o outro. Conceituamos, assim, velocidade média como sendo a
razão entre a distância que o objeto percorre e o tempo que ele gastou para percorrer, que podemos expressar
pela seguinte fórmula:
Assim, para determinarmos o quão rápido um corpo sai do ponto x1 e chega a x2 escrevemos:

deslocamento
velocidade =
tempo
Matematicamente:

∆x x 2 − x1
v méd = =
∆t t 2 − t1

onde t1 é o tempo quando o corpo se encontra na posição x1 e t2 é o tempo quando o corpo se encontra em x2.
Desta forma, para um dado valor fixo de ∆x, quanto menor for o valor de ∆t maior será a velocidade média, ou
seja, quanto menos tempo você gastar para percorrer a distância ∆x, maior será a sua velocidade média.
A unidade da velocidade no Sistema Internacional (SI) é o metro
por segundo (m/s).
Se quisermos expressar
graficamente x versus t, teremos o
gráfico ao lado.
A velocidade média,
portanto, é a inclinação da curva de
x versus t. O módulo da velocidade,
então, corresponde à inclinação (ou coeficiente angular) da reta em
vermelho no gráfico ao lado. Um valor positivo de vméd indica que a
inclinação da reta é para cima à direita. Por outro lado, se vméd < 0, a reta
está inclinada para baixo.

A figura a seguir mostra como determinar a velocidade média para o intervalo de tempo de t = 1s a t = 4
s; Traçamos a linha reta que une os pontos correspondentes ao início e ao final do intervalo de tempo
considerado. Em seguida, calculamos a inclinação ∆x/∆t da linha reta.
Agora, vamos ver um exemplo: suponha que você tenha ido passar o carnaval em Aracati, distante
147 km de Fortaleza. Nessa viagem você gastou 2 horas para chegar até lá. É claro que durante o percurso o
carro ou ônibus que você estava desenvolveu diversas velocidades diferentes, mas a sua velocidade média foi de:

147
v méd = = 73,5km / h
2

Isso é equivalente a se dizer que o veículo deslocou-se durante todo o trajeto a uma velocidade média de 73,5
km/h. Isto não quer dizer que sua velocidade se manteve 73,5 km/h durante todo o trajeto. Em alguns trechos,
talvez você tenha diminuído a velocidade e, em outros, aumentado. Assim, é preciso definir a velocidade
instantânea, que é aquela que o velocímetro indica. Como o próprio nome diz, velocidade instantânea é aquela
medida num determinado instante. Em outras palavras
a velocidade média esta ligada a um intervalo de
tempo ∆t enquanto a velocidade instantânea a um
instante de tempo t.

Matematicamente, a velocidade instantânea v


de um corpo é o
valor onde vméd
se aproxima no
limite em que
contraímos o
intervalo de
tempo ∆t a zero.
Ou seja:

∆x dx
v = lim ⇒ v=
∆t →0 ∆t dt

A equação acima nos diz que a velocidade instantânea de um corpo é a


derivada temporal da sua posição.

A figura ao lado mostra o gráfico x(t) de um elevador que, depois


de passar algum tempo parado, começa a se mover para cima (que
tomamos como sendo o sentido positivo de x) e depois pára novamente. Plote v(t).

4. Movimento Retilíneo Uniforme

Imagine agora que você se encontra dentro de um veiculo. Ao longo do trajeto, você observa que o
ponteiro do velocímetro sempre permanece na mesma posição, 60km/h, por exemplo. Como o movimento
acontece numa linha reta, é chamado de movimento retilíneo (trajetória em linha reta) uniforme (a velocidade
não varia ao longo do percurso).

No movimento retilíneo uniforme (MRU), a velocidade é constante no decorrer do tempo. Portanto:

∆x x − x1
v méd = ⇒ v méd = 2
∆t t 2 − t1

Mas, se a velocidade não varia, vméd = v. Além disso, vamos chamar x2 de uma posição x qualquer, x1=x0 e o
tempo inicial é t1=0. Logo:

x 2 − x1 = v(t 2 − t1 ) ⇒ x = x0 + vt

Temos, então, a equação horária do movimento para o MRU, dada por:

x = x0 + vt

Usando a função horária, você encontrará qualquer posição no movimento retilíneo uniforme.

