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CURSO DE DIREITO
CAMPUS GUAÍBA
Guaíba
2010/02
2
Guaíba
2010/02
3
PARECER:
É o parecer.
________________________
Daniela de Oliveira Pires
Orientadora
4
DEDICATÓRIA:
AGRADECIMENTOS:
EPÍGRAFE:
RESUMO
O presente estudo monográfico tem como escopo analisar o art. 9°, inciso I, da Lei
de Previdência do Estado do Rio Grande do Sul (lei n.° 7.672/82), sob uma ótica
constitucional, mais precisamente, perante o principio da igualdade, como forma de
propor a discussão acerca da sua (in)constitucionalidade. A escolha do tema advém
de uma possível inaplicabilidade dos princípios basilares da Constituição Federal
Brasileira. Sendo que no primeiro capítulo será abordado os conceitos de igualdade
e de direitos fundamentais, no segundo capítulo será abordado aspectos específicos
da lei, bem como, sua possível (in)constitucionalidade e no último capítulo, será
abordado o caso específico que motivou a presente monografia.
ABSTRACT
This monographic study is to analyze the scope of art. 9, section I of the Law of
Welfare of the State of Rio Grande do Sul (Law No 7.672/82), from a constitutional
perspective, more precisely, before the principle of equality as a way to bring the
discussion about its (un) constitutionality. The theme comes from a possible
inapplicability of the basic principles of the Federal Constitution. Since the first
chapter will address the concepts of equality and fundamental rights, in the second
chapter will address specific aspects of the law, as well as its possible (un)
constitutionality and the last chapter, we will address the specific case that led to this
monograph .
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 10
1 O PRINCÍPIO DA IGUALDADE, OS DIREITOS FUNDAMENTAIS E A
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 ..................................................................... 12
1.1 O conceito de igualdade .................................................................................. 12
1.2 A evolução dos direitos fundamentais nas constituições brasileiras ............... 18
1.3 Os direitos fundamentais e a busca da igualdade na Constituição Federal de
1988 ................................................................................................................. 22
2 O ART. 9º DA LEI N°. 7.672/82: IMPLICAÇÕES NAS RELAÇÕES DE GÊNERO
.............................................................................................................................. 26
2.1 A igualdade nas relações de gênero ............................................................... 26
2.2 A relação entre o art. 9° e o Princípio da Igualdade ........................................ 28
2.3 A (in) constitucionalidade do art. 9° da Lei 7.672/82 ....................................... 30
3 ANÁLISE JURÍDICA DA DECISÃO: O FUTURO DA LEGISLAÇÃO
PREVIDENCIÁRIA GAÚCHA ........................................................................... 33
3.1 Breve análise histórica da jurisprudência relacionada ao Instituto da
Previdência Gaúcha ........................................................................................ 33
3.2 Previdência Gaúcha frente à Carta Constitucional ......................................... 36
3.3 O Impacto da decisão analisada, bem como, o futuro da legislação
previdenciária gaúcha ..................................................................................... 42
CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................... 45
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 47
ANEXOS .................................................................................................................. 51
10
INTRODUÇÃO
Entretanto, em que pese tal assertiva, apenas para atingir uma mínima
ordem conceitual acerca do tema, podemos reiterar as palavras de José Afonso da
Silva, segundo o qual, a expressão direitos fundamentais “[...] é reservada para
designar, no nível do direito positivo, aquelas prerrogativas e instituições que ele
concretiza em garantias de uma convivência digna”2.
1
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo, 30. Ed. São Paulo: Malheiros
Editora, 2008, p. 178.
2
Ob. Cit., p. 178.
13
3
MIRANDA, Jorge Manuel Moura Loureiro de. Manual de Direito Constitucional, Tomo IV, 3ª Ed.
Portugal: Coimbra Editora, 2000, p. ilegível.
4
MARMELSTEIN, George. Curso de Direitos Fundamentais, 2ª Ed. São Paulo: Atlas Editora, 2009, p.
20.
