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Manual de Redação - UERJ
Manual de Redação - UERJ
1. Prefácio ..................................................................................................................02
2. Apresentação ...................................................................................................... 03
Apresentação
Concordância Hífen
Nominal – quando o adjetivo O hífen (-) é usado:
concorda com o substantivo em a) para ligar os elementos de pala-
gênero e número. vras compostas ou derivadas por
Verbal – quando o verbo concor- prefixação.
da com o sujeito em pessoa (1ª, 2ª Ex: couve-flor, segunda-feira,
ou 3ª) e em número (singular ou guarda-marinha, super-homem,
plural). pré-escolar, ex-presidente.
b) para unir pronomes átonos a
Segundo a nor ma culta, são verbos.
aceitáveis três tipos de concor- Ex: infor maram-me, retive-o,
dância: A rígida (ou gramatical), a mostrá-la-ei.
atrativa (por proximidade) e a c) para, no fim da linha, separar um
ideológica (idéia subentendida). vocábulo em duas partes.
Ex: enfermei-/ro, enfer-/meiro,
Observações en-/fermeiro
A concordância atrativa só é d) hífen em prefixos: ver tabela na
aceitável quando o sujeito com- página 22.
posto está invertido.
A concordância atrativa ou Palavras compostas, emprego do
ideológica só é aceitável se o núcleo hífen
do sujeito simples estiver no plural. Usa-se hífen em palavras com-
postas:
Casos especiais 1 – quando a associação dos ele-
Olhar tabela na página 21. mentos ganha um sentido diferente
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daqueles exprimidos nos com- Algumas palavras que causam
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Exemplos:
(1) Paulo vem cá.
Regras de acentuação
e uso da crase
Acentuação
Acentuam-se Observações Exemplos
Século, ávido, decrépito, Câmara,
Todas as palavras
súbito, cômodo, quiséssemos,
proparoxítonas.
faríamos.
Água, mágoa, área, superfície,
Proparoxítonas Antônio, inócuo, iníquo, cônscio,
Incluem-se nesta regra as
tênue, série, míngua, cartório,
palavras terminadas em ditongos
miséria, lábio, aéreo, vácuo, oblíquo,
crescentes.
abstêmio, relíquia, ambíguo,
deságüe, bilíngüe.
Móvel, estável, Aníbal, hífen, elétron,
Nélson, açúcar, fêmur, revólver,
As paroxítonas terminadas em l, látex, tórax, júri, cútis, vírus, bônus,
n, r, x, i, is, u, us, ei, eis, um, pônei, fósseis, fôsseis, fórum, álbuns,
uns, ão, ãos, ã, ãs, ps . órgão, órgãos, acórdão, acórdãos,
órfã, órfãs, ímã, ímãs, bíceps,
fórceps.
a) As paroxítonas terminadas em Nêutrons, elétrons, prótons, cólons,
Paroxítonas ons mantêm o acento, inexistente hifens, viagens, liquens, homens,
no caso de ens . nuvens.
b) Os prefixos terminados em i ou Semi-automático, anti-séptico, super-
r não têm acento. homem, inter-regional.
c) Pode-se ainda considerar a
regra inversa: acentuam-se todas
Casa, antenas, fome, condes, lucro,
as paroxítonas, à exceção das
Carlos, falam, imagem, origens.
terminadas em a, as, e, es, o, os,
am, em e ens .
Pará, Satanás, café, revê, invés,
As terminadas em a, as, e, es, vocês, complô, cipó, compôs, avós,
o, os, em e ens . porém, também, contém, retêm,
reféns, convéns, parabéns.
a) Não se acentuam as oxítonas
terminadas em i, is, u e us Parti, Paris, Edu, tatu, Perus, tabus.
precedidas de consoante.
Oxítonas
b) Acentua-se o porquê tônico. O porquê da crise.
c) As formas verbais oxítonas em
a, e e o , seguidas de lo, la, los e Amá-lo, fazê-la, compô-los, dispô-las,
las , recebem acento. Se a letra repô-las-ia, descrevê-los-íamos, matá-
final for i , precedida de consoante lo; pedi-las, parti-lo, segui-los, impedi-
ou vogal não-pronunciada, não la
existe acento.