No MRU a posição é uma função (de primeiro grau) do tempo e o gráfico dessa função é mostrado na figura
abaixo.

No gráfico ao lado você tem:


∆x = ∆s = s − s 0
∆t = t − t 0
Aqui não consideramos t0=0.
Vamos usar um pouco de trigonometria:
cateto oposto ∆x
tgθ = =
cateto adjacente ∆t

A definição da velocidade é exatamente igual à


inclinação da reta que representa a a posição como
função do tempo.
Movimento retrógrado e movimento progressivo

Como sabemos, o deslocamento é um vetor. Então podemos associar a cada trajetória sentido positivo
ou negativo de percurso. Veja a figura abaixo

Um dos rapazes se desloca para a direita, o sentido considerado como positivo no eixo-x.

O movimento que se efetua neste sentido é chamado progressivo e se caracteriza por ter sua velocidade positiva.
O outro desloca-se em sentido contrário, o sentido negativo.

O movimento neste sentido é chamado retrógrado e se caracteriza por ter sua velocidade negativa.

Movimento progressivo Movimento retrógrado

4. Aceleração

Como vimos agora a pouco, a velocidade é uma grandeza que mostra a rapidez com que um corpo se
desloca. Existe também uma grandeza que mostra a rapidez com que a velocidade varia. Essa grandeza é a
aceleração. Podemos observar a variação de velocidade de carros, ônibus, caminhões e aviões no velocímetro
desses veículos. Não existe aceleração quando o ponteiro do velocímetro não se move, isto é, quando o
velocímetro marca sempre a mesma velocidade. Se o ponteiro do velocímetro está se movendo lentamente, é
porque a velocidade está variando lentamente. Nesse caso, a aceleração é “pequena”. Quando o ponteiro se
move rapidamente, a velocidade está variando rapidamente. Nesta situação, a aceleração é “grande”.
Resumidamente, quando a velocidade de uma partícula varia, dizemos que a partícula sofre aceleração
(ou desaceleração). Logo, a aceleração é a taxa de variação da velocidade. Assim:

v 2 − v1 ∆v
a méd = =
t 2 − t1 ∆t

onde a partícula tem velocidade v1 no tempo t1 e velocidade v2 no tempo t2.

A aceleração instantânea é o valor da aceleração de um corpo num determinado instante. Ou seja, a


aceleração instantânea a de um corpo é o valor onde améd se aproxima no limite em que contraímos o intervalo
de tempo ∆t a zero. Ou seja:

∆v dv
a = lim ⇒a=
∆t →0 ∆t dt

A equação acima nos diz que a aceleração instantânea de um corpo é a derivada temporal da sua velocidade.
Isto quer dizer que a aceleração de uma partícula em qualquer instante é a taxa na qual sua velocidade está
mudando, naquele instante. Graficamente, a aceleração é a inclinação da curva v(t) no ponto.

Se lembrarmos que

dx
v=
dt

temos:

dv d ⎛ dx ⎞ d 2x
a= = ⎜ ⎟⇒a= 2
dt dt ⎝ dt ⎠ dt
Portanto, podemos interpretar a aceleração de uma partícula num instante qualquer como sendo a
derivada segunda da sua posição x(t) em relação ao tempo.
No SI, a aceleração é medida em metro por segundo ao quadrado (m/s2).
As sensações que você teria se estivesse no elevador da figura ao
lado estão indicadas pelos bonequinhos que aparecem na parte inferior da
figura. Quando o elevador acelera, você se sente como se estivesse sendo
empurrado para baixo; mais tarde, quando o elevador freia até parar, tem a
impressão de que está sendo puxado para cima. Entre estes dois intervalos
não se sente nada de especial. Em outras palavras, nosso corpo reage a acelerações (é um acelerômetro), mas
não a velocidades (não é um velocímetro). Quando estamos viajando em um carro a 90km/h ou viajando a
900km/h não temos nenhuma sensação de movimento. Entretanto, se o carro ou o avião muda bruscamente de
velocidade, percebemos imediatamente a mudança e podemos até ficar assustados. Boa parte da emoção que
sentimos quando andamos de montanha-russa se deve às mudanças súbitas de velocidades às quais somos
submetidos.