5
SILVA, José Afonso da. Comentário Contextual à Constituição, 5ª Ed. São Paulo: Malheiros Editora,
2007, p. 70.
6
BONAVIDES, Paulo. Curso de Direito Constitucional, 13ª Ed. São Paulo: Malheiros Editora. 2000. P.
377.
14
7
Ob. Cit., p. 71.
8
Ob. Cit., p. 71.
9
RAWLS, John. Justiça e Democracia, 1ª Ed. São Paulo: Martins Fontes Editora: 2002, p. 97.
10
SILVA, José Afonso da. Comentário Contextual à Constituição, 5ª Ed. São Paulo: Malheiros
Editora, 2007, p. 71.
15
Todas as guerras do mundo são iguais. Todas as fomes são iguais. Todos
os amores, iguais, iguais, iguais. Iguais todos os rompimentos. A morte é
igualíssima. Todas as criações da natureza são iguais. Todas as ações
cruéis, piedosas ou indiferentes, são iguais. Contudo, o homem não é igual
a nenhum outro homem, bicho ou coisa. Ninguém é igual a ninguém. Todo
15
ser humano é um estranho. Ímpar.
11
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Conteúdo Jurídico do Princípio da Igualdade. 3ª Ed. São
Paulo: Malheiros Editora, 2008, p. 11.
12
Ob. Cit., p.11.
13
STF, ADI 3305/DF, Rel. Min. Eros Grau, Julgado em 13/09/2006.
14
PAULO, Vicente; ALEXANDRINO, Marcelo, Direito Constitucional Descomplicado, p.110.
15
ANDRADE, Carlos Drummond de, em A Paixão Medida, 4ª ed., 1983, p. 59.
16
16
BONAVIDES, Paulo. Curso de Direito Constitucional, 13ª Ed. São Paulo: Malheiros Editora. 2000.
P. 378.
17
MIRANDA, Jorge Manuel Moura Loureiro de. Manual de Direito Constitucional, Tomo IV, p. 226.
18
STF, MI 58, Min. Celso de Mello, julgamento em 14/12/1990, DJ 19/04/1991.
19
STF, ADI 3305/DF, rel. Min. Eros Grau, julgamento em 13/09/2006.
17
forma assaz solar para qualquer pessoa, podemos conceituar a igualdade segundo
os ensinamentos de Rui Barbosa, vejamos:
Desta maneira, a citação supracitada vem para deixar mais claro o sentido
conceitual de igualdade.
Ainda, no que pertine à igualdade, se faz mister falarmos na igualdade na lei
e igualdade perante a lei. Segundo o pensamento de Otávio Piva, podemos defini-
las da seguinte maneira:
[...] a igualdade na lei seria uma exigência dirigida tanto àqueles que criam
as normas jurídicas gerais como àqueles que as aplicam aos casos
concretos.[...] a igualdade perante a lei seria uma exigência feita a todos
22
aqueles que aplicam as normas jurídicas gerais aos casos concretos.
20
BARBOSA, Rui. Oração dos Moços.
21
PIVA, Otávio. Comentários ao Art. 5° da Constituição Federal de 1988 e Teoria dos Direitos
Fundamentais. 3ª Ed. São Paulo: Editora Método. 2009, p. 50.
22
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo, 30. Ed. São Paulo: Malheiros
Editora, 2008, p. 215.
23
PAULO, Vicente e ALEXANDRINO, Marcelo, Direito Constitucional Descomplicado, p.110.
18
24
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo, 30. Ed. São Paulo: Malheiros
Editora, 2008, p. 215.
25
Declaração aprovada no auge da Revolução Francesa que dizia que “o Estado que não reconhece
os direitos fundamentais, nem a separação de poderes, não possui Constituição”. Devendo-se extrair
dessa expressão que um país verdadeiramente democrático deve possuir um mecanismo de controle
do poder estatal para proteger os cidadãos contra o abuso e a opressão. Os direitos protegidos nessa
declaração englobavam os direitos fundamentais tais como: liberdade, igualdade e os direitos
políticos, tanto que o texto proclamado começava com a expressão “os homens nascem e
permanecem livres e iguais em direitos”.
