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SINCRONICIDADE E
DESTINO HUMANO
IRA PROGOFF
Uma complexidade de um universo infinito pode
requerer vários princípios de interpretação nos
níveis básicos que precisam ser aprendidos. [...] É
nessa perspectiva ampla e geral que analisamos os
princípios alternativos à causalidade,
especificamente a hipótese proposta por Jung do
princípio de sincronicidade como subsídio e
complemento às leis de causa e efeito.
(p. 7-8)
Nesse espírito, com base numa forte intuição de que
existe uma correspondência, ou pelo menos, um
paralelo, entre a atividade da física teórica e suas
pesquisas em psicologia profunda, Jung começou a
formular, no final dos anos 20, o princípio de
relação “acausal”, a que deu o nome de
sincronicidade
(p. 9)
[...] O conceito de sincronicidade lhe foi originalmente
sugerido pelas observações que ele fez ao estudar as
camadas mais profundas do self... [...] Jung percebeu o
átomo como a unidade básica do mundo físico e a psique do
ser humano. Essa correspondência se acentua mais com se
compara o átomo com a concepção da psique que Jung
desenvolveu como método característico de sondagem das
profundezas do ser humano. [...] Jung imaginou-se que se
grandes quantidades de energia podiam ser liberadas
rompendo-se a unidade elementar do átomo, quantidades
equivalentes de energia poderiam ser produzidas se
abrissem de igual maneira as profundezas da psique.
(p.9)
Interação: ciência (racional) – esoterismo (não
racional)
Ciência esoterismo podem parecer
Quando Jung começou a desenvolver o
conceito de sincronicidade na década de 20,
a maior flexibilidade de atitudes ainda não
emergira. Ele foi muito estimulado e
encorajado pela obra de físicos do porte de
Nils Bohr e Wolfgang Pauli, mas quando
publicou a primeira versão na alemanha em
1952, o pensamento racionalista causal ainda
predominava
(p. 49-50)
À primeira vista, a sincronicidade pode parecer
uma concepção racional, distanciada do
pensamento ocidental. Mas, na realidade, é
um resultado da história desse pensamento,
ao longo do qual tanto o conhecimento de
religiões antigas, quanto o conhecimento da
ciência moderna, vêm sendo incorporados.
(p.51)
É perfeitamente correto dizer que trata de uma
coincidência. No entanto, deve-se
acrescentar, para exato que se trata de uma
coincidência significativa, porquanto a ligação
cruzada dos eventos possui um significado
definido. [...] A significância destas
coincidências – isto é, a qualidade especial de
significado que faz delas não apenas eventos
não relacionados, mas sim coincidências
verdadeiras – não deriva, de modo algum,
dos fatos circunstanciais que podem ser
reconstituídos em termos de causalidade
(p. 55)
Durante séculos, questões como acaso,
coincidência, realização de desejo, cognição
através de sonhos, preces e atendimento
delas, milagres e curas através da fé,
précognição e outros fenômenos semelhantes
têm sido explicadas como formas diversas de
magia espiritual ou tem sido ao contrário,
rejeitadas como supertições.
(p.55-56)
O acaso parece desempenhar um papel
inerente na origem de cada indivíduo. Tem de
ser, no entanto, um acaso significativo, aquilo
que Jung domina de “uma coincidência
significativa” O encontro aparentemente
acidental de fatores que não estão ligados
por um elo causal, mas que apesar disso,
demonstram estar significativamente
relacionados, ocorre no próprio âmago do
processo através do qual o propósito da vida
e de cada indivíduo se desenvolve e se torna
o seu “destino”.
(p.62)
Chang Tse: a “visão interior” não necessita de
conhecimento intelectual porque entra em
harmonia com os cosmos quando olha para
dentro de si mesma (p. 74)
Nas suas profundezas, a psique do indivíduo
contém o reflexo do universo mais amplo.
Esses reflexos são imagens simbólicas que
apresentam determinados aspectos do
macrocosmos. As imagens contidas dentro
da psique individual, são portanto, reflexos
em miniaturas. E os movimentos individual,
são, portanto, reflexos do universo em
miniatura.
(p.74)
Jung tinha a visão mais ampla do self como
expressão da totalidade humana. O self
contém todas as realidades impiricas da
personalidade, e é além disso, um substrato
da realidade. É o elo do universo e, quando
assim experenciado, torna-se uma espécie de
continumno nível psíquico.
(p.75)
A experiência de um símbolo arquetípico
resulta num sentido de relação com os
mecanismos internos da vida, numa
participação com o movimento do cosmos.
Em momentos assim, o indivíduo sente que
sua individualidade está exaltada, como se
fosse arrebatada, por um instante, para uma
dimensão mais elevada do ser.
(p.78)
Jung chamava de caráter cósmico, quando
algum arquétipo se torna ativo na vida
humana. (p.79)
A manifestação do macrocosmos no indivíduo
significa que algo da divindade do universo
individualizou-se (p.79). Quando há uma
correspondência entre o micro e o
macrocosmos é alcançado ocorre uma
harmonia entre destes o nível psiquíco e o
indivíduo entra em contato com o universal.
(p.79)
Jung definiu como “tipo intuitivo” a principal