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INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

CURSO SUPERIOR DE ENGENHARIA METALÚRGICA

ÂNGELO RAIMUNDO MACIEL


NAIARA DE MELO SOUZA

QUÍMICA GERAL E EXPERIMENTAL I:


PRÁTICA Nº 1: TESTE DE CHAMAS

VITÓRIA
2

2011
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1. OBJETIVOS
• Identificar a coloração emitida por alguns compostos;

• Estudar salto quântico confirmando a teoria de Bohr;

• Identificar a chama, através da cor apresentada no bico de


Bunsen.

2. INTRODUÇÃO
O teste analítico qualitativo de espectrofotometria de chama é um
procedimento utilizado em Química para detectar a presença de íons metálicos,
baseado no espectro de emissão característico para cada elemento.

O teste de chama apenas fornece informação qualitativa, baseado no fato de


que quando certa quantidade de energia é fornecida a um determinado
elemento químico, alguns elétrons da camada de valência absorvem esta
energia passando para um nível de energia mais elevado, produzindo o que
chamamos de estado excitado. Quando um desses elétrons excitados retorna
ao estado fundamental, ele libera a energia recebida anteriormente em forma
de radiação, isso pode ser explicado no modelo atômico de Bohr. Em outras
palavras, cada elemento químico pode ser identificado por um conjunto de
raias (espectro) característico.

O teste da chama normalmente é feito com sais que possuem o cátion a ser
testado e o ânion cloreto (o sais são formados pela união de cátions e ânions
de tal forma que a carga elétrica total seja igual à zero), como, por exemplo, o
cloreto de estrôncio para testar a presença do cátion estrôncio.

Para o teste, utilizamos o Bico de Bunsen como fonte de calor e gás butano
(C4H10), como combustível. Este equipamento possui uma chama suficiente
para excitar uma grande quantidade de elétrons. Existem três principais zonas
de queima:

Zona neutra: região fria, próxima da boca do tubo (onde ocorre a queima do
gás).

Zona redutora: região pouco quente, localizada acima da zona neutra na


forma de um pequeno cone azul (onde se inicia a queima do gás).
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Zona oxidante: região muito quente capaz de atingir a temperatura de 1100ºC.


Localiza-se acima de zona redutora (onde ocorre a queima completa do gás).

A energia produzida na zona de oxidante é suficiente para ativar os elétrons de


determinados cátions, fazendo-os saltar para níveis mais energéticos.

Ao terem seus elétrons ativados, esses cátions se movem em direção à zona


redutora ou à zona neutra. Isso faz com que os elétrons voltem aos níveis de
energia que ocupavam antes, devolvendo a energia recebida na zona oxidante.

É propriedade de certos cátions que seus elétrons devolvam a energia


absorvida na forma de luz visível, cujo comprimento de onda corresponde a
uma determinada cor. Essa cor é característica da espécie do cátion.

Assim, pode-se identificar a presença de um determinado cátion em uma


solução, pela cor que a chama apresenta em contato com a amostra em
solução.

3. MATERIAIS E REAGENTES

− Solução aquosa e diluída de Cloreto de Estrôncio (SrCl2)

− Solução aquosa e diluída de Cloreto de Sódio (NaCl)

− Solução aquosa e diluída de Cloreto de Cobre (CuCl2)

− Solução aquosa e diluída de Cloreto de Bário (BaCl2)

− Bico de Bunsen

4. PROCEDIMENTOS

Acendeu-se o bico de Bunsen e observou-se a chama para entendimento da


melhor zona de combustão. Aspergiram-se as soluções de cátions, uma a uma,
na chama do bico e anotaram-se os resultados observados.
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5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Após o acendimento do bico de Bunsen, observou-se a chama não luminosa


de Bunsen que, como descrito anteriormente, consiste em três partes: zona
neutra, zona oxidante e zona redutora3.

O teste de chamas foi realizado com algumas soluções previamente


preparadas e os resultados encontram-se na Tabela 1 juntamente com as
cores referentes, encontrados em literaturas específicas.

Tabela 1. Resultados obtidos durante o experimento comparados com o real*.


Cátion Coloração Coloração
s Observada real*
Es2+ Vermelho Vermelho3
Na+ Amarelo Amarelo3
K+ Lilás Violeta3
Cu2+ Verde claro Azul esverdeado4
Ba2+ Verde escuro Verde3
*Considerou-se real, a coloração encontrada nas literaturas.

Essa emissão de luz ocorre quando a chama fornece energia suficiente para a
excitação de elétrons fazendo com que estes “saltem” da sua camada de
valência, para outra onde sua energia seja permitida 5. Ao retornar ao seu
estado fundamental os elétrons liberam a energia absorvida por meio de luz 5.
Como visto anteriormente, cada elemento produz seu próprio espectro de
linhas (comprimento de onda) o que possibilita a identificação de compostos
através do teste realizados.

Alguns elementos como, por exemplo, o potássio possui mais de um


comprimento de onda em sua linha de espectro6, isso permite que mais de
uma cor seja identificada durante o teste.

Segue abaixo, na Tabela 2, alguns elementos e seus principais comprimentos


de onda (nm).

Tabela 2. Comprimento de onda de alguns elementos.


Elemento Comprimento
s de onda (nm)3
Es 674,4
Na 589,0
K 404,4
Ba 553,6
6

6. CONCLUSÃO

O objetivo desta experiência foi alcançado com êxito, pois se conseguiu


identificar, através do método, as cores emitidas por alguns compostos.
Conhecer também as diferentes zonas de queima de uma chama e suas
melhores empregabilidades. Além de reforçar o estudo sobre salto quântico
reforçando o terceiro postulado da teoria de Bohr, em 19136.
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8. REFERÊNCIAS

KOTZ, John C; JR, Paul Treichel. Química e Reações Químicas 4 ed. Rio de
Janeiro, v. 1, LTC- Livros Técnicos e Cientificos Editora S.A. 2002. 538 p.

MARTHA, Reis Marques Fonseca. Quimica Integral 2 Grau Volume Único 1


ed. São Paulo: FDT Editora. 1993. 624

VOGEL, Arthur Israel. Química Analítica Qualitativa. 5ª ed. São Paulo,


Mestre Jou, 1981.

http://www.ebah.com.br/teste-de-chama-e-transicao-de-cores-doc-a38762.html
Acesso em: 19/03/2011, 15h e 25min.

SARDELLA, Antônio; MATEUS, Edegar. Curso de química: Química Geral.


Vol 1. 13ª ed. São Paulo, Ática, 1995.

RUSSEL, John B. Química Geral. 2ª ed. São Paulo, Makron Books, 1994.

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