26
GONÇALVES, Kildare Carvalho. Direito Constitucional Didático, 5ª Ed. São Paulo: Del Rey Editora,
1998, p. 156.
19
27
Ob. Cit. p. 158.
28
CUNHA, Fernando Whitaker. Direito Constitucional do Brasil, São Paulo, Editora Renovar, 2000, p.
63.
20
29
Ob. Cit. P. 63.
21
30
BALTAZAR, Antonio Henrique Lindemberg. Histórico das Constituições Brasileiras. Disponível em:
http://www.vemconcursos.com/opiniao/index.phtml?page_id=1897, acessado em 23 de novembro de
2010.
22
Desta maneira, resta claro que a Carta Magna de 1988 pretendeu não
apenas proclamar direitos, mas, sobretudo, concretizá-los.34 Pois sob a égide da
Constituição cidadã, o ordenamento jurídico brasileiro tornou-se notoriamente
comprometido com os direitos fundamentais, para isso basta fazermos uma simples
leitura do art. 3°, que traça os objetivos da República Federativa do Brasil. Lá está
escrito claramente que o papel do Estado brasileiro é acabar com a miséria e reduzir
31
BONAVIDES, Paulo. Curso de Direito Constitucional. 2ª Ed. São Paulo: Malheiros Editora: 2000, p.
379.
32
Ob. Cit., p. 379.
33
Gerhard Leibholz, “Die Freiheitliche und Egalitäre Komponente im modernen Parteiestaat”, in
Führung Bildung in der heutigen Welt, pp. 258 e ss. Apud Ob. Cit., p. 379.
34
“Os direitos fundamentais, em rigor, não se interpretam; concretizam-se” (BONAVIDES, Paulo.
Curso de Direito Constitucional. 13ª Ed. São Paulo: Malheiros Editora, 2000, p. 545.
24
35
MARMELSTEIN, George. Curso de Direitos Fundamentais, 2ª Ed. São Paulo, Atlas Editora, 2009,
p. 70.
36
HABERLE, Peter. El estado constitucional europeo. In: Cuestiones Constitucionales – Revista
Mexicana de Derecho Constitucional. México: UNAM, n°2, 2002. Apud MARMELSTEIN, George.
Curso de Direitos Fundamentais, 2ª Ed. São Paulo, Atlas Editora, 2009, p. 72.
37
Ob. Cit., p. 74.
38
“Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II - garantir o desenvolvimento nacional;
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras
formas de discriminação.”
25
Desta maneira, tendo em vista que já possuimos uma breve noção acerca
do princípio constitucional da igualdade, bem como, dos direitos fundamentais,
podemos passar a analisar a lei em espécie que será abordada no capítulo seguinte.
26
39
AI 511.131 – AgR, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 22-03-2005, DJ 15-04-2005.
28
40
MACIEL, Eliane Cruxên Barros de Almeida. A Igualdade entre os Sexos na Constituição de 1988.
Buscalegis, Brasilia, maio/1997. Disponível em:
www.buscalegis.ufsc.br/revistas/index.php/buscalegis/article/.../14132. Acessado em 18 de novembro
de 2010.
41
SILVA, José Afonso da. Comentário Contextual à Constituição, 5ª Ed. São Paulo: Malheiros
Editora, 2007, p. 75.
29
e jamais para aposentadoria dos servidores, conforme artigo 74, que diz: “O encargo
de aposentadoria dos servidores, segurados obrigatórios do Instituto, incumbe ao
Estado ou à Autarquia de que forem funcionários ou empregados.”
Nesta senda, podemos passar para análise do artigo 9°, sendo pertinente
que se faça a transcrição:
42
FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves. Curso de Direito Constitucional. 34 Ed. São Paulo: Saraiva,
2008, p. 282.
30
E ainda:
43
Apelação n° 70035138312, Relator Genaro José Baroni Borges, julgada em 19 de maio de 2010,
DJ 26 de maio de 2010.