Os monossílabos tônicos
Já, gás, fé, crê, pés, mês, Jô, Jó, nós,
terminados em a, as, e, es, o e
pôs, dá-lo, fá-lo-ia, vê-las, pô-los.
os
a) O acento permanece nos Pós-operatório, pré-história, Pró-
prefixos pós, pré e pró . Memória.
Monossílabos
b) Os monossílabos em i, is, u,
Vi, quis, cru, nus, bem, vens.
us, em e ens não têm acento.
Não sei por quê. / Para quê? / O quê
c) O quê tônico é acentuado. da questão. / Um quê maiúsculo. /
Um quê de mistério.
Idéia, papéis, chapéu, mausoléus,
a) Os ditongos abertos éi, éis,
heróis, anzóis, réis, rói, sóis, céus,
éu, éus, ói e óis.
véu.
Os ditongos ai, au e ui, porém,
Incaico, arauto, gratuito (úi).
não têm acento.
Encontros b) O hiato ôo , quando no fim da
vocálicos palavra, recebe acento, mesmo
Enjôo, vôo, vôos, abençôo, zôo, zôos.
que se trate do plural ou de
redução.
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Manual de Redação e Estilo
Acentuação
Acentuam-se Observações Exemplos
d) Nos grupos gue, guem, gues,
Apazigúe, argúem, averigúes, argúi,
gui, guis, que, quem e ques ,
argúis, obliqúe, obliqúem, obliqúes;
acentua-se o u tônico. Se a
averigua (gúa), apaziguas (gúas),
terminação for gua ou qua , não
obliqua (qúa) e obliquas (qúas).
existe acento.
e) Nos Hiatos, têm acento o i e Caída (ca-í-da, i isolado na sílaba),
o u tônicos, acompanhados ou ateísta (ate-ís-ta, grupo is isolado na
não de s , que não formem sílaba), juíza, raízes, proíbe, truísmo,
ditongo com a vogal anterior e saúde, miúdo, reúnem, Criciúma,
estejam isolados na sílaba. feiúra.
a) Não se acentuam o i nem o u Raul, Ataulfo, ruim, amendoim,
se formarem sílaba com l, m, n, r Coimbra, caindo, Constituinte,
e z (porque não estarão isolados oriundo, diurno, sairmos, atrairdes,
Encontros
da outra vogal na sílaba) ou se poluir, juiz, raiz, bainha, campainha,
vocálicos
forem seguidos de nh . moinho.
b) Mesmo que se trate de
palavras oxítonas, o i e o u deste Caí, Jundiaí, Havaí, saí, Tambaú,
caso (isolados da outra vogal na Jaú, Itaú, baús, Crateús, teiú
sílaba) são acentuados.
c) A regra vale também para as
Distraí-lo, substituí-la, atraí-los-á,
formas verbais seguidas de lo, la,
subtraí-las-emos.
los e las .
d) Não se acentua, nas palavras
Saara, xiita, Mooca.
paroxítonas, a vogal repetida.
e) Mesmo precedidos de vogal, os Saiu, contribuiu, possuiu, instituiu,
ditongos iu e ui não têm acento. pauis (de paul).
O sinal foi abolido, no entanto, em Ele (antes, êle), selo, aquele, toda,
todos os demais casos. ovo, fosse, almoço, esteve.
À, às, àquela, àquelas, àquele,
Acento grave Existe apenas nas crases àqueles, àquilo, àqueloutro,
àqueloutros, àqueloutra, àqueloutras
Se numa abreviatura se
Séc. (século), págs. (páginas), côn.
Abreviaturas mantém a sílaba acentuada da
(cônego).
palavra, o sinal permanece
Agüentar, seqüestro, tranqüilo,
lingüiça, qüinqüênio, eqüino,
Usa-se quando o u depois do q Repare que só existe trema antes
Trema freqüente, conseqüência, agüei,
ou g for pronunciado. de e e i .
Birigüi, ambigüidade, eqüestre,
Anhangüera.
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Uso de Crase
a) Pronomes de tratamento
senhora e senhorita . Ex: Peço
à senhora que não vá agora.
