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Ano IV • Nº 33 • Maio 2002 • R$ 6,00

Depois de fechar
embalagens,
sua tarefa é
incrementar vendas

www.embalagemmarca.com.br

COBERTURA ESPECIAL DA INTERPACK 2002: UMA VISÃO BRASILEIRA


33editorial 14/05/02 05:56 Page 99

Para não comprar gato por lebre


N esta edição, entre
vários temas interes-
santes, destaco a cobertura
obrigam a aborrecer os lei-
tores com considerações
sobre credibilidade, que
paganda e anunciantes fi-
liados. Senão, como pro-
var o que diz um editor
da feira Interpack 2002, num mundo ideal deveria que não apresenta provas
realizada na Alemanha. É ser compromisso de todas do que diz? Afinal, o papel
de responsabilidade do en- as pessoas, empresas e aceita tudo.
viado especial Guilherme produtos. Porém, para for- Ter a tiragem avalizada
Kamio, “um jornalista que jar-se esse estado virtuoso por auditorias rigorosas e
vale por três”, como dize- está implícito que não se respeitadas é muito impor-
mos na redação. minta. Infelizmente, a boa tante para a credibilidade
Como visa atender às ne- índole e os princípios éti- do veículo e também para
cessidades de informação cos não prevalecem em to- o investimento do anun-
dos profissionais da cadeia das as iniciativas, sejam ciante. Com aval indepen-
de embalagem no Brasil, a pessoais, políticas ou co- dente, o cálculo do famoso
reportagem procura inter- merciais. CPM, ou Custo por Mil,
pretar o evento segundo É por isso que, em defesa que define a relação cus-
a óptica brasileira. Não da honestidade e do esfor- to/benefício entre o valor
se limita a reproduzir ço daqueles determinados pago pelo anúncio e o nú-
comunicados nem extra- a agir eticamente, surgem mero de impactos que cau-
vasa para a bajulação de organismos destinados a sa, torna-se confiável.
setores ou empresas, já atestar a verdade de suas Quando a isso se alia a
que EMBALAGEMMARCA afirmações. A ação dessas credibilidade do veículo,
não tem participação nem entidades é de vital impor- por não confundir a parte
compromissos secretos tância para quem anuncia, editorial com a comercial
com nenhum deles, nem pois atestam se a tiragem nem divulgar números
vende espaço editorial. declarada pelos editores é falsos sobre sua circula-
Gostaria de chamar a aten- real. Como funcionam? ção, adiciona-se credibi-
ção para outras matérias Seu trabalho consiste, re- lidade aos anúncios nela
jornalísticas que enrique- sumidamente, em conferir contidos. Em outras pala-
cem a edição, a começar na gráfica as quantidades vras, agrega-se valor a
Com o aval de um pela reportagem de capa, de exemplares impressos, eles. Ou seja: ninguém
órgão independente de autoria de Leandro Ha- acompanhar a postagem e está comprando gato por
o cálculo do Custo berli, que igualmente auditar periodicamente o lebre.
“vale por três”. Mas certas cadastro. No final elabo- Até junho.
por Mil torna-se
práticas que chegam a ram relatórios, que são en-
mais confiável nosso conhecimento nos viados a agências de pro- Wilson Palhares
33sumario 14/05/02 13:15 Page 1

maio 2002
Diretor de Redação
Wilson Palhares
palhares@embalagemmarca.com.br

8 ENTREVISTA: Reportagem
redacao@embalagemmarca.com.br
MÁRIO CÉSAR Flávio Palhares
DE CAMARGO flavio@embalagemmarca.com.br
O presidente da Guilherme Kamio
guma@embalagemmarca.com.br
Abigraf defende Leandro Haberli
uima postura mais leandro@embalagemmarca.com.br
ativa por parte do Thays Freitas
thays@embalagemmarca.com.br
setor para crescer
e alerta para a Colaboradores
ameaça da Alca
26 ESPECIAL
O enviado especial
da revista a uma das
Josué Machado e Luiz Antonio Maciel

Diretor de Arte
Carlos Gustavo Curado
maiores feiras de
PAPEL CARTÃO
14 Uma alternativa
criativa às caixas
embalagem do
mundo, a alemã
Interpack, dá uma
Administração
Marcos Palhares (Diretor de Marketing)
Eunice Fruet (Diretora Financeira)
plásticas de DVD
visão do que viu de Departamento Comercial
mais interessante comercial@embalagemmarca.com.br
Wagner Ferreira

Circulação e Assinaturas
Claudia Regina Salomão
assinaturas@embalagemmarca.com.br
Assinatura anual (11 exemplares): R$ 60,00

Público-Alvo
EMBALAGEMMARCA é dirigida a profissionais que
ocupam cargos técnicos, de direção, gerência
e supervisão em empresas fornecedoras, con-
vertedoras e usuárias de embalagens para ali-
mentos, bebidas, cosméticos, medicamentos,

16 CAPA: TAMPAS
Muito mais do que
cumprirem as funções
materiais de limpeza e home service, bem
como prestadores de serviços relacionados
com a cadeia de embalagem.
básicas de vedar e
Tiragem desta edição
proteger o produto, 8 000 exemplares
elas se fortalecem Filiada ao
como ferramentas
para ampliar vendas

3 Editorial 42 Panorama Impressa em papel couché


Image Mate 115 g/m2 (miolo) e
Considerações sobre a relação Movimentação na indústria de papel cartão Royal 250 g/m2 (capa)
custo/benefício dos anúncios embalagens e seus lançamentos da Ripasa S. A. Celulose e Papel
Impressa pela Grande ABC
6 Cartas 44 Display
EMBALAGEMMARCA é uma publicação
A opinião, a sugestão e os Movimentação na indústria de mensal da Bloco de Comunicação Ltda.
FOTO DE CAPA: STUDIO AG – ANDRÉ GODOY

comentários dos leitores embalagens e seus lançamentos Rua Arcílio Martins, 53 – Chácara Santo
Antonio - CEP 04718-040 - São Paulo, SP
24 Painel Gráfico 48 Prêmio Tel. (11) 5181-6533 • Fax (11) 5182-9463

Algumas novidades nas áreas Os ganhadores brasileiros do www.embalagemmarca.com.br


de impressão e pré-impressão WorldStars for Packaging O conteúdo editorial de EMBALAGEMMARCA é
resguardado por direitos autorais. Não é permi-
40 Rótulos 50 Almanaque tida a reprodução de matérias editoriais publi-
cadas nesta revista sem autorização da Bloco
Ações antitabagistas abrem A parte pouco vista do mundo de Comunicação Ltda. Opiniões expressas em
matérias assinadas não refletem necessaria-
oportunidades para o setor das embalagens e das marcas mente a opinião da revista.
33cartas 14/05/02 05:58 Page 1

palestras só confirmam o conheci-


mento comercial e a visão técnica CORREÇÕES
dos responsáveis pela revista. Em
nome do E-Packing Group, declaro
Endereço e auto-ade-
que EMBALAGEMMARCA será a mí-
sivos da Prodesmaq
dia principal para qualquer lança- Na edição nº 31 (abril/2002),
mento futuro de nossos produtos. saiu informado erroneamente,
Marco Antonio Dias de Oliveira na reportagem “Com que rou-
Diretor Comercial pa eu vou?”, que a cidade em
E-Packing Group que está situada a Prodes-
São Paulo, SP maq, uma das maiores con-
vertedoras de rótulos auto-

N a reportagem “Lucro Diverti-


Q uero parabenizar toda equipe
desta conceituada revista, pela exce-
adesivos do Brasil, seria Vali-
nhos, no Estado de São Pau-
do” (EMBALAGEMMARCA nº 31, lente qualidade editorial e pelas in- lo. O correto é Vinhedo, tam-
março 2002), foi publicada a foto formações sempre atuais sobre o bém em São Paulo.
de uma lata oval do produto Mini mercado de embalagem. EMBALA- Na edição seguinte, outro
Gran-Páscoa, da Bauducco, com GEMMARCA tem sido meu instru- equívoco e uma omissão: na
decoração inspirada no seriado in- mento principal de consulta. reportagem “Para as gôndolas
fantil Meninas Super-Poderosas. O Luiz Fernando Pereira brilharem”, na página 18 a le-
texto informa erroneamente que o Diretor Fispal Tecnologia genda da foto da linha Pratice,
fabricante de tal lata é a Tapon Co- São Paulo, SP da Bombril, troca a marca por
Prátika e deixa de informar
rona. Na verdade, quem fornece es-
sas embalagens à Bauducco é a Me-
talgráfica Itaquá.
F ico surpresa a cada nova edição
de EMBALAGEMMARCA. A qualidade
que os rótulos auto-adesivos
são da mesma Prodesmaq.
Jorge Mendes Cara da revista me seduz e não consigo
Gerente Comercial deixar de ler todas suas reportagens.
Metalgráfica Itaquá A cada mês, a revista fica mais bo-
Itaquaquecetuba, SP nita e mais bem escrita. É algo real-
mente difícil de acontecer nesse
N.R.: A informação partiu da asses- ramo de publicações segmentadas.
soria de imprensa da Bauducco. Como designer gráfica, sei o quanto
é difícil criar e manter um padrão
S obre a foto de capa da edição de
março, acho bárbara a interativida-
gráfico para uma publicação. Faço
votos para que vocês mantenham o
de sugerida entre moda e acessórios excelente trabalho. O papel cartão certo
de embalagem, como etiquetas Ariane Bacellar
O crédito
auto-adesivas e lacres termoenco- Designer Gráfica
lhíveis. Foi sem dúvida uma grande São Bernardo do Campo, SP correto do
sacada! Só gostaria de dizer que papel cartão
“básico”, na linguagem de moda, MENSAGENS PARA EMBALAGEMMARCA em que foi
não significa apenas mesmice. Redação: Rua Arcílio Martins, 53 impressa a
Aliás, acho que vocês poderiam CEP 04718-040 • São Paulo, SP capa da edição
consultar um personal stilyst para Tel (11) 5181-6533 nº 32 da revista
cuidar do visual desses “models Fax (11) 5182-9463 é Royal
packages”.
250g/m2, da
Santo Bedendo redacao@embalagemmarca.com.br
Personal Stylist Ripasa Papel
As mensagens recebidas por carta, e-
São Paulo, SP e Celulose,
mail ou fax poderão ter trechos não es-
não papel
Q uero agradecer o compareci-
mento da equipe de EMBALAGEM-
senciais eliminados, em função do es-
paço disponível, de modo a dar maior
couché Image
Art 145g/m2,
MARCA ao 1º Evento de Ações Pro- número possível de oportunidades aos como foi
mocionais, que se realizou no dia 8 leitores. As mensagens poderão tam- informado no
de maio, em São Paulo. A eficiente bém ser inseridas no site da revista Expediente
cobertura jornalística e os comentá-
(www.embalagemmarca.com.br). da revista.
rios sinceros sobre o conteúdo das