32
Assim, fica claro que a Lei nº 7.672/82, por sua vez, trata diferentemente o
homem e a mulher. À mulher é reconhecido o direito à pensão sempre. Já ao
homem, o direito só alcança os inválidos e dependentes economicamente, nos
termos do artigo 9º, inciso I, e § 5º da Lei.
Ou seja, o fato de o marido necessitar demonstrar sua invalidez afronta
claramente o príncipio constitucional da isonomia, pois para a mulher o mesmo não
é exigido, o que demonstra de forma cristalina a dispariedade.
Assim, em que pese o caráter repetitivo, fica claro que o artigo da Lei é
inconstitucional.
Desta maneira, no próximo capítulo faremos uma análise de caso, levanto
em consideração os temas outrora analisados em comparação com a decisão que
serviu de escopo para o presente trabalho.
44
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Conteúdo Jurídico do Princípio da Igualdade. 3ª Ed. São
Paulo: Malheiros Editora, 2008, p. 47-48.
33
“Vistos etc.
Cuida-se de ação ordinária para concessão de pensão por morte
ajuizada por JOSÉ TEODORO ALVES em face do INSTITUTO DE
PREVIDÊNCIA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, ambos já
qualificados nos autos.
A inicial, que atende os predicados do artigo 282, CPC, veio instruída
com procuração e documentos, havendo petição pela concessão dos
benefícios da AJG e pedido de antecipação de tutela, sendo deferido o
primeiro e indeferido o segundo pleito (fl. 23).
Citado, o IPERGS contestou, incorrendo em erro material ao anunciar
que o óbito ocorreu em 11/04/04 (fl.29), quando de fato se houve em
09/04/2007, fl. 15, concordando em parte com o pedido, para que,
concedido o benefício, seja aplicado o redutor previsto no artigo 40, § 7º da
45
QUADROS, Mariane Souza de. Concedida pensão por morte de segurada do IPERGS a
companheiro sadio, Disponível em:
http://www1.tjrs.jus.br/site/imprensa/noticias/#../../system/modules/com.br.workroom.tjrs/elements/noti
cias_cont roller.jsp?acao=ler&idNoticia=115301, Acessado em 23 de novembro de 2010.
37
Constituição Federal.
Houve réplica.
Relatei. Decido.
Num país em que a taxa de natalidade decresce continuadamente,
projetando num futuro próximo população predominantemente madura, as
discussões em matéria previdenciária têm ocupado posição de destaque no
cenário do debate nacional...”
... até o início dos anos 80, a estrutura etária da população brasileira,
revelada pelos Censos Demográficos, vinha mostrando traços bem
marcados de uma população predominantemente jovem. A generalização
das práticas anticonceptivas durante os anos 80 resultou no declínio da
natalidade, o que se refletiu no estreitamento da base da pirâmide etária e
na redução do contingente de jovens, com aumento da população madura,
em especial a população feminina.47
... Sob o ponto de vista jurídico, dentre as várias questões em voga, reputo
preocupante a situação de franca desigualdade que grassa à luz da
interpretação corrente da Lei Estadual nº7.672/82. Dita normativa prescreve,
em seu artigo 9º, para o fim de guindar à condição depensionista, a
presunção de dependência econômica da esposa (inciso I) ou da
companheira (inciso II) – sadias ou não -- dos segurados do IPE, ao passo
em que, mesmo à luz de idêntica contribuição das seguradas, igual titulação
aos seus maridos é assegurada se – e apenas se -- houver invalidez,
restando a situação dos companheiros à míngua de regulamentação.
Honrando a sua tradição de vanguarda, o Judiciário gaúcho fez a leitura em
consonância com a Magna Carta (v.g,: Apelação Cível Nº 599302726,
Vigésima Primeira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator:
46
Censo Demográfico 2000 - Características da População e dos Domicílios. Resultados do Universo.
IBGE, 2001, Disponível em: http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/pesquisas/demograficas.html. Acessado
em 23 de novembro de 2010.