Na maioria deles, por não
b) Pronomes relativos a qual admitirem artigos. Ex: Possessivos femininos. Ex:
Antes de pronomes ou as quais , quando o verbo Respondi a todas as cartas. Não me referi (a ou à) sua
exigir preposição. Ex: Esta é a Não é o salário a que aspiro. mãe.
moça à qual me referi. Referiram-se a nós
c) Pronomes demonstrativos
a, aquele, aqueles, aquelas.
Ex: Fui àquela loja./ A cena é
igual à que vi ontem.
Quando não forem definidas
Antes de palavras no plural pelo artigo. Ex: Discutiam a
portas fechadas.
Quando admitir artigo. Ex:Vou Quando não admitir artigo. Ex:
Antes de nomes de lugares
à Bahia. Vou a Lisboa.
Adverbiais femininas. Ex: às
pressas; à noite; à vontade.
Adverbiais formadas por Locuções de instrumento ou
Prepositivas femininas. Ex: à
Locuções elementos repetidos. Ex: gota meio. Ex: (a ou à) mão; (a ou
custa de; à beira de; à moda
a gora; cara a cara. à) vela.
de.
Conjuntivas femininas. Ex: à
medida que; à proporção que;
Depois da palavra para. Ex: O
Indicação de horas Ex: Chegamos às dez horas. jogo foi adiado para as 22
horas.
Quando não houver
Quando houver modificadores.
Antes de casa e terra modificadores. Ex: Chegamos
Ex: Fomos à casa de Joana.
a casa e descansamos.
Se aparecer determinada. Ex:
Se não estiver determinada.
Expressão a distância Olhei o local à distância de
Ex: Olhei o local a distância.
uns 50 metros
Padrões e convenções
Quadro 2
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Edição da Reportagem
Fotografando
É importante ressaltar que a foto cria expectativa no leitor, ela chama
atenção e vende o produto que está nas bancas. A fotografia é a testemunha
ocular de total credibilidade e o ato de fotografar é físico-mecânico, o
que a torna imparcial. Existem casos onde a foto é mais interessante do
que a reportagem. E, às vezes, a foto é utilizada para levantar, melhorar, a
qualidade da matéria.
Quanto mais opções o editor tiver na hora de escolher a foto que vai
entrar na matéria, melhor será a sua edição. Por isso, o repórter fotográfico
deve tirar sempre fotos horizontais e verticais (fotos 4 e 5), de diversos
ângulos (fotos 6,7,8 e 9) e nos modos sintético (resumo do Lead da matéria,
foto 10), descritivo (geral do local, situando todos os presentes no local,
foto 11) e pormenorizada (detalhes, foto 12).
Legendas
O texto que acompanha a foto é chamado de legenda. Ele não explica
a foto, a foto tem que se explicar. Mas, ele pode e deve trazer uma
informação não contida na foto, como o nome da pessoa que aparece,
ou o que aconteceu depois do momento em que a foto foi tirada.
Ilustrações
Para fins didáticos dividiremos as ilustrações em duas linhas. Ilustração
independente da matéria e ilustração complementar de matéria. A primeira
seria as Charges, os cartuns e os quadrinhos, que possuem conteúdo próprio.
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A ilustração complementar seria toda aquela que acompanha um texto,
Manual de Redação e Estilo
Ilustrações complementares
As ilustrações que complementam um texto devem ter uma conexão
física com ele para que o leitor possa interligá-los. Devem estar na mesma
página, conectados por legendas ou por elementos gráficos de editoração,
como ícones e barras coloridas que os identifiquem como parte de um
todo comum.
Algumas dessas ilustrações podem ter caráter meramente decorativo.
(figura 4) Várias podem ser suas justificativas. Aliviar o bloco de texto para
tornar a leitura mais agradável, identificar graficamente o assunto do texto
sem necessidade de se iniciar a leitura, (figura 5) substituir a falta de uma
eventual fotografia, ou simplesmente enriquecer o texto (figura 6). Outras
servem de ícones para pequenos textos ou para ilustrar situações hipotéticas
ou de um passado que não fora devidamente ilustrado (figura 7).