6 – EMBALAGEMMARCA • mai 2002


riverwood/sonoco 14/05/02 05:43 Page 1

Anote na agenda: em junho, edição de aniversário de EMBALAGEMMARCA


Anuncie
33entrevista 14/05/02 06:24 Page 8

entrevista

“Vamos entregar o ouro” omo ocorreu com o conjunto

C
da economia mundial e, espe-
cialmente, da brasileira, em
2001 a indústria gráfica foi du-
ramente atingida pela crise
energética, pelo desastre argen-
tino, pelos atentados nos Estados Unidos
e por tantos outros problemas já repisa-
dos. No fechamento do exercício o setor
registrava queda de 20% em relação ao
ano anterior. “Esse resultado só não é
mais grave porque sua base de compara-
ção é o ano de 2000, quando foi registra-
do um crescimento de 27%, o maior do
Plano Real”, pondera Mário César de Ca-
margo, presidente da Associação Brasilei-
ra da Indústria Gráfica (Abigraf).
Empossado no cargo no final de 2001
para um mandato que vai até 2004, esse
administrador de empresas e bacharel em
Direito, que é também diretor-presidente
e sócio de duas indústrias gráficas (Ban-
deirantes e W. Roth), sente-se à vontade
DIVULGAÇÃO

para falar do setor em que atua. Ele dedi-


cou muito mais da metade de seus 44 anos
de idade a atividades na área, incluindo
MÁRIO CÉSAR dois mandatos como presidente da Abi-
graf Regional do Estado de São Paulo e da
DE CAMARGO, ABTG – Associação Brasileira de Tecno-
presidente da Abrigraf logia Gráfica.
Camargo considera “ridículo” o índice de
(Associação Brasileira 1,1% de participação do setor gráfico no
das Indústrias Gráficas), Produto Interno Bruto brasileiro (2,7% no
PIB industrial), principalmente se compa-
propõe uma postura mais rado com países de economia forte, como
a Alemanha, que detém 3,7% de um PIB
ativa do setor para
muito maior que o do Brasil, “e sem falar
superar o desaquecimen- nos Estados Unidos, onde o setor entra
com 1,8% num PIB de 10 trilhões de dó-
to e para evitar uma lares, contra 5,3 do PIB brasileiro”.
possível quebradeira Apesar do desaquecimento, o setor conti-
nuou investindo em tecnologia e equipa-
ante o endividamento mentos (10,8% sobre um faturamento de
em dólares. E alerta para 30,9 bilhões de dólares, ou seja, US$ 3,34
bilhões). No entanto, o mercado, reniten-
a atitude de “rendição, temente morno, não parece justificar a ex-
não de negociação”, pectativa otimista representada por aque-
les números. Como a maior parte desse
em relação à Alca investimento representa dívidas em dóla-

8 – EMBALAGEMMARCA • mai 2002


33entrevista 14/05/02 06:24 Page 9

res, o presidente da Abigraf não descarta O setor de embalagens já foi o de maior


o risco de quebradeira. Entretanto, acre- participação percentual. No ano passado,
dita que uma das saídas é a mudança de o faturamento foi 5,27 bilhões de dólares,
determinadas atitudes e a adoção de uma uma queda em relação a 2000. Hoje o se-
postura mercadológica mais ativa pelo tor é o segundo, com 22% de participação
setor, bem como o empenho para expor- no bolo total da indústria gráfica. O setor
tar produtos gráficos com maior valor que comanda é o editorial, com 24%. Em
agregado. Nesse aspecto, o segmento de terceiro vem o setor de formulários contí-
embalagens pode ter papel importante. nuos, com 18%, e em quarto o promocio-
E há um aspecto para o qual Mário César nal, com 15%.
de Camargo faz um alerta: a proximidade
de implantação da Alca, a Área de Livre Em termos de embalagens, quando se
Comércio das Américas. Na opinião dele, fala em indústria gráfica, tem-se a im-
“vamos entregar o ouro ao bandido”. pressão de que a Abigraf engloba apenas
indústrias dedicadas aos sistemas de im-
Ao tomar posse no final do ano pressão em offset e rotogravura.
passado, o senhor disse que em Flexografia ficaria de fora. Essa
2002 a indústria gráfica teria um Ao cliente impressão é correta?
novo desafio: buscar saídas para o não interessa saber Estranhamente, é. A nossa defini-
crescimento, que havia caído em se o processo de ção de gráfica, por história, acabou
relação ao ano anterior. Esse de- se concentrando em processo, não
safio está sendo vencido? impressão é roto, em mercado. Eu, particularmente,
Eu diria que não. À exceção de offset ou flexo. acho isso muito estranho, porque na
poucos setores da indústria gráfica, Ele quer o produto federação japonesa, por exemplo,
especificamente o setor promocio- “print” é “print”, qualquer que seja
nal, o resto está estagnado. Não
com o preço, o o suporte. No Brasil a gráfica aca-
vejo possibilidades de crescimento prazo e a qualidade bou se caracterizando como uma
neste ano. Pelo contrário. Alguns contratados. A impressora do suporte papel, por-
segmentos estão com níveis infe-
divisão feita por nós tanto basicamente orientada por
riores a 2001, como o de livros, processo de offset ou rotogravura.
que está com uma demanda menor, é um vício de
em função da queda do programa origem que vamos Feiras como a Drupa, na Alema-
do livro educativo do governo. nha, e a Fiepag, no Brasil, englo-
ter de corrigir
bam todos os processos. Não se-
Como está o setor de embalagens? riam bons exemplos?
Pelos indicadores que temos na Abigraf, As feiras são globais. Elas já captaram
permanece estável. Na área de papel car- uma tendência que vai se consolidar. Ao
tão, o consumo também tem se mantido cliente não interessa saber se o processo é
estabilizado. Infelizmente, também não roto, offset ou flexo. Ele quer o produto
vejo perspectiva de crescimento. Nós com o preço, o prazo e a qualidade con-
imaginávamos que o setor neste ano pu- tratados. Esse é um vício de origem nos-
desse crescer entre 5% e 10%. Há um so que vamos ter de corrigir ao longo do
quadro de estabilidade de consumo em tempo. Eu tenho tentado manter contato
relação ao ano passado. Na realidade há com várias entidades que são paralelas,
queda de preço. O excesso de oferta tem convergentes com nossos interesses.
feito com que o preço médio caia. Uma delas é a Abre (Associação Brasilei-
ra de Embalagem). Quero desenvolver
O setor gráfico faturou cerca de 6 bilhões com o Fábio Mestriner, novo presidente
de dólares/ano na média dos últimos da entidade, um programa conjunto para
anos. Qual a participação da área de em- acabar com essa divisão associativa. Ou-
balagens nesse bolo? Melhor: como se tra entidade com que vamos tentar rela-
divide o bolo? cionamento é a Abflexo (Associação Bra-

mai 2002 • EMBALAGEMMARCA – 9


33entrevista 14/05/02 06:24 Page 10

sileira de Flexografia), até porque muitas dade do produto? Com isso, o papel car-
empresas do setor gráfico têm os dois tão, com impressão offset, tem retomado
processos, offset e flexografia. espaços que estavam sendo ocupados por
outros processos.
Também existe uma divisão muito grande
em embalagens flexíveis, representadas O papel cartão é impresso fundamental-
por três ou quatro associações. Isso é ad- mente em offset. O material não compor-
ministrável? Não reflete basicamente in- ta flexografia?
teresses de grupos ou de empresas? Pelos nossos associados, é offset ou roto-
Talvez isso reflita mais uma distorção na gravura, quando as quantidades são mui-
formação dessas entidades. Define-se a to grandes. A flexografia ainda não é um
entidade como aquela de empresas que processo disseminado no Brasil para im-
concorrem utilizando o mesmo processo. pressão sobre papel cartão, mas pode vir
No futuro vamos ter de desenvolver a ser. Com a qualidade crescente do pro-
ações conjuntas. Como já disse, ao clien- cesso, pode se tornar uma alternativa.
te não interessa saber qual o pro-
cesso. E, perante o governo, nossa A indústria gráfica brasileira é
posição partida, segmentada, pul- Faremos competitiva internacionalmente em
verizada, nos enfraquece. Quando workshops de qualidade. E em preços?
vamos brigar por redução de alí- Acho que sim, se se destacar os im-
quota de importação para máqui- planejamento postos, que oneram a cadeia produ-
nas, imposição de barreiras tarifá- estratégico para tiva no Brasil. Para ser mais exato:
rias para determinado produto que mobilizar a diretoria enquanto se vende a tonelada do
vem de fora, questões salariais ou cavaco a 100 dólares, a tonelada da
tratamento de resíduos sólidos, a
em busca de um celulose a 400 dólares e a tonelada
divisão nos enfraquece. Temos de projeto comum. do papel a 700 dólares, a tonelada
começar a desenvolver ações con- Outro destaque da do livro no mercado internacional
juntas em algumas políticas, man- vale 2 000 dólares. Há uma grande
minha gestão será
tendo as individualidades de cada fatia do processo onde o valor agre-
entidade. O interlocutor, seja go- a inauguração gado está situado entre o papel e o
verno, sindicato ou cliente, não do Museu da livro impresso. Do valor agregado,
está muito interessado na nossa di- 65% estão na fase de impressão e
Propaganda e da
visão – ou talvez esteja. acabamento.
Embalagem
No mundo inteiro nota-se uma sig- As exportações brasileiras de pa-
nificativa tendência de uso de em- pel crescem mais do que as de pro-
balagens flexíveis, e dentro dessa tendên- dutos impressos. Não seria interessante
cia uma crescente preferência pelo pro- desenvolver um trabalho para exportar
cesso de flexografia. Isso não ameaça as papel já na forma de embalagens, livros
indústrias representadas na Abigraf que e revistas? Existe algum entendimento
se dedicam à produção de embalagens? com algum organismo governamental
Sim e não. Temos percebido uma evolu- para fazer o que fazem os chineses, que
ção tecnológica em termos de produtivi- imprimem livros em português e vendem
dade e de qualidade no processo de flexo- aqui a preço extremamente baixo?
grafia. Mas por outro lado o processo de A Abigraf contratou uma consultoria de
impressão offset, que hoje está centrado comércio exterior para formar um grupo
nos semi-rígidos, está sendo reconsidera- de exportação. Eu não confio nas iniciati-
do como alternativa em face dos proble- vas governamentais. Se o governo não
mas ambientais, da disposição do produ- atrapalhar, está bom. Normalmente ele
to após o uso. É um problema que não nos atrapalha, há burocracia para expor-
aflige muito o Brasil, ainda, mas tem tar. Isso onera o processo produtivo. Ao
suma importância na Europa: o que fazer governo deve caber somente desonerar a
com o lixo? Qual o grau de biodegrabili- cadeia produtiva em termos de impostos.

