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popular, ao do juiz, ser preso, deportado? Mas seja qual for a sentença a que seja
condenado salvei a vida a minha mulher e se a justiça dos homens não for
benevolente comigo, talvez que a justiça divina me reserve no seu reino um
merecido lugar.
Saiu de casa a correr entrou na loja agarrou o medicamento, como se
estivesse a agarrar uma vida. A noite estava escura e fria, as luzes dos candeeiros
estavam tristes como o seu coração, nem se lembrou que poderia ser visto, não
encontrou ninguém pelo caminho pelo que ficou ciente que nem tinha sido visto, mas
ao longe um polícia que ate era seu amigo observou-o a sair da loja.
À primeira vista parece-nos que a atitude de Heinz é aceitável, fazer aquilo
que fez significa agir conforme o utilitarismo, para ele, a moral está na
consequência e pensa que a atitude mais correcta é a que resulta na felicidade da
sua mulher. O ser humano quando confrontado com certas situações, pode ter
atitudes menos racionais, como quem diz, colocado entre a espada e a parede pode
optar pela espada. Heinz, pode concluir-se que agiu em desespero de causa, estava
colocado perante o dilema roubar ou deixar morrer a mulher, optou então por
roubar, sem ponderar as consequências que daí podiam advir tanto para si como
para o farmacêutico.
A notícia que é publicada nos jornais não mencionava apenas o roubo da
farmácia, mas sim o medicamento milagroso e que iria daí em diante ser
comercializado e salvar muitas vidas. O facto é que ninguém imaginava que Heins
fosse capaz de semelhante atitude, mas ao ler a notícia o polícia que o tinha
observado a sair da farmácia lembrou-se dele mas ficou no dilema entre a amizade
que tinha para com ele e o cumprimento do seu código de ética e conduta, ele
compreendeu que Heins tinha ultrapassado os limites. A sua promessa de amizade e
apesar de que tudo varia de cultura para cultura, enquanto uns o protegiam
remetendo-se ao silencio, outros inventariam historias para dizerem que não tinha
sido ele. Devemos saber que a moral muda de acordo com a cultura, é importante
não julgarmos costumes dos outros como se fossem os nossos. Ainda que existam
regras universais de ética.
Colocado perante o cumprimento do dever, o seu código de ética e
deontologia, o polícia acusa-o. Heins é preso e sendo um caso moral e eticamente
reprovável ou não, e porque estes casos quando noticiados sempre dividem a
sociedade e organizações (ONG’s) a justiça pretende auscultar a opinião publica
local. É nomeado um júri. Um júri é designado de entre os cidadãos maiores, válidos
e inscritos nos cadernos eleitorais de uma freguesia e são escolhidos
aleatoriamente, este tipo de júri sempre fez parte da nossa justiça e era
reconhecido no Direito Romano antigo como conselho dos anciãos, dos homens bons
ou dos louvados, variando a designação conforme o lugar mas o sentido era sempre o
mesmo.
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Em tempos idos a sua decisão era vinculativa, hoje esse vinculo ou decisão
final cabe ao Meritíssimo Juiz. Porem esse júri que já reuniu em sessão, analisou os
factos e por maioria votou a condenação de Heins, cabendo agora ao Meritíssimo
Juiz a difícil tarefa de condenar ou absolver Heins. De salientar que um Juiz julga
sempre de acordo com os factores que lhe são apresentados, a lei e a sua
consciência, tudo devidamente fundamentado.
Não se vislumbra uma tarefa fácil para o Juiz, está perante um dilema moral
muito grande ira ser uma espécie de rei Salomão, mas desta sentença há-de sair um
condenado, ou talvez não. Talvêz não porque há vários factores que pesam a favor e
contra tanto de um como de outro, a começar pelo farmacêutico, com o dom de
alquimista e homem conceituado dedicou toda uma vida à descoberta deste
medicamento, contraiu dividas que agora estava a braços com elas, a sua família era
pobre, vivia mal, estava na iminência de ser despejado ver os seus parcos haveres
penhorados, a sua família na rua, ascende de pobre a miserável, via neste
medicamento a sua salvação, aquela oportunidade que só surge uma vez na vida.
Tinha-a à sua frente na sua mão e sem saber como desapareceu, como se de
repente houvesse um eclipse no sol e o mundo mergulhasse em trevas, agora toda a
gente sabia o segredo, ia ser comercializado pelas grandes farmacêuticas e jamais
alguém se lembraria dele ou dos seus, voltou ao nada só aquilo que tinha a mais eram
as dividas e o desespero da sua família, não sabe o que fazer, mas já vislumbra o
que lhe vai acontecer.
A este farmacêutico pode aplicar-se o dilema de “quem tudo quer tudo
perde”, na ganância de fazer dinheiro desrespeitou toda a espécie de legislação
vigente começando pelo seu código deontológico que diz:
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colocando os seus interesses pessoais e comerciais acima do ser humano,
desrespeitou a vida e a dignidade humana.
Só estes são motivos mais que suficientes para que a sua Ordem o condene e
perante estes factos é obrigada a denuncia-lo ao Ministério publico que o irá julgar.
Em resumo: e salvo melhor opinião o Meritíssimo Juiz, irá condenar o farmacêutico
por violação dos direitos humanos, ofensa à integridade física e moral das pessoas
por ter colocado em risco a vida de terceiros, crime de especulação e ter agido com
dolo.
Heins, irá ser condenado por furto qualificado, intrusão em propriedade
alheia e danos patrimoniais se, paralelamente, não correr acção a pedir
indemnização moral.
Conclusão: o Meritíssimo Juiz, irá ter em conta que ambos estavam confrontados
com dilemas muito sérios e muito próprios e ambos se encontravam em desespero
de causa, enquanto um iria especular sobra a venda do medicamento vendendo a
quem queria e lhe desse mais o que significaria que se não ter dinheiro é estar
condenado á morte, o outro enveredou pelo caminho mais fácil roubando e salvando
a mulher de uma morte quase certa assim como a humanidade, desrespeitando o
trabalho de outros.
Ambos erraram, um pode reparar o dano ao contrario o outro não poderia,
ambos tem circunstancias atenuantes que é o desespero de causa, deles e dos
familiares, terem confessado os factos, pelo que o Meritíssimo Juiz, depois de
ouvidas as partes interessadas, o Ministério Publico e os seus defensores irá
deliberar o seguinte:
O farmacêutico é admoestado e condenado pela ofensa à moral e integridade
pública, especulação de bem comum, retratar-se publicamente em periódico local
pelo menos duas vezes e todas as suas investigações revertem a favor do Estado
custeando este as despesas recebendo em troca 5% das descobertas vindouras e
3% da antecessora, ficando temporariamente aboletado em estabelecimento social
até refazer a sua vida.
Heins, é condenado a pagar ao lesado 1.000€ e 200.00€ a uma instituição de
solidariedade social á razão de 20.00€ mensais até perfazer a referida importância
e trabalhos comunitários 6 horas ao domingo durante seis meses.
Conclusão: ambos ficam com pena suspensa durante dois anos, não lhes sendo
aplicada pena superior olhando às circunstâncias que determinaram os factos e ao
seu bom comportamento anterior e não terem antecedentes criminais.
CODIGO DE ETICA
Código Deontológico Farmacêutico - AFPLP
Deveres do Farmacêutico:
- colocar a saúde e o bem-estar do doente acima de quaisquer interesses pessoais,
comerciais ou de qualquer índole;
- promover o direito do doente ao acesso a uma terapêutica com qualidade,
eficácia e segurança, ao mais baixo preço;
- prestar assistência, no âmbito dos seus conhecimentos, a qualquer indivíduo
sempre que haja perigo iminente para a sua saúde ou vida e face à impossibilidade
de prestação de socorros imediatos.
2. Perante o acto farmacêutico todos os doentes são iguais.
Deveres do Farmacêutico:
- ter respeito pela vida e pela dignidade humana;
- não discriminar, dispensando igual dedicação a todos os doentes;
3. O exercício da actividade farmacêutica comporta um elevado grau de
responsabilidade.
Deveres do Farmacêutico:
- ter o dever ético de exercer a actividade farmacêutica com a maior diligência,
zelo e competência e de contribuir para a realização dos objectivos de uma
correcta política de saúde;
- estar devidamente informado acerca das situações em que os direitos
fundamentais do Homem e da Ciência possam entrar em conflito.
4. A confidencialidade é um direito de todos os doentes.
Dever do Farmacêutico:
- observar o sigilo profissional, não divulgando informações que identifiquem ou
sejam susceptíveis de identificar o indivíduo sem o seu consentimento informado,
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ou de quem legalmente o represente, salvo por imperativo judicial.
Dever do Farmacêutico:
- colaborar, no âmbito das suas competências, com as instituições de ensino
farmacêutico na formação universitária, pós-graduada e contínua.
7. A constante actualização de conhecimentos e desenvolvimento de aptidões
profissionais são fundamentais para o bom exercício da actividade farmacêutica.
Dever do Farmacêutico:
- acompanhar a evolução das ciências farmacêuticas e médicas, mantendo e
aperfeiçoando os seus conhecimentos técnicos e científicos.
8. A excelência profissional em toda e qualquer área de actividade farmacêutica
traduz-se na qualidade do seu exercício.
Deveres do Farmacêutico:
8.1. O farmacêutico de indústria deve assegurar a qualidade dos produtos
fabricados.
8.2. O farmacêutico de distribuição grossista deve assegurar a qualidade do
armazenamento, conservação e distribuição de produtos farmacêuticos e zelar pela
sua segurança e condições de higiene e manutenção.
8.3. O farmacêutico de oficina ou hospitalar deve assegurar a qualidade dos
serviços que presta, nomeadamente no que se refere a:
- colaborar com todos os profissionais de saúde promovendo junto deles e do
doente a utilização segura, eficaz e racional dos medicamentos;
- dispensar ao doente o medicamento, tendo em conta cada situação particular;
- assegurar-se que, na dispensa do medicamento, o doente recebe informação
correcta e adequada sobre a sua utilização;
- assegurar que a dispensa do medicamento e dos cuidados farmacêuticos é feita
em colaboração com o doente;
- indicar o doente para outro colega sempre que o não possa servir adequadamente
ou na eventualidade de encerramento da farmácia.
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9. O prestígio e dignidade da profissão farmacêutica são valores a
preservar em
Capitulo II
Artº6º
Artigo 16°
Artigo 18°
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Sempre que haja perigo iminente para a saúde ou vida de quaisquer
indivíduos e face à impossibilidade de prestação de socorros
imediatos, o farmacêutico deve prestar assistência no âmbito dos
seus conhecimentos.
Artigo 19°
Artigo 21 °
Artigo22°
Como agente de saúde e nos termos da sua responsabilidade para com a sociedade,
que decorre do seu exercício profissional, o farmacêutico deve actuar em todas as
acções que visem salvaguardar um ambiente de vida humano, sadio e ecologicamente
equilibrado.
Artigo24°
Capitulo III
Código penal
Artigo 35.º
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1. Age sem culpa quem praticar um facto ilícito adequado a afastar
um perigo actual, e não removível de outro modo, que ameace a
vida, a integridade física, a honra ou a liberdade do agente ou de
terceiro, quando não for