Infográficos
Chamaremos de infográfico toda ilustração que se destine a explicar ou
destacar algum aspecto do texto a ele anexado. São exemplos de
infográficos: mapas, gráficos numéricos, simulação de situações, maquetes
e plantas de edificações, tabelas personalizadas e etc..(figuras 8, 9, 10, 11).
Os infográficos devem sempre conter uma informação relevante ou
uma informação já detalhada no texto, mas que precise de uma solução
gráfica para ser melhor interpretada.
Os mapas podem ser meramente geográficos ou estarem em um
contexto histórico. Vários mapas podem ser usados em seqüência para
representar uma situação, como o avanço de um exército durante anos ou
o aumento de uma área desértica através dos séculos. Se não importarem
muito ao contexto, detalhes geográficos como relevo, pequenas nuances
de rios e fronteiras podem ser suavizadas ou até mesmo descartadas. As
localidades que não tiverem importância no contexto não precisam ser
assinaladas. Além das linhas de fronteiras, o uso de cores para diferenciar
as áreas é essencial. O uso desse recurso deve estar sempre associado a
legendas, que devem estar próximas ao mapa. Quando é necessário que
se dê à idéia de movimento, podem ser usadas setas, que também podem
ter cores e legendas próprias.(figura 12)
Gráficos numéricos são muito usados em matérias de economia,
sociologia, e até saúde. Os mais usados são os de linhas, barras, colunas e
pizza. Neles podem ser usados elementos que os identifiquem melhor
com o texto. Exemplo: num gráfico sobre saúde que fale da média de
remédios consumidos por faixa etária, podem ser usadas ilustrações de
pílulas como unidade de valor, e uma legenda traduzir que cada pílula
daquela equivale a 10 gramas de remédio. (figura 13)
Ilustrações podem ser usadas na dramatização de situações das quais é
relevante que se descreva detalhadamente o ocorrido a partir de um relato.
Num seqüestro, por exemplo, a ação dos banidos é simulada através de
quadrinhos. É importante que o ilustrador seja o mais fiel possível ao
relato, não dando margem à outras interpretações do fato.
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Manual de Redação e Estilo
Glossário jornalístico
gos e arejar sua leitura. Em geral tem puder ser a explicação, melhor.
apenas três linhas de texto cen-
tralizadas, nas quais se destacam fra- página aberta – Aquela na qual
ses relevantes e sugestivas do artigo, ainda falta material jornalístico ou
entrevista ou transcrição. Para ganhar de publicidade.
espaço, admitem-se alterações
pequenas e supressão de palavras. página americana – Designação
dada a páginas quase inteiramente
ouvir o outro lado – Todo fato ocupadas por anúncio, com exceção
comporta mais de uma versão. de uma faixa reser vada para a
Registre sempre todas as versões Redação, que se estende no alto pela
para que o leitor tire suas conclusões. largura das seis colunas e de cima a
Quando uma infor mação é baixo na coluna da direita (páginas
ofensiva a uma pessoa ou entidade, pares) ou da esquerda (páginas
ouça o outro lado e publique as ímpares). É frequente nas edições
duas versões com destaque de fim-de-semana. Esse formato
proporcional. de página, que dificulta a edição de
Se a versão ofensiva aparece em fotos e artes, exige criatividade de
título, publique a do outro lado editores e diagramadores.
também em título ou pelo menos
em linha-fina. Dar destaque pro- página dupla – Duas páginas de
porcional é, por exemplo, dedicar tamanho padrão usadas para um
para o outro lado um box de uma mesmo assunto ou anúncio. Podem
coluna dentro de um texto de três ser ou não as páginas centrais de um
colunas. A resposta a uma acusação, caderno.
crítica ou opinião divergente jamais
deve ser ocultada no final de um página espelhada – Aquela que
texto ou omitida. Se não for possível fica ao lado de uma outra. Noti-
ouvir o outro lado no mesmo dia, o ciário que ocupa mais de uma pá-
texto deve ser submetido à Direção gina de jornal deve ser colocado, de
de Redação, que decidirá sobre a preferência, em páginas espelhadas.
57
página ímpar – As notícias mais uma página, a partir do qual o arte-
Bibliografia