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Referencial de Competências-Chave

Educação e Formação de Adultos (EFA) – Nível Secundário


Área de competências: Cidadania a Profissionalidade (CP)
Unidade de competência (UC4):
Valorizar a diversidade e actuar segundo convicções próprias.
Núcleo Gerador (NG):
Identidade e Alteridade
Contexto Privado
Códigos Institucionais e Comunitários
Reconhecer princípios de conduta baseados em códigos de lealdade institucional e
comunitária
* Demonstrar empatia e reacção compassiva e solidária face ao outro.
* Interpretar códigos deontológicos.
* Relatar princípios de conduta e emitir opinião fundamentada.

Contexto Profissional
Colectivos Profissionais e Organizacionais
Exprimir sentido de pertença e de lealdade para com o colectivo profissional
* Identificar pertença e lealdade em contextos vários.
* Explicitar situações profissionais de relacionamento com desafios multiculturais.
* Expressar-se e agir face a pessoas, grupos ou organizações de âmbito multicultural
segundo uma lógica inclusiva.

Contexto Institucional
Políticas Públicas
Identificar e avaliar políticas públicas de acolhimento face à diversidade de
identidades
* Identificar a diversidade de políticas públicas na sociedade.
* Relacionar direitos políticos e associativos.
* Situar-se face à inclusão da população migrante.

Contexto Macro-estrutural
Identidades e Patrimónios Culturais
Relacionar património comum da humanidade com interdependência e solidariedade
* Reflectir sobre as implicações sociais do património comum da humanidade.
* Discutir e avaliar o papel das/os cidadãs/cidadãos no mundo actual: relações
jurídicas no marco de integração supranacional e dimensão supranacional dos poderes
do estado face às/aos cidadãs/cidadãos.
* Expressar e demonstrar respeito e solidariedade pelas diferentes identidades
culturais.
EMPATIA, COMPAIXÃO E SOLIDARIEDADE

A identidade estabelece-se através de um conjunto de vínculos que permitem, a cada


um de nós, reconhecer-se e ser reconhecido. Um nome próprio e um nome de família
que nos identificam enquanto indivíduos pertencentes a um primeiro grupo, naturais
de uma determinada freguesia, munícipes de um determinado concelho, cidadãos de
um país e do mundo.
Nesse mundo, nesse país, nesse concelho, nessa freguesia e até, nessa família, há,
certamente, outros indivíduos que constituem, face a um sujeito, os referentes daquilo
a que se pode chamar a alteridade.
A alteridade é tudo aquilo que é da ordem do exterior a nós, o que é próprio do
"Outro" ( alter). A relação que se estabelece entre o mesmo e o outro, entre o idêntico
e o diferente, é a relação que permite aceder ao mundo. O autismo, por exemplo,
significa a ausência da ponte entre o mesmo e o outro e, assim, o mundo permanecerá
sempre desconhecido; ora, o que permanece desconhecido, permanece inexplorado,
inacessível e significa uma espécie de "condenação" a viver na incomunicabilidade.
Só a saída da sua própria esfera permite o acesso à realidade, na sua plenitude e
diversidade.
Falamos da realidade existencial mas também da realidade social que é uma das
dimensões da existência; e nessa dualidade, entre o ser que se situa num contexto
circunstanciado por Tudo o que lhe é outro, é essencial o estabelecimento de pontes
entre o sujeito e os grupos de pertença em que este está inserido como elemento
autónomo, mas em relação.
As palavras chave dessa relação são a empatia, a relação compassiva e a
solidariedade.
A empatia significa a participação afectiva e emotiva numa realidade que lhe é, em
princípio, alheia ; esta capacidade de estar em sintonia e de reconhecer identidade, ou
seja, de reconhecer o que nos é próprio, mesmo naquilo que está fora de nós,
aproxima os seres humanos. Muitas vezes, essa empatia é mesmo inconsciente: sente-
se, antes de se querer. Mas a vontade pode também ser um factor propiciatório ao
estabelecimento da empatia. A palavra " empatia" é próxima da simpatia e tem com
esta, um radical comum: pathos, ou " paixão" que, com o logos e o ethos, configura o
triângulo que nos torna humanos.
Enquanto o pathos remete para a afecção, o logos remete para a razão e o ethos para o
dever.
A empatia liga-se à reacção compassiva face ao outro e ao seu sofrimento;
compassiva, significa que manifesta compaixão e compaixão decompõe-se em "com
+ pathos" - que quer dizer, capacidade de sofrer com - de sentir e partilhar o pathos do
outro e, assim, ser capaz de assumir o descentramento de si próprio e a abertura
necessária ao acto solidário. Temos assim, ligados, três pilares fundamentais da
relação EU - OUTRO : a empatia, a reacção compassiva e a solidariedade que, para se
efectivar, se traduz necessariamente, em acções solidárias.

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