5. Aceleração constante

Em muitos tipos de movimento, a aceleração se mantém constante ou aproximadamente constante. Por


exemplo, você pode acelerar um carro a uma taxa aproximadamente constante quando a luz de um semáforo
muda de vermelho para verde. Neste caso, os gráficos de sua posição, velocidade e aceleração se assemelhariam
às figuras abaixo.

Para casos especiais onde a aceleração se mantém constante, vamos


deduzir algumas equações.
Quando a aceleração é constante, tanto a aceleração média quanto a aceleração instantânea são iguais.
Logo:
v 2 − v1
a = a méd =
t 2 − t1
Chamaremos v2 = v e v1 = v0. Consideraremos que t1 = t0 = 0. Assim:
v − v0 v − v0
a= ⇒a= ⇒
t −0 t

v = v 0 + at

Observe, na equação acima, que se a = 0 ⇒ v = v0, ou seja, se a aceleração é nula, a velocidade não varia.
Vamos, agora, escrever a velocidade média como sendo a média entre duas velocidades. Logo:

v méd =
1
(v0 + v )
2
Mas, sabemos que v = v 0 + at . Assim:

v méd =
1
(v0 + v ) ⇒ v méd = 1 (v0 + v0 + at ) ⇒ vméd = v0 + 1 at
2 2 2
Se lembrarmos os conceitos iniciais deste aula, temos que:
⎛ 1 ⎞
x = x0 + v méd t ⇒ x = x0 + ⎜ v0 + at ⎟t
⎝ 2 ⎠

1 2
x = x0 + v0 t + at
2
Esta, portanto, é a equação horária do espaço quando a ≠ 0. Se a = 0, temos x = x 0 + vt .

Notemos que x depende quadraticamente do tempo. Assim, a curva de x(t) em função do tempo é uma
parábola, onde a concavidade é definida pelo sinal da aceleração (positiva ou negativa).
Podemos, ainda, combinar as duas equações horárias anteriores, de modo a obter uma terceira equação,
independente de alguma variável desejada. Por exemplo, podemos obter uma equação independente do tempo.
Assim:
v − v0
v = v 0 + at ⇒ t =
a
Logo:

⎛ v − v0 ⎞ 1 ⎛ v − v0 ⎞
2
1
x = x0 + v0 t + at 2 ⇒ x = x0 + v0 ⎜ ⎟ + a⎜ ⎟ ⇒
2 ⎝ a ⎠ 2 ⎝ a ⎠

⎧⎪ ⎛ vv0 − v 0 2
⇒ ⎨ x = x0 + ⎜⎜
a
⎞ 1 2
⎟+ (
⎟ 2a v − 2vv0 + v0
2
)⎫⎪⎬ × {2a} ⇒
⎪⎩ ⎝ ⎠ ⎪⎭

⇒ 2ax = 2ax 0 + 2vv0 − 2v0 + v 2 − 2vv0 + v0 ⇒ 2a ( x − x 0 ) = v 2 − v0 ⇒


2 2 2

v 2 = v 0 + 2a ( x − x 0 )
2

A equação acima é conhecida como equação de Torricelli.

No movimento uniformemente acelerado, a velocidade sempre aumenta, como em um carro de corrida


que partindo do “grid” de largada, vai acelerando mais e mais para aumentar a velocidade e ficar na frente dos
competidores.

No movimento uniformemente desacelerado ou retardado, os vetores velocidade e aceleração estão em


sentidos opostos: A velocidade sempre diminui, como no carro de corrida que precisa parar no “pitstop” para
trocar os pneus: ele aplica os freios e vai desacelerando até parar.

A equação v = v 0 + at representa a velocidade como função do tempo, pode ser representada em um


gráfico como mostrado abaixo. Como se pode ver a velocidade é uma função de primeiro grau, o gráfico é uma
reta.
Voltemos à equação que nos dá a velocidade como função do tempo, v = v 0 + at . Na figura da esquerda, vemos
um exemplo de movimento em que a velocidade do móvel é sempre crescente. Dizemos que o móvel está
acelerado. Na figura da direita, temos o caso em que a velocidade vai diminuindo, o móvel está desacelerando,
está freando.

Observe as inclinações das retas que representam as acelerações em cada caso.