47
Censo Demográfico 2000 - Características da População e dos Domicílios. Resultados do Universo.
IBGE, 2001, Disponível em: http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/pesquisas/demograficas.html. Acessado
em 23 de novembro de 2010.
38
48
MUA, Cintia Teresinha Burhalde, Juíza de Direito da 1ª Vara da Comarca de Campo Bom
[entrevista]. Entrevista concedida à Guilherme Meller Zacher no sala de audiência da 1ª Vara da
Comarca de Campo Bom, 2010. Arquivos de Pesquisa. Guaíba.
39
cônjuge virago, desde que demonstrasse ser “inválido”, ou seja, para os Ministros do
Supremo, o varão deveria demonstrar que dependia economicamente da cônjuge
virago, nesse sentido, vejamos:
[...]Na mesma senda do que já foi decidido aqui em nosso torrão, penso não
se pode ignorar que, hodiernamente, segurados e seguradas têm idêntico
desconto previdenciário --- perfilado em percentual fixo sobre os
vencimentos (ou subsídios), independentemente da existência ou não de
dependentes e à extensão do seu rol, em os havendo ----, sendo que os
primeiros têm a certeza que tal rubrica garantirá o pensionamento às suas
esposas ou companheiras sobrevivas, sadias ou não, enquanto que as
segundas tem de conviver com a possibilidade de deixar os seus ao
desabrigo quando de seu passamento. Ou seja: as seguradas concorrem
para o financiamento da pensão da cônjuge/companheira de seus iguais (os
servidores varões) – sejam elas capazes ou incapazes, economicamente
ativas ou não --, mas outrotanto não recebem em reciprocidade!...
[...] quanto aos argumentos mais falhos penso que justamente é a leitura
errada, penso que preconceituosa do conceito de dependencia economica
para fins previdenciários. Então, se uma magistrada casada com um
magistrado pode receber o benefício de pensão por morte sem qualquer
questionamento que basta o requerimento administrativo e ela vai percebê-
lo e assim ocorrerá com as promotoras, defensoras públicas, advogadas da
união, enfim, quaisquer, não é razoável imaginar-se que o varão, que seja o
conjuge superstice não possa ter o mesmo beneficio e veja não é uma
questã de interesse apenas do conjuge superstice, mas o respeito pelas
49
RE 194854 AgR-ED, Relator(a): Min. NELSON JOBIM, Segunda Turma, julgado em 22/10/2002,
DJ 29-11-2002 PP-00041 EMENT VOL-02093-02 PP-00293
40
contribuições regiamente pagas pela extinta, porque não raro nós temos
hoje núcleos familiares que mesmo os filhos já terem trabalho e familia
constituida, muitas vezes os pais continuam provendo direta ou
indiretamente.
Então na verdade, esse aniquilamento de um beneficio para o qual se
concorreu pagando as contribuições, então fonte de custeio existe, então
esse é outro argumento falho do STF, porque nós pagamos todos os meses
cogentemente, então nós estariamos fazendo com que aquele núcleo
familiar que já não tem mais a concorrência daquele valor parcial do gerir,
tenha que se desfazer de patrimonio, tenha que modificar padrão de vida e
certamente o extinto não se sente em paz para morrer. Se sente totalmente
intranquilo e se sente perplexo diante de uma situação discriminatória que a
50
mim abomina .
50
MUA, Cintia Teresinha Burhalde, Juíza de Direito da 1ª Vara da Comarca de Campo Bom
[entrevista]. Entrevista concedida à Guilherme Meller Zacher no sala de audiência da 1ª Vara da
Comarca de Campo Bom, 2010. Arquivos de Pesquisa. Guaíba.
41
Conforme percebemos pelo trecho acima, inexiste motivo para que o homem
não seja dependente, pois conforme muito bem explanado pela Ilustríssima
Julgadora à Constituição Federal não faz distinção. E continua:
51
MUA, Cintia Teresinha Burhalde, Juíza de Direito da 1ª Vara da Comarca de Campo Bom
[entrevista]. Entrevista concedida à Guilherme Meller Zacher no sala de audiência da 1ª Vara da
Comarca de Campo Bom, 2010. Arquivos de Pesquisa. Guaíba.
