O documento discute os maus-tratos contra crianças e adolescentes. Ele define maus-tratos e destaca a obrigação legal de profissionais de saúde e educação denunciarem casos suspeitos às autoridades competentes. A não denúncia pode acarretar punições como multas. O texto também apresenta trechos do Estatuto da Criança e do Adolescente e do Código Penal sobre maus-tratos e responsabilidades.
O documento discute os maus-tratos contra crianças e adolescentes. Ele define maus-tratos e destaca a obrigação legal de profissionais de saúde e educação denunciarem casos suspeitos às autoridades competentes. A não denúncia pode acarretar punições como multas. O texto também apresenta trechos do Estatuto da Criança e do Adolescente e do Código Penal sobre maus-tratos e responsabilidades.
O documento discute os maus-tratos contra crianças e adolescentes. Ele define maus-tratos e destaca a obrigação legal de profissionais de saúde e educação denunciarem casos suspeitos às autoridades competentes. A não denúncia pode acarretar punições como multas. O texto também apresenta trechos do Estatuto da Criança e do Adolescente e do Código Penal sobre maus-tratos e responsabilidades.
Inicialmente, cabe conceituar maus tratos a fim de que se
alcance melhor entendimento acerca do tema.
O Estatuto da Criana e do Adolescente define a
prtica de maus tratos em seus artigos 3 e 5. Conforme os dispositivos referidos, depreende-se que toda ao ou omisso que prejudique o desenvolvimento fsico, mental, moral, espiritual e social, em condies de dignidade e de liberdade, configura maus tratos. Portanto, a criana e o adolescente no devem ser objeto de negligncia, discriminao, explorao, violncia, crueldade e opresso.
Embora a definio, conceituao legal do Estatuto da
Criana e do Adolescente quanto conduta dos profissionais de ensino e de sade, seja bem clara, muitos ainda no se conscientizaram da importncia que tm, do seu papel na preveno e/ou combate violncia domstica, e dentre estas, ao abuso sexual.
Alguns profissionais de sade e de ensino julgam ainda que
em nome da tica, no devem se envolver, se posicionar em tais conflitos, encarando-os como simples "probleminhas domsticos", sem aprofundarem a questo, o que agrava a situao de crianas e adolescentes vitimizados, abusados. Ao contrrio do que alguns pensam, h a obrigatoriedade de informar s autoridades competentes sobre maus-tratos (violncia sexual, domstica, psicolgica e negligncia).
Observamos ainda, que de acordo com o Estatuto da
Criana e do Adolescente e pelo Cdigo de tica dos Psiclogos, os profissionais devem, assim como os mdicos, notificar os casos de abuso sexual, apesar de muitos ignorarem essa determinao.
Ao profissional da rea da sade foi atribuda a obrigao
de denunciar os maus tratos em razo de sua profisso e de seu contato especfico com o paciente, que evidencia plena capacidade de aferio da suspeita ou da conduta lesiva/ofensiva praticada contra criana ou adolescente. Considerando que o mdico possui funo social relevante e que em sua profisso preza pela utilizao de todos os meios necessrios para solucionar a dificuldade que acomete o paciente, no h como negar o seu dever de comunicar a autoridade competente a prtica ou a suspeita de violncia.
CONSEQUNCIAS PARA QUEM NO DENUNCIA
O Estatuto da Criana e do Adolescente ao estabelecer os
responsveis especficos para a realizao da denncia de maus tratos, cuidou de atribuir conseqncia aos mesmos, no caso de omisso.
Trata-se da infrao administrativa prevista no artigo 245,
que estabelece pena de multa de 03 a 20 salrios referncias queles que deixam de comunicar a autoridade competente da suspeita ou confirmao de maus tratos.
A referida norma tem como destinatrios o mdico que
atende a criana ou adolescente, professor ou responsvel por estabelecimento de ateno a sade e de ensino fundamental, pr-escola ou creche. Estes incorrem na penalidade prevista no ECA ao praticarem a conduta omissiva consistente em deixar de comunicar, permanecendo inertes frente a suspeita ou confirmao de maus tratos.
Assim, a notificao deve ser realizada o mais rpido
possvel pelo profissional que suspeita ou tem os maus tratos como confirmados. Inicialmente, a comunicao pode ser efetuada por telefone, sendo que um breve relatrio deve ser preparado para que seja encaminhado a autoridade que recebeu a denncia.
Ningum pode impedir o profissional de cumprir esta
obrigao, nem mesmo supervisores e/ou o dono do estabelecimento em que presta servios.
O Cdigo Penal Brasileiro em seu Art. 136 dispe:
Maus-tratos
Art. 136 - Expor a perigo a vida ou a sade de pessoa sob
sua autoridade, guarda ou vigilncia, para fim de educao, ensino, tratamento ou custdia, quer privando-a de alimentao ou cuidados indispensveis, quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou inadequado, quer abusando de meios de correo ou disciplina:
Pena - deteno, de 2 (dois) meses a 1 (um) ano, ou
multa.
1 - Se do fato resulta leso corporal de natureza grave:
Pena - recluso, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
2 - Se resulta a morte:
Pena - recluso, de 4 (quatro) a 12 (doze) anos.
3 - Aumenta-se a pena de um tero, se o crime
praticado contra pessoa menor de 14 (catorze) anos. (Pargrafo acrescentado pela Lei n 8.069, de 13.7.1990)
A Lei N8.069/90 nos seus arts. 13, 244-A e 245 preceitua:
Art. 13. Os casos de suspeita ou confirmao de maus-
tratos contra criana ou adolescente sero obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar da respectiva localidade, sem prejuzo de outras providncias legais.
Vimos ento, que os casos de maus-tratos (fsicos, sexuais,
abandono/negligncia e psicolgicos), devem ser comunicados ao Conselho Tutelar. Esta comunicao nos casos de hospitais e escolas, deve ser formal.
E que vem a ser Conselho Tutelar? Qual seu papel? O Art.
136 do Estatuto da Criana e do Adolescente nos responde:
Art. 131. O Conselho Tutelar rgo permanente e
autnomo, no jurisdicional, encarregado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos da criana e do adolescente, definidos nesta Lei.