Vamos interpretar as duas figuras geometricamente. Observe a Figura 1

Veja, vf > vi portanto v > 0, isto é, v é POSITIVO

Como definimos a aceleração:

então teremos

Agora, olhe novamente para a figura


da esquerda. Veja o ângulo . A tangente desse ângulo define a inclinação da reta. Vamos calcular a tangente
desse ângulo?

Agora observe a figura abaixo.

Agora vf < vi portanto v < 0, isto é, v é NEGATIVO

Lembrando novamente que :


Teremos agora

Da mesma forma como visto na figura anterior, a tangente do ângulo define a inclinação da reta. Vamos
calcular a tangente desse ângulo?

Portanto, pode concluir que

A inclinação da reta que representa a velocidade como função do tempo é igual à aceleração.

Exemplo: A cabeça de um pica-pau está se movendo para frente com uma velocidade de 7,49 m/s
quando o bico faz contato com o tronco de uma árvore. O bico pára depois de penetrar 1,87 mm do tronco.
Determine o módulo da aceleração, em unidades de g, supondo que ela é constante. Lembre-se que 1g = 9,8
m/s2 (unidade de g).
Idéia-chave para resolver a questão: Podemos usar as equações de aceleração constante; em particular,
podemos usar v 2 = v 02 + 2a( x − x 0 ) , que relaciona a velocidade ao deslocamento.
Cálculos: Como a cabeça do pica-pau pára, sua velocidade final é v = 0. A velocidade inicial é v0 = 7,49
m/s e o deslocamento durante a aceleração constante é x – x0 = 1,87 × 10-3 m. Substituindo estes valores na
equação mencionada acima:
v 2 = v 02 + 2a (x − x0 ) ⇒ 0 2 = (7,49) 2 + 2a (1,87 ⋅ 10 −3 )
a = 1,5 ⋅ 10 4 m / s 2
Dividindo o resultado anterior por g = 9,8 m/s2 e tomando o valor absoluto descobrimos que o módulo
da aceleração da cabeça é
a = (1,53 ⋅ 10 3 )g
Comentário: Esta aceleração típica da cabeça de um pica-pau é aproximadamente 70 vezes maior que a
aceleração experimentada por uma pessoa em um trenó a jato e certamente seria mortal para um ser humano. A
capacidade de um pica-pau em suportar acelerações tão elevadas ainda não foi bem explicada, mas existem duas
teorias: (1) O movimento da cabeça do pica-pau é quase retilíneo. Alguns pesquisadores acreditam que uma
concussão pode acontecer nos seres humanos e nos animais quando a cabeça gira muito depressa em torno do
pescoço (e do tronco cerebral), mas esta concussão é bem menos provável em um movimento retilineo. (2) O
cérebro do pica-pau está tão firmemente preso ao crânio que as duas estruturas se movem em uníssono, o que
minimiza os efeitos da aceleração.
Algumas equações que vimos nesta aula são equações básicas a partir das quais outras equações podem
ser deduzidas. Estas equações podem ser obtidas a partir da integração da aceleração com a condição de que a
seja uma constante, ou seja:
dv = adt
Em seguida, escrevemos a integral indefinida em ambos os lados da equação:

∫ dv = ∫ adt ⇒ v = at + C.
Para determinar a constante de integração C, fazemos t = 0, instante no qual v = v0. Substituindo estes valores
na equação anterior (que é válida para qualquer valor de t, incluindo t = 0), obtemos
v0 = (a)(0) + C = C

Substituindo este valor na equação v = at + C , obtemos


v = v 0 + at

1 2 ∆x dx
Para demonstrar x − x0 = v0 t + at , escrevemos a definição de velocidade v = lim = na forma
2 ∆t →0 ∆t dt
dx = vdt
e integramos ambos os membros da equação para obter

∫ dx = ∫ vdt.
Substituindo v pelo seu valor, dado por v = v 0 + at , temos:

∫ dx = ∫ (v 0 + at )dt.

Como v0 e a são constantes, podemos escrever

∫ dx = v ∫ dt + a ∫ tdt.
0

Integrando, obtemos
1 2
x = v0 t + at + C '
2
onde C’ é outra constante de integração. No instante t = 0, temos x = x0. Substituindo estes valores na equação
anterior, obtemos x0 = C’. Substituindo este dado na equação anterior, obtemos
1 2
x − x0 = v0 t + at .
2

Você também pode gostar