44
52
Idem.
53
União Gaúcha em Defesa da Previdência Social e Pública. Disponível em:
http://www.uniaogaucha.org/index.php?go=entidades. Acessado em 24 de novembro de 2010.
54
MUA, Cintia Teresinha Burhalde, Juíza de Direito da 1ª Vara da Comarca de Campo Bom
[entrevista]. Entrevista concedida à Guilherme Meller Zacher no sala de audiência da 1ª Vara da
Comarca de Campo Bom, 2010. Arquivos de Pesquisa. Guaíba.
45
Considerações Finais
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
RAWLS, John. Justiça e Democracia, 1ª Ed. São Paulo: Martins Fontes Editora:
2002, p. 97.
SILVA, José Afonso da. Comentário Contextual à Constituição, 5ª Ed. São Paulo:
Malheiros Editora, 2007, p. 70.
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo, 29ª Ed. São
Paulo, Malheiros Editores, 2007.
ENTREVISTA
JURISPRUDÊNCIAS:
LEGISLAÇÃO E NORMAS:
Constituição de 1824.
Constituição de 1891.
Constituição de 1937.
Constituição de 1946.
Constituição de 1964.
Lei n° 7.672/82
ARTIGOS ACESSADOS:
SITES ACESSADOS:
ANEXOS
52
ANEXO 1
LEI: 7.672
TÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
TÍTULO II
CAPÍTULO I
DOS SEGURADOS
CAPÍTULO II
DOS DEPENDENTES
CAPÍTULO III
DA VINCULAÇÃO
Seção I
Das Inscrições
Seção II
Do Salário de Contribuição
desta Lei.
§ 4º - O Salário de Contribuição dos segurados a que se refere
a letra -b- do art. 4º será equivalente ao total da complementação ou
diferença de proventos pagas pelo Estado ou pela Autarquia.
TÍTULO III
CAPÍTULO I
DAS PRESTAÇÕES PREVIDENCIÁRIAS
CAPÍTULO II
DAS PRESTAÇÕES ESPECÍFICAS
a) financiamentos assistenciais;
b) assistência médica;
c) assistência médica suplementar; (Incluído pela Lei n°
8.191/86)
c) outros que venham a ser criados.
d) outros que venham a ser criados. (Renumerado pela Lei n°
8.191/86)
Art. 21 - Os benefícios e os serviços, salvo disposição em
contrário desta Lei, terão seu valor medido em Unidades-Padrão de
Serviços, cujo valor monetário é fixado nesta Lei e será reajustado
sempre que ocorrer reajustamento de caráter geral na remuneração
dos servidores do Estado e de suas Autarquias.
Parágrafo único - O reajuste do valor da Unidade-Padrão de
Serviços terá por base o índice de variação do salário de contribuição
médio dos segurados do Estado e de suas Autarquias.
Art. 21 - Os benefícios e os serviços, salvo disposição em
contrário desta Lei, terão seu valor medido em Unidades Padrão de
Serviços, que será reajustado, a partir da vigência desta Lei, de
acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor - INPC -
adotado para o reajuste geral do funcionalismo público estadual e nas
mesmas épocas que este. (Redação dada pela Lei n° 8.080/85)
Parágrafo único - Na hipótese de verificar-se mudança de
índice de referência para os reajustes dos vencimentos do
funcionalismo público, o reajuste do valor da Unidade Padrão de
Serviços do Instituto de Previdência do Estado terá por base o índice
da variação do salário médio de contribuição dos servidores do
Estado e de suas Autarquias. (Redação dada pela Lei n° 8.080/85)
Art. 21 - Os benefícios e os serviços, salvo disposições em
contrário desta Lei, terão seu valor medido em Unidades-Padrão de
Serviços, o qual será reajustado de acordo com o Índice de Preços
ao Consumidor - IPC, adotado para o reajuste geral da remuneração
dos servidores públicos estaduais, e nas mesmas épocas que este.