10 – EMBALAGEMMARCA • mai 2002


33entrevista 14/05/02 06:24 Page 12

O setor gráfico já agradeceria se o gover- qualquer outro país, é a condição tributá-


no fosse capaz de fazer isso. Eu não espe- ria. O governo quer discutir a implanta-
ro que o governo desenvolva grandes po- ção da Alca com uma estrutura tributária
líticas exportadoras. Essa tem de ser uma que nos onera. Não teríamos problema
iniciativa da comunidade empresarial. A nenhum de concorrer se não tivéssemos o
Abigraf está formando um grupo de em- custo de Brasília. Como os Estados Uni-
presas para explorar oportunidades no dos não têm o “custo de Washington”
mercado internacional. Vamos começar eles vão entrar aqui como faca quente na
pela área de livros e, eventualmente, es- manteiga. Nós já pudemos observar isso
tender para a de embalagens. Nós temos em 2000, quando uma série de editoras,
que exportar papel com valor agregado. antes brasileiras, agora multinacionais,
foi comprar serviços gráficos na Colôm-
As exportações do setor cresceram de bia e no Chile para impressão de livros
150 milhões de dólares em 2000 para para o programa didático brasileiro. A
165 milhões em 2001. Que produtos com- minha empresa quis exportar livros para
põem essas exportações? É consi- o programa educacional da Flórida,
derado exportação o que é expor- mas fui impedido porque o governo
tado por clientes da indústria grá- O setor tem disse que privilegiaria a indústria
fica, como embalagens usadas investido muito. local. Para os Estados Unidos eu
pela indústria de alimentos? não posso exportar livros. O Brasil
Não. Isso não é considerado expor-
Como o endivida- é um país fraco em termos de nego-
tação do setor gráfico, porque inte- mento é em ciação internacional. Considerando
gra o produto. Entra como crédito dólares, há risco essa fraqueza, nós vamos entregar o
de exportação do cliente. Na ouro ao bandido. Minha visão sobre
exportação de geladeira vai o ma-
de quebradeira. a Alca não é das mais alvissareiras.
nual, mas é a geladeira que está en- No ano passado O que antevejo não é uma negocia-
trando na contabilidade. A mesma algumas empresas ção, é uma rendição. Nós carrega-
coisa com automóvel e o produto mos um governo ineficiente nas
entraram em
alimentício. Os 165 milhões de dó- costas e isso vai pesar muito na
lares de exportação do ano passado situação crítica. hora da concorrência internacional.
são unicamente produtos gráficos Muitas não Sete por cento da ociosidade ameri-
embarcados como tal. Acontece vão sobreviver cana correspondem ao mercado
que esse valor é ínfimo. Alguns brasileiro. Imagine a que preço eles
produtos gráficos são, por defini- até 2003 vão vender essa ociosidade no Bra-
ção, não exportáveis. Um exemplo sil! Vão acabar com a indústria grá-
são as revistas. Com exceção dos fica brasileira.
países da América Latina, é praticamente
impossível exportar revistas, pela fre- O setor tem investido fortemente em tec-
qüência e pela peridiocidade. É difícil ex- nologia e equipamentos. No entanto, o
veja mais: www.embalagemmarca.com.br

portar uma revista para os Estados Uni- mercado não parece justificar a expecta-
dos, ainda que se tenha preço competiti- tiva otimista representada por esses nú-
vo, porque o transporte inviabiliza. Nós meros. Existe o risco de quebradeira?
estamos no processo de filtragem. Que ti- Há uma possibilidade real muito grande
pos de produtos são exportáveis? Emba- de quebradeira, já que a maior parte des-
lagens são exportáveis? Claro que são. se investimento representa dívidas em
dólares. No fim do ano passado nós ob-
Como a indústria gráfica brasileira pre- servamos algumas empresas entrando em
tende manter-se competitiva ante a proxi- situação crítica. Muitas não vão sobrevi-
midade de implantação da Alca? ver até 2003. Infelizmente, o setor gráfi-
A indústria gráfica brasileira é competiti- co no mundo inteiro, até por ser pulveri-
va internacionalmente em termos de pre- zado e concorrencial, investe por imita-
ços. O que nos impossibilita concorrer ção, não faz um estudo de qual é a real
não só com os Estados Unidos, mas com necessidade do mercado.

12 – EMBALAGEMMARCA • mai 2002


33papelcartao 14/05/02 06:20 Page 14

papel cartão

Coisa de cinema
Rigesa traz ao Brasil linha Digipak de cases e estojos para DVDs e CDs
participação de materiais ce- A empresa produzirá com exclusivi-

A lulósicos no mercado de em-


balagens para CDs e DVDs,
hoje dominado pelas resinas
plásticas, tem cada vez melhores perspec-
dade no Brasil as embalagens Digipak,
feitas de papel cartão e famosas entre os
públicos americano e europeu. A idéia é
colocar no mercado 500 000 unidades de
tivas de crescimento. No Brasil trata-se de Rigesa Westvaco estojos e cases para DVD e CD por mês.
(19) 3869-9330
uma tendência nova, mas há países em que www.rigesa.com.br A fabricação será feita em Valinhos, ci-
embalagens de papel cartão, por exemplo, dade do interior de São Paulo onde está
detêm segmento tão expressivo quanto o instalada a principal unidade produtiva
dos estojos e cases plásticos usados para da empresa.
acondicionamento de discos digitais. Um dos primeiros títulos a usar as em-
Além das vantagens ambientais em balagens da Digipak feitas no Brasil é
relação às embalagens plásticas, os esto- Harry Potter e a Pedra
jos celulósicos têm a seu favor o apelo da Filosofal, distribuído
sofisticação, normalmente explorado em pela Warner Bross.
um acabamento mais refinado. Sedentos Trata-se de um DVD
por detalhes como complexos desdobra- duplo, o que prova que
mentos e abas, colecionadores de as embalagens Digi-
filmes em DVD ou mesmo com- pack têm na versatilida-
pradores compulsivos de CDs de estrutural mais um
de áudio costumam dar pre- atrativo. Elas podem ser
ferência a exemplares em- encomendadas em quatro,
balados em cases de pa- seis ou oito painéis de su-
pel cartão, caso o mes- perfície impressa, com pos-
mo título esteja dis- sibilidade de suportes de CD
ponível também ou DVD nas cores preta,
numa embalagem branca ou transparente.
plástica. Trata-se de uma solução
Com a ace- realmente diferenciada
lerada populari- dos prosaicos estojos
zação dos apare- plásticos que hoje domi-
lhos de DVD, não nam a cena no mercado
restam dúvidas de de embalagens para
que o fornecimento discos digitais. Resta
de embalagens para saber qual a dimen-
esse tipo de mídia reve- são do mercado bra-
lará excelentes oportuni- sileiro para esse
dades de negócio. Conheci- tipo de solução,
da por sua atuação com embala- que pode ser clas-
gens de papelão ondulado para horti- sificada sem e-
FOTO: DIVULGAÇÃO

granjeiros e cartuchos de papel cartão para xageros como


pratos prontos e semiprontos de linhas de uma verdadeira
alimentos congelados, a Rigesa saiu na embalagem de
frente na corrida por esse novo mercado. cinema.

14 – EMBALAGEMMARCA • mai 2002


Politeno 14/05/02 05:35 Page 1
33painelgrafico 14/05/02 06:03 Page 24

Copa e eleições animam (pouco) o setor Bons ventos para


A um mês do início da Copa do Mun- das eleições municipais, o resultado acabamento
do, o setor gráfico previa que o even- foi inferior (US$ 5,8 bilhões), saltando
to esportivo e a proximidade das elei- para US$ 6,5 bilhões em 1997, quan-
de embalagens
ções poderiam propiciar um cresci- do os brasileiros não foram às urnas. Com a crescente busca de melhor
mento de encomendas em torno de Em 1998, quando ocorreram as elei- estrutura por parte do segmento de
7%. É um índice modesto, apesar de ções gerais e a reeleição do presi- acabamento para embalagens, a
parecer otimista na atual situação de dente da República, o faturamento fim de atender usuários cada vez
marasmo da economia brasileira. Em do setor gráfico caiu um pouco em mais exigentes, o mercado de pres-
anos anteriores, eventos como os relação ao ano anterior, ficando em tação de serviços gráficos tem cres-
que ocorrerão em 2002 já represen- US$ 6,44 bilhões. Em 1999, ano cido. Os processos estão se seg-
taram incremento em torno de 12% a sem voto, o resultado foi menor. A mentando, e em conseqüência em-
13% na performance do setor. O pre- queda, porém, refletiu muito mais o presas especializadas surgem e in-
sidente da Abigraf – Associação Bra- choque cambial do início do ano do vestem em novos equipamentos.
sileira da Indústria Gráfi- que a ausência de elei- Na opinião de Sergio Vidal, geren-
ca, Mário César de ções. te de produtos de acabamento
Carmargo, atribui Em 2000 o setor para embalagens da Intergráfica,
esse andamen- registrou seu esse é o principal motivo do cresci-
to moderado à melhor de- mento do segmento. Segundo ele,
falta de credi- sempenho há expectativa de que essa área
bilidade no desde o ad- cresça nos próximos meses, já que
desempenho vento do as gráficas investiram mais em má-
da Seleção Bra- Real, faturando quinas de acabamento em 2001.
sileira de Futebol e ao investimento US$ 6,72 bilhões. A principal razão Esse comportamento reflete uma
dos políticos em mídia eletrônica. não foram as eleições municipais, tendência mundial de buscar quali-
É de certa forma uma frustração para mas a retomada geral do nível de dade e baixo custo produtivo, e
o setor. Mas, apesar da expectativa atividades e a forte reação de alguns cada vez mais especialização. "As
sobre o reflexo daqueles eventos no segmentos, como os de impressos pequenas gráficas estão procuran-
faturamento da indústria gráfica, uma promocionais e o editorial. Em 2001, do melhorar seu produto e quem já
comparação do desempenho do se- houve uma queda significativa, com fez o primeiro investimento está
tor nos últimos anos mostra que os resultado de US$ 5,37 bilhões. Mas apostando no up-grade", diz Vidal.
melhores anos não foram os eleito- ela se deveu muito mais ao “apa- Entre outras marcas mundiais, a
rais. Em 1994, quando o presidente gão", aos atentados de 11 de setem- Intergráfica representa no segmento
Fernando Henrique foi eleito para seu bro nos Estados Unidos, à crise ar- a suíça Steineman e as alemãs Ja-
primeiro mandato, o setor faturou gentina, à elevação das taxas de ju- genberg e a H+S.
US$ 5,3 bilhões; em 1995, não houve ros e do valor do dólar. www. intergrafica.com.br
eleições, mas o faturamento foi maior (11) 5087-7777 (11) 4076-1155
(US$ 6,5 bilhões). Em 1996, apesar presian@abigraf.org.br

T&C e IBF juntas com a Screen


A IBF Indústria Brasileira de Fil- da Screen. Pelo acordo, a IBF in- ca Latina de chapas térmicas para
mes, líder de mercado em chapas cluirá os modelos de equipamentos CTP. AScreen anunciou no início
offset e filmes para artes gráficas, CTP fabricados pela Screen na sua deste ano que as chapas térmicas
e a T&C, distribuidora oficial da linha de produtos comercializados IBF Million foram oficialmente
Screen, uma das maiores empre- no Brasil. Em contrapartida, a T&C aprovadas e certificadas para uso
sas mundiais na fabricação de fornecerá total suporte e assistên- em todos os seus modelos de
equipamentos CTP e pré-impres- cia técnica para as vendas efetua- equipamentos CTP.
são, selaram acordo de coopera- das pela IBF. www.ibf.com.br
ção para a linha de produtos CTP A IBF é a única fabricante da Améri- www.tecbrasil.com

24 – EMBALAGEMMARCA • mai 2002


33painelgrafico 14/05/02 06:03 Page 25

A irmã caçula Escola Senai está mais equipada


da Luxel F-9000 A Escola Senai Theobaldo de Nigris, cartazes promocionais.
especializada no ensino de artes grá- A Speedmaster CD 102, primeiro
A Fujifilm Eletronic Imaging (FFEI)
ficas em São Paulo, recebeu recente- equipamento de folha inteira da PMA,
acaba de lançar no Brasil a image-
mente novos equipamentos, doados é uma solução para os mercados pro-
setter Luxel F-6000, que combina a
pela FEVA e pela Heidelberg, para as mocional e industrial ou rótulos e em-
tecnologia multilaser com a confi-
áreas de flexografia e de off-set. balagens. Imprime até 15 000 folhas
guração de tambor interno. O equi-
• A Máquinas Ferdinand Vaders por hora, em diversos substratos,
pamento foi trazido para o Brasil
(FEVA) entregou à escola uma Feva- como papéis, inclusive adesivados,
pela Microservice Tecnologia Digi-
flex FFR 1000/6, uma das estações plásticos e papel-cartão. O setup da
tal, representante exclusiva da em-
impressoras de última geração fabri- máquina é rápido, e há o sistema de
presa no país. Considerada a irmã
cadas pela empresa. O equipamento transferência com colchão de ar (air-
caçula da F-9000, a máquina mais
tem tambor central metalizado, poten- Transfer) exclusividade da Heidelberg,
rápida do mercado, a F-6000 foi
ciômetro eletrônico, pirômetro de se- que permite a passagem de papel efi-
projetada para ser adequada ao ta-
cagem entre cores e fi- ciente e sem marcas.
manho do negócio do usuário.
nal, desbobinador Já a QM 46-4 DI
Enquanto a primeira usa formato
duplo com Pro, novidade
B1 (1.130 x 930), a F-6000 traba-
freio de car- no país, é
lha com formato B2 (768 x 686), o
ga, rebobi- ideal para
que a torna menor, porém manten-
nador du- empresas
do a mesma qualidade e velocida-
plo com promocio-
de de impressão, podendo atingir
motor C.C. nais, focadas
até 67 lâminas no formato máximo,
e encosto e em pequenas ti-
por hora, a 2.400 dpi. Assim como
desencosto hi- ragens (500 a
a Luxel F-9000, a F-6000 utiliza a
dráulico e trava. Mais 3 000 folhas), que tra-
tecnologia multilaser para obter ve-
que isso, traz também sistema balham com o formato 34 x 46.
locidade de exposição e pode pro-
de vídeo-inspeção computadorizado e As chapas são gravadas a laser, pela
duzir automaticamente filmes posi-
emenda rápida do desbobinador. Se- tecnologia de Direct Imaging, “garan-
tivos ou negativos. Está disponível
gundo a FEVA, a doação ajuda a tindo menor tempo de produção,
nos modelos de um, dois ou três
“confirmar a importância da parceria maior confiabilidade e qualidade de
laseres, oferecendo a possibilidade
entre fabricantes de máquinas e esco- reprodução de imagem”, segundo a
de escolha de acordo com a de-
las profissionalizantes”. Heidelberg. Além disso, o sistema de
manda de produção. Possui um
• Por sua vez, a Heidelberg investiu 5 alimentação funciona por escama, o
tambor interno em forma de C in-
milhões de euros e trouxe para a Print que permite velocidade de até
vertido, que reduz os efeitos das
Media Academy (PMA), localizada 10 000 folhas por hora, com papéis
partículas de contaminação, e vem
na escola, novos equipamentos e soft- de baixa gramatura, como 50 gra-
equipada com um sistema de fixa-
wares: a Printmaster PM 74-4, a mas, com registro perfeito frente e ver-
ção do spinner sem necessidade
Speedmaster CD 102, os softwares so. O equipamento possui uma saída
de manutenção.
Prinect e a QM 46-4 DI Pro, que está com secador IR, reduzindo cada vez
www.microservice.com.br
sendo lançada no Brasil. mais o tempo de entrega e manuseio
(11) 3959-1300
O Prinect reúne um conjunto de dife- do material impresso para operações
rentes produtos, hardwares e softwa- de acabamento, como corte e vinco,
res, que integram o processo de pro- além de reduzir a aplicação de pó
dução gráfica, da pré-impressão ao para evitar o decalque.
acabamento final. Por sua vez, a Print- Segundo Dieter Brandt, presidente da
master PM 74-4 é uma impressora off- empresa no Brasil, o objetivo do inves-
set plana compacta, voltada para o timento é disponibilizar ao mercado
mercado promocional, que imprime gráfico a última geração em tecnolo-
12 000 folhas por hora, no formato gia e, com isso, diversificar sempre a
53 x 74. O equipamento é indicado oferta de cursos aos profissionais da
para impressão de folders, posters e área.

mai 2002 • EMBALAGEMMARCA – 25


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internacional

Interesse único: e
EMBALAGEMMARCA mostra alguns destaques da Inte rp
to. “Há expositores de 51 países e mais da metade dos
visitantes é de estrangeiros”, comenta Ernst H. Berndl,
o presidente da Interpack 2002. “É uma prova de que, a
despeito de outras opções tecnológicas como a internet,
as teleconferências e o e-mail, uma feira de negócios
Enviado especial a Düsseldorf ainda é o melhor local para discussões pessoais, comu-
nicação e uma demonstração do melhor em soluções
amosa pela cerveja, pela culinária e pelas personalizadas para os clientes”, ele defende.

F grandes indústrias químicas e mecânicas, a


Alemanha também virou o país das feiras de
negócios. Com qualidade na organização e
propaladas através de um marketing tão contundente
Contudo, apesar desse ressaltado caráter de oportu-
nidade única, foi baixíssimo na feira o número de em-
presas nacionais com estandes. “Falta ainda ao brasilei-
ro a cultura de arriscar, de pensar em longo prazo” afir-
quanto os ataques das outrora temidas divisões Panzer, mou Sergio Haberfeld, ex-presidente da Associação
as messen alemãs atingiram o status de musts, aconte- Brasileira de Embalagem (ABRE) e atual presidente da
cimentos de peso. No calendário dessas rodadas indus- World Packaging Organisation (WPO), durante o even-
triais, a embalagem tem sua vez a cada três anos na In- to. “A Interpack é um evento representativo do mundo
terpack, sediada em Düsseldorf e cuja 16a edição rolou inteiro, que pode marcar o início de negócios internacio-
de 24 a 30 de abril deste ano. nais.” Os poucos que apostaram nessa teoria parecem
Pujante e cosmopolita, a feira deixou a constatação ter saído da Interpack com saldo positivo. Com estande
inequívoca de que o setor está crescendo e ganhando na feira, a Inbramaq conseguiu vender exemplares de
importância. Isso ficou claro pelo público, que bateu a suas empacotadoras para terras distantes. “Nossa inten-
casa das 170 mil pessoas, e pelo alto número de pedi- ção era conquistar clientes do Oriente Médio e do Su-
dos por estandes, que obrigou os organizadores a abrir deste Asiático e a Interpack, mesmo sendo na Europa,
mais dois pavilhões para comportar o show. Com isso, dá e nos deu essa oportunidade”, apontou Hikaru Kata-
a Interpack 2002 se espalhou por dezessete pavilhões, yama, consultor técnico da empresa.
que totalizaram uma área de 150 mil metros quadrados. A participação da indústria brasileira de embalagem
Nesse espaço, 2 554 expositores mostraram desenvol- foi mais efetiva através de funcionários enviados à fei-
vimentos que, bem provavelmente, deverão desembar- ra, para a prospecção de negócios ou simplesmente para
car no Brasil a qualquer momento. acompanhar novidades em seus segmentos de atuação.
É essa convergência mundial de interesses, provo- Fabricante de embalagens rígidas, a Exatoplast usou o
cada pela globalização econômica, que, para a sorte dos evento para sacramentar sua joint-venture com a empre-
organizadores, vem elevando o caráter crucial do even- sa alemã Menchen, que será apresentada durante a Fis-

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: embalagem
te rpack, uma das maiores feiras de embalagem do mundo
pal. “O evento serviu para nos dar a
real dimensão da potência que o nosso
parceiro tem”, diz Leonardo Coelho
Alves, gerente geral da empresa. Para
dar um exemplo dos integrantes do se-
gundo time, Roberto Brandão, da Pro-
pack, e Ronaldo Lopes Canteiro, da
Plastlacre, procuraram acompanhar na
feira tendências em rótulos e lacres
plásticos termoencolhíveis.
Da mesma forma, não faltaram
profissionais enviados por diversas
empresas usuárias de embalagem no
Brasil, como Unilever, Johnson &
Johnson, Kraft Foods, Sadia, Quaker e
Arcor, entre outras, para se antenar
com inovações e novas possibilidades
de acondicionamento de seus produtos, agregando co- conveniência ao consumidor, por soluções efetivas para
nhecimento aos seus departamentos de embalagem ou melhorar processos logísticos, por maneiras de atenuar
de pesquisa e desenvolvimento. “O evento é um grande o drama dos furtos e contrafações e por incrementos
aglutinador de idéias”, diz Paulo Eduardo Pereira, téc- para tornar máquinas e equipamentos mais amigáveis
nico de embalagens da Johnson & Johnson. ao usuário. Isso sem falar no óbvio estado de arte que
É essa chance, de conferir as tendências em mate- vai sendo conseguido para tornar as embalagens visual-
riais, sistemas e processos de acondicionamento nos mente atraentes.
mais variados mercados e de se conseguir uma visão EMBALAGEMMARCA mostra nas próximas páginas
panorâmica da indústria européia de embalagem, que algumas dessas novidades, para quem não pôde confe-
também faz da Interpack um evento que vale a pena, ri-las in-loco. E a cobertura não acaba aqui. Pelo núme-
não apenas como centro de aproximação de negócios. ro de novidades, ela será estendida ao nosso site, à pró-
Nesse sentido, a feira mostrou que os desafios mais des- xima edição e a reportagens que figurarão em breve na
tacados nos últimos anos para a embalagem estão ga- revista. Tal amplitude no acompanhamento da Inter-
nhando respostas sofisticadas. São os casos das buscas pack é justificada pela opinião unânime dos brasileiros
por embalagens ativas e inteligentes, para gerar maior que foram à feira alemã: é indispensável.

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Valor agregado às latas Bastões se


No campo das latas, a Schmalbach-Lubeca e a Rexam
apresentaram inovações bastante similares. Primeira-
popularizam
mente, ambas estão focando esforços em formatos slim, As embalagens stick (bastão) vão
de 250ml, e em diferenciais em acabamento. Nesse se popularizando mundo afora,
campo, a S-L apresentou a lata de aço do drinque alcoó- concomitantemente ao crescimen-
lico alemão Volt (foto), com um acabamento que garante to das indústrias de catering e fast
o mesmo brilho e efeito que o das latas de alumínio, e a food. Elas são a especialidade da
Rexam mostrou a lata do energético inglês Carbon, cujo inglesa Stickpack Europe, que
logotipo leva tinta fluorescente verde, que brilha sob luz apresentou na feira o resultado ob-
UV, e que conta com um verniz fosco. tido pelo seu mais novo cliente, a
Reforçando sua forte competição, tanto a Rexam quanto
HJ Heinz, fabricante dos famosos
a S-L apresentaram tecnologias para a inscrição a laser de desenhos minúsculos ou
molhos Heinz. Os sticks são emba-
símbolos na parte inferior (interna) das películas de abertura das latas. Concebidas
lados em uma máquina form-fill-
para ações promocionais, como sorteios, ou simplesmente para campanhas publicitá-
rias, tais tecnologias funcionam mesmo em linhas de envasamento de alta velocidade. seal vertical de cinco linhas, fabri-
A S-L também destacou sua tecnologia pioneira de envasamento asséptico para latas, cada pela Stickpack em aço inoxi-
que está ganhando novos clientes na Europa. Ela garante a bebidas, inclusive não dável.
carbonatadas, shelf life de um ano. Por sua vez, a Rexam introduziu uma tinta termo- www.stickpack.co.uk
sensível, que muda de cor quando o conteúdo está adequadamente gelado para o
consumo, e anunciou para breve a disponibilidade de tintas e vernizes “táteis”, para
detalhes em relevo nas latas.
www.rexam.com • No Brasil: (11) 3266-3199 • www.schmalbach.com

Amostras práticas – e com valor agregado


Preocupada com soluções para a indústria de perfumaria e cosméticos, a
francesa Valois fez na feira a premiére do Clic And Dream, embalagem
para acondicionar fragrâncias para processos de amostragem. Ela é
composta por uma estrutura termoformada recoberta com papel cartão,
com sistema prático de abertura e uso do tipo squeezable, porém com
saída do perfume na forma de spray, graças a um mecanismo de troca
de ar entre ambiente e embalagem.
www.valois.com • No Brasil: (11) 4141-4344

Braguilhas modernas e convenientes


Soluções para re-selar embalagens estão evoluindo rapidamente. Para flexíveis, a Zip Pack, dona de várias invenções, destacou
na Interpack o Cut-n-Seal. Com ele, o consumidor corta uma aba aparente na parede traseira da
embalagem, serve-se e, depois, fecha o zíper (abaixo e à esquerda). Van-
tagem: as embalagens podem ser entregues já com o sistema, dispensan-
do modificações na linha de embalagem do cliente. Já a americana Pres-
to, controlada pela Alcoa, quer difundir seus sliders Fresh-Lock (à direita).
São zíperes que, em vez do tradicional fechamento macho/fêmea, usam
mecanismos deslizantes, como braguilhas.
www.ripnzip.com • www.fresh-lock.com

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Embalagens As vantagens do descasque suave


engajadas A DuPont destacou na Interpack um de-
senvolvimento conjunto com a transfor-
madora alemã de papel cartão Knapp. É
uma embalagem do tipo skin em que a
fina película que recobre o produto, feita
a partir da resina ionomérica Surlyn, se
separa suavemente do cartão, sem dani-
ficar sua impressão. Dessa forma, a fron-
te da cartela pode ser usada para trans-
mitir informações permanentes, de uso ou de marketing. Com a fácil abertura o consu-
A notória busca por materiais alternativos
midor ganha segurança, já que tesouras ou estiletes são desnecessários.
aos plásticos, que originem embalagens
www.dupont.com • No Brasil: (11) 4166-8300
mais amigáveis ao ambiente, ao mesmo
tempo com custos acessíveis, mostrou
frutos consistentes na Interpack. Adeus ao gargalo da logística
Fabricado completamente a partir do mi- Para transporte de produtos com máxi- vulgou um pacote de soluções para
lho, recurso natural que se renova em um ma segurança, a 3M lan- processos logísticos, no
ano, o polímero NatureWorks PLA foi çou na feira o Air Cushion qual um dos destaques
destacado pela Cargill Dow (abaixo). Re- Packaging (ACP), siste- é a Combitape, fita ade-
ciclável, ele pode ser transformado em ma de amortecimento ba- siva dois em um: lacra
processos de injeção, extrusão e so- seado em almofadas in- caixas de papelão e, ao
pro/estiramento. Coca-Cola e Sony, entre fláveis de filme flexível ser removida, deixa na
outras empresas, já utilizaram o polímero (ao centro). Ele protege o superfície uma banda
em suas embalagens. A Cargill Dow sus- produto de maneira mais que serve como fitilho
tenta que ele tem ótima performance seja eficaz e, pelas possibili- de abertura fácil (abaixo,
em estruturas rígidas ou flexíveis. dades únicas de design, à esquerda).
Também chamaram a atenção os reci- ocupa menor espaço que Já a Europa Carton
pientes da tailandesa Twalai, feitos a par- outros sistemas, reduzin- mostrou o bandpac, sis-
tir do amido extraído da mandioca. A favor do custos de transporte. tema para o transporte
deles contam o baixo custo de produção, A Tesa, por sua vez, di- seguro de eletro-eletrô-
a possibilidade de ir ao freezer e ao forno nicos constituído por pa-
de microondas e sua biodegradabilidade. pelão ondulado e uma
Bandejas e copos do material se desinte- fita envoltória, que pode ser automati-
gram 24 horas após contato com água, e zado.
podem virar adubo ou até mesmo ração www.3m.com
para gado (!). No Brasil: (19) 3838-7938
www.cargilldow.com www.tesa.com
www.biodegradablepack.com No Brasil: (41) 224-8100
www.europa-carton.de

Bisnagas sofisticadas
A Tubex apresentou bisnagas plásticas com tu-
bos altamente transparentes, e que permitem
um diferencial visual ao acondicionar cosméticos
transparentes. Imagens impressas na parede
traseira dos tubos podem ser vistas pela frente
com um efeito tridimensional. No quesito segu-
rança, a Tubex divulgou uma solução para evitar adulterações nas bisnagas, com tam-
pas lacradas com sleeves, e os modelos com Electronic Article Surveillance (EAS), um
circuito antifurto escamoteado no interior da tampa flip-top das bisnagas.
www.tubex.de

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Codificação quebrando barreiras


Rapidamente o setor de codificação e marcação de embalagens produz máquinas
mais sofisticadas e com mecanismos e interfaces mais amigáveis ao usuário.
Na Willett a vedete foi a impressora digital ink jet de
alta resolução 610 (à esquerda). Sua principal virtude
é a qualidade da impressão combinada de códigos de
barras, textos e gráficos para caixas de transporte e
etiquetas, com tecnologias especiais de troca dos tin-
teiros e limpeza dos cabeçotes.
A Markem lançou o SmartTouch, um painel de controle
com visor LCD e controles Touch Screen, o que permite
programações mais fáceis, backup de legendas on-line
ou off-line e a visão fiel de modificações através do dis-
play colorido WYSIWYG. O painel está integrado às novas codificadoras SmartLase 1
Plus, a laser, e SmartDate 3i Plus e 3c Plus, que im-
primem por termo-transferência (à direita).
Já a Domino destacou a impressora a laser DDC3L,
capaz de imprimir duas linhas em até 72 mil garrafas
de vidro por hora. Também funciona em outros subs-
tratos, com alta qualidade e tempo de secagem zero.
www.willett.com • No Brasil: (11) 4195-3260
www.markem.com • No Brasil: (11) 3735-2155
www.domino-printing.com • No Brasil: (11) 3048-0110

Quente inovação para frios


A Convenience Food Systems mostrou na feira alguns lan-
çamentos, entre eles o da embalagem FlipFresh, premiada
pelo German Packaging Prize. Trata-se de uma estrutura termo-
formada para acondicionar alimentos fatiados, que traz
uma abertura resselável. Depois de aberta, pode ser fechada
de maneira segura diversas vezes, expelindo o ar do seu interior,
o que mantém o alimento fresco, mesmo as fatias superiores. A em-
balagem é também versátil no PDV: as embalagens são encaixáveis
umas nas outras, podendo ficar em pé ou na horizontal, e possuem orifícios para se-
rem colocadas em ganchos. A CFS oferece a solução completa ao cliente: o material,
a máquina termoformadora, a impressão e outros serviços.
www.cfs.com • No Brasil: (19) 3731-3820

Produção mais fácil de garrafas


A SIPA adicionou mais um modelo à sua linha de so-
pradoras rotativas, a SFR 8. Com oito cavidades,
ela é capaz de produzir até 13 200 garrafas de
500ml por hora, e seus principais trunfos são
o design compacto, a simplificação da mecâ-
nica e de seus comandos e a baixa manu-
tenção. Assim como os outros modelos de
sopradoras da SIPA, a SFR conta com o
“crocodile mold”, ou seja, a abertura vertical
no movimento de finalização do molde, o que
dá maior velocidade ao processo.
www.sipa.it • No Brasil: (11) 4154-8300
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Bandejas com Novidades em tampas peelable


múltiplas funções
Os principais lançamentos da Huhta-
maki foram para soluções para o acon-
dicionamento de alimentos frescos. O
MultiHot é uma bandeja em polipropile-
no para assados e outros alimentos
prontos para consumo. Sua tampa,
transparente, encaixa-se à base pelo
A Walki Wisa, divisão da fabricante de pa- direita). Sela herméticamente tanto em-
sistema de encaixe snap-on. Já a Po-
péis finlandesa UPM-Kymmene, desta- balagem de produtos quentes como de
larDuo é uma linha de bandejas de pa-
cou na feira o WalkiLid, tampa produzida refrigerados.
pel cartão com laminação de PET, cuja
com papel laminado com diferentes ca- No mesmo ramo, a Hueck Folien apre-
maior virtude é ser dual-ovenable, ou
madas de polímero (no alto à esquerda). sentou tampas em material único, um
seja, pode ir tanto ao forno convencio-
Resistente e com boas propriedades de novo filme de PET metalizado (ao cen-
nal quanto ao de microondas (no pé da
selagem, ela busca concorrer com as tro). Além do descasque fácil, ele propor-
página). Pode ser fornecida com uma,
tampas feitas de película de alumínio em ciona ótima maquinabilidade, mesmo em
duas ou três divisões e é ideal para
diversos mercados, como os de iogurtes, processos assépticos, e nobre impres-
embalar refeições completas, inclusive
sorvetes, saladas e doces, entre outros. são. Nesse último aspecto, aliás, a Hueck
em restaurantes e redes de varejo,
Entre as vantagens frente ao alumínio, Folien anunciou o desenvolvimento de
pois pode ser selada a quente com um
estão a abertura mais fácil, a capacidade tintas apropriadas para a impressão digi-
filme, através de máquina manual, e
de receber impressão mais rica, o apelo tal de tampas peelable, que suportam
receber impressões em até cinco co-
ecológico e a inexistência do risco de se temperaturas de até 250o C. Com isso,
res. Por fim, a TopTray Ultra, feita em
cortar a mão no momento do consumo. abrem-se novas possibilidades em tira-
poliestireno expandido (EPS), é uma
Também com os apelos de abertura fácil gens pequenas, inclusive promocionais,
bandeja para carnes que já possui em
e alta printabilidade, a Pactiv/Sengewald e diminuem-se os custos.
sua construção um mecanismo de dre-
enfatizou na feira o filme Freshness Seal, www.pactiv.com
nagem e retenção de líquidos (abaixo).
que está sendo utilizado em produtos www.hueck-folien.com
Além de garantir o bom visual do pro-
como as saladas premium da Homann (à www.walkiwisa.upm-kimmene.com
duto embalado, prolonga a shelf life.
www.huhtamaki.com
No Brasil: (41) 661-1000
Stand-up pouches com tudo
Apesar de não terem se difundido em limpeza, além do baixo ruído de funcio-
larga escala no Brasil, os stand-up pou- namento.
ches só crescem em popularidade na A Volpak, por sua vez, exibiu a SG2-
Europa. Por isso, vários fornecedores 420 L4F, máquina de alta velocidade
estiveram mostrando novidades na também para stand-up pouches. Pro-
área durante a Interpack. duz até 240 unidades por minuto na for-
A espanhola Bossar, por exemplo, des- ma form-fill-seal, e até 480 por minuto
tacou duas novas máquinas form-fill- com pouches pré-formados, em linhas
seal horizontais para o processamento de uma ou duas bobinas.
dessas embalagens, a BL-3000 e a B- www.bossar.com
2500/STU. A primeira delas produz até www.volpak.com
150 pouches por minuto e tem design No Brasil (ambas): (11) 3812-2577
modular, que permite fabricar pouches
unitários, duplos e triplos. Já a B-
2500/STU permite produzir pouches
com válvulas no topo, nas extremida-
des (córner) e frontais, e insere auto-
maticamente canudos nas embala-
gens após o enchimento. Ambas são
destacadas pela fácil manutenção e

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Filmes de primeira categoria


cortados (magazines) com colas com
base em água, a empresa lançou o filme
metalizado Label Lyte 85XP280.
A Linpac lançou três novos filmes para
envolver alimentos, o Linalta, o Lintop
THB e o Triolin. O primeiro é voltado para
PET quebra barreiras
a embalagem de alimentos gordurosos. A migração de sucos premium, isotôni-
O Lintop, de alta barreira (com EVOH), é cos, águas enriquecidas e bebidas lác-
ideal para fechar bandejas plásticas. Por teas para garrafas de PET está deman-
fim, o Triolin é um filme três em um que, dando a criação de novos formatos e
Embalagens flexíveis e rótulos estão a segundo a Linpac, é o único que protege atributos dessas embalagens pela
cada dia ganhando filmes plásticos mais o produto, vai a processos de congela- Schmalbach-Lubeca. A empresa prevê
sofisticados e até com funções ativas. mento e tem uso global no forno de mi- lançar perto de 40 inovações em 2002,
Os filmes Oxyshield, que proporcionam croondas, no descongelamento, no rea- e algumas delas foram introduzidas du-
barreira ao oxigênio até dez vezes mais quecimento e até no cozimento. rante a feira. Entre elas, as garrafas de
eficaz que estruturas laminadas através Por fim, a Moplefan lançou um filme de 330ml para envasamento a quente, de-
de uma combinação de poliamida e polipropileno “twistable”, com objetivo de senvolvidas para um produtor de sucos
EVOH, o Combitherm, capaz de eliminar substituir filmes de PVC ou celofane no em Portugal. Sob refrigeração no pon-
oxigênio residual do interior de embala- acondicionamento de balas. Tal caracte- to-de-venda, o produto tem a shelf life
gens, e os termocrômicos e fotocrômicos, rística complementa os apelos de recicla- estendida por vários meses, por ter
que mudam de cor a certas temperaturas bilidade, printabilidade, boa solda e resis- sido envasado a 85o C. Destaque tam-
ou quantidade de luz no ambiente (abaixo tência à umidade do PP. bém para as garrafas multicamada
à direita), foram alguns dos destaques da www.wipak.com para envasamento asséptico, que con-
Wipak. Os de alta barreira podem ser www.exxonmobil.com tam com Bind-Ox, uma barreira ativa
interessantes para países com clima tro- No Brasil: (11) 6165-7000 ao oxigênio, ideais para sucos – nelas,
pical, como o Brasil. www.linpac.com os produtos ganham vida de prateleira
Por sua vez, a Exxon Mobil lançou os fil- No Brasil: (12) 243-1450 de até nove meses em temperatura
mes de BOPP Bicor XB635, transparente, www.moplefan.com ambiente –, e para a resina Supercy-
de alto brilho e laminado com acrílico, cle, produzida a partir de garrafas PET
para dar barreira a aromas em embala- recicladas. Com ela, torna-se viável a
gens de produtos como chás, perfumes, produção de novas garrafas a partir de
biscoitos e tabaco, e os brancos garrafas descartadas, dos pontos de
70LX002, fosco, e o 65LX001, de alto bri- vista técnico e econômico. As novas
lho, que estão substituindo rótulos de pa- embalagens feitas com o material são
pel em processos de rotulagem com co- inclusive certificadas para entrar em
las frias (acima). Para uma tarefa similar, contato com alimentos.
em aplicações unitárias de rótulos pré- www.schmalbach.com

Função prática ou protetora


Os hologramas ganham espaço para fortalecer o visual ou a segurança de pro-
dutos. Vários exemplos foram mostrados na Interpack.
A Hueck Folien apresentou um novo filme de apenas 12 micra de espessura, se-
lável a quente, especialmente desenhado para revestir embalagens metálicas.
Um exemplo de utilização recente é o da embalagem secundária do licor Bailey’s
utilizada no Natal de 2001 (à direita).
Já a Holoprotec lançou lacres termoencolhíveis de PVC com bandas holográfi-
cas (ao lado), películas para blisters de medicamentos também com listras holo-
gráficas e selos de indução com holografia.
www.hueck-folien.com
www.holoprotec.com

36 – EMBALAGEMMARCA • mai 2002


32interpack 14/05/02 06:30 Page 38

Rápido como nunca com cartuchos Mais resistentes,


Com atuação ampla no segmento de macêuticos ou cosméticos em cartu- práticos e bonitos
equipamentos para embalagem, a Ro- chos com cola já aplicada, com abas re-
Em aerossóis, a Corus Packaging Plus
maco apresentou na feira novas encar- versas ou do tipo “avião”, numa veloci-
divulgou os benefícios de suas folhas
tuchadeiras, como a AS300 (abaixo), dade de até 300 cartuchos por minuto.
metálicas laminadas com polímeros para
apropriada para embalar produtos far- Sua operação é feita em um prático pai-
a produção de frascos de duas peças.
nel touch screen. Já a P150 também é
Tais laminações permitem versatilidade
uma encartuchadeira horizontal, porém
no enchimento das latas, resistência à
mais simples, confeccionando até 120
abrasão e corrosão e possibilidades dife-
cartuchos por minuto.
renciadas de acabamento, inclusive com
www.romaco.com
detalhes holográficos. Já a Cebal está
No Brasil: (11) 9129-4594
dedicando atenção para o consumo nô-
made, principalmente às pessoas que
Form-fill-seal para doses únicas
viajam constantemente, e lançou para
A Unifill, parte do grupo norueguês
elas o mini-recipiente de alumínio Clic-
Elopak, mostrou na feira a TF-01 má-
Can, de 10 ou 30 mililitros. Para perfuma-
quina termoformadora-envasadora-
ria e cosméticos, a Cebal ainda destacou
seladora compacta para produtos lí-
os vernizes para acabamento, que produ-
quidos ou viscosos. Sua principal vo-
zem texturas diferenciadas nos frascos,
cação é a produção de embalagens
abrindo a chance de intercalar zonas fos-
mono-dose com volumes de 1 a
cas e brilhantes e despertar no consumi-
100ml, tanto do tipo peelable (des-
dor uma sensação diferente ao toque.
cascáveis) ou squeezable. Tais em-
www.corusgroup.com
balagens também podem ficar em pé. A empresa deu um exemplo com as “portion-
www.cebal.pechiney.com
packs” conseguidas pela Nestlé no Chile, com a marca La Lechera. Pela proximidade
No Brasil: (11) 4727-2333
e pelo apelo, não será surpresa se a solução aportar no mercado nacional.
www.elopak.com

Rotulagem roll-fed aprimorada


A B&H Labelling Systems introduziu na dem. Rotula recipientes de 220ml a
feira sua nova rotuladora BH8000, para 3000ml. Para trocas rápidas, há o opcio-
rótulos do tipo roll-fed (wrap-around). nal Rapid Change Over (RCO), conjun-
O equipamento possui um novo sistema to de peças que torna a mudança de se-
computadorizado de registro e controles tups passível de ser feita por apenas
touch screen em seu painel, o que faci- uma pessoa num tempo de quinze a vin-
lita a operação e a resolução de proble- te minutos.
mas, e conexões de rede para monito- www.bhlabeling.com
ramento e suporte via intranet ou mo- No Brasil: (11) 3746-0306

Não perca também


a cobertura do prêmio
WorldStars, da WPO,
que aconteceu
paralelamente à
Interpack, na página 48
desta edição.

mai 2002 • EMBALAGEMMARCA – 38


33cigarros 14/05/02 06:14 Page 40

rótulos

Sem cobrir nada


Promoções em maços de cigarro abrem polêmica e oportunidades
esde que entrou em vigor a que já dura sete anos e, portanto, nada tem a

D mais recente medida antitaba-


gista da Anvisa – Agência Na-
cional de Vigilância Sanitária,
ações promocionais envolvendo embala-
ver com a medida da Anvisa. “É uma forma
de divulgar o lançamento de novas embala-
gens”, posiciona-se a empresa, acrescentan-
do que, além de promocionais, as ações são
gens de algumas marcas de cigarro vêm uma possibilidade de diferenciação
despertando confusão. Os fabricantes frente ao cigarro ilegal.
quereriam ocultar as imagens assustadoras Chamados de inserts (nas em-
impressas nas embalagens com vistas a balagens box) e onserts (nos ma-
combater o hábito de fumar? ços), os rótulos foram produzidos
Já não se trata de discutir o pela própria Souza Cruz. No entan-
fato de que outras providên- to, o filão das ações promocionais em
cias – como fiscalização embalagens de cigarro já abriu opor-
enérgica contra comercian- tunidades. A Novelprint desenvol-
tes que vendem cigarro a veu recentemente um auto-adesi-
menores – seriam mais efi- vo para a marca Plaza, também
cazes. A questão entrou no da Souza Cruz. Novamente, o
campo das intenções, supos- objetivo é divulgar a mudan-
tas ou não. Maior empresa ça de embalagem e o novo
brasileira de tabaco, a Souza logotipo da marca.
Cruz viu-se no centro de Nesse caso, a idéia é
uma saraivada de acusações, permitir que o auto-adesivo
depois que, numa de suas seja retirado pelo consumi-
principais marcas, a Free, te- dor, depois de ler as mensa-
ria tentado burlar a exigência gens sobre a mudança de em-
de impressão de cenas alusi- balagem. Para isso foi desenvol-
vas aos malefícios do fumo, vida uma laminação especial.
imposta no início de 2002. Mesmo puxando a aba do adesivo, um
filme plástico transparente permanece cola-
Estratégia do à embalagem, com a face adesivada vira-
Segundo as denúncias, as etiquetas e rótulos da para o maço, de modo que o consumidor
auto-adesivos aplicados no Free visavam, não tem contato com o selante.
sorrateiramente, cobrir o sofrimento das ví- A Souza Cruz garante que todas as es-
timas do tabaco e da nicotina, retratado nas tratégias de marketing envolvendo inserts
imagens impostas pela determinação legal, e onserts são esporádicas. Comprovado
como a de um homem engravatado sem fô- que o objetivo das etiquetas e rótulos pro-
lego para subir um lance de escadas ou a de mocionais não é cobrir coisa alguma, as
um bebê prematuro, filho de mãe fumante. embalagens tornaram-se a maneira mais
A ação seria, então, uma tentativa de ameni- eficaz que os fabricantes têm para comuni-
zar a aversão ao hábito de fumar. car-se com seus consumidores. Mais ainda:
Em comunicado fornecido por sua ge- com as crescentes restrições à propaganda
FOTO: STUDIO AG

rência de assuntos corporativos, a Souza de cigarro, esse canal de comunicação po-


Cruz diz que os rótulos colados nas embala- derá render muitos outros projetos para o
gens do Free fazem parte de uma estratégia setor de embalagem.

40 – EMBALAGEMMARCA • mai 2002


modulos 14/05/02 05:47 Page 1
33panorama 14/05/02 06:07 Page 36

Negócio de peso
A australiana Amcor anunciou a
Mais leite, logo mais caixinhas
compra da unidade de embalagens As principais empresas de embala- úteis sobre o leite.
de PET da rival alemã Schmalbach- gens cartonadas assépticas (longa No outro córner, a SIG Combibloc
Lubeca, por US$ 1,56 bilhão. Isso vida) no país elegeram o mercado quer aumentar sua competitividade
coloca a Amcor entre as três de leites como menina dos olhos no Brasil e brigar mais diretamente
maiores fabricantes de embala- para focar seus investimentos no pri- com a Tetra Pak. Após revelar a in-
gens do mundo. meiro semestre de 2002. Detentora tenção de construir uma planta local
de 98% do fornecimento das carto- para fabricar suas caixinhas, a em-
Reestruturação... nadas para leites no Brasil, a Tetra presa acaba de atingir uma grande
A fabricante italiana de equipa- Pak está estreando em maio uma conquista: o ingresso no mercado de
mentos de sopro SIPA anunciou nova campanha institucional em leites, através do cliente Laticínio
que a Maláquinas Representações todo o país. Filmes, spots de rádio, Jussara, de Franca (SP). Com isso,
de Equipamentos para Plásticos é anúncios e outdoors, criados pela a SIG Combibloc espera, em três
a nova responsável por sua área Ogilvy, mostram crianças medindo anos, conquistar em torno de 5% de
comercial no Brasil. sua altura com caixas de leite, sob o participação. Por falar na SIG Com-
mote “Quantas caixas de leite você bibloc, a reportagem de EMBALAGEM-
...E inovação quer crescer?”. “Assim como aconte- MARCA visitou, no dia 26 de abril, a
A SIPA anunciou também que a SF ce em diversos países na Europa, fábrica da empresa em Linnich, na
8/4, sua primeira sopradora de queremos incentivar o Brasil a ser Alemanha, podendo acompanhar “na
fabricação nacional, será também um grande consumidor de fonte” o meticuloso processo de fa-
mostrada ao mercado durante a leite longa vida”, explica Paulo Ro- bricação das suas caixinhas.
Fispal 2002. Maiores informações chet, diretor de marketing da Tetra www.tetrapak.com.br
podem ser conseguidas pelo tel. Pak. A multinacional também dispo- (11) 5501-3200
(11) 4154-8300 ou pelo e-mail nibilizou um site (www.bebaleite. www.combibloc.com
sipa@sipa.com.br. com.br) com informações e dicas (11) 3168-4029

Desejo de colar
Visando expandir sua atuação na
América Latina, a fornecedora
gaúcha de adesivos Artecola
adquiriu as argentinas Química
Madepa e Indústrias Madequin,
fortes em adesivos para papel e
embalagem no país vizinho.
A um pequeno gole do recorde
Saída repentina A Associação Brasileira do Alumí- Com esse índice o país supera o
O presidente do conselho de nio (ABAL) divulgou um dado ani- seu próprio recorde e está muito
administração da CSN, Benjamin mador: o Brasil reciclou em 2001 perto de tornar-se o campeão
Steinbruch, vai acumular interina- 119,5 mil toneladas de la- mundial da reciclagem
mente a função de presidente da tas de alumínio, ou das embalagens
siderúrgica, no lugar de Maria seja, quase 9 bilhões do material.
Silvia Bastos Marques, que deixou de unidades. O anúncio oficial
o cargo por motivos pessoais. Tais números, que ainda tem que
configuram um esperar a divul-
Êxodo continua crescimento de gação do índice
Continuando seu processo de en- 16,3% sobre o volu- de reciclagem do
xugamento, a Unilever vendeu 19 me coletado em até agora líder
marcas de produtos à base de 2000, significa que o Japão, o que deverá ser
milho, entre elas a Mazola, para a país reciclou 85% de todas confirmado em junho. Em
americana ACH Food Companies, as latas de alumínio para bebidas 2000 o país do sol nascente
por US$ 360 milhões. Já são 1 200 consumidas durante 2001. reciclou 81% de suas latas.
as marcas vendidas pela Unilever.

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33display 14/05/02 06:16 Page 44

TRAÇOS MAIS FINOS PARA AS


EMBALAGENS DE DOVE Homenagem ao Rei
A marca Dove, da Unile- me fluindo, simbolizando a
ver, mudou a cara das capacidade de hidratação
embalagens da linha de do produto. A pomba, sím-
sabonetes. Adotada mun- bolo da marca, também
dialmente, a mudança tem está diferente, com a asa
como objetivo mostrar a mais aberta, o que moder-
suavidade do produto. As nizou o design.
embalagens passaram a Nos cartuchos das versões
estampar a logomarca em barra, impressos pela
Dove com traços mais fi- Brasilgráfica, foi colocado
nos, numa tonalidade azul um sombreado azul na
escura. Os benefícios de parte superior. No Dove
cada sabonete também Light, a diferença é o tom Depois da campanha das latas utilizou uma
ganharam destaque. Na esverdeado nas laterais, e com Romário, a Coca- foto de perfil do Rei do
nova identidade visual, as a versão Dove Baby tem Cola volta a campo com Futebol em close. O tra-
embalagens mostram um um sombreado rosa na mais uma iniciativa para tamento gráfico dado
ícone de uma gota de cre- parte superior. identificar sua marca para a foto gerou a idéia
com o futebol e a Copa de criar uma família ex-
do Mundo. Está chegan- plorando a relação das
do às prateleiras dos su- marcas. Foram feitas, en-
permercados uma edição tão, outras fotos de Pelé
especial de latas come- fazendo embaixadas e a
morativas da parceria bola foi substituída pelo
Pelé/Coca-Cola. Trata-se logotipo da Coca-Cola.
de uma família de latas Foi criada uma família de
colecionáveis, em tama- três latas com um cartu-
nho premium: com cho para serem vendidas
473ml, mais altas que as como coleção, além da
tradicionais de 350ml. versão six pack e um

Bis muda de cara depois de 60 anos Desenvolvido pela Oz


Design, o projeto gráfico
cartaz para os pontos-de-
venda.
A Kraft Foods vai investir 10 milhões de reais na mudança da
tradicional embalagem do chocolate Bis, da Lacta. A novidade
faz parte da comemoração dos 60 anos da marca. O investi- L'Oreal reformula rótulo do
mento inclui campanhas de marketing e publicidade para infor-
mar os clientes sobre a novidade. Esta será a primeira vez,
xampu Citrus
desde 1942, que o Bis muda sua identidade visual, a não ser A L ‘Oreal do Brasil colo- O rótulo, impresso em
por pequenas alterações. As cores tradicionais da embalagem cou no mercado a polietileno (PE) trans-
do produto – azul, branco e vermelho –, contudo, estão manti- nova embalagem do parente é produzido
das. As mudanças visam a uma modernização, com letras tipo xampu Citrus, da li- pela Prodesmaq.
fantasia e design contemporâneo. O novo desenho foi desen- nha Elsève. A prin- A produção do ró-
volvido pela Ogilvy Brasil, que também está preparando a cam- cipal reformula- tulo exigiu uma
panha de divulgação do produto, com anúncios em TV, revista ção está no rótu- tecnologia bas-
e ações promocionais em pontos-de-venda. lo que passa a tante complexa
ter duas impres- que permite com-
sões em hot binar, em um úni-
stamping, uma co processo, es-
holográfica e ses dois tipos de
uma convencio- impressão hot
nal, em dourado. stamping.

44 – EMBALAGEMMARCA • mai 2002


33display 14/05/02 06:16 Page 46

Diferenciação ao alcance de todos Cartuchos ainda


Num mercado tão pulverizado Fundada em 1995 para atuar com
mais divertidos
como o de produtos de beleza e produtos de body care, a Belle Crin
higiene pessoal, não são apenas as acaba de lançar uma linha de Toda a linha de cereais da Kel-
marcas consolidadas que investem hidrantes acondicionada em belas logg’s está de cara nova, num
em diferenciação no ponto-de- embalagens, dotadas de eficientes
trabalho da Oficina d’ Design.
venda. Cada vez mais pequenas e válvulas pump. Feitos de PVC, os
Os produtos Chokos.com, Froot
médias empresas de cosméticos se frascos, desenvolvidos pela
mostram cientes de que belas e Embaclass, contam com atraentes Loops, Choco Krispis e Honey
funcionais embalagens podem ser rótulos auto-adesivos, fornecidos Nutos trazem no back panel de
ferramentas de venda tão pela Flex Color. Já as vedetes do seus cartuchos, impressos pela
poderosas quanto chancelas fortes conjunto, as tampas propulsoras,
Brasilgráfica, uma diversão inte-
e reconhecidas nacionalmente. foram importadas dos EUA.
rativa direcionada ao seu públi-

Massas e visual frescos co-alvo. O Chokos.com, direcio-


A Oficina d' Design é a agência nado aos adolescentes, traz, na
responsável pelo novo visual das frente da embalagem, uma ilus-
massas Frescarini. Líder no mer-
tração com efeito especial no
cado de massas frescas, a marca
estilo cyber, e na parte traseira
renovou toda sua linha de emba-
lagens, fabricada pela Unipac, há um jogo de Resta Um que
composta por massas re-cheadas pode ser jogado com o próprio
(ravioli, cappeletti e fagottini), cereal. No Froot Loops, a brin-
nhoque, talharim e lasanha.
cadeira é uma catapulta para
Segundo os designers respon-
destacar e montar, para arre-
sáveis pelo projeto, a idéia é
estimular o appetite messar o próprio cereal. Já o
appeal, “fazendo o consumidor Choco Krispis, direcionado a
comer os produtos com os bém criou o projeto gráfico do
crianças de 6 a 9 anos, propi-
olhos”. A Oficina d’ Design tam- novo Livro de Receitas Frescarini.
cia um truque de mágica com

Bonito pra cachorro cartas.

O Papel Higiênico Nice, produzido marca ganharam tratamento gráfico


pelo grupo Klabin Kimberly, está de que visa gerar jogos de luz e som-
cara, e também focinho, novos. bra. O produto está à venda em três
Explica-se. Além de visível na textu- cores diferentes, uma para cada ver-
ra do papel, o mascote da marca, são. Azul para o Neutro, rosa para
um pequeno cachorro branco, foi Flor do Campo e verde para o Aloe
rejuvenescido, e ganhou destaque Vera. O design das novas embala-
na embalagem, que é fornecida pela gens é da agência a10.
convertedora Regmar.
Além da presença canina,
a marca Nice ganhou
novo visual. A cor branca
ficou mais presente, para
enfatizar as principais ca-
racterísticas do produto,
como a maciez. Tanto o
cachorrinho quanto a

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33worldstars 14/05/02 06:09 Page 48

prêmio

Reconhecimento
mundial
Embalagens brasileiras são condecoradas em festa da WPO
proveitando a Interpack

A 2002, a World Packaging Or-


ganisation (WPO) reuniu em-
presários e profissionais da
cadeia de embalagem do mundo todo para
a cerimônia de entrega do prêmio
WorldStars. Num evento no auditório
Rheinterasse, em Düsseldorf, às margens
do rio Reno, a entidade premiou 186 pro-
jetos de destaque em 2001, de 35 países.
No lado brasileiro, sete projetos ga-
nharam o troféu da WPO. A maioria
(fotos nesta página) já tinha sido contem-
Lata retangular da Cia. Prada plada com o Prêmio ABRE de Design de
Embalagem no ano passado, uma espécie
de eliminatória para o prêmio mundial.
Foram eles o rótulo termoencolhível para
o champanhe Chandon Rouge, inscrito
pela Sleever International; a embalagem
do Natura Fotoequilíbrio, da Natura; a
Chandon Rouge,
embalagem do Natura Chronos, também rótulo da Sleever
da Natura; o frasco do enxaguante bucal
Reach, da Johnson & Johnson; a Lata Re-
tangular de 18 litros com abertura maior,
da Cia. Metalúrgica Prada; as embalagens
da linha Tensor, da Sara Lee; e o kit Free
Linha Tensor, design da DIL Shop Kraft/Lacta Brasil, concebido pela
PH2 Design.
O President’s Award, que premia o
case de maior destaque entre os partici-
pantes, ficou dividido entre o CoolKeg,
da alemã Cool System, um barril de alu-
mínio de 20 litros que tem embutido um
mecanismo que resfria automaticamente
o conteúdo em menos de uma hora; e o
Paper Bottle, da japonesa Kao Corpora-
FOTOS: DIVULGAÇÃO

tion, uma garrafa feita totalmente de pol-


pa moldada reciclada, com barreira à umi-
Kit Lacta, projeto da PH2 Design dade proporcionada pelo jateamento de Prêmio para a J&J
uma emulsão acrílica em sua parede. com o Reach

48 – EMBALAGEMMARCA • mai 2002


Abre 14/05/02 05:30 Page 1
33almanaque 14/05/02 05:53 Page 1

Almanaque
Contribuição árabe Contribuição irlandesa
O papel, inven- A origem da famosa variedade de cerveja preta
tado na China que se toma nos pubs do Reino Unido com o
por volta do sé- nome de stout remonta a uma disputa secular en-
culo I da Era tre ingleses e irlandeses: quem produziria a cer-
Cristã, somente veja mais encorpada? Os ingleses criaram a cer-
chegou à Europa veja porter, semelhante à stout, mas a vitória fi-
na Idade Média, cou com os irlandeses, que conseguiram que sua
levado pelos criação entrasse para o livro Guinness de recor-
árabes, que tive- des e assim incorporasse seu próprio nome. Dona
ram contato com de uma imagem muito masculina, a stout é pesa-
o material no sé- da, bem encorpada, tem sabor amargo e espuma
culo VIII, quan- muito cremosa. É produzida com parte do malte
do viajavam pela Rota da Seda para comerciar. substituído por cevada não maltada e torrada.
Não se sabe por que, a fabricação, que florescera Daí, a cor preta. As marcas mais famosas desse
no mundo islâmico, virtualmente desapareceu tipo de cerveja são a Murphy's e a Guiness.
por volta do século 16, e a impressão só foi assi-
milada no século 18. Por essa época, a Europa
estava publicando os relatos da história mundial
que prevaleceram. Neles, a contribuição árabe
que o papel traria para o conhecimento e, mais
tarde, para o desenvolvimento das embalagens
industriais foi praticamente ignorada.

Contribuição brasileira Contribuição americana


Um dos grandes problemas da Durante uma viagem ao México, em 1869, um anô-
conservação de alimentos – nimo habitante de Nova York, Thomas Adams, inte-
antiga obsessão do ser hu- ressou-se por uma substância que os maias masca-
mano – é, justamente, o vam havia mais de mil anos. Chamava-se “chicle” e
uso de conservantes. era extraída da sabodilha, uma árvore nativa. Como
Normalmente, eles são bom ianque, Adams levou uma amostra para os Es-
adicionados aos alimentos em tados Unidos, pensando em sua industrialização.
volumes suficientes para serem eficazes. Tentou, primeiro, misturar o chicle
Dependendo de quando se consuma o produto, com borracha, de olho na nascente in-
isso pode significar excesso ou escassez: no começo dústria de pneus para automóveis. De-
da validade, o consumidor ingere uma quantidade pois, já com a ajuda do filho, Junior,
muito grande do conservante; no final, a substância misturou a substância com parafina,
pode ter perdido parte de seu poder de combate aos visando ao público infantil. O produ-
microorganismos. Esse desequilíbrio pode estar em to, na forma de esfera, era embrulha-
vias de ser contornado. Uma equipe da Universida- do em papel colorido. Foi um suces-
de Federal de Viçosa (MG), coordenada pela pes- so. Logo começou a produção indus-
quisadora Nilda Ferreira Soares, está testando com trial, com o chicle em forma cilíndrica
êxito um filme plástico antimicrobiano capaz de li- e sabor licoroso. Somente alguns anos
berar gradativamente o conservante nos alimentos de sucesso depois é que foi introduzi-
industrializados. Em testes, pão recoberto com o fil- do o formato tablete, já em caixinhas.
me ficou totalmente livre de microorganismos por Nas primeiras décadas do século XX
quinze dias. A equipe da UFV vai desenvolver o o chicle já corria o mundo. Chegou ao
mesmo princípio para uso em garrafas plásticas. Brasil na época da II Guerra Mundial.

50 – EMBALAGEMMARCA • mai 2002

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