(Redação dada pela Lei n° 8.191/86)
Parágrafo único - Na hipótese de se verificar mudança no valor
de referência para os reajustes da remuneração dos servidores
públicos, o reajuste do valor da Unidade-Padrão de Serviços terá por
base o índice de variação do salário médio de contribuição dos
servidores do Estado e de suas Autarquias. (Redação dada pela Lei
n° 8.191/86)
61
CAPÍTULO III
DO SALÁRIO DE BENEFÍCIO
CAPÍTULO IV
AUXÍLIO-NATALIDADE
CAPÍTULO V
DA PENSÃO POR MORTE
CAPÍTULO VI
DO PECÚLIO “POST MORTEM”
CAPÍTULO VII
DO AUXÍLIO-RECLUSÃO
CAPÍTULO VIII
DA ASSISTÊNCIA FINANCEIRA
64
CAPÍTULO IX
DA ASSISTÊNCIA HABITACIONAL
CAPÍTULO X
ASSISTÊNCIA MÉDICA
TÍTULO IV
DAS FONTES DE RECEITA
TÍTULO V
DOS FUNDOS
Seção I
Do Fundo de Assistência Médica
Seção II
Do Fundo de Reajustamento de Pensões
Seção III
Do Fundo de Aplicação das Reservas Técnicas
TÍTULO VI
CAPÍTULO ÚNICO
DA GESTÃO ECONÔMICO-FINANCEIRA
Seção I
Da Aplicação do Patrimônio
Seção II
Da Contabilidade
TÍTULO VII
DAS OPERAÇÕES DE PECÚLIO FACULTATIVO
TÍTULO VIII
DA ADMINISTRAÇÃO
nutum”, denominados:
Presidente;
Diretor Administrativo;
Diretor de Assistência Médica;
Diretor Financeiro;
Diretor de Previdência.
§ 1º - O Presidente é de livre nomeação do Governador do
Estado.
§ 2º - Dois dos demais Diretores serão escolhidos pelo
Governador do Estado dentre os integrantes de lista tríplice
encaminhada pelo Conselho Deliberativo e os outros dois mediante
indicação do Presidente do Instituto.
§ 3º - Em seus impedimentos o Presidente será substituído
pelo Diretor que indicar; os demais Diretores, na forma disciplinada
em Decreto.
Art. 58 - A Diretoria do Instituto será constituída pelo Presidente
e mais 4 (quatro) Diretores, nomeados pelo Governador do Estado.
(Redação dada pela Lei n° 10.034/93) (Vide art. 27 da Lei n°
12.395/05)
§ 1º - Dos Diretores a que se refere este artigo, 2 (dois) serão
indicados através de lista tríplice: (Redação dada pela Lei n°
10.034/93) (Vide art. 27 da Lei n° 12.395/05)
a) um pelas entidades sindicais do mais elevado grau do
funcionalismo estadual, legalmente existentes; (Redação dada pela
Lei n° 10.034/93) (Vide art. 27 da Lei n° 12.395/05)
b) um pelo Centro dos Professores do Estado do Rio Grande
do Sul – CPERS/Sindicato. (Redação dada pela Lei n° 10.034/93;
alínea vetada pelo Governador e mantida pela Assembleia
Legislativa, conforme DOE nº 61, de 31/03/94) (Vide art. 27 da Lei n°
12.395/05)
Art. 59 - O Conselho Deliberativo é constituído de nove
membros, assim escolhidos:
I - dois terços de representantes do funcionalismo público
estadual indicados dentre segurados do Instituto em listas tríplices
pela Federação das Associações de Servidores Públicos do Estado e
pela Federação do Magistério do Rio Grande do Sul;
I - dois terços de representantes do funcionalismo público
estadual indicados dentre segurados do Instituto em listas tríplices
pela Federação das Associações de Servidores Públicos do Estado e
pelo Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul;
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TÍTULO